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Revista Subjetividades

Print version ISSN 2359-0769On-line version ISSN 2359-0777

Rev. Subj. vol.20 no.spe1 Fortaleza  2020

http://dx.doi.org/10.5020/23590777.rs.v20iesp1.e9140 

RELAÇÕES INTERGRUPAIS: PRECONCEITO E EXCLUSÃO SOCIAL

 

Representações sociais sobre a velhice masculina: abordagens de homens idosos participantes de grupo de convivência

 

Social Representations about Male Old Age: Approaches of Elderly Men Participating in a Social Group

 

Representaciones Sociales sobre la Vejez Masculina: Enfoques de Hombres Ancianos Participantes de Grupo de Convivencia

 

Représentations Sociales de la Vieillesse Masculine: Approches des Hommes Âgés qui Participent à un Groupe Social

 

 

Érika Carolina Porto de GóisI; José Victor de Oliveira SantosII; Ludgleydson Fernandes de AraújoIII

IFormada em Serviço Social pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Piauí (UFPI)
IIPsicólogo pela Universidade Federal do Piauí. Mestrando em Psicologia Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar/UFPI). Bolsista CAPES
IIIDoutor em Psicologia pela Universidade de Granada (Espanha). Professor no Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O presente estudo está situado no processo de envelhecimento populacional, entendido como fenômeno biopsicossocial em que há existência de velhices, evidenciando a sua pluralidade e heterogeneidade, diante de diferenças como as desigualdades de gênero. Quando se trata da velhice masculina, confrontam-se os discursos de masculinidade e as práticas sociais, especialmente nos aspectos trabalho, família, sexualidade e autocuidado. Esta produção trata das representações sociais dos homens idosos sobre a velhice com o objetivo principal de identificar as representações sociais da velhice masculina entre homens idosos participantes de grupos de convivência. Pauta-se a discussão na teoria das representações sociais de Serge Moscovici, que propõe uma ciência mais próxima do cotidiano. É uma pesquisa qualitativa, com dados transversais e por conveniência. Participaram desta pesquisa homens com idade acima de 60 anos, participantes há pelo menos doze meses de grupo de convivência, que declararam ter condições cognitivas preservadas e apresentaram boa comunicação. Nessas condições, encontraram-se cinco homens. Fez-se o uso de questionários sociodemográficos e entrevistas semiestruturadas. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo de Bardin, e indicaram que os homens relacionam a velhice masculina com o processo saúde e doença, o tempo de perdas fisiológicas e sociais e o ganho da experiência; ressaltando-se uma atenção com o autocuidado e a aproximação de atividades domésticas nessa fase da vida. Espera-se que esta pesquisa traga contribuições para o conhecimento sobre a velhice masculina.

Palavras-chave: representações sociais; velhices; masculinidades.


ABSTRACT

The present study is situated in the process of population aging, understood as a biopsychosocial phenomenon in which there is old age, showing its plurality and heterogeneity, in the face of differences such as gender inequalities. When it comes to male old age, masculinity discourses and social practices are confronted, especially in work, family, sexuality, and self-care aspects. This production deals with the social representations of elderly men about old age with the main objective of identifying the social representations of old age among elderly men participating in social groups. The discussion is based on Serge Moscovici's theory of social representations, which proposes a science closer to everyday life. It is qualitative research, with transversal data and for convenience. Participants in this research were men over the age of 60, who had participated in the social group for at least twelve months, and declared they had preserved cognitive conditions and had good communication. Five men were found in these conditions. Sociodemographic questionnaires and semi-structured interviews were used. Data were analyzed through Bardin's content analysis and indicated that men relate old age to the health and disease process, the time of physiological and social losses, and the gain of experience; emphasizing attention to self-care and the approach of domestic activities in this phase of life. It is hoped that this research will contribute to knowledge about male old age.

Keywords: social representations; old age; masculinities.


RESUMEN

El presente trabajo está situado en el proceso de envejecimiento de la población, comprendido como fenómeno biopsicosocial en que hay vejeces, evidenciando su pluralidad y heterogeneidad, ante las diferencias como desigualdades de gênero. Cuando se trata de la vejez masculina, se confrontan los discursos de masculinidad y autocuidado. Esta producción trata de las representaciones sociales de los hombres ancianos sobre la vejez con el objetivo principal de identificar las representaciones sociales de la vejez masculina entre hombres ancianos participantes de grupos de convivencia. La discusión está basada en la teoría de las representaciones sociales de Serge Moscovici, que propone una ciencia más cerca del cotidiano. Es una investigación cualitativa, con datos transversales y por conveniencia. Participaron de esta investigación ancianos con más de 60 año de edad, participantes del grupo de convivencia por al menos doce meses, que informaron tener condiciones cognitivas preservadas y presentaron buena comunicación. En estas condiciones, se encontraron cinco hombres. Se utilizaron cuestionarios socio demográfico y entrevistas semiestructuradas. Los datos fueron analizados por medio de análisis de contenido de Bardin, e indicaron que los hombres relacionan la vejez masculina con el proceso salud y enfermedad, el tiempo de pérdidas fisiológicas y sociales y el logro de experiencia; se enfoca una atención con el autocuidado y el acercamiento de actividades domésticas en esta fase de la vida. Se espera que esta investigación traiga contribuciones para el conocimiento sobre la vejez masculina.

Palabras clave: representaciones sociales; vejeces; masculinidades.


RÉSUMÉ

La présente étude se situe dans le processus du vieillissement de la population. Cela est entendu comme un phénomène bio-psycho-social dans lequel il y a plusieurs vieillesses, en soulignant leur pluralité et leur hétérogénéité, face à des différences telles que les inégalités de genre. En ce qui concerne la vieillesse masculine, les discours sur la masculinité et les pratiques sociales sont confrontés, en particulier dans les aspects du travail, de la famille, de la sexualité et des soins personnels. Cette production traite des représentations sociales des hommes âgés au sujet de la vieillesse avec l'objectif principal d'identifier les représentations sociales de la vieillesse masculine parmi les hommes âgés qui participent aux groupes sociaux. La discussion a été basée sur la théorie des représentations sociales de Serge Moscovici, qui propose une science plus proche du quotidien. Il s'agit d'une recherche qualitative, avec des données transversales et de commodité. Les participants à cette recherche étaient des hommes de plus de 60 ans, qui avaient fait partie d'un groupe social pendant au moins douze mois. Ils ont déclaré avoir préservé leurs conditions cognitives et ont montré avoir une bonne communication. En prenant ces conditions, cinq hommes ont été retrouvés. Des questionnaires socio-démographiques et des entretiens semi-structurés ont été utilisés. Les données ont été analysées par l'analyse du contenu de Bardin et ont indiqué que les hommes relient la vieillesse masculine au processus de santé et de maladie, bien qu'au moment des pertes physiologiques et sociales et aussi, au gain d'expérience. In ont mis l'accent sur une attention aux soins personnels et l'approche des activités domestiques dans cette phase de la vie. On espère que cette recherche puisse contribuer à la connaissance de la vieillesse masculine.

Mots-clés: représentations sociales; vieillesse; masculinités.


 

 

A população idosa está em constante aumento em todo o cenário mundial, mas as condições materiais são adversas em cada sociedade e requerem das nações envelhecidas políticas públicas que atendam às necessidades criadas com essa alteração. O Brasil, país em desenvolvimento, não está fora desse fenômeno, mas se diferencia pela rápida alteração de sua demografia, recentemente reconhecido como país jovem, atualmente as projeções indicam que, para 2070, a população de idosos no Brasil será superior a 35% (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], 2019).

O envelhecimento como constructo social é perpassado por noções, preconceitos, hábitos, atitudes e práticas dirigidas ao idoso que levam, muitas vezes, ao seu afastamento das atividades sociais do cotidiano, causando transtornos na sua vida e às relações que possa estabelecer no convívio social.

Pode-se dizer que o envelhecimento e a velhice são caracterizados e definidos a partir das condições gerais da vida de uma pessoa em dado contexto social, pois "a maneira como somos e vivemos dirá também sobre a maneira pela qual envelhecemos" (Bassit, 2011, p. 1580). O grau de envelhecimento de um povo depende do desenvolvimento deste. Uma sociedade que desfruta de condições materiais boas, com bons serviços de saúde, boa alimentação, higiene, moradia e acessibilidade dignas e necessárias para seus cidadãos permite um envelhecimento mais saudável e ativo.

O gênero é outro fator relevante no envelhecer. Esse processo é diferente para homens e para mulheres. Concorda-se com Debert (1999, p. 186) quando pontua: "os homens [...] tendem a elaborar representações distintas das mulheres no curso da vida". Compartilha-se, ainda, das ideias de Connel e Pearse (2018) quando refletem sobre masculinidades como discursos sociais e históricos que impelem aos homens comportamentos e rótulos. E essas expectativas sociais muitas vezes censuram neles sentimentos e sensações por infamar sua masculinidade (Januário, 2016). Outro fato apontado pelo autor supracitado é que, até a década de 1970, a identidade masculina era tida como naturalmente inerente ao sujeito.

Na velhice masculina é comum a medicalização da sexualidade, tendo em vista que há uma grande busca de produtos farmacêuticos para a saúde sexual (Thiago, Russo, & Camargo, 2016). Idosos heterossexuais e homossexuais convivem com a preocupação da possível perda da ereção, o que, para eles, é uma característica que demonstra a sua masculinidade (Santos, Araújo, & Negreiros, 2018). O mercado de cosméticos vende uma imagem na qual existe um envelhecimento ideal, não apenas no quesito de saúde, mas no de aparência física, isto é, vendem um modo de ser feliz e saudável através dos meios de comunicações para favorecer o consumo (Thiago et al., 2016).

Abordando sobre orientação sexual, a literatura documenta mais estudos sobre homens homossexuais do que sobre mulheres homossexuais, trazendo à tona que os homens homossexuais, apesar da invisibilidade na sociedade, vêm buscando direitos e qualidade de vida ao envelhecer (Santos, Carlos, Araújo, & Negreiros, 2017).

A respeito das representações da velhice, compartilha-se da ideia de que não são um dado, mas algo construído socialmente. Portanto, a velhice varia entre as sociedades e sociabilidades. A análise sobre a velhice masculina objetivada nesta argumentação fundamenta-se na teoria das representações sociais (TRS) de Serge Moscovici, que reconhece representações sociais como o conjunto de crenças, conceitos e explicações que surgem no cotidiano permitindo reproduzir um novo dado, objeto ou um acontecimento. O autor enfatiza que tais representações surgem no meio social e se modificam de acordo com o tempo e gradualmente evocam novas representações (Moscovici, 2017).

A formação das representações sociais compreende dois processos, o de ancoragem e de objetivação. Ancoragem é a introdução do não familiar para um contexto familiar a partir do resgate das memórias do indivíduo. Reconhecer algo estranho e, portanto, temeroso, já que está no campo do desconhecido. É quando o indivíduo compara um objeto novo, incomum, há algo que já é comum a ele. A objetivação tem como propósito tornar realidade algo abstrato, corporificar ideias e pensamentos, reproduzir um conceito em uma imagem com materialidade (Moscovici, 2017). A objetivação tem a função de dar sentido às coisas, aproximar uma nova e estranha apreensão em uma ideia compreensível ao seu próprio entendimento. As representações sociais são um instrumento para análise de problemáticas sociais. Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo identificar as representações sociais da velhice masculina entre homens idosos participantes de grupos de convivência.

 

Método

Tipo do Estudo

Trata-se de um estudo descritivo e exploratório com dados transversais e por conveniência.

Participantes

Participaram deste estudo cinco idosos do sexo masculino participantes de grupos de convivência. Essa amostra é constituída pela totalidade dos idosos participantes que atendem aos critérios de inclusão na pesquisa, quais sejam: possuir 60 anos e mais; participar de forma voluntária e anônima; declarar ter as condições cognitivas preservadas; apresentar boa comunicação; idosos homens que participem a, no mínimo, 1 ano nos grupos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) desenvolvido no município de Parnaíba. Os dados sociodemográficos dos participantes podem ser visualizados na Tabela 1.

Instrumentos

Para os instrumentos, utilizou-se um questionário sociodemográfico, com a finalidade de obter informações sobre o perfil dos idosos que participam dos grupos de convivência, com as seguintes perguntas: idade, tempo que participa do grupo, ocupação, renda, escolaridade, estado civil, com quem vive e cor; e uma entrevista semiestruturada, com o escopo de verificar entre os homens idosos suas representações sobre as formas de expressão da velhice masculina, dando-lhes possibilidade de se expressar livremente, apontando relatos de sua história de vida e experiências que demarcam sua masculinidade. As questões foram elaboradas da seguinte forma: para o senhor, como é envelhecer (envelhecimento)? Como é a velhice do homem?

Procedimentos Éticos

O projeto de pesquisa foi enviado para avaliação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Piauí e obteve autorização sob o CAAE: 69705517.7.0000.5214, autorizado para execução por meio do Parecer nº 2.164.777, orientado pelas diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa nas ciências humanas e sociais envolvendo seres humanos, conforme a Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde.

Após a aprovação foi contatada a Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (SEDESC) órgão gestor dos Centros de Referência da Assistência Social. Local onde a pesquisa foi realizada, para solicitar autorização para o início da coleta de dados. O documento de autorização institucional foi assinado e carimbado pela secretária municipal e apresentado às coordenações imediatas dos centros quando solicitado. A composição da amostra se deu de forma não probabilística, sendo aplicados os instrumentos para todos os idosos que se dispuseram a participar da pesquisa e que atendiam aos critérios de inclusão descritos no projeto de pesquisa.

Os participantes dos grupos de convivência tiveram acesso ao Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), lido pelos pesquisadores, que repassaram informações sobre a pesquisa, tais como: as implicações que a participação acarretava; as questões do sigilo; os risco e benefícios da pesquisa; o livre arbítrio em participar ou não; e a possibilidade de desistir da participação a qualquer momento sem nenhum prejuízo. Os idosos assinaram esse documento e deu-se início a coleta de dados. Na sequência, aplicou-se o questionário sociodemográfico e realizou-se a entrevista, ambos individualmente e com duração aproximada de 30 minutos para cada idoso.

Análise de Dados

Os dados sociodemográficos foram analisados com o apoio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 23. A entrevista semiestruturada foi analisada por meio da técnica de análise de conteúdo. Para Bardin, 1977, p.42) a análise de conteúdo (AC) é "um conjunto de técnicas de análise das comunicações que segue por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção [...] destas mensagens". Desse modo, é uma técnica propícia para análise das representações sociais que tem a comunicação social como condição de possibilidade e determinação das representações e do pensamento sociais.

Basicamente, neste estudo, opera-se com a análise categorial que reúne os elementos comuns no fragmento do texto em estudo agrupando-os por sua proximidade. "É colocá-lo em uma das classes de equivalências definidas, a partir das significações" (Caregnatto & Mutti, 2006, p.683).

 

Resultados

A entrevista semiestruturada foi analisada através da AC de Bardin (1977) e possibilitou a apreensão de elementos representacionais sobre o envelhecimento e, especialmente, sobre a velhice masculina entre idosos homens participantes de grupo de convivência para idosos (PGCI). Na Tabela 2, observam-se as subcategorias com a frequência e porcentagem que compuseram cada uma delas.

Acerca das representações sociais sobre a velhice masculina, as principais referências se ancoraram na relação de perdas, senescência, saúde/doença e felicidade. A subcategoria perdas trata da representação da velhice como tempo de redução das capacidades fisiológicas, especialmente a perda de memória, a diminuição da força e do equilíbrio, além de perda das habilidades sociais, como autoridade familiar e mesmo da autonomia para decidir as próprias coisas e sair sozinho, por exemplo. Alguns desses sentimentos de perda encaminham a terceira subcategoria, saúde/doença, com 20% do corpus em análise. A junção desses dois termos contrastantes se deve a forma encontrada para designar o desejo de ter saúde quando os idosos afirmam que ela é indispensável para a velhice boa, ao passo que os idosos relatam que, na velhice, convive-se com o adoecimento manifestado na mobilidade reduzida, visão fragilizada e dores diversas.

A senescência se apresenta nessa categoria através dos depoimentos de aceitação das perdas e da aquisição de doenças como questões próprias de quem envelhece, apresentando um conformismo com essas mudanças, como um "ônus" para quem alcança a velhice, permanecendo o desejo pela obtenção de saúde. A fala do participante Mandacaru (75 anos, casado, 10 anos PGCI) esclarece sobre a convivência com algumas perdas obtidas com a velhice: "e a velhice você sente todo dia, ela vai diminuindo a vista [...] A criança vai sentindo crescer, ela vai renovando, e nós, não, a nossa vida vai[...] A gente sente ela ir diminuindo, ela não vai desenvolvendo". Essa comparação feita com a infância a coloca como fase de ganhos e de evolução enquanto a velhice é referida como tempo de decrepitude. O mesmo entrevistado, em outro momento, coloca que as perdas físicas afetam outros aspectos, como a perda de autonomia e a redução da sua independência, conforme a fala seguinte:

Mas, fisicamente, se você é um idoso que tem saúde, fisicamente você tá se balançando, se movimentando, mas todo dia você sente a diferença, até que chega um ponto que você, às vezes, não pode mais andar, fica dominado pelos outros. Lá em casa, por exemplo, meus filhos não querem mais que nós ande só. (Mandacaru, 75 anos, casado, 10 anos PGCI)

Outro idoso fala de perdas sociais e da perda de autoridade no núcleo familiar, expressando que tais fatos denotam sentimentos de impotência e passividade diante de questões conflituosas e violentas.

Hoje, os fi faz o que quer com os pai. E hoje, com essa lei que deram, esse apoio federal... de proibir o filho de ajudar o pai, é o que eles querem, tão matando tão estuprando, tão fazendo de tudo... E o idoso do lado vendo aquilo, assistindo de camarote, tem vontade de se intrometer, mas num tem saúde, num pode resolver nada. Aí se diz, ô homem sem ação! (Coqueiro, 68 anos, casado, 1 ano PGCI)

A subcategoria senescência refere-se à velhice como finitude da vida, o reconhecimento da idade avançada e das várias formas de caracterizar a velhice pela percepção da passagem do tempo, conforme o participante Tucum (62 anos, casado, 5 anos PGCI): "eu tô dentro de 60 e poucos anos. Eu fui criança de um dia de vida. Eu já tô com 60 e tantos anos", assim como na fala do participante Babaçu (68 anos, viúvo, 5 anos PGCI): "a velhice é uma coisa que ela entra na vida da gente sem a gente sentir. Você não sente. Você percebe, mas você não sente; percebe que as coisa tá mudando". Encontrou-se, também, a afirmação de que todos desejam alcançar a velhice como ordem natural da vida, mesmo que ela sinalize o corpo envelhecido, segundo a fala adiante: "todo mundo tem esse direito de envelhecer. Não tem esse que diga assim 'eu não, Deus me livre deu morrer, Deus me livre adoecer, Deus me livre de envelhecer'. Não, a velhice vem assim, é um dom que vem do ser humano, já dado pela natureza" (Mandacaru, 75 anos, casado, 10 anos PGCI).

A relação entre velhice, saúde e doença é um dado frequente nas pesquisas em torno desse tema. Dos relatos, emergiu a subcategoria saúde/doença com registros de saúde fragilizada´, necessidade de saúde e exemplos de tipos de doenças adquiridas na velhice, como explica o participante a seguir:

A vida da pessoa quando ele vai, quando passa dos 50 pra frente, olha, eu tô vendo. A gente tem aquela vontade, aquela ansiedade, mas a saúde não ajuda, o corpo não ajuda mais. Isso é envelhecer. Ela vai envolvendo a gente com a... a saúde com a doença, ela traz os dois. [...] É assim. A vida é desse jeito. Agora, a tendência do idoso é essa, mas ele sempre tem aquela esperança, aquela fé, a fé da gente é só de um dia pro outro melhorar (risos). (Mandacaru, 75 anos, casado, 10 anos PCGI)

A doença é enfatizada nas questões que envolvem a dificuldade de manter independência nas tarefas do dia a dia, por exemplo, os lapsos na memória: "aí, quando tá bem vein vai ficando, ficando de novo... num vai mais sabendo de nada" (Carnaúba, 79 anos, solteiro, 12 anos PGCI), e as incapacidades de alguma função, que além das limitações físicas interferem na autoestima, como se percebe no recorte: "ainda sou um assim, cara assim, ainda mei jovem, mas só Deus sabe da minha saúde [...] Mas tem gente, que parece aborrecido... quando passa dos 60 fica aborrecido" (Coqueiro, 68 anos, casado, 1 ano PGCI). Esses trechos exemplificam o desejo em possuir uma saúde melhor que aquela presente no momento da entrevista.

Contrastando com os desânimos das doenças e da saúde fragilizada, os idosos expressaram ser felizes na condição de velhos. Em alguns casos, podendo experimentar coisas que foram suprimidas ao longo da vida. A última representação referida à velhice trata da felicidade, conforme o depoimento: "Eu me sinto feliz sobre a minha velhice. Muito feliz! Eu sou respeitado. Onde eu chego todo mundo gosta de mim" (Coqueiro, 68 anos, casado, 1 ano PGCI). Apenas esse idoso caracterizou explicitamente a velhice como tempo de felicidade, e outro entrevistado, tendo compartilhado sua trajetória de vida, relatou que, na velhice, encontrou uma vida com menos sofrimento e mais possibilidades de melhorias a partir de alguns ganhos: "eu tive uma vida melhor, num fiquei muito vei, porque era pra eu ser mais vei, mas, quando eu cheguei, depois que minha mulher morreu, aí eu tomei mais um fôlego, né?! E os fi tudo já grande, cada qual sabe, tem a casa deles, eu tomei mais um fôlego" (Babaçu, 68 anos, viúvo, 5anos PGCI).

Essa última experiência apresentada exemplifica as influências das questões de gênero na conduta e nos papeis sociais do homem, tido como provedor da família. Nesse caso particular, a velhice é ancorada no sentimento de felicidade, como provisão positiva na ressignificação das responsabilidades atribuídas ao longo da vida. Em síntese, a literatura costuma apresentar que a aposentadoria é um processo doloroso para os homens por afetar seu poder social e familiar, no entanto, para o idoso Babaçu, não ter a responsabilidade de prover o lar é favorável para manter sua longevidade e bem-estar.

 

Discussão

Especificamente sobre as representações sociais da velhice masculina entre homens idosos, ficou evidente nas falas a ancoragem na ideia de diminuição das potencialidades devido às doenças. Especialmente quando se percebe a presença de doenças, registra-se a compreensão da velhice como momento de perdas, conforme dito por um dos idosos: "tudo, enfim, que você possa imaginar. Força, coragem, e determinação" (Tucum, 62 anos, casado, 05 anos PGCI). As principais queixas referenciadas pelos idosos foram de perda da visão, da força física, da memória, da potência sexual e da autoridade no ambiente familiar. Para Papalia e Feldman (2016), esses fatores fisiológicos podem estar associados às questões próprias do processo de senescência ou ser derivados e estar aliados a fatores psicológicos que ocasionam reações psicossomáticas.

Por se tratar de fatores psicológicos, acentuam-se os papeis referentes à família. Os depoimentos analisados confirmam que a construção social do ser homem está permeada pelos atributos de provedor da família, de ter prestígio, ou seja, ser respeitado pelos outros como sujeito de responsabilidades e de autoridade, expondo-se a trabalhos desgastantes e que, por vezes, lhe afastam do ambiente privado da família, como, por exemplo, o roçado, garimpo ou outras atividades interinas. O participante Babaçu afirmou: "a minha vida era sufocada porque eu tinha que correr atrás pra dar pros meu fi. Porque, se eu tive fi, num quero nem saber, meus fi era pequeno, num quer saber se tem ou se num tem, saber é se aparece pra eles comer" (Babaçu, 68 anos, viúvo, 5 anos PGCI).

Na divisão sexual e social do trabalho, geralmente o homem ocupa o espaço público, em que ocorre com mais intensidade suas relações sociais, mas a velhice e a aposentadoria tendem a alterar esse papel social do homem, provocando uma ruptura de identificação. É comum ao homem, quando se aposenta, passar a ocupar um lugar indefinido, ao deixar de cumprir a norma internalizada de ser homem e ser trabalhador (Coelho, Giacomin, & Firmo, 2016). No entanto, nos dizeres dos homens entrevistados, a saída do trabalho e usufruto da aposentadoria foram mudanças positivas para melhoria da qualidade de vida e vivência da velhice, como exemplificado na fala do participante Babaçu, que se sentia em uma vida sufocada. Não ter a necessidade de assegurar as provisões da família e poder contar com a aposentadoria é poder desfrutar de tempo livre e aproveitá-lo para cuidar de si.

Infere-se que o senso de provedor e de pertencente ao espaço público são características culturais do "ser homem" e que o desempenho dessas atribuições ao longo da vida pode gerar desgastes psicológicos. A alteração desses requisitos na velhice, diminuindo essas responsabilidades, pode ser vivenciada de forma positiva ou negativa pelos idosos.

No que se refere à diminuição ou perda da autoridade familiar, Debert (1999) analisava a respeito dos entraves existentes entre a velhice e as gerações perpassadas pelos ditames da industrialização e a alteração no status social dos sujeitos. A respeito da velhice do homem, esse processo de destituição da responsabilidade central pelo lar e pela família pode se apresentar mais adoecedora, conforme explanado pelo idoso: "tem vontade de se intrometer, mas num tem saúde, num pode resolver nada" (Coqueiro, 68 anos, casado, 1 ano PGCI). Fica clara uma correlação de forças que denota uma crítica do idoso aos valores apreciados pela sociedade atual, especialmente a juventude, que depreciam a pessoa idosa, colocando-o como figura com saberes ultrapassados e costumes retrógrados. Araújo e Silva (2017) encontraram entre os idosos de condição socioeconômica baixa um perfil assemelhado ao público investigado nesta pesquisa, cujo desgaste psicológico foi mais frequente entre todos os problemas que tiveram no curso de vida e esses problemas alteraram seu estilo de vida e interferiram nas relações interpessoais.

Em oposição a várias perdas relatadas, foi presente a relação da velhice com o ganho de experiência, sendo reconhecida como elemento em contínuo crescimento, dando maturidade ao sujeito idoso. Essa experiência ou maturidade é destacada como qualidade positiva que diferencia o idoso dos sujeitos mais jovens e fornece habilidade com o saber prático, valorização do senso comum e memória viva da sociedade. A experiência para o grupo investigado se refere à soma de conhecimentos reunidos ao longo da vida, que lhes permite ter a capacidade de antecipar as possíveis consequências de determinados fatos ou de preparar-se para as adaptações necessárias às adversidades ao longo da vida. Trata-se de conhecimentos corriqueiramente menosprezados em função da tecnologia e saber científico. É nesse ponto que proposições como a de Moscovici (2017) e Jodelet (2001) são relevantes para o contexto, porque propõem o resgate do senso comum e da atenção da ciência para os saberes populares e construídos no cotidiano.

A subcategoria perdas fisiológicas e sociais, seguida pela referência de crescimento constante da experiência, foi acompanhada pela ideia de aceitação, pois alguns idosos expuseram a necessidade de conscientizar-se sobre as alterações vivenciadas e conviver com as possíveis limitações ensejadas pela velhice. Sugere-se que a representação da velhice ancorada na ideia de doenças e perdas ao longo do tempo, concomitante à qualificação do sujeito como homem experiente por ter vivido mais, pode indicar a construção da resiliência na velhice, caracterizando que o "ser humano resiliente passa a progredir, ganhar e evoluir, tornando-se apto à adaptação frente às circunstâncias que lhes são oferecidas, mesmo quando estão expostos às situações adversas" (Araújo & Silva, 2017, p. 143).

Destarte, os idosos desta pesquisa, mesmo reconhecendo as doenças como decorrentes da velhice, falam de sua velhice como tempo de continuidade da vida e de possibilidades para novas vivências, ressaltando a aposentadoria como estratégia de manter a proteção e segurança dessas experiências. Diferentemente dos dados amplamente divulgados na literatura sobre masculinidades no que se refere ao autocuidado, em que é comum saber que, de modo geral, o homem é afastado e a si mesmo expulsa do cenário do cuidado (Gutierrez & Minayo, 2008; Januário, 2016), os idosos participantes dos grupos analisados referem a importância do autocuidado como meio de zelar-se e diminuir o desgaste corporal e avanço de doenças que podem significar ser mais velho do que é realmente em idade. A esse respeito, o participante Babaçu (68 anos, viúvo, 5 anos PGCI) diz: "eu me zelo pra cada vez eu durar mais tempo". Lembra-se dos argumentos de Motta (2002), que analisou a identidade etária da velhice marcada pela presença do corpo como definidor do que é ou não velho, e do que é ou não é saudável.

Como maneira de autocuidado, os idosos entrevistados, com exceção de um dos casados, relataram que desempenham tarefas domésticas, seja compartilhando as atribuições com a esposa, seja sendo o único responsável (quando se trata do idoso solteiro ou viúvo). Inclui-se nessas tarefas a higienização da casa, a lavagem de roupas, a preparação da comida e até pequenos consertos de costura. Importa esclarecer que, quando se referiram a esse tipo de autocuidado, citaram tais ações como papel feminino, mas que, na ausência da mulher, foram assumidos ou que auxiliavam nessas atribuições como ajuda secundária; é o que se entende desses fragmentos: "é assim, ela lava uma rede pesada, eu ajudo ela" (Coqueiro, 68 anos casado, 1 ano PGCI); "cadê a blusa, traga aqui pra eu lavar, passa aqui tudim, na hora que eu quero vim, eu já sei onde elas tão na parte lá no guarda roupa. [...] num é querer ser machista, num é a gente querer mais que a mulher, não, é ele ter um nível de frequência com a sua companheira" (Mandacaru, 75 anos, casado,10 anos de PGCI).

Destarte, os resultados possibilitam a compreensão de que os homens representam o processo de envelhecimento como determinação divina, em que a natureza, criada por Deus, oferta a todos os seres vivos um ciclo que vai da infância até a velhice, sendo esta a última fase da vida, caracterizada pelo retrocesso das habilidades e capacidades, acentuando-se como senescência. Nas representações sobre a velhice, ela é representada como vida, momento de continuidade no qual se adquire novos experimentos, convive-se com perdas fisiológicas, sociais e preconceitos. Mas os idosos se sentem felizes com sua velhice. Especialmente sobre a velhice masculina, acentua-se o desconforto com as várias perdas fisiológicas e cognitivas que diminuem as potencialidades dos homens para atividades práticas do cotidiano, sugerindo a incapacidade e inutilidade.

 

Considerações Finais

Identificou-se entre os homens participantes de grupos de convivência o pensamento de que faz parte da construção do "ser homem" vivenciar diferentes possibilidades e compartilhar experiências, usualmente, do mundo feminino sem representar diminuição da sua masculinidade. Considerando o público investigado, homens participantes de grupos de convivência, eles representam uma amostra daqueles que permeiam as masculinidades subordinadas e aproveitam dos grupos de convivência como recurso de novos aprendizados, de autocuidado e ação que contribui para sua saúde e vínculos sociais. Acredita-se que essas motivações de modelos de masculinidades subordinadas não são manifestações exclusivas da velhice; ao contrário, seguindo os fundamentos da teoria das representações sociais, é resultado do contexto social em que esses indivíduos interagem e da forma particular com que eles vivenciam e percebem os fenômenos sociais à sua volta.

Para os homens entrevistados, ser idoso denota ser experiente, ou seja, a velhice permite reunir conhecimentos somados ao longo da vida que favorecem antecipar reações dos fatos, traz a maturidade para o enfrentamento das adversidades. Infere-se que as concepções sobre ser homem, bem como sobre ser velho, estão permeadas pelos discursos machistas da sociedade na qual os idosos estão inseridos. Todavia o conjunto das representações sobre sua própria velhice, as experiências tidas ao longo da vida e suas práticas atuais resultam na compreensão de que os idosos participantes desta pesquisa reconhecem a sociedade sexista e as desigualdades de gênero, mas se diferenciam dos ideais de dominação masculina e, sem desprezar o papel social de provedor da família, assumem outras experiências insólitas ao público masculino.

A principal dificuldade encontrada nesta pesquisa foi a pouca quantidade de homens com o critério de participação em grupos de convivência, no entanto esse dado confirmou a literatura investigada e a hipótese de que os discursos de masculinidades dominantes reduzem a possibilidade de os homens participarem dessas experiências. Ainda que com um grupo pequeno de participantes, os objetivos propostos foram integralmente respondidos.

Essa temática, voltada para representações sociais dos homens sobre a velhice masculina, tem potencial exploratório, haja vista um elevado número de pesquisas que enfatizam o envelhecimento feminino e os poucos dados sobre as experiências sociais dos homens idosos. Além disso, o potencial da teoria das representações, que se dedica a estreitar os discursos do conhecimento científico e o senso comum com interesse em revisitar conceitos formulados ao longo da história e apresentar a elaboração dos próprios sujeitos, permite identificar novos conhecimentos, conceitos e experiências particulares do cotidiano.

Espera-se que a temática dialogada neste artigo siga em desenvolvimento para outras pesquisas e seja objeto de estudo para acadêmicos e profissionais que atuam com os idosos, servindo-lhes de apoio para o planejamento e a execução dos serviços dispensados a esse público.

 

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Recebido em: 13/03/2019
Revisado em: 20/08/2019
Aceito em: 22/01/2020
Publicado online: 20/05/2020

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