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Mental

versão impressa ISSN 1679-4427versão On-line ISSN 1984-980X

Mental vol.17 no.31 Barbacena jan./jun. 2025  Epub 13-Jun-2025

https://doi.org/10.5935/1679-4427.v17n31.0010 

Artigo

CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS EM CASOS DE AUSÊNCIA OU ABANDONO PATERNO NA INFÂNCIA

PSYCHOLOGICAL CONSEQUENCES IN CASES OF PATERNAL ABSENCE OR ABANDONMENT IN CHILDHOOD

CONSECUENCIAS PSICOLÓGICAS EN CASOS DE AUSENCIA O ABANDONO PATERNAL EN LA INFANCIA

Denis Spaler1 
http://orcid.org/0009-0005-3341-2081

Kathllen Machado de Oliveira2 
http://orcid.org/0009-0003-0762-5601

Kesia Gabrielle Rodrigues Ribeiro3 
http://orcid.org/0009-0003-4366-7964

Eugênio Pereira de Paula Junior4 
http://orcid.org/0000-0002-6097-3264

1Graduando do Curso de Psicologia do Centro Universitário UniDomBosco, Curitiba, PR., Brasil.

2Graduanda do Curso de Psicologia do Centro Universitário UniDomBosco. Curitiba, PR., Brasil. Endereço eletrônico: kathllenmachadodeoliveira@gmail.com.

3Graduanda do Curso de Psicologia do Centro Universitário UniDomBosco. Curitiba, PR., Brasil.

4Professor orientador do Centro Universitário UniDomBosco. Curitiba, PR., Brasil.


RESUMO

A presente pesquisa se dedicou à investigação dos efeitos da ausência ou abandono paterno na infância, bem como as consequências que afetaram o desenvolvimento destas crianças, hoje adultas. A metodologia adotada foi a pesquisa quantitativa de caráter exploratório descritivo, com delineamento de estudo transversal e técnica de revisão bibliográfica. A amostra foi composta por acadêmicos de ensino superior em Curitiba - PR que vivenciaram abandono ou ausência paterna. Na coleta de dados, obteve-se um total de 407 respostas. Destas, 135 acadêmicos relataram ter vivenciado a ausência ou abandono paterno na infância, correspondendo 33,17% da população pesquisada. Os resultados destacam que a falta paterna tem grande impacto no desenvolvimento da afetividade da criança, causando alterações nos sentimentos, emoções e comportamento. Além disso, essa falta pode desenvolver medo, insegurança, baixa autoestima, raiva, culpa e autocobrança, assim como problemas de saúde, podendo influenciar toda a trajetória de vida do indivíduo e seus relacionamentos, afetando sua saúde mental.

Palavras-chave: Paternidade; ausência; abandono; infância; saúde mental

ABSTRACT

This research was dedicated to investigating the effects of paternal absence or abandonment, as well as the consequences that affected the development of these children, who are now adults. The methodology adopted was quantitative exploratory descriptive research, with a cross-sectional study design and a bibliographic review technique. The sample consisted of higher education students in Curitiba - PR who had experienced paternal abandonment or absence. Data collection yielded a total of 407 responses. Of these, 135 students reported having experienced paternal absence or abandonment in childhood, corresponding to 33.17% of the population surveyed. The results show that paternal absence has a major impact on the child’s emotional development, causing changes in feelings, emotions and behavior. In addition, this lack can lead to fear, insecurity, low self-esteem, anger, guilt and self-blame, as well as health problems, which can influence the individual’s entire life trajectory and relationships, affecting their mental health.

Keywords Fatherhood; absence; abandonment; childhood; mental health

RESUMEN

Esta investigación se dedicó a indagar los efectos de la ausencia o abandono paterno, así como las consecuencias que afectaron el desarrollo de esos niños, hoy adultos. La metodologia adoptada fue la investigación cuantitativa exploratoria descriptiva, con diseño de estudio transversal y técnica de revision bibliográfica. La muestra estuvo constituída por estudiantes de enseñanza superior de Curitiba - PR que habían sufrido abandono o ausencia paterna. La recolección de datos arrojó un total de 407 respuestas. De ellas, 135 estudiantes relataron haber experimentado ausencia o abandono paterno en la infancia, lo que corresponde al 33,17% de la población encuestada. Los resultados muestran que la ausencia paterna tiene un gran impacto en el desarrollo emocional del niño, provocando cambios en los sentimientos, las emociones y el comportamiento. Además, esta ausencia puede provocar miedo, inseguridad, baja autoestima, ira, culpa y autoinculpación, así como problemas de salud, que pueden influir en toda la trayectoria vital del individuo y en sus relaciones, afectando a su salud mental.

Palabras-clave: Paternidad; ausencia; abandono; infancia; salud mental

Introdução

Durante o desenvolvimento infantil, a criança atravessa várias fases com características distintas até alcançar a idade adulta. Conforme Silva e Gonçalves (2016), na infância são observados três principais processos de desenvolvimento: cognitivo, físico e emocional. A primeira infância é um período crucial em que a criança começa a aprender e a desenvolver uma concepção de si mesma. Dessa forma, o envolvimento ativo dos pais é fundamental para o desenvolvimento infantil ao longo de todas essas etapas.

Quando uma criança é devidamente atendida e recebe os cuidados adequados logo no início de sua jornada, isso resulta na formação de indivíduos seguros, independentes com autonomia e felicidade (Araújo & Moucherek, 2022). Por outro lado, há evidências de que o abandono afetivo paterno na infância causa prejuízos para a vida adulta, influenciando suas emoções, pensamentos, comportamentos e trazendo crenças de desamor e desamparo.

Conforme afirmam Araújo e Moucherek (2022:1): “abandono afetivo [...] significa dizer que o genitor não assumiu com a sua responsabilidade de cuidar, proteger e educar.” A distinção entre pai e figura paterna reside no fato de que o termo pai é atribuído àquele que desempenha o papel de figura paterna, mas não necessariamente ao pai biológico.

De acordo com Damiani (2014), há um impacto significativo do distanciamento paterno com o(a) filho(a), tanto físico quanto afetivo, manifestado através de sentimentos de desvalorização, abandono, insegurança, baixa autoestima e dificuldades interpessoais. Esses efeitos tendem a se manifestar desde a infância e influenciam a trajetória ao longo da vida adulta. Este estudo visa a investigar as possíveis consequências psicológicas decorrentes do abandono ou ausência do pai durante a infância, explorando seu impacto no desenvolvimento psicológico e na saúde mental do indivíduo. Esta pesquisa é de suma importância, uma vez que a ausência paterna pode se apresentar de diversas maneiras, e isso pode impactar no desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes. Investigar esse tema não só aprofunda a compreensão das implicações psicológicas decorrentes do abandono afetivo, mas também pode estabelecer uma base sólida para a formulação de estratégias preventivas e intervencionistas por parte de profissionais de saúde mental.

Esta investigação foi realizada através da aplicação da metodologia de pesquisa com acadêmicos dos períodos da manhã e noite do Centro universitário UniDomBosco, localizado na cidade de Curitiba - PR, que foram abandonados ou tiveram ausência paterna. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) em 10/12/2023 com parecer de nº 6.567.444.

1 Fundamentação teórica

1.1 Ausência e abandono paterno e suas consequências

O abandono ou ausência paterna afeta diretamente o desenvolvimento da afetividade da criança. O baixo rendimento escolar, a baixa autoestima, a instabilidade emocional, bem como o comportamento agressivo têm relação com o abandono ou ausência paterna (Eizirik & Bergmann, 2004). Além disso, Eizirik e Bergmann (apudBenczik, 2011) afirmam que a ausência paterna tem potencial para gerar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, bem como influenciar o desenvolvimento de distúrbios de comportamento.

Especificamente, pode-se considerar a possibilidade de existir um impacto negativo no desempenho escolar, o qual pode estar associado à ausência ou ao abandono paterno. Estudos indicam que crianças que crescem sem a presença do pai biológico têm maior probabilidade de enfrentar dificuldades escolares, com uma maior incidência de repetição de ano (Montgomery apudBenczik, 2011).

Damiani (2014) explana que, na ausência da figura paterna, é comum observar comportamentos agressivos, dificuldade de concentração, desempenho escolar abaixo da média e o desenvolvimento de transtornos psicológicos. Vale ressaltar que o abandono paterno não se limita à morte do pai, mas também ocorre quando há distanciamento emocional e físico entre pai e filho(a), resultando em um relacionamento superficial (Damiani, 2014). Conforme citam Silva e Gonçalves (2016, p.26):

A infância é a fase inicial do desenvolvimento psíquico e fisiológico, logo, o infante prejudicado nesta fase terá maior probabilidade de desenvolver algum tipo de patologia. Isso se agrava pela ausência de um dos genitores no período de desenvolvimento, podendo comprometer a saúde mental da criança.

Segundo Muza (apudBenczik, 2011), as crianças que não têm convívio com o pai acabam por enfrentar dificuldades em identificar-se sexualmente, reconhecer limites e aprender as regras de relações sociais. Essa falta de convívio pode se manifestar de várias formas, inclusive tornando-as mais propensas a se envolverem em comportamentos delinquentes e marginais.

1.2 Problemas de vínculo e relacionamento

A falta do vínculo afetivo e da convivência com o pai pode despertar sentimentos de desamparo, repulsa e culpabilidade, colocando em perigo a formação de novos vínculos e relacionamentos. (Felzenszwalb apudDamiani, 2014). Além disso, Damiani (2014) ainda afirma que a criança que sofreu abandono paterno, pode desenvolver inseguranças com futuros relacionamentos, sejam amorosos ou de amizades, devido ao medo do abandono, pois a figura paterna tem um papel importante na formação da personalidade e nos primeiros modelos de relação.

Figuras paternas que praticam atos de negligência, omissão, ausência, autoritarismo, abuso e outras formas de violência tendem a incutir em suas filhas mulheres sentimentos de menos-valia, insegurança, baixa autoestima e dificuldade de estabelecer relacionamentos amorosos satisfatórios (Eizirik & Bergmann, 2004; Costa, Legnani & Zuim apudLima, 2012). Lima (2012, p. 822) ainda afirma que:

As mulheres que vivenciam experiência de terem sido abandonadas pela figura paterna muitas vezes se engajam em relacionamentos amorosos que parecem ter função de preencher as lacunas afetivas deixadas pelos pais ausentes. Desse modo, as mulheres parecem depositar nos parceiros amorosos todas as frustrações e expectativas de resgate e abandono imposto pela figura paterna na infância.

1.3 Insegurança

De acordo com Trapp e Andrade (2017, p. 47), “Quando uma criança é criada sem um pai, ela pode desenvolver sentimento de insegurança”. Os autores acrescentam ainda que essa criança poderá desenvolver um complexo de inferioridade, afetando consideravelmente sua autoestima e insegurança com relação a si própria no decorrer do tempo, sentindo-se menos digna que as demais pessoas.

É importante destacar que o que mais aflige os filhos e filhas não é a falta física, mas sim o abandono por parte dessa figura, o que resulta em sentimentos de inadequação, insegurança e baixa autoestima, provenientes da sensação de ser rejeitado por quem deveria oferecer amor e cuidado (Sganzerla & Levandowski, 2010; Lima apudBenetti & Inada, 2018).

2 Presença paterna no desenvolvimento infantil

A presença paterna afetiva é um elemento primordial para a construção da personalidade do ser humano e que tem fundamental importância na vida do indivíduo desde o seu nascimento. Inclusive, de acordo com o autor Almeida (apudAraújo & Moucherek, 2022, p. 1), “o afeto recebido permite ao ser humano construir sua vida social e emocional de maneira satisfatória.”

Em concordância com Trapp e Andrade (2017), a presença paterna na vida da criança desempenha um papel fundamental no crescimento cognitivo e social, favorecendo a capacidade de aprendizado e a inserção da criança na sociedade. Braga (apudAraújo & Moucherek, 2022) aponta que a ausência de um dos pais pode levar à crença de que o abandono parental tem potencial para prejudicar o equilíbrio emocional e o bem-estar dos(as) filhos(as), afetando suas relações sociais, afetivas, sociais e seu desempenho acadêmico. Dessa forma, sustenta-se que a presença do pai proporciona segurança às crianças.

3 Reflexos da ausência e abandono paterno na vida adulta

Apesar das pesquisas escassas a respeito da visão do adulto a respeito da privação de afeto paterno, é possível observar consequências como insegurança, dependência emocional, dificuldade em relacionamentos em geral, medo e culpa excessivos, problemas de saúde, falta de autonomia, entre outros que têm início na infância e trazem prejuízos para toda a trajetória do sujeito (Damiani, 2014). Como destacado por Bowlby (1989), as primeiras relações de apego que ocorrem na infância, exercem influência significativa na vida adulta (Damiani, 2014).

De acordo com Zavaschi (2002), entre os fatores associados à depressão na vida adulta estão a exposição a estressores na infância, como a morte dos pais ou substitutos, as privações maternas ou paternas devido ao abandono, separação ou divórcio, e outros eventos similares. Conforme Pereira (apudBandeira & Barros, 2020), é imprescindível o cuidado com o ser humano para que ele alcance todo o seu potencial e consiga enfrentar os desafios e adversidades que surgem ao longo da vida.

Adicionalmente, a ausência paterna durante o crescimento pode acarretar dificuldades no percurso acadêmico de um indivíduo pois, segundo Saravali (apudMarcondes & Silva 2022), são grandes os desafios enfrentados por aqueles que ingressam no ensino superior sem possuir habilidades reflexivas mais desenvolvidas. De acordo com estudos realizados pelos autores Marcondes e Silva (2022, p. 203), “o desenvolvimento cognitivo ocorre do início ao fim da vida do sujeito, perpassando diversos momentos, por exemplo, a idade universitária”.

4 Metodologia

Trata-se de uma pesquisa quantitativa, com caráter exploratório descritivo, possuindo delineamento transversal. É de caráter exploratório descritivo, pois o pesquisador busca uma melhor e mais aprofundada compreensão sobre o tema proposto, propondo descrever realidades. A pesquisa também possui delineamento transversal. A pesquisa exploratória, segundo Gil (2002, p. 41), “tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses”.

Os participantes da pesquisa foram os acadêmicos de todos os cursos, matriculados presencialmente nos períodos matutino e noturno do Centro Universitário UniDomBosco, localizado na cidade de Curitiba, estado do Paraná, investigando quem vivenciou ausência ou abandono paterno durante a infância. Na coleta de dados, foram registradas 407 respostas e, dessas respostas, 135 acadêmicos relataram ter vivenciado ausência ou abandono do pai durante a infância, equivalendo a 33,17% da amostra pesquisada.

Para coleta de dados, utilizou-se um questionário on-line, contendo perguntas fechadas e estruturadas, elaborado através do Google Forms™, contendo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), em acordo com a Resolução CNS 466 de 2012 (Brasil, 2012). As respostas foram coletadas de forma anônima, sem identificação pessoal, e sua confidencialidade será mantida, garantindo o cuidado com a individualidade e os dados de todos os participantes.

O link de acesso a pesquisa foi disponibilizado via WhatsApp™, no Instagram™ e também presencialmente na sede do Centro Universitário UniDomBosco através de panfletos contendo um QR-Code de acesso à pesquisa, onde os acadêmicos escaneavam o código e eram direcionados diretamente à pesquisa, respondendo-a via seus aparelhos celulares. A análise dos dados foi feita por tratamento estatístico, de acordo com a tabulação dos dados obtidos, utilizando-se da ferramenta de análise descritiva sobre estes dados, estabelecendo relações de causa e consequência. A interpretação dos dados coletados se deu através da relação entre os dados empíricos e a literatura existente.

Projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP), em 10/12/2023, com parecer de nº 6.567.444.

5 Resultados e discussões

Os dados da pesquisa foram realizados com base em 407 participantes, dos quais 135 responderam ter vivenciado abandono ou ausência em suas vidas, representando 33,17% do total de participantes, conforme ilustra a tabela 1.

Tabela 1 Sobre a existência de abandono e ausência paterna na infância 

Abandono e ausência paterna Resposta %
Sim 135 33,17
Não 272 66,83
Total 407 100,00

Fonte: Os autores (2024).

A literatura afirma que, referente aos diversos fatores individuais de cada caso, é indispensável examinar o impacto dessa ausência no desenvolvimento psicológico, intelectual e comportamental de uma criança ou adolescente (Eizirik & Bergmann apudBenczik, 2011). Segundo o autor Oliveira (2020), a infância representa o período crucial em que o indivíduo começa a estabelecer suas próprias regras para interagir com o mundo ao seu redor. Portanto, um ambiente familiar estável desempenha um papel fundamental nesse processo, pois proporciona à criança um modelo inicial para compreender como lidar com essas regras fora de seu ambiente familiar. Assim, o contexto familiar se torna um espaço propício para a aprendizagem em seu sentido mais abrangente. Conforme citado por Oliveira (2020, p.52):

A literatura afirma que, referente aos diversos fatores individuais de cada caso, é indispensável examinar o impacto dessa ausência no desenvolvimento psicológico, intelectual e comportamental de uma criança ou adolescente (Eizirik & Bergmann apudBenczik, 2011). Segundo o autor Oliveira (2020), a infância representa o período crucial em que o indivíduo começa a estabelecer suas próprias regras para interagir com o mundo ao seu redor. Portanto, um ambiente familiar estável desempenha um papel fundamental nesse processo, pois proporciona à criança um modelo inicial para compreender como lidar com essas regras fora de seu ambiente familiar. Assim, o contexto familiar se torna um espaço propício para a aprendizagem em seu sentido mais abrangente. Conforme citado por Oliveira (2020, p.52):

A presença paterna é um dos fatores decisivos para o desenvolvimento cognitivo social, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integração da criança na sociedade. O pai representa a possibilidade do equilíbrio pensado como regulador da capacidade da criança investir no mundo real. A ausência ou abandono paterno é, portanto, extremamente prejudicial ao desenvolvimento psíquico da criança (Trapp & Andrade, 2017, p. 47).

Conforme elucidam os autores Flouri, Buchanan e Veneziano (apudGabriel, Polli, Dall’Agnol, Tudge & Piccinini, 2016, p. 7), “a participação e o envolvimento afetivo dos pais com os filhos, podem afetar positivamente o seu desenvolvimento físico e emocional”. Gabriel et al. (2016) afirmam ainda que, independentemente da idade da criança, o envolvimento do pai é fundamental para promover a qualidade do vínculo entre eles. Isso se reflete na comunicação entre pai e filho(a), na harmonia das interações e na criação de um ambiente emocionalmente positivo.

Dessa forma, conforme explanado por Oliveira (2020), é possível afirmar que o abandono ou a ausência do pai pode exercer uma influência negativa na formação da afetividade durante a adolescência. Oliveira (2020) ainda argumenta que a falta da presença paterna desempenha um papel significativo na construção simbólica e na percepção de mundo e de si mesmo ao longo da história. Essa ausência pode ter um impacto profundo na forma como o indivíduo interpreta e se relaciona com a realidade que o cerca.

Conforme é possível observar na Tabela 2 abaixo, ao ser questionado aos acadêmicos se identificaram efeitos positivos do abandono ou ausência paterna, 46,67% dos participantes identificaram o amadurecimento como efeito positivo; já 29,63% das pessoas apontaram que a independência representou esse efeito e 11,85% dos estudantes responderam que houve aproximação com a figura materna. Enquanto 34,07% dos participantes declararam que tiveram equilíbrio emocional; por outro lado 22,22% dos acadêmicos afirmaram que não identificaram nenhum efeito positivo em decorrência do abandono ou ausência paterna.

Tabela 2 Sobre a identificação de efeito positivo pelo abandono ou ausência paterna (questão múltipla escolha). 

Efeito positivo pelo abandono paterno Respostas totais % Pessoa % Resposta
Amadurecimento 63 46,67 32,31
Independência 40 29,63 20,51
Aproximação da figura materna 16 11,85 8,21
Equilíbrio emocional 46 34,07 23,59
Nenhum efeito positivo 30 22,22 15,38
Total 195 N/A 100

Fonte: Os autores (2024).

A literatura destaca efeitos positivos em relação às repercussões psicológicas em crianças e adolescentes após o afastamento conjugal. Santos et al. (2023) observaram que essas mudanças no comportamento das crianças e adolescentes não apenas geraram sentimentos positivos, mas também resultaram em uma melhora na relação entre mãe e filho(a). Além disso, segundo Mota (apudReis e Silva, 2021, p. 6) “a responsabilidade da figura paterna é substituída por uma pessoa próxima ou membro familiar, que em muitos casos é a mãe”.

Através de estudos realizados por Santos et al. (2023) foram constatadas alterações nos sentimentos e comportamentos das crianças após a partida do pai, sugerindo que, em certos momentos, sua ausência pode criar um ambiente mais confortável, permitindo que elas se sintam mais à vontade. Isso se traduz em uma sensação de leveza e alegria, proporcionando um sentimento de alívio. Apesar de mais de 34% dos participantes indicarem o equilíbrio emocional como uma opção, a literatura contraria essa percepção, conforme argumenta Silva (2020, p. 97): “a presença paterna mostra-se fundamental tanto quanto a figura materna para um bom equilíbrio emocional”.

Como pode ser observado abaixo na Tabela 3, ao questionarmos se os participantes da pesquisa sentiam que a ausência ou abandono causou algum dano psicológico, 85,19% (correspondendo a 115 estudantes), responderam que sim, corroborando com a literatura, pois Eizirik e Bergmann (apudBenczik 2011) afirmam que a ausência paterna tem potencial para gerar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, bem como influenciar o desenvolvimento de distúrbios de comportamento. Ainda Damiani (2014, p. 3), expõe:

Tabela 3 Sobre manifestação de dano psicológico devido ao abandono e ausência paterna. 

Manifestação de dano psicológico Respostas %
Sim 115 85,19
Não 20 14,81
Total 135 100,00

Fonte: Os autores (2024).

Dentre os principais resultados destaca-se o impacto desse distanciamento, seja ele físico e/ou afetivo, refletido em sentimentos de desvalorização, abandono, solidão, insegurança, baixa estima e dificuldades de relacionamento que começam a ser percebidos na infância e continuam interferindo na trajetória de desenvolvimento na idade adulta.

Ao perguntarmos aos estudantes da UniDomBosco se já haviam realizado acompanhamento psicológico, 63,70% dos acadêmicos (correspondente a 86 pessoas), responderam que sim. Segundo McWilliams (apudReis e Silva, 2021), a psicoterapia se revela como um recurso de auxílio eficaz, devido ao acolhimento durante as sessões, permitindo ao paciente expressar suas emoções e conflitos internos e sentir-se compreendido. Por isso, desempenha um papel crucial na vida do indivíduo que enfrenta a ausência paterna, proporcionando-lhe clareza mental e organização emocional para compreender suas vivências (McWilliams apudReis e Silva, 2021).

Os participantes também foram convidados a selecionar as consequências identificadas no decorrer de suas vidas decorrentes do abandono paterno. Os resultados desses relatos foram compilados e estão apresentados na Tabela 4 abaixo.

Tabela 4 Sobre as consequências identificadas pelo abandono ou ausência paterna (questão de múltipla escolha). 

Consequências identificadas devido ao abandono ou ausência paterna Respostas totais % Pessoas % Respostas
Medo 50 37,04 7,47
Baixa autoestima 65 48,15 9,72
Raiva 58 42,96 8,67
Insegurança 87 64,44 13,00
Problemas de saúde 22 16,30 3,29
Sentimento de impotência 43 31,85 6,43
Dificuldades nas relações interpessoais 58 42,96 8,67
Falta de confiança 77 57,04 11,51
Baixo rendimento escolar / acadêmico 27 20,00 4,04
Desregulação hormonal 13 9,63 1,94
Perfeccionismo 41 30,37 6,13
Sobrepeso 23 17,04 3,44
Agressividade 36 26,67 5,38
Isolamento 57 42,22 8,52
Nenhuma consequência identificada 12 8,89 1,79
Total 669 N/A 100,00

Fonte: Os autores (2024).

Ao indagar a respeito das consequências percebidas decorrentes do abandono ou ausência paterna, pode-se observar que 65 pessoas assinalaram baixa autoestima. Segundo Damiani (2014), uma pesquisa realizada por Benczik (2011) revela que crianças com a presença paterna tendem a ter níveis mais elevados de autoestima em comparação com aquelas que não têm o pai presente. Além disso, a presença do pai pode contribuir para mitigar uma série de transtornos psicológicos.

Em relação a raiva, foi assinalada 58 vezes, enquanto 50 pessoas escolheram o medo como consequência. Segundo Damiani (2014), algumas das consequências do abandono e ausência paterna são o medo e culpa excessiva, problemas de saúde, falta de autonomia, entre outros, que têm início na infância e trazem prejuízos para toda a trajetória do sujeito. Tozin e Zanotteli (2013) destacam que indivíduos que enfrentam ausência ou abandono paterno frequentemente crescem imersos em sentimentos de vazio e culpa.

O maior número de respostas identificadas como consequência foi a insegurança, que foi escolhida por 87 pessoas. Conforme a literatura apresenta, o abandono paterno, tanto físico quanto emocional, pode gerar “sentimentos de inadequação, insegurança e baixa autoestima, decorrentes da sensação de rejeição por parte de quem deveria fornecer amor e cuidado” (Sganzerla & Levandowski, 2010; Lima apudBenetti & Inada, 2018, p. 2). Dessa forma, sustenta-se que a presença do pai proporciona segurança às crianças.

Além disso, 27 pessoas identificaram o baixo rendimento escolar. Os problemas comportamentais decorrentes da ausência paterna muitas vezes se manifestam no início da vida escolar e podem persistir ao longo dela. Isso pode aumentar o risco de envolvimento com o consumo de drogas, além de levar a um aumento na taxa de faltas às aulas. Esses problemas estão associados ao baixo desempenho escolar, relacionamentos frágeis com os pais, ansiedade, depressão, instabilidade emocional e dificuldade em expressar seus sentimentos e comportamentos (Cia, Williams & Aielli apudDamiani, 2014).

A segunda maior percentagem de respostas obtidas informa que a falta de confiança foi uma das consequências, correpondente a 77 pesoas entrevistadas. Segundo Weishaupt e Sartori (2014), crianças e adolescentes que enfrentam a ausência dos pais, caracterizando o abandono afetivo, frequentemente enfrentam mais dificuldades na vida escolar. Isso pode estar relacionado a problemas como baixa autoestima e falta de confiança em si mesmos.

Além do mais, 43 entrevistados assinalaram sentimento de impotência, representando 31,85%, 41 acadêmicos reconheceram o perfeccionismo como consequência. Ainda, assim como a raiva, 58 estudantes sinalizaram como consequência a dificuldade nas relações interpessoais e 57 pessoas assinalaram o isolamento. De acordo com Felzenszwalb (apudDamiani, 2014), a ausência do vínculo afetivo e da convivência com o pai pode despertar sentimentos de desamparo, repulsa e culpabilidade, colocando em perigo a formação de novos vínculos e relacionamentos.

E, conforme a literatura, a falta da afetividade paterna pode ser prejudicial para os relacionamentos do indivíduo. Lima (2012) afirma que mulheres que enfrentam o abandono paterno frequentemente buscam em relacionamentos amorosos uma forma de preencher as carências afetivas causadas pela ausência do pai. O autor ainda complementa: “as mulheres parecem depositar nos parceiros amorosos todas as frustrações e expectativas de resgate e abandono imposto pela figura paterna na infância.” Também através de estudos realizados por Grossmann e Grossmann (apudManfroi, Macarini & e Vieira, 2011, p. 66):

Os dados mostraram que crianças cujos pais as incentivaram a explorar o ambiente físico e que vivenciaram nas relações com seus cuidadores sentimentos de segurança e proteção, desenvolvem capacidade de se relacionar positivamente e têm mais condições de transferir essas experiências para outros relacionamentos íntimos na infância, adolescência e idade adulta.

Conforme elucida Soares (apudSilva, 2022), a presença do pai na vida de uma mulher pode ter uma influência significativa em seus relacionamentos amorosos, especialmente em situações em que ela tolera comportamentos abusivos ou prejudiciais por parte de seus parceiros. Isso pode estar relacionado à relação com o pai, que pode ter sido caracterizada por ausência, distância ou agressividade, resultando em carência de afeto masculino, que pode gerar dependência emocional em seus relacionamentos.

Ainda 26,67% representando 36 pessoas, apontaram agressividade como consequência. A ausência paterna possui o potencial de desencadear conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo do adolescente. Além disso, pode influenciar o surgimento de distúrbios agressivos no comportamento do indivíduo. (Eizirik e Bergmann apudReis e Silva, 2019).

Ademais, 13 pessoas reconheceram a desregulação hormonal, enquanto 23 estudantes optaram pelo sobrepeso, já em relação a problemas na saúde, houve um resultado de 22 alunos. Segundo Silva (2021), a presença do genitor é fundamental para o desenvolvimento saudável da criança. Quando ocorre o afastamento, seja por qual motivo for, a criança pode manifestar uma variedade de problemas, como obesidade, desnutrição, ansiedade, depressão e outros problemas físicos e psicológicos.

Da mesma forma, Santoro (apudBenczik, 2011) elucida que a ausência paterna pode impactar negativamente a saúde da criança. Estudos recentes que indicam que a presença do pai ajuda a prevenir problemas como obesidade e diversos transtornos psicológicos. Apenas 12 alunos responderam que nenhuma consequência foi identificada em decorrência ao abandono ou ausência paterna, evidenciando, desta forma, que ausência paterna traz muitos danos e consequências para a maior parte dos participantes.

Além disso, ao ser indagado aos estudantes se outra pessoa exerceu o papel da figura paterna, 19,26% mencionaram o avô como representante, enquanto 18,52% apontaram o padrasto. Ademais, 8,15% citaram um tio como figura paterna e 1,48% mencionou um professor nesse contexto. Além disso, 18,52% dos alunos afirmaram que outras pessoas substituíram o papel do pai. E, por fim, 34,07% dos participantes afirmaram não ter tido nenhuma pessoa desempenhando esse papel em suas vidas. Por meio de estudo realizado por Damiani (2014, p. 22), relata que: “os participantes buscaram durante sua infância e adolescência constantemente por uma figura substituta que pudesse vir a suprir as suas necessidades de afeto. Nesse caminho eles voltaram suas expectativas para familiares como avôs, tios, irmãos e pais de amigos”.

Através da literatura existente, observa-se que segundo Mota (apudReis e Silva, 2021, p.6), “a responsabilidade da figura paterna é substituída por uma pessoa próxima ou membro familiar, que em muitos casos é a mãe”. Ainda de acordo com Pereira (2015), as relações de afinidade entre membros de uma mesma família que não estão conectados por laços sanguíneos podem ser estabelecidas por laços afetivos, por meio de reconfiguração familiar ou acolhimento. Por isso, a família moderna tem direcionado sua atenção para relações baseadas em afeto, solidariedade e responsabilidade, deixando de lado sua antiga identificação como principal núcleo econômico e reprodutivo (Pereira apudMoreira, 2012).

Quando questionados sobre a expectativa de retorno de seus pais à vida deles, a maior parte dos estudantes, representando 84 pessoas (62,22%), respondeu que sim. Conforme pesquisa realizada por Damiani (2014, p. 18):

Nos casos analisados é possível perceber que apesar das memórias negativas a respeito da figura paterna trazidas da infância e da adolescência, os participantes tinham expectativas de um pai participativo e amoroso que pudesse realizar atividades e passeios, estando preocupado com os seus cuidados e necessidades. Além disso, todos ainda nutrem um desejo de tê-lo por perto.

Foi também questionado aos participantes se a existência de cobrança excessiva de si mesmo pode ser decorrente ao abandono paterno. A pesquisa demostrou que 61,48% dos participantes, ou seja, 83 alunos, acreditam que sua autocobrança tenha impacto da falta paterna. Segundo Bezerra e Paula (2023), a expectativa perfeccionista dos pais em relação às suas próprias realizações e ao que a sociedade espera de seu nível de dedicação aos(às) filhos(as) pode resultar em uma pressão excessiva. Esta pressão pode levar à frustração, o que por sua vez pode influenciar os(as) filhos(as) a se tornarem exigentes e perfeccionistas em relação a si mesmos e às suas realizações.

Considerações finais

A presente pesquisa objetivou responder a seguinte pergunta: Quais as consequências na vida adulta causadas pela ausência ou abandono da figura paterna e o que isso afeta em seu desenvolvimento psicológico? Pôde-se compreender que os impactos adversos da falta paterna geralmente começam na infância e persistem ao longo da vida adulta, trazendo sofrimento e danos psicológicos. Os resultados obtidos indicaram que essas experiências impactam profundamente as emoções, pensamentos e comportamentos dos indivíduos, tais como insegurança, baixa autoestima, raiva, medo, culpa excessiva, agressividade e dificuldades interpessoais, prejudicando a formação de relacionamentos saudáveis.

O presente estudo apresenta algumas limitações com relação à coleta de dados, visto que a amostra utilizada pode não representar todas as populações afetadas pela falta paterna. No entanto, ressalta-se que estas limitações não diminuem a importância dos resultados obtidos. Dessa forma, sugere-se que a pesquisa seja ampliada visando a investigar uma amostra maior de população para aprofundamento e ampliação do tema. Recomenda-se também que futuros estudos considerem exploração de novas abordagens metodológicas, aprimoramento dos métodos de coleta de dados para novas perspectivas e enriquecimento de um tema que é fundamental.

Ainda é crucial dedicar atenção e fornecer suporte e acolhimento aos indivíduos que experienciaram abandono ou ausência paterna. Com o objetivo de promover o desenvolvimento psicológico saudável, é essencial utilizar a ciência psicológica para reduzir o sofrimento humano e implementar intervenções eficazes, tanto preventivas quanto corretivas, abordando todas as dimensões biopsicossociais da saúde mental.

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Recebido: 06 de Setembro de 2024; Aceito: 10 de Outubro de 2024

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