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Revista Psicologia Organizações e Trabalho
versão On-line ISSN 1984-6657
Rev. Psicol., Organ. Trab. vol.11 no.2 Florianópolis dez. 2011
ARTIGO - RELATO DE PESQUISA EMPÍRICA
Revista psicologia: organizações e trabalho - uma década de sua produção científica em análise1
Psychology: organizations and work journal (revista psicologia: organizações e trabalho) - analysis of a decade of scientific production
Mara de Souza Leal; Fernanda Aguillera; Lucy Leal Melo-Silva
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP). Departamento de Psicologia e Educação. Av. Bandeirantes, nº 3900, CEP: 14040-901, Ribeirão Preto - SP, Brasil. Fone: (16) 3602-3789
RESUMO
Este estudo, do tipo estado da arte, objetivou analisar os artigos publicados na Revista Psicologia: Organizações e Trabalho - rPOT, em seus dez anos de existência. Avaliaram-se 20 fascículos, totalizando 137 artigos. As variáveis de análise foram: tipo de trabalho, número de autores, gênero dos autores, filiação institucional, estado de origem e temática. Os principais resultados mostraram predomínio de relatos de pesquisa e de trabalhos com autoria múltipla, sendo a maioria dos autores do gênero feminino. Grande parte das publicações está vinculada à Universidade de Brasília, destacando a região centro-oeste do Brasil, em especial o Distrito Federal, como grande núcleo de pesquisa da área. Entre as categorias temáticas, destacaram-se: "Relações de trabalho", "Estratégias, avaliação e procedimentos de intervenção em Psicologia Organizacional e do Trabalho" e "Saúde e satisfação no trabalho", demonstrando que as pesquisas avaliadas estão mais voltadas à prática e ao desenvolvimento de estratégias, que à construção de modelos teóricos, apesar do reduzido número de relatos de experiências. Verificou-se a necessidade de maior investimento em pesquisas na área em outras regiões do Brasil, abrangendo a diversidade cultural e econômica do país, bem como mais espaço a experiências e autoria de profissionais.
Palavras-chave: Psicologia Organizacional; Psicologia Aplicada ao Trabalho; revisão de literatura; produção científica.
ABSTRACT
This state-of-the-art study aimed to analyze the articles published in the Brazilian journal "Psychology: Organizations and Work"; in its ten years of existence. We analyzed 20 issues, totaling 137 articles, organized according to the following categories: type of paper, number of authors, authors' gender, institutional affiliation, home state, subjects, and topics. The results showed a predominance of research reports and co-authored papers, female authors prevailing. Most of the publications are linked to the University of Brasilia, highlighting central-western Brazil, especially the Federal District, as a major center for this area of research. The themes include: "labor relations," "strategies, assessment, and intervention procedures in Organizational and Work Psychology," and "health and job satisfaction."; This shows that the studies evaluated are focused more on practice and on developing strategies than on the construction of theoretical models, despite the reduced number of experimental research reports. The need is identified for greater investment in research in the other regions of Brazil that includes the cultural and economic diversity of the country, as well as more space for experiments and authorship by psychology professionals.
Keywords: Organizational Psychology; Psychology Applied to Work; literature review; scientific production
"A ciência que não se vê não existe". Essa afirmação traduz a importância da divulgação de trabalhos científicos, considerando-se que as pesquisas são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer área do conhecimento, o que se alcança de fato apenas quando a produção científica decorrente dos estudos é posta à disposição da comunidade científica e de possíveis usuários das informações, para que venha a ser aplicada em diversos contextos da vida acadêmica e prática. Desse modo, para um estudo ser reconhecido academicamente e seus resultados serem úteis para a elaboração de novas pesquisas, intervenções e perspectivas teóricas, é necessário que ele seja publicado em periódicos acadêmicos, anais de congressos ou outros meios que permitam o acesso pela comunidade científica, o que tem sido facilitado pelos meios digitais de disseminação das informações.
A publicação de pesquisas em periódicos é um dos meios mais utilizados de divulgação do conhecimento, até pela confiabilidade pressuposta pelos crivos de análise, aos quais os manuscritos são submetidos, na intenção de se garantir o nível de qualidade das produções científicas. Publicar resultados de pesquisas e experiências profissionais possibilita o intercâmbio de informações, o que é imprescindível para a evolução da ciência e o consequente desenvolvimento da sociedade. Ao ordenar e sistematizar as informações de estudos é possível traçar um panorama do que tem sido realizado em determinada área e identificar lacunas, vieses e objetos de futuras investigações.
As pesquisas que buscam fazer um levantamento da produção científica de determinada área do conhecimento são chamadas pesquisas do "estado da arte" ou do "estado do conhecimento", cuja característica é nota damente a natureza descritiva e de caráter documental bibliográfico (Ferreira, 2002). Em geral, esses estudos se respaldam em métodos como a Bibliometria, que, através da quantificação, busca um perfil dos registros do conhecimento (Bufrem & Prates, 2005) e contribui para a organização de saberes científicos e tecnológicos (Guedes & Borschiver, 2005). Mas também são usuais as práticas relacionadas ao que é conhecido como metaciência, segundo Witter (1999), que possibilita análises qualitativas da produção científica, sendo igualmente relevante e útil aos estudos de revisã o bibliográfica.
Esse tipo de estudo tem sido realizado nas últimas décadas no Brasil e em outros países como uma tentativa de mapear e discutir a produção e entender a dinâmica de determinadas áreas, ao destacar o que foi produzido em diferentes contextos e tentar abrir caminhos para novos olhares. Alguns dos estudos do tipo estado da arte contemplam temas específicos, buscando compreender os avanços científicos na compreensão de dado fenômeno, instrumento ou prática, como foi o trabalho de Nakano e Wechsler (2007) sobre as produções acerca da criatividade no país, e o de Souza Filho, Belo e Gouveia (2006), que focalizou testes psicológicos. Outros possuem focos mais amplos, como aqueles que se referem a certa área do conhecimento, como o fez Yamamoto, Souza e Yamamoto (1999) em relação à produção científica na Psicologia, quando analisaram periódicos brasileiros; Noronha e cols. (2006) quando analisaram teses e dissertações sobre Orientação Profissional; e Melo-Silva, Leal e Fracalozzi (2010) que focaram os anais e programas dos congressos brasileiros organizados pela Associação Brasileira de Orientadores Profissionais (ABOP).
Diante dessas publicações, nota-se que é comum os recortes de análise dessa natureza terem por base fontes diversas. Mas também a análise de determinados veículos de disseminação das informações é relevante, especialmente aqueles que focam subáreas específicas, na medida em que servem como referencial básico aos profissionais daquela prática profissional. Diante disso, uma diversidade de estudos com essas características tem sido produzida no Brasil, como é o caso de Oliveira, Cantalice, Joly e Santos (2006), que analisaram a Revista Psicologia Escolar e Educacional na ocasião de seus dez anos de existência; Suehiro e Rueda (2009), que estudaram a Revista Avaliação Psicológica no período entre os anos 2002 e 2007; Teixeira, Lassance, Silva e Bardagi (2007) e Rueda (2009) em relação à Revista Brasileira de Orientação Profissional.
Em relação à Psicologia Organizacional e do Trabalho, revisões de literatura são publicadas desde 1950 nos volumes anuais do Anual Review of Psichology, segundo Borges-Andrade e Pagotto (2010). Já no contexto brasileiro, publicações dessa natureza têm sido produzidas desde Borges-Andrade e Abbad (1996), quando o foco se voltou ao treinamento e desenvolvimento, em busca de análise crítica da produção até aquele momento e reflexões que fomentassem o avanço da área. Desde então, seguiu-se uma série de estudos, com forte tendência a análises mais específicas. São exemplos disso: o estudo de Demo (2003), em relação ao comprometimento no trabalho, realizado a partir de uma revisão da produção nacional; Coelho e Borges-Andrade (2004), que produziram uma análise empírica dos estudos sobre a cultura organizacional; e Borges-Andrade, Coelho e Queiroga (2006), que analisaram os estudos brasileiros sobre microcomportamento organizacional.
Entre os estudos mais amplos de revisão sistemática da produção na área, destacam-se dois estudos mais recentes: Tonetto, Amazarray, Koller e Gomes (2008), que analisaram os artigos publicados nas principais revistas brasileiras de Psicologia disponíveis no Portal Scielo, no período entre 2001 e 2005; e Borges-Andrade e Pagotto (2010), que traçaram um panorama mais amplo das produções em nível nacional no período de 1996 a 2009, considerando também a pós-graduação e a publicação internacional. Em ambos os estudos, destacou-se a diversidade temática e metodológica da produção científica em Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT), marcada pelo olhar para fora e para dentro das organizações, considerando-se aspectos do fazer humano no trabalho e da gestão de pessoas. Também elucidaram a predominância de estudos empíricos que se propõem a não apenas impulsionar o desenvolvimento teórico da área, mas evidentemente a subsidiar intervenções e respaldar a prática profissional, embora se reconheça que não é usual a produção científica decorrente dessa vivência. Diante disso, uma agenda estratégica para a pesquisa em POT foi convocada por Borges-Andrade e Pagotto (2010), assim como a efetivação de redes sociais como uma forma privilegiada de produção científica. Reiterou-se ainda a importância da disseminação do conhecimento por meio de veículos dela própria e da Psicologia, como se tem valorizado o sistema de avaliação Qualis da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), mas sem, no entanto, abandonar os veículos da Administração que sempre a acolheram.
Como um dos meios de divulgação da produção realizada na área do trabalho são os artigos publicados em periódicos científicos e revistas especializadas, o objetivo do presente estudo é mapear a produção científica publicada na Revista de Psicologia Organizações e Trabalho no período de 2001 a 2010. O recorte de uma década de produção do conhecimento por ela veiculada permite traçar o panorama histórico dessa época, identificando as características e práticas mais comuns no contexto brasileiro, lacunas, vieses e principalmente objetos para futuras investigações.
MÉTODO
Esta pesquisa, de caráter bibliográfico, visou analisar an ualmente a produção científica da Revista Psicologia: Organizações e Trabalho no período de 2001 a 2010. Foram analisados 20 fascículos do periódico, totalizando 137 artigos publicados. Os fascículos analisados foram: v1n1(2001), v1n2(2001), v2n1(2002), v2n2(2002), v3n1(2003), v3n2(2003), v4n1(2004), v4n2(2004), v5n1(2005), v5n2(2005), v6n1(2006), v6n2(2006), v7n1(2007), v7n2(2007), v8n1(2008), v8n2(2008), v9n1(2009), v9n2(2009), v10n1(2010) e v10n2(2010).
Procedimentos de coleta e análise dos dados
A princípio, foi realizada a leitura flutuante dos resumos publicados em cada fascículo da Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, considerando-se o período estudado, de modo a estabelecer um primeiro contato com os documentos para então definir as categorias de análise, conforme recomenda Bardin (1977). A seguir, foi realizada a leitura dos artigos na íntegra e criada uma base de dados no Programa Excel, visando classificar e organizar suas informações de acordo com as seguintes categorias: tipo de trabalho, número de autores, gênero dos autores, unidade federativa da filiação institucional dos autores (considerando-se estados brasileiros ou contribuições internacionais) e eixos temáticos. Uma análise estatística dos dados, com enfoque descritivo, foi realizada adotando-se o softwareStatistical Package for Social Sciences (SPSS 15). A seguir são detalhadas as variáveis estudadas.
- Tipo de trabalho: os artigos foram avaliados e distribuídos entre as categorias relato de pesquisa, relato de experiência, estudo teórico e ensaio.
- Número de autores: considerou-se a quantidade de autores de cada artigo.
- Gênero dos autores: foi observado o sexo dos autores dos artigos.
- Unidade federativa da filiação institucional dos autores (estados brasileiros ou contribuição internacional): refere-se às unidades federativas nas quais estão localizadas as instituições de afiliação dos autores. Se mais de um autor fosse da mesma instituição, esta era contabilizada apenas uma vez. Para artigos provindos de instituições estrangeiras ou em que um dos autores apresentasse vinculação internacional, foi criada a categoria "contribuição internacional".
- Eixos temáticos: após uma leitura atenta dos resumos, foram definidas algumas categorias temáticas para classificação dos estudos. Mas é importante considerar que alguns artigos foram classificados em mais de uma categoria, em razão de tratarem de temas abrangentes, de considerarem relações entre assuntos concernentes a duas categorias temáticas ou de apresentarem estratégias de intervenção ou desenvolvimento de instrumentos de avaliação, por exemplo, que se direcionassem a temas específicos. As categorias estão descritas a seguir.
(a) Estratégias, avaliação e procedimentos de intervenção em Psicologia Organizacional e do Trabalho: agrupam artigos que enfocam estratégias utilizadas na atuação profissional em Psicologia Organizacional e do Trabalho, além de avaliações de programas e intervenções realizadas na área, como experiências de recrutamento e seleção, avaliação de treinamentos, estratégias de gestão e aconselhamento de trabalhadores, entre outros.
(b) Relações de trabalho: estão classificados nesta categoria os artigos que enfocam as relações estabelecidas entre as pessoas no ambiente de trabalho e as relações das pessoas com o próprio trabalho; aqui foram classificados assuntos como o assédio, novos modelos de interação profissional e de organização do trabalho, uso das redes sociais, entre outros.
(c) Saúde e satisfação no trabalho: os artigos assim categorizados tratam de fatores relacionados à saúde e à qualidade de vida do trabalhador, assim como à satisfação deste com o trabalho, considerando-se seus impactos na saúde e bem-estar. Desse modo, aqui estão agrupados assuntos como condições de trabalho e saúde do trabalhador, estresse e estratégias de enfrentamento, saúde mental e desemprego, entre outros aspectos.
(d) Crenças, valores e cultura organizacional: são abordadas as crenças e representações sociais relacionadas ao mundo do trabalho, assim como aspectos estruturais e políticos das organizações, que se refletem no conceito de cultura organizacional. Artigos que discutem diretamente a cultura organizacional, assim como o significado do trabalho; expectativas e crenças de trabalhadores e empregadores; valores culturais e sucesso de estratégias empresariais são alguns dos temas classificados nessa categoria.
(e) Conceitualização, modelos e aproximações teóricas em Psicologia Organizacional e do Trabalho: estão inclusos os artigos que propõem um novo modelo ou discutem teorias e conceitos da área da Psicologia Organizacional e do Trabalho, como por exemplo, concepções de carreira, análise de diferentes propostas teóricas e metodológicas, entre outros.
(f) Construção, adaptação e validação de instrumentos: reúnem-se nessa categoria os artigos que propõem a construção de instrumentos de avaliação, a adaptação e/ou a validação de instrumentos existentes, além daqueles que descrevem os resultados da aplicação de um instrumento.
(g) Processos de grupos/equipes e organizacionais: assim foram categorizados aqueles artigos que abordam diretamente as temáticas clássicas desse campo de estudo, como poder, liderança, comportamento grupal, conflito, aprendizagem organizacional, gestão de mudanças. São destacados também os artigos que discutem o comportamento de algumas categorias profissionais diante de desafios relacionados à sua prática.
(h) Comportamento e perspectivas do consumidor: abordam-se as pesquisas que trazem a opinião do consumidor sobre determinados produtos, analisam-se as tendências de interesse ou estratégias de vendas, por exemplo.
(i) Comprometimento no trabalho: reúnem-se nessa categoria os artigos que têm como tema o comprometimento no trabalho e os fatores a ele relacionados, como vínculo do trabalhador com a organização, criatividade, entre outras.
(j) Formação e competências de psicólogos organizacionais e de outros profissionais: são abordados os artigos que discutem aspectos relacionados à formação e à prática profissional do psicólogo organizacional e do trabalho ou à de outros profissionais, em geral. Alguns assuntos como aconselhamento, formação universitária, efeitos de treinamentos e/ou de oportunidades de qualificação profissional, por exemplo, são apresentados nessa categoria.
(k) Reestruturação produtiva e mudanças organizacionais: aqui estão contemplados os estudos que se direcionaram a mudanças na organização do trabalho e seus impactos sobre as organizações e as pessoas, considerando-se a avaliação de necessidades e consequências, como ganhos e perdas, significados e reações, entre outros.
(l) Clima organizacional: estão nessa categoria os artigos que tratam diretamente do clima organizacional e de fatores relacionados como satisfação, comprometimento, estresse, entre outros.
(m) Gênero e trabalho: são classificados nessa categoria os artigos que relacionam questões de gênero e trabalho, como aqueles que estudam a mulher no mercado de trabalho, relações de gênero no trabalho, gênero e status no trabalho, por exemplo.
(n) Desemprego: nesse conjunto foram incluídos os artigos que exploraram o desemprego em suas diversas dimensões de análise, ou mesmo experiências de intervenção, como gestão de programas de demissão voluntária, aconselhamento a pessoas desempregadas, entre outros.
A seguir, estão apresentados e discutidos os resultados da análise.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O primeiro recorte de análise buscou identificar o tipo de trabalho apresentado em cada artigo, considerando-se como categorias o relato de pesquisas, o relato de experiências, o estudo teórico e o ensaio. A Tabela 1 apresenta a distribuição dos tipos de trabalhos em função dos volumes da revista.
Conforme pode ser observado, constata-se a predominância de relatos de pesquisas em todos os volumes, em um total de 103 estudos, o que representa 75,2% dos artigos publicados. Tal fato pode ser devido à preferência editorial por este tipo de publicação nos periódicos científicos, pela própria natureza e objetivos dos mesmos, o que os caracteriza nas mais diversas áreas do conhecimento. Nesse sentido, também os artigos do tipo estudo teórico tiveram uma participação relevante no conjunto analisado (13,9% do total de estudos), marcando presença na maioria dos volumes, exceto no primeiro e no oitavo. A esses, vale acrescentar os dois estudos classificados como ensaio, por também pautarem suas reflexões em aspectos teóricos.
Estudos de caso basearam oito dos artigos publicados, apesar desse modelo de estudo não ser muito valorizado nos meios científicos, sendo recusados por vários periódicos em razão dos limites que se discutem à generalização dos resultados. No entanto, foi possível observar pesquisas muito bem fundamentadas, com múltiplas participações e recortes de análise, que se caracterizaram como estudos de caso em razão do enfoque a dada região do país ou a segmentos específicos, assim como a certas organizações ou grupos empresariais. É o caso do trabalho de Régis, Bastos e Dias (2007), por exemplo, que analisou as redes sociais em incubadoras de base tecnológica no Recife. Até pelo caráter prático e aplicado da área, são indiscutíveis a validade e a contribuição de estudos de casos que elucidem a dinâmica de relações e sentidos nas organizações, bem como formas de se enfrentarem problemas e desenvolverem soluções.
Os relatos de experiência, porém, apareceram em pequeno número: apenas cinco artigos foram assim classificados, o que equivale a 3,6% das publicações, reiterando a constatação de Borges-Andrade e Pagotto (2010) de que a pesquisa brasileira raramente ocorre no campo profissional. Por esse recorte de análise, se considerada a necessidade de modelos à atuação e o anseio dos profissionais por alternativas e caminhos para aplicação prática, poder-se-ia avaliar que a revista talvez não esteja atendendo a essa demanda. Embora isso não se confirme a seguir, na apreciação das temáticas estudadas, vale sugerir que esse aspecto seja melhor investigado junto ao público de interesse da revista. Também se recomenda o incentivo aos próprios profissionais para submissão de relatos de suas experiências nas chamadas de trabalhos, embora se reconheça os limites da própria prática: cultura científica e compromisso com a produção e divulgação do conhecimento ainda incipiente entre muitos profissionais da área no país, em especial aqueles sobrecarregados de trabalho nas organizações; trabalhos planejados sem o devido registro, sistematização e avaliação de resultados, o que compromete a visibilidade de seus efeitos, tanto interna como externamente às organizações; limitações quanto à autorização de algumas empresas para socialização de suas práticas e soluções; entre outros problemas. Talvez estes sejam alguns dos entraves que impedem um desenvolvimento mais acelerado da área no Brasil, apesar dos evidentes avanços científicos e no campo da formação profissional nos últimos anos, conforme se pode constatar a partir da evolução observada e discutida por autores como Bastos (1988,1992), Zanelli (1994, 2002), Malvezzi (2004), Borges-Andrade e Zanelli (2004), Zanelli e Bastos (2004), Borges-Andrade e Pagotto (2010) e Borges (2010).
A Tabela 2 mostra o número de autores por artigo. Verifica-se a predominância de produções científicas em parcerias, à medida que a maioria dos artigos analisados são de autoria dupla (46,7%) ou tripla (22,6%). Somando-se esses dados aos percentuais de artigos produzidos por quatro e por cinco ou mais autores, a produção em parceria representa 82,5% das publicações, contra apenas 17,5% de trabalhos de autoria única.
Adotando-se um recorte de análise focado na evolução desses dados ano a ano, pode-se verificar que a produção solitária foi um pouco mais expressiva até o quarto volume, publicado em 2004, tendo diminuído apenas nas publicações posteriores. Vale observar que essa mudança se deu no ano subsequente ao I Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho, evento que deu notoriedade à área, à própria Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT) e, consequentemente, à rPOT no país, além de ter estimulado a divulgação de trabalhos e o intercâmbio de conhecimentos e práticas. Esse fato pode ter contribuído não apenas para a formação de novos grupos de trabalho e consolidação dos já envolvidos com a própria associação, mas, fomentando o reconhecimento da revista como espaço democrático de divulgação do conhecimento científico, com diferentes aportes teóricos e práticos, pode ainda ter possibilitado a esse veículo a aproximação de outras parcerias já existentes.
Observou-se também, a partir desse período, um pequeno aumento do número de artigos publicados em cada volume. Esse crescimento talvez reflita um aumento do número de artigos submetidos ou mesmo da qualidade dos trabalhos em análise, aspecto que poderia ser melhor investigado pelos próprios editores da revista, como um possível indicador da evolução da área e da notoriedade da publicação.
Em relação ao gênero dos autores, os dados estão apresentados na Tabela 3. Observa-se que a maioria deles são mulheres (n = 200), o que indica a predominância feminina na produção acadêmica nesta área. Excetuando-se o quinto volume, o número de autoras foi maior que o de autores em todos os volumes analisados, sendo que no oitavo volume o número de autoras foi maior que o dobro do número de autores (72%).
Alguns estudos têm demonstrado a presença majoritária de pesquisadoras na produção e divulgação do conhecimento em diferentes áreas da Psicologia, como evidenciam os achados de Yamamoto e cols. (1999), Oliveira, Cantalice, Joly e Santos (2006), Suehiro, Cunha e Santos (2007) e Rueda (2009), por exemplo. Se considerado que a Psicologia, em um sentido mais amplo, é uma área do conhecimento em que predomina a presença feminina, esse dado não é nada surpreendente. Mas vale salientar que a Psicologia Organizacional e do Trabalho, apesar da maciça presença feminina, em torno de 83% da amostra estudada por Gondim (2009) e Gondim e Bastos (2010), é a área da Psicologia em que a presença masculina é mais elevada, segundo dados do Conselho Federal de Psicologia.
A Tabela 4 mostra a distribuição dos artigos em função dos estados de origem ou da procedência internacional dos autores. Entre os estados, o Distrito Federal foi o mais expressivo polo da produção científica divulgada na revista. Marcando presença em todos os volumes, contribuiu com a publicação de 44 do total de 137 artigos analisados, o que equivale a 32,1%. Em relação à Universidade de Brasília, deve-se considerar sua tradição na área, tanto no âmbito da pesquisa e produção do conhecimento como na própria formação profissional, tendo sido berço de vários dos autores de grande vulto que hoje contribuem para o desenvolvimento da área em vários estados brasileiros.
Os estados da Bahia, de Santa Catarina e de São Paulo também se destacam pela sua produção, tendo ficado empatados em número de artigos publicados, cada um com percentual de 8% de participação na revista. Os dois primeiros estados são reconhecidos como polos de produção científica na área, em razão de grupos de pesquisa atuantes e respeitados nacionalmente. Já o estado de São Paulo, mesmo não tendo essa notoriedade tão significativa em POT, é considerado polo de produção de conhecimento de diversas áreas do saber (Yamamoto & cols.1999).
Considerando-se os estados que mais produziram o conhecimento divulgado pela revista nesses 10 anos, cumpre destacar que a rPOT é uma publicação da Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho e está vinculada a três programas de pós-graduação em Psicologia: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desse modo, sua própria origem justifica que os estados vinculados a essas universidades sejam mais presentes: são o berço de grupos consolidados e que incentivam a produção e disseminação do conhecimento na área.
No item outros estados foram contabilizados aqueles com apenas uma participação por volume. Foram eles: Paraíba, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Pará, Sergipe, Amazonas e Pernambuco. Essa representatividade da maioria dos estados brasileiros permite apontar que a área tem agregado maior número de profissionais, corroborando com dados de Gondim e Bastos (2010), por exemplo, que a revelam como o segundo campo de dedicação exclusiva dentre os mais de 4 mil psicólogos brasileiros que participaram daquela pesquisa. Porém, nota-se a necessidade de incentivar pesquisadores e profissionais de outras regiões a estudar e publicar mais, assim como a formação de grupos de pesquisa que envolvam pesquisadores de diferentes centros, buscando ampliar populações e recortes das pesquisas.
Partindo-se para os eixos temáticos dos estudos, como mostra a Tabela 5, uma observação relevante diz respeito ao total de classificações (250) não coincidir com o total de artigos da amostra estudada (137), devido a grande parte dos artigos terem sido classificados em mais de uma categoria, como os estudos sobre o desenvolvimento de instrumentos para avaliação de um constructo específico, por exemplo, que foram contabilizados à categoria Construção, adaptação e validação de instrumentos, além da categoria que contemplava o aspecto central do instrumento em desenvolvimento. Sendo assim, se o objetivo era verificar as temáticas mais estudadas e aquelas que demandem maior atenção dos pesquisadores, manteve-se o total de 137 artigos como referencial para a verificação das frequências.
A temática mais estudada foi Relações de trabalho, tendo se destacado especialmente nos anos de 2008 (vol. 8) e 2010 (vol. 10), quando 9 (de 16) e e 10 (de 17), respectivamente, focalizaram esse eixo temático. Observa-se que, apesar de qualquer aspecto estudado em POT dizer respeito direta ou indiretamente a relações de trabalho, é importante ressaltar que nessa categoria foram considerados apenas aqueles cujo eixo central do estudo tratava da relação interpessoal no trabalho ou a relação individual com o próprio trabalho. Desse modo, destacaram-se assuntos como redes sociais e assédio moral nessa categoria.
Já a categoria Estratégias, avaliação e procedimentos de intervenção em POT se configurou como eixo temático de 33 publicações, tendo se destacado especialmente nos anos de 2001, 2009 e de 2010, quando foram publicados cinco ou seis estudos acerca do tema. Isso reflete muito da prática profissional em POT, dado que, mais do que uma subárea do conhecimento, a POT é um campo de aplicação ou intervenção, como bem sintetizam Borges-Andrade e Pagotto (2010) e Borges (2010), apesar da pouca regularidade com que a pesquisa se dá em articulação com a vivência profissional em POT no Brasil, se considerados os percentuais de empregabilidade na área. Desse modo, identificou-se que esse aspecto foi sim privilegiado na revista, em comparação com outros eixos temáticos, apesar da análise inicial dos tipos de trabalho evidenciar baixa incidência de relatos de experiência e elevado número de relatos de pesquisa. Por si só esse é um modelo importante: fazer pesquisa na prática e embasar a prática na pesquisa. Mas ainda é de fundamental importância o incentivo à produção do conhecimento que sirva de modelo aos profissionais, que permita não apenas a compreensão de fenômenos, mas seja passível de aplicação, dê subsídios às intervenções e traga soluções em POT.
Saúde e satisfação no trabalho foi outro eixo temático de destaque, no qual foram classificados 32 artigos, publicados entre 2002 e 2010, com destaque para o ano de 2009, com oito artigos sobre esse assunto, seguido pelos anos 2003, 2006, 2007 e 2010, com quatro artigos em cada volume. A predominância de estudos relativos a essa temática poderia ser considerada previsível, dado que a Psicologia é uma área que se dedica à saúde e ao bem-estar, evidenciando os interesses de grande parte dos profissionais. Além disso, se esses aspectos devem nortear as práticas, é fundamental que se explore o assunto de modo sistemático para que se possa implementar ações que os favoreçam.
Crenças, valores e cultura organizaciona" foi outro eixo temático relevante, com 25 estudos nele categorizados, o que representa 20% das publicações. A ele se seguiram Conceitualização, modelos e aproximações teóricas e Construção, adaptação e validação de instrumentos, com 14,7% dos estudos em cada caso e destaque para o ano de 2007, em que foram publicados seis trabalhos referentes a instrumentos.
A temática Processos de grupos/equipes e organizacionais aparece em sexto lugar, com 18 estudos publicados (12,6%). Vale mencionar que assuntos dos mais tradicionais nesse campo, como liderança, poder e estilos gerenciais, foram identificados como aspectos centrais de seis trabalhos, assim como comportamentos intragrupais e de equipes. Desse modo, já somam maior número que o encontrado por Tonetto, Amazarray, Koller e Gomes (2008), cujos resultados apresentaram apenas três publicações em cada um desses conjuntos. Em relação a essa categoria temática, destacam-se os anos de 2002 e 2008.
Na sequência, o eixo temático Comportamento e percepções do consumidor contou com 12 estudos, 8 deles divulgados em número especial no ano de 2006, tendo aparecido novamente em apenas dois volumes da revista: 2004 e 2008. Também Comprometimento no trabalho e Formação e competência de profissionais foram temas de 12 estudos (8,4%), tendo se seguido pela temática Reestruturação produtiva e mudanças, com 9 estudos (6,3%).
Já as categorias menos estudadas foram Clima organizacional e Gênero e trabalho, com sete estudos direcionados a cada eixo, o que representa 4,9% da amostra, e Desemprego com apenas cinco estudos (3,5%). A primeira temática aqui evidenciada é de extrema relevância no contexto da gestão de pessoas e em interface com a saúde e bem-estar no trabalho, demandando a intervenção dos profissionais com relativa frequência nas organizações. Já as temáticas ligadas a "Gênero" e "Desemprego", igualmente relevantes, têm sido mais contempladas em publicações do campo da Psicologia Social. Deve-se destacar a necessidade de maior atenção dos pesquisadores a essas temáticas, na medida em que o momento histórico pede discussão mais ampla sobre a exclusão, seu combate e caminhos para superá-la, assuntos com os quais a Psicologia Organizacional e do Trabalho deve estar sensibilizada e disposta a contribuir. Acrescenta-se a temática: Desenvolvimento da Carreira, que nem se configurou uma categoria nesse estudo, dado que poucos artigos faziam menção a questões associadas à carreira e de maneira indireta, tratando da aposentadoria, por exemplo.
Vale mencionar ainda que algumas temáticas se apresentaram em todos os volumes publicados, no caso Estratégias, intervenção e avaliação em POT, Crenças, valores e cultura e Conceitualização, modelos e aproximações teóricas, demonstrando o equilíbrio da revista no sentido de sempre contemplar teoria e prática. Desse modo, consolida-se sua imagem de veículo democrático e que se direciona ao incentivo e divulgação da pesquisa, e especialmente ao embasamento do exercício profissional no mercado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo não teve a pretensã o de um mapeamento mais amplo da produção brasileira em POT, como estudos de Borges-Andrade e Pagotto (2010) e Tonetto, Amazarray, Koller e Gomes (2008), ou ainda no campo do trabalho, como apresentou Rossoni (2006). Portanto, tem como limitação a impossibilidade de ser considerado representativo da área do conhecimento no Brasil, dado que há muito se sabe que esta tem por tradição buscar outros veículos de disseminação dos conhecimentos produzidos e junto a diferentes áreas parceiras. Enquanto mapeamento de uma revista científica, outra limitação evidenciada foi o fato de não esgotar as possibilidades de análise dos resultados encontrados. Sob outros ângulos a produção ainda pode ser analisada.
No entanto, buscando atender ao objetivo de identificar tendências e lacunas no conhecimento disseminado pela revista, este artigo possibilitou traçar um panorama que permite a definição de uma agenda de estímulo à pesquisa e à divulgação, de modo a promover o desenvolvimento da área e fomentar o intercâmbio de conhecimentos entre acadêmicos e práticos de diferentes regiões do país.
Um primeiro aspecto a destacar se refere à predominância de estudos do tipo relato de pesquisa, em detrimento dos relatos de experiência. Se considerada a necessidade de modelos à atuação e o anseio dos profissionais por alternativas e caminhos para aplicação prática, recomenda-se o incentivo aos próprios profissionais para submissão de investigações sobre a avaliação suas de experiências nas chamadas de trabalhos, embora se reconheçam os limites da formação e da própria prática. De um lado, algumas universidades podem deixar de cumprir seu papel na formação técnica que reconhece a pesquisa como subsídio à prática, não apenas como embasamento, mas como instrumento para um diagnóstico mais sistemático e preciso das necessidades, assim como para avaliação de resultados e estratégia para evidenciar efeitos da atuação e negociar projetos futuros. De outro, o cotidiano profissional parece consolidar a falta de cultura científica e compromisso com a produção e divulgação do conhecimento entre muitos profissionais, devido a entraves como a sobrecarga de trabalho e a falta de autorização de algumas empresas para socialização de suas práticas e soluções, por exemplo. Diante disso, é fundamental aproximar universidade e mercado de trabalho, desde a formação dos profissionais, com o intuito de criar essa cultura científica e estimular a produção do conhecimento no exercício da profissão, que deve ser reconhecida por todos como um meio de se alcançar a eficácia. A pesquisa não pode se restringir aos meios acadêmicos, como parece ser uma tendência no país, ainda mais em uma área aplicada do conhecimento como a POT. É preciso se incorporar à prática e dela renascer, ressaltando-se a importância da produção do conhecimento psicológico fora do espaço acadêmico, como evidenciado por Aguiar Netto (1988), além da aplicabilidade do conhecimento produzido e do compromisso com a realidade social.
Considerando-se a procedência dos estudos, apesar de a revista apresentar representatividade nacional, o maior volume de suas produções se refere a espaços privilegiados no tocante à POT, à medida que a maioria dos autores é filiada a instituições reconhecidas pela tradição na área, ou porque mantém programas de pós-graduação stricto sensu ou linhas de pesquisa a ela atreladas em programas mais amplos.
Quanto aos eixos temáticos, avalia-se a revista como bastante eclética e de fato democrática, nesse caso considerando-se também as diferentes visões teóricas elucidadas, embora esse aspecto não tenha sido alvo da investigação. Apesar disso, ressalta-se a importância de maior atenção às temáticas de menor presença na revista e cuja relevância para a área são indiscutíveis, como desemprego, relações de gênero e carreira, entre outros.
Por fim, consolida-se aqui a certeza de que a rPOT tem cumprido sua missão, firme em seus propósitos, contribuindo para a integração e o fortalecimento da área ou seu florescimento, termo emprestado de Borges (2010). E isso se reconhece na própria avaliação dos pares. Qualificar a produção e a disseminação do conhecimento deve ser sempre a meta dos periódicos e isso se faz, também, com avaliações sistemáticas.
REFERÊNCIAS
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Recebido em: 22.06.2011
Aprovado em: 14.11.2011
Publicado em: 30.12.2011
Sobre os Autores
Mara de Souza Leal, Mestranda em Psicologia pela FFCLRP-USP. Email: maraleal@usp.br. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1076835353870440
Fernanda Aguillera, Doutoranda em Psicologia pela FFCLRP-USP. Professora da UNIMEP. Email: fernandaaguillera@pg.ffclrp.usp.br. Lattes: http://lattes.cnpq.br/4017876750149256
Lucy Leal Melo-Silva, Livre docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da FFCLRP-USP. Editora da Revista Brasileira de Orientação Profissional e pesquisadora do CNPq. Email: lucileal@ffclrp.usp.br. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1041574665110656
1 Este artigo consiste no desdobramento do estudo apresentado e premiado no IV Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do Trabalho, realizado no período de 05 a 08 de julho de 2010 em São Bernardo do Campo, SP