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Revista Psicologia Política

versão On-line ISSN 2175-1390

Rev. psicol. polít. vol.24  São Paulo  2024  Epub 20-Dez-2024

https://doi.org/10.5935/2175-1390.v24e25338 

Dossiê Consciência Política: 20 anos de pesquisa – Artigo

MODELO CONCEITUAL DE CONSCIÊNCIA POLÍTICA EM DISSERTAÇÕES E TESES NO BRASIL

Modelo conceptual de conciencia política en disertaciones y tesis en Brasil

Conceptual model of political consciousness in dissertations and theses in Brazil

SUELLEN NASCIMENTO DOS SANTOS1    , Redação do manuscrito original, Conceitualização, Curadoria de dados, Análise de dados, Revisão e edição
http://orcid.org/0000-0003-3315-3356

MARCIA PREZOTTI PALASSI2    , Conceitualização, Curadoria de dados, Análise de dados, Revisão e edição
http://orcid.org/0000-0002-0751-6777

1Doutorado em Administração pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)/ Vitória/ES, Brasil. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Serrinha/BA, Brasil. E-mail: suellens_ufv@yahoo.com.br

Doutorado em Administração pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)/ Vitória/ES, Brasil. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Serrinha/BA, Brasil. E-mail: suellens_ufv@yahoo.com.br

2Doutorado em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) com estágio pós-doutoral em Psicologia Social na Universidad Complutense de Madrid/Espanha. Professora do Departamento de Administração e do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória/ES, Brasil – PPGADM/ UFES. E-mail: mprezotti@hotmail.com

Doutorado em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) com estágio pós-doutoral em Psicologia Social na Universidad Complutense de Madrid/Espanha. Professora do Departamento de Administração e do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória/ES, Brasil – PPGADM/ UFES. E-mail: mprezotti@hotmail.com


RESUMO

Como o modelo conceitual de consciência política vem sendo utilizado em dissertações de mestrado e teses de doutorado nos programas de pós-graduação no Brasil? O objetivo deste artigo é realizar um mapeamento dos estudos que utilizam o modelo conceitual de consciência política. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica exploratória de natureza qualitativa realizada em 30 dissertações e 18 teses defendidas no período de 1989 a 2023 nos programas de pós-graduação. Os resultados explicitam as abordagens, os aspectos metodológicos, os principais autores que utilizam o modelo conceitual de consciência política e as instituições brasileiras onde as pesquisas foram realizadas. Concluiu-se que ainda são poucos os trabalhos e, daí, as instituições brasileiras voltadas ao estudo do tema da consciência política. Este artigo contribui com novos estudos voltados ao aperfeiçoamento do conceito de consciência política.

Palavras-chave: Consciência política; Pesquisa bibliográfica; Produção acadêmica brasileira

RESUMEN

¿Cómo se ha utilizado el modelo conceptual de conciencia política en disertaciones de maestría y tesis doctorales en programas de posgrado en Brasil? El objetivo de este artículo es mapear los estudios que utilizan el modelo conceptual de conciencia política. Se trata de una investigación bibliográfica exploratoria de carácter cualitativo realizada sobre 30 disertaciones y 18 tesis defendidas entre 1989 y 2023 en programas de posgrado. Los resultados explican los enfoques, los aspectos metodológicos, los principales autores que utilizan el modelo conceptual de conciencia política y las instituciones brasileñas donde se realizó la investigación. Se concluyó que aún existen pocos trabajos y, por tanto, pocas instituciones brasileñas enfocadas en estudiar el tema de la conciencia política. Este artículo contribuye a nuevos estudios encaminados a mejorar el concepto de conciencia política.

Palabras clave Conciencia política; Investigación bibliográfica; Producción académica brasileña

ABSTRACT

How has the conceptual model of political consciousness been used in master’s dissertations and doctoral theses in graduate programs in Brazil? This article aims is to map studies that use the conceptual model of political consciousness. This is an exploratory bibliographical review of a qualitative nature carried out in 30 dissertations and 18 theses defended between 1989 and 2023 in graduate programs. The results explain the approaches, methodological aspects, the main authors who use the conceptual model of political consciousness and the Brazilian institutions where the research was conducted. It was concluded that there are still few studies and, therefore, few Brazilian institutions focused on the study of the theme of political consciousness. This article contributes to new studies aimed at improving the concept of political consciousness.

Keywords Political consciousness; Bibliographic review; Brazilian academic production

INTRODUÇÃO

Este artigo se orienta pelo seguinte problema de pesquisa: como o modelo conceitual de consciência política vem sendo utilizado em dissertações de mestrado e teses de doutorado nos programas de pós-graduação no Brasil? O objetivo é realizar um mapeamento dos estudos que utilizam o modelo conceitual de consciência política proposto por Salvador Sandoval.

Tal estudo justifica-se devido ao reduzido número de artigos publicados sobre consciência política no Brasil, conforme mapeamento da produção científica sobre o tópico “consciência política” nas bases de dados Web of Science (Principal Coleção), Spell, Google Scholar, Scopus, Pepsic e Capes no período de março a maio de 2021, exposto no Quadro 1.

Quadro 1 Número de artigos sobre Consciência Política nas bases de dados – março/maio 2021 

Web of Science Spell Google Scholar Scopus Scielo Pepsic Capes
601 4 256 11 142 7 15

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2023.

As bases de dados que possuem trabalhos brasileiros não são suficientes para fazer uma comparação com os dados já recolhidos do cenário internacional. Seria possível fazer análise na Scopus, mas a quantidade de trabalhos é mínima, conforme se nota no Quadro 1. Além disso, vários artigos publicados no Brasil usam o modelo conceitual de consciência política de Salvador Sandoval.

A pesquisa realizada em Web of Science, citada no quadro em 08/03/21, revela crescimento das publicações no período de 2015 a 2020, atingindo o ápice em 2020, totalizando 749 autores vinculados a 473 instituições, em 44 países e em 425 periódicos, demonstrando que este assunto tem mais pesquisas no exterior quando comparadas com o Brasil. EUA é o país com maior número de publicações. A área com maior publicação é História, seguida pela Ciência Política, Sociologia e Ciências Sociais Interdisciplinares, nesta ordem.

Este levantamento justifica a relevância acadêmica deste artigo ao apresentar trabalhos realizados em programas de pós-graduação de diferentes áreas de estudo que utilizam um modelo conceitual de consciência política brasileiro do campo da psicologia política brasileira, os caminhos que estão sendo percorridos pelos pesquisadores, contribuindo para reflexões voltadas ao aperfeiçoamento de um conceito.

Sendo assim, este artigo se estrutura em 4 seções, além desta introdução: (a) a primeira seção descreve o marco teórico, fundamentando o estudo; (b) a segunda expõe a metodologia da pesquisa; (c) a terceira apresenta os resultados; e (d) a quarta seção tece as considerações finais.

MODELO CONCEITUAL DE CONSCIÊNCIA POLÍTICA

Este modelo conceitual surgiu a partir da influência de diversos autores e correntes teóricas que “deram foco à problemática da formação do pensamento e da visão de mundo de indivíduos em sua interação com a realidade social” (Sandoval, 2015, p. 179). Mas antes de expor suas características, é importante esmiuçar os significados atribuídos à palavra consciência.

Consciência para Ignácio Martin-Baró (2006) está atrelada à dimensão social e política e denota libertação pessoal, transformação social, crescimento individual e organização coletiva, cuja conscientização permite ao indivíduo construir a própria história. A conscientização é um processo de reflexão do indivíduo num exercício de ação transformadora: quanto mais conscientizado, mais denunciador e anunciador será o indivíduo, conforme Paulo Freire (1981).

Sandoval (1994) define o conceito de consciência como significados atribuídos pelos indivíduos por meio de interações estabelecidas no seu ambiente social. Ele aborda a consciência política como um “composto de dimensões psicológicas sociais inter-relacionadas de significados e informações que permite que os indivíduos tomem decisões quanto ao melhor curso de ação dentro de contextos políticos e situações específicas” (Sandoval, 2001, p. 185, tradução nossa).

Em entrevista realizada com Sandoval, em 2019, o autor explica que a preocupação em pensar a consciência política numa perspectiva psicossocial começou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP no final de 1979 e início de 1980 quando Dom Paulo Arns pediu às faculdades da universidade para criar campos de estágio para alunos da graduação na periferia. Assim, Sandoval (2015), cria um modelo conceitual psicopolítico de consciência política para possibilitar a análise da consciência ou das consciências das pessoas que participam politicamente e para subsidiar propostas de intervenções em processos de conscientização.

O modelo tinha três objetivos: (a) orientar pessoas que estivessem no campo sobre como trabalhar com consciência e consciência política; (b) sistematizar em termos didáticos as diferentes formas que a participação tem sido explicada psicossocialmente; (c) analisar não só a consciência em um lugar, mas fazer uma análise da participação ou não participação baseada nas dimensões da consciência. Diferentes dimensões psicossociais são apontadas no modelo conceitual por considerar que a consciência política individual representa a (in)disposição para a ação, conforme essa consciência (Sandoval, 2001).

A combinação e articulação de diferentes dimensões da consciência política visam compreender o fenômeno do engajamento na política (Sandoval & Silva, 2016). Os autores mencionam que, frente à necessidade de se analisar o papel que as emoções desempenham no processo de conscientização das pessoas no contexto dos movimentos sociais, considerando a versão de 2001 do modelo, Sandoval apresentou no XIII Encontro Nacional da ABRAPSO (Associação Brasileira de Psicologia Social), em 2005, uma reformulação do modelo integrando emoções e sentimentos emotivos. Em 2015 no trabalho teórico “A Psicologia Política da crise do movimento sindical brasileiro dos anos 1990: Uma análise da consciência política num momento de desmobilização”, Sandoval apresenta novamente o modelo de consciência política.

O foco dessa pesquisa se dá em trabalhos que consideram a última reformulação do modelo conceitual apresentado por Salvador Sandoval e Alessandro Soares da Silva (2016), composto por sete dimensões psicossociológicas, conforme a Figura 1:

Fonte: Sandoval e Silva (2016)

Figura 1 Modelo Conceitual de Consciência Política 

Para Sandoval e Silva (2016, p. 33), “a identidade coletiva é uma especificação da identidade social de Tajfel que se desenvolve pela politização do sujeito”. Na compreensão de Sandoval, as duas identidades compõem a consciência política. Já a dimensão ‘Crenças, valores e expectativas sobre a sociedade’, perpassa relações externas e objetivas, e inerentes a estrutura pessoal; sendo todas elas, parte da composição da identidade do indivíduo. Assim, a dimensão tem nos laços de identidade grupais, os elementos fundamentais na construção da realidade de cada indivíduo, é a partir desses laços que a visão pessoal sobre o meio social e sobre a sociedade é construída (Sandoval & Silva, 2016).

Os ‘sentimentos com respeito aos adversários’ se refere “aos sentimentos do indivíduo em relação aos seus interesses simbólicos e materiais em oposição aos interesses de outros grupos” (Sandoval & Silva, 2016, p. 40). Portanto, faz-se necessária a permanente capacidade de reflexão, visto o perigo representado pelos interesses adversários. Por ‘eficácia política’, Sandoval (2001, p. 188, tradução nossa) compreende “os sentimentos de uma pessoa sobre sua capacidade de intervir em uma situação política”.

Com relação aos ‘interesses coletivos’, Sandoval (2001) diz que a justiça social está expressa no sentimento de que obrigações e recompensas ocorrem de maneira mútua. Já a ‘vontade de agir coletivamente’ surge a partir da busca pelo reparo à(s) injustiça(s) cometida(s) contra o indivíduo, este acredita que a atividade coletiva poderá corrigir suas queixas a um custo acessível (Klandermans, 1997; Stekelenburg & Klandermans, 2015).

Por fim, a dimensão ‘metas e repertórios de ações’, abarca um desafio, que é o de combinar objetivos e estratégias do movimento social, com as aspirações e capacidades auto perceptivas dos indivíduos envolvidos. Assim, busca-se entender o grau em que os indivíduos percebem a correspondência de interesses materiais e simbólicos, reivindicações de justiça contra o adversário, sentimentos de eficácia política, com os objetivos e propostas do movimento (Sandoval, 2001).

O modelo conceitual conta ainda com as “emoções”, pois segundo Sandoval e Silva (2016, p. 45), a partir do ano 2000, o papel das emoções no processo de participação em ações coletivas de movimentos sociais começou a ser notado; apesar de já existirem estudos que abordavam as emoções antes do referido ano. Os autores consideram que “a participação em movimentos sociais é a forma de comportamento político mais emotivo entre a grande variedade de maneiras de participar na arena política de uma sociedade”. As emoções citadas na Figura 1 são apenas ilustrações, o modelo conceitual não se limita a elas.

METODOLOGIA

A metodologia partiu do seguinte objeto de pesquisa: o modelo conceitual de consciência política de Sandoval (2001) e de Sandoval e Silva (2016). Sendo assim, este trabalho foi orientado pela revisão bibliográfica sistemática exploratória. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica de dissertações e teses (que utilizaram o modelo conceitual de consciência política) realizada em novembro de 2021 e, atualizada, em agosto de 2023, em três momentos. No primeiro momento, foi realizado um levantamento das teses e dissertações na base de dados “Catálogos de teses da Capes”, no período de 1989 a 2021, com o termo de busca “consciência política”. A partir dessa busca, apareceram 272 trabalhos referentes à temática e abrangendo diversas áreas do conhecimento.

Contudo, foi preciso fazer, num segundo momento, uma análise minuciosa em cada arquivo de dissertação/tese, a fim de discriminar os trabalhos que realmente tratavam do foco da pesquisa que é o uso do modelo de Consciência Política de Sandoval. Ressalta-se também, a dificuldade no acesso a alguns arquivos mais antigos, visto que não foram encontrados no formato digital. A esses materiais, foram feitas apenas análises do resumo disponível ou, em último caso, uma análise do título do trabalho junto à perspectiva de estudo do(a) orientador(a); como foi feito em 2 trabalhos que não tiveram resumos disponibilizados. Assim, dos 272 trabalhos, apenas 41 usavam o modelo, sendo 25 dissertações de mestrado e 16 teses de doutorado.

Num terceiro momento, já em 2023, foram realizadas buscas via google acadêmico, de teses e dissertações, considerando as palavras-chave: “consciência política” e “Sandoval”, e o período de 2021 a 2023. Nessa nova pesquisa, foram encontradas 7 dissertações e 3 teses.

Na Figura 2, é possível notar os períodos em que houve produção acadêmica na área, bem como períodos onde não há registro de publicação. Assim, entre 1989 a 2001, não houve produções sobre o tema, mas a partir do ano 2002, as pesquisas foram surgindo. Os anos de maior representatividade em termos de publicações de trabalhos foram 2014, 2015 e 2019, que tiveram 5, 5 e 6 publicações, respectivamente.

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2023.

Figura 2 Produção acadêmica de teses e dissertações sobre o Modelo de Consciência Política de Sandoval 

RESULTADOS

Nesta seção apresenta-se um panorama da produção acadêmica usando o modelo conceitual de consciência política no período de 1989 a 2023 em dissertações de mestrado e teses de doutorado no Brasil. Dos 49 trabalhos (teses e dissertações) analisados, 48 apresentaram pesquisa empírica, sendo que 30 possuem como objetivo principal a compreensão ou análise da consciência política ou conscientização de determinado grupo. Os 17 trabalhos restantes abordam como variáveis no objetivo principal a ação coletiva, memória política e coletiva, participação e valores. Vale ressaltar que observações realizadas neste artigo, não incluem análise detalhada de 2 trabalhos (Fonseca, 2004; Gonçalves, 2005), pois não foi possível o acesso ao conteúdo.

A seguir expõem-se os objetivos, sujeitos e organizações estudadas, autores e respectivas instituições onde esses estudos foram realizados, bem como a metodologia adotada.

OBJETIVOS, AUTORES E INSTITUIÇÕES DAS PESQUISAS QUE UTILIZARAM O MODELO CONCEITUAL DE CONSCIÊNCIA POLÍTICA EM DISSERTAÇÕES DE MESTRADO NO BRASIL

Como resultados foram encontradas 30 dissertações que utilizam o modelo conceitual de Consciência Política de Sandoval, e que serão melhor evidenciadas neste trabalho. Silva (2002) foi um dos primeiros autores a trabalhar com o modelo conceitual de consciência política, ele buscou entender as razões que levam sujeitos a adotarem ações coletivas na transformação social da realidade. O trabalho teve como sujeitos de pesquisa, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST – acampados no Pontal do Paranapanema – SP. O trabalho trouxe como conclusão que esses sujeitos são portadores de diferentes configurações de consciências políticas, mas trazem também as questões de pobreza e a necessidade de união.

Fabiana Lúcia Campos Baptista (2006) buscou analisar o significado atribuído à participação, junto a conselheiros representantes dos usuários no Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte. As conclusões levaram ao entendimento de que participar significa conhecer e discutir as políticas de saúde, reivindicar sua realização de forma efetiva, discutir e propor formas de implementação das políticas junto à comunidade.

Anos depois, Wilson Luconi Júnior (2011) descreveu e analisou elementos da consciência política, junto a Coopertan – Cooperativa de Produção de Material Reciclável de Tangará da Serra-MT e a Artetan - Associação dos Artesões de Tangará da Serra-MT. Os resultados apontaram que os empreendimentos estudados são espaços possíveis para uma política de autogestão e construção de identidade.

Leandro Vianna Silva Souza (2012) trouxe a proposta de analisar a consciência política de atores envolvidos na implantação do Orçamento Participativo (OP) da Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim – Espírito Santo. Neste trabalho o autor percebeu que o OP é incentivado por diferentes tipos de consciência política, sendo elas a popular democrática, restritiva, de enfretamento, reflexiva e de justiça social.

Alberto Monteiro Barroso Sousa (2012) avaliou valores transmitidos, considerando aliados e adversários, numa análise com crianças de 10 a 12 anos. Já Carolina Neves de Oliveira (2012), analisou o processo grupal de uma associação e sua participação política. Foi identificado que esse processo envolve solidariedade e afetividade, trazendo um sentido de emancipação.

Geruza Ferreira Martins (2014) trouxe uma perspectiva da consciência política de dentro da universidade, ao compreender como estudantes de administração a entendem e como a relacionam com a participação cidadã. A autora descobriu que estudantes que não participam possuem uma consciência comum, enquanto que os que participam, possuem uma consciência política de conflito.

Ramon Luiz Zago de Oliveira (2014), analisou a consciência política a partir do filme “Jeca Tatu”, verificando que o sujeito possui uma política de coronelismo. Outra interessante perspectiva de estudo da consciência política, foi a abordada no estudo de Maria Eugênia Augusto Gregório (2014) que analisou o impacto da formação continuada na consciência política de educadores sociais, percebendo o desmantelamento do estado em virtude do modelo neoliberal construído.

Rogério Juvêncio Ferro (2014) buscou em seu estudo, identificar elementos constitutivos da consciência política de moçambicanas e moçambicanos, identificando uma consciência do senso comum ou fragmentária ou subalternizada; onde Sandoval (1994) comenta sobre uma característica da vida quotidiana que é a espontaneidade, cujas crenças e padrões são assimilados de modo não-racional.

Ana Gabriela Moreira Pudenzi (2014) pesquisou o movimento popular organizado por mulheres surgido na década de 70. Pedro Chaltein Almeida Gontijo (2015) buscou entender como se dá o processo de conscientização política dos ativistas do Service Civil lnternational (SCI), encontrando limites e potencialidades pelo estudo.

Semiramis Costa Chicareli (2015) investigou os aspectos psicopolíticos da trajetória da pastoral carcerária na defesa dos direitos humanos e a participação política na promoção de políticas públicas; identificando nos resultados, que a pastoral contribui para a consciência política junto à realidade social em que se encontra.

Ligia Kawata (2016) pesquisou a ONG Teto e verificou como ela pode contribuir para uma cultura política mais participativa, a partir da formação da consciência política. Foi identificado o forte caráter de caridade e assistencialismo da ONG, além de um grande potencial em formação política.

Raiane Gonçalves de Oliveira Martinelli (2016) buscou entender como se configura a consciência política e a participação das presidentas das organizações que fazem parte do Movimento Empresa Júnior (MEJ) nas ações coletivas do movimento numa universidade federal no sudeste do Brasil; verificando um sentido mais empresarial do movimento.

Ézio Alves Silva Júnior (2016) abarcou a dinâmica da participação política de forma remota, e verificou que é no cotidiano que constrói a solidariedade. Arthur Gomes Dau (2017), outro autor, pesquisou consciência política e participação no conselho municipal e verificou que diferentes consciências políticas interferem na participação.

Mais uma autora que pesquisou consciência política entre estudantes de graduação foi Érika Farias (2018). A autora percebeu que quanto menor o sentimento de identidade grupal, maior a desmotivação.

Ana Catarina Andrade (2018) estudou a construção da consciência política de uma mulher, Olga Guimarães. Os estudos evidenciaram que essa construção se dá pelo inter-relacionamento das esferas de ação.

Beatriz Cicala Puccini (2018) analisou os elementos formadores da consciência política de integrantes do movimento da obstetrícia, percebendo que esses movimentos transformam seus atores internos ou externos à universidade.

Rubens Vidigal Coriolano (2019) buscou identificar junto a universitários determinantes psicossociais que atuam na formação da consciência política do universitário. Foram elas as determinantes identificadas: a renda familiar do universitário, o vínculo de pagamento com a instituição de ensino do universitário, a cor do universitário e a religião do universitário.

Joaquim Francisco de Oliveira (2019) buscou entender a configuração da consciência política e a participação dos sindicalistas em ações coletivas contra a privatização no Espírito Santo. O autor percebeu que os sindicalistas dispõem de uma consciência política defensiva, combativa e utópica.

Audri Silva dos Santos (2019) analisou as dimensões da consciência e participação política, bem como as estratégias adotadas pelo conselho gestor, verificando que a consciência é indispensável para estratégias eficazes.

Rafael Rodrigues Castro (2020) analisou como a formação em Administração influencia na construção da consciência política das(os) alunas(os) do Curso de graduação em Administração da PUC Minas/Campus Betim. Embora o autor cite o conceito de consciência política de Sandoval e seu modelo conceitual de consciência política, nos resultados pôde-se observar o abandono do modelo e a utilização de tipos de consciência definidas por Paulo Freire (consciência intransitiva, consciência transitiva ingênua ou fanática, consciência crítica) para constatar um processo de semiconscientização na formação em Administração da PUC Minas/ Campus Betim.

Marcos Salles Bezerra (2021) buscou compreender o espaço político não institucional, a partir do Bekoo das Pretas (Bezerra, 2021), permitindo apontar uma identidade coletiva compartilhada entre os jovens que não participam e uma identidade coletiva em construção entre os que participam. Pesquisando os mesmos sujeitos de pesquisas, jovens, Júlia Clasen (2021) analisa o processo de consciência política de jovens mulheres e estudantes que participaram do movimento de ocupação secundarista no Rio Grande do Sul. Os resultados do trabalho apontam que o movimento foi importante no processo de consciência política.

Marcos Bliacheris (2022) analisa o processo de conscientização política através do autismo. O trabalho retrata a consciência política de um autista (filho do autor do trabalho). Já Aline Cristine Fontes (2022), analisa a consciência política a partir da arte teatral, esta que influencia a consciência, de acordo com a qualidade da mediação do produto que advém da arte.

Por fim, José Inácio Ferreira (2023) buscou em sua pesquisa, compreender a participação de dirigentes sindicais e a dinâmica de atuação da entidade sindical.

Os trabalhos supracitados foram realizados dentro das seguintes instituições: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Universidade Federal de São João Del Rei, Universidade Federal do Espírito Santo, Universidade de São Paulo e Universidade Estadual de Campinas, Universidade Federal de Pelotas, Universidade Estadual do Rio Grande do Sul e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

OBJETIVOS, AUTORES E INSTITUIÇÕES DAS PESQUISAS QUE UTILIZARAM MODELO CONCEITUAL DE CONSCIÊNCIA POLÍTICA EM TESES DE DOUTORADO NO BRASIL

Seguindo a mesma linha, como resultados do levantamento, foram encontradas 19 teses que utilizam o modelo conceitual de Consciência Política de Sandoval, e que serão melhor evidenciadas neste trabalho.

Marcia Prezotti Palassi (2004) deu início às pesquisas de doutorado, ao abordar como objetivo principal mostrar o impacto (anti)privatização na consciência política e participação dos trabalhadores, onde verificou-se o fortalecimento da identidade banespiana. Já Jair Reck (2005) pesquisou o processo de conscientização por meio de uma Cooperativa de Produção Agropecuária Canudos (COOPAC – Campo Verde/MT). E verificou que ela está ligada à satisfação das necessidades e relações afetivas, econômicas e políticas.

Soraia Ansara (2005) analisou a memória coletiva que pode estimular a consciência política e gerar formas de ação coletiva. Gisele Costa (2006) abarcou a compreensão da formação da consciência política junto a moradores e trabalhadores de unidades de reciclagem de lixo. Enquanto Alessandro Silva (2006) analisou a participação na Parada do Orgulho LGBT.

Andreia Silveira (2007) pesquisou a lógica dos proprietários e/ou gerentes de estabelecimentos do ramo de entretenimento de Curitiba, sobre a restrição de fumar em ambientes fechados. Sendo verificado que fatores sociais e políticos são relevantes.

Lúcia Maria Rangel Azevedo (2011) abordou um enfoque sobre alunos de instituições de ensino superior localizadas no Vale do Paraíba, no sentido de conhecer as dimensões da consciência política existentes. O autor verifica uma identidade coletiva dividida entre sentimento de solidariedade, de um lado, e dificuldades de envolvimento coletivo, de outro.

Maria Cândida Costa (2011) observou e analisou a reprodução do campesinato e a consciência política de jovens reproduzida e alicerçada nos princípios básicos, e na identidade construída nos discursos e ações.

Vicente de Paulo Borges Virgulino Silva (2012) analisou como os valores foram construídos na execução do projeto pedagógico da licenciatura na prática docente, e o sentimento de pertença que surgiu aproximando cooperação e colaboração.

Paramênides Justino Pereira (2015) pesquisou sobre moradores da Vila de Pescadores de Jaraguá, em Maceió/AL, evidenciando que os impactos da educação popular fizeram a diferença na formação política desses moradores.

Maria Adelina França (2015) analisou a influência das novas tecnologias de informação e comunicação na participação e consciência política de jovens; e verificou que o uso indiscriminado da internet não está diretamente associado a participação e consciência política.

Felipe Gonçalves (2019) buscou compreender o papel da linguagem audiovisual na educação do campo. Já Fábio Ortolano ((2019) pesquisou pessoas que passam por problemas socioambientais. E percebeu que as representações do parque denotam elementos importantes para memória e pertencimento, e constituem a consciência política.

Joel Fernando Borella (2019), em seu trabalho, promoveu o encontro entre as gerações, discutindo como a consciência política se dá a partir das memórias. Por outro lado, Ézio Silva (2021), abordou a compreensão de como as mídias sociais trabalham na construção da consciência política.

Marco Antônio de Oliveira Branco (2020), desenvolveu sua pesquisa sobre a atuação dos profissionais da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (DPESP) junto a conselhos municipais de políticas públicas. O autor constatou que a análise das dimensões da consciência política dos profissionais da Defensoria Pública, possibilitou uma explicação sobre a decisão de atuar junto a conselhos como forma de participação coletiva e política.

Suellen Nascimento dos Santos (2021) analisou como a consciência política dos cooperados gera uma predisposição à participação. E concluiu que, esta última, ocorre, principalmente, por questões econômicas. Finalmente, Maria Aparecida Veiga (2022), mapeou a produção científica de pesquisadores do campo da psicologia política.

Os trabalhos supracitados, foram realizados dentro das seguintes instituições: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Universidade de Brasília, Universidade Federal do Espírito Santo, Universidade de São Paulo e Universidade Estadual de Campinas.

USO DO MODELO CONCEITUAL DE CONSCIÊNCIA POLÍTICA NAS DISSERTAÇÕES E TESES

Com relação ao tipo de modelo de consciência política utilizado, 34 trabalhos incluindo teses e dissertações, utilizaram o modelo de Consciência Política de Sandoval (2001). E 10 trabalhos utilizaram o modelo reformulado (Bezerra, 2021; Bliacher, 2022; Borella, 2019; Clasen, 2021; Farias, 2018; Fontes, 2023; Oliveira Neto, 2019; Ortolano, 2019; Santos, 2021; Silva Junior, 2021). Mesmo pesquisas que se deram a partir do ano da reformulação do modelo, em 2016, utilizaram o modelo de 2001 (Andrade, 2018; Dau, 2017; Gonçalves, 2019; Kawata, 2016; Martinelli, 2016; Silva Júnior, 2016). Em um trabalho foi possível encontrar a produção científica acerca da Psicologia Política, e que traz pesquisas que tratam dos dois modelos (Veiga, 2022).

Também foi encontrado o uso do modelo de 2015 em 2 trabalhos (Coriolano, 2019; Puccini, 2018). Dentre os trabalhos analisados, 2 se equivocaram quanto ao uso do modelo. Santos (2019) informou que usou o modelo de 2016, mas a análise dos dados foi realizada com o modelo de 2001. Já Coriolano (2019) cita o modelo de 2001, porém utiliza o modelo de 2015 na análise. Os trabalhos que fizeram uso do modelo de 2016 trataram das emoções e/ou sentimentos afetivos inseridos em cada dimensão do modelo. O trabalho de Silva Júnior (2021) abarca uma representação gráfica com o modelo de consciência política e a psicoesfera, que representam as emoções:

Fonte: Silva Junior, 2021

Figura 3 Representação gráfica com o modelo de consciência política e psicoesfera 

Essa figura do modelo a partir de psicoesferas, abarca cores que representam as emoções, e os sentimentos emotivos, passam a atravessar todas as dimensões (Silva Júnior, 2021). Para Alves Silva Júnior (2021, p. 46), a psicoesfera busca “descrever múltiplos espaços psicossociais de circulação e produção de sentidos atrelados a lógicas algorítmicas e de mercado que incidem sobre nossas emoções e consciências”.

Ao considerar a análise dessa pesquisa, é possível perceber que houve um aumento no número de trabalhos que utilizaram o modelo de Sandoval e Silva (2016) nos últimos anos. Dos 10 trabalhos encontrados, 6 foram construídos de 2021 a 2023. O que demonstra uma possível tendência para a maior utilização do modelo mais atual.

METODOLOGIA DE PESQUISA NAS DISSERTAÇÕES E TESES QUE UTILIZARAM O MODELO CONCEITUAL

Em termos metodológicos, é possível apontar algumas considerações pertinentes das pesquisas. Com relação aos procedimentos metodológicos, dos 48 trabalhos (teses e dissertações), apenas 3 adotaram a pesquisa quali-quantitativa (Costa, 2011; Silva, 2012; Silveira, 2007), 3 apresentaram pesquisa puramente quantitativa (Coriolano, 2019; França, 2015; Silva Júnior, 2021), os demais 42 trabalhos utilizaram métodos qualitativos de pesquisa.

O trabalho de doutorado de Silveira (2007) apresentou como instrumento de coleta de dados entrevista, análise documental e questionário e usou como método de análise de dados a interpretação dos dados com base no modelo de consciência política de Sandoval, bem como o método PEN-3 e análises estatísticas a partir do Statistical Packege for the Social Sciences – SPSS. O método PEN-3 desenvolvido por Collins Airhihenbuwa (1995) foi utilizado para identificar fatores que influenciam a identidade e o empoderamento cultural, tendo no modelo de Sandoval (2001), os elementos políticos que sustentariam o comportamento político.

Já a tese de Vicente Silva (2012) utiliza como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada e a escala de Likert, além de apresentar como métodos de análise de dados a análise de conteúdo e análise estatística. Os trabalhos puramente quantitativos utilizaram o questionário como técnica de coleta de dados, além de software e testes estatísticos.

O trabalho de Clasen (2021) utilizou os círculos epistemológicos, baseado na teoria freiriana, num processo de construção do conhecimento e conscientização compartilhada.

Considerando o método qualitativo, 33 trabalhos apresentaram como método de coleta de dados a entrevista. Dentre esses, 22 utilizaram da técnica da triangulação de dados, e envolveram na pesquisa outros métodos de coleta tais como observação, observação participante, análise documental, associação livre de palavras, autoetnografia, grupo focal, oficinas em dinâmica de grupo, Análise de Redes Sociais (ARS), análise fílmica, pesquisa bibliográfica, mapas falados, diário de campo e questionário.

Cabe pontuar alguns trabalhos que se destacam pelo método pouco usual como ARS presente na dissertação de Silva Júnior (2016), que estabelece uma coleta nas redes sociais via um software que disponibiliza tuítes publicados no Twitter. Uma metodologia de pesquisa que pode ser uma opção em meio ao isolamento social e trabalho remoto, acometidos pela pandemia do Coronavírus.

Também tem destaque a análise fílmica de Felipe Gonçalves (2019), que analisou em sua tese uma amostra de produção audiovisual na Educação do Campo, e o mapa falado na dissertação de Santos (2019), que é um método que permite de forma esquemática, o registro e a visualização de uma região ou serviço, sob a percepção do(s) sujeito(s) pesquisado(s).

Partindo para o método de análise de dados, 22 trabalhos adotaram as dimensões do modelo de consciência política de Sandoval como categorias analíticas, seja dentro da análise de conteúdo, ou puramente da interpretação dos dados coletados.

Tanto os trabalhos de teses quanto de dissertações, apresentaram uma mescla de opções envolvendo vários sujeitos de pesquisa; e proporcionando resultados que possibilitam a compreensão interdisciplinar do estudo da consciência política.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo teve como objetivo apresentar um mapeamento dos estudos que utilizaram o modelo conceitual de consciência política de Sandoval (2001) e de Sandoval e Silva (2016) nos programas de pós-graduação brasileiros. Se por um lado os trabalhos realizados contribuem para a discussão do conceito de consciência política, assunto muito pesquisado no exterior e pouco pesquisado no Brasil, preenchendo uma lacuna ao adotar uma abordagem psicopolítica, por outro lado há sugestões de ajustes a serem realizados em próximos trabalhos para que essa discussão conceitual avance.

Ao longo desse percurso, foram encontrados gaps nos trabalhos acadêmicos (teses e dissertações) que envolvem o modelo reformulado; o principal deles, foi a ausência de pesquisas que discutam teoricamente a inserção dos sentimentos e emoções no processo de formação da consciência política. Também pôde-se notar em alguns trabalhos, um desalinhamento quanto ao diagrama e as especificações das dimensões na descrição do referencial teórico e reformulações nas dimensões nem sempre bem esclarecidas.

Outro ponto importante a se considerar é que ao usar o termo modelo, não cabe pensar a consciência política fechada numa estrutura com dimensões pré-estabelecidas, encaixando dados em “caixinhas” ou algo que possa remeter ao funcionalismo ou ao positivismo. O termo modelo remete a um gráfico, uma maneira de expor as dimensões da consciência política para facilitar sua visualização e trabalhos de campo.

Segundo entrevista com Sandoval em 2019, o modelo é conceitual, ou seja, está ancorado numa perspectiva pragmática, com fortes raízes no interacionismo simbólico e mesmos os autores utilizados no modelo conceitual que não são interacionistas simbólicos, eles pertencem a diferentes formas de pragmatismo. Vale alertar ainda, que o pragmatismo rompeu com o funcionalismo, antes que alguém possa pensar que pragmatismo é semelhante ao funcionalismo, como já se pôde verificar em algumas publicações que os equívocos conceituais dos autores passaram pelos pareceristas sem se dar conta de suas diferenças epistemológicas e histórico de rompimento.

Para Sandoval, autores pragmatistas não alegam que aquilo que eles estão analisando ou propondo em suas análises são leis universais a serem seguidas, diferente do empirismo. Também não alegam que o que eles estão propondo esgota o espaço empírico. Então, são autores que fazem propostas sobre como eles acham que o fenômeno pesquisado é e neste sentido, deixa esta porta aberta que poderia ser de outro jeito e/ou caberia mais coisas a pesquisar. As emoções para autores do interacionismo simbólico mais contemporâneos são diferentes de outros enfoques. Para eles emoções na verdade são significadores do pensamento, quer dizer, usamos emoções para dar um significado a acontecimentos e que remete a memória. O que nós lembramos nas nossas vidas são as coisas que nós, na época que aconteceram, significaram emotivamente. Esta é a perspectiva teórica das emoções adotada por Sandoval.

Outro ponto importante para futuras pesquisas é sobre como usar as sete dimensões da consciência política (Figura 1) na produção, análise e descrição dos resultados das pesquisas. Segundo a entrevista com Sandoval (2019) é necessário ter claro o que é relevante pesquisar num fenômeno e, para entender esta relevância, o pesquisador tem que conhecer o fenômeno, e conhecendo o fenômeno ele vai manejar melhor o modelo conceitual (gráfico). Enfim, sem pensar que é obrigatório levantar exaustivamente dados para descrever cada dimensão, mas usá-las em conjunto pra explicar as configurações da consciência política que emergem e como elas (des)mobilizam as pessoas a participar em ações coletivas.

Outro ponto a considerar é a sobreposição das dimensões da consciência política. Por exemplo, identidade coletiva pode ter sobreposições em outras dimensões. As sobreposições aparecem na organização e análise dos dados. Este é um desafio para o pesquisador, ou seja, não direcionar perguntas para respostas que o pesquisador quer ter, provocar o participante da pesquisa a refletir sobre as dimensões da consciência e na análise dos resultados observar como elas se relacionam, sem conduzir a resposta. Esta é uma precaução relevante.

Por fim, conclui-se que ainda são poucos os trabalhos e, daí, as instituições brasileiras voltadas ao estudo do tema da consciência política no Brasil. Uma análise da produção acadêmica internacional sobre consciência política também poderia contribuir para reflexões voltadas ao aperfeiçoamento do modelo conceitual estudado neste artigo. Sendo assim, este artigo contribui com novos estudos voltados ao aperfeiçoamento do conceito de consciência política numa perspectiva psicopolítica e sua relação com a participação em ações coletivas.

Financiamento

Não houve financiamento

Consentimento de uso de imagem

Não se aplica.

Aprovação, ética e consentimento

Não se aplica.

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Recebido: 01 de Dezembro de 2023; Revisado: 25 de Abril de 2024; Aceito: 04 de Outubro de 2024

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