Abstract

LOPES, Anchyses Jobim. Como diminuir (um pouco) a fabricação de cretinos digitais – uma leitura psicanalítica da obra de Michel Desmurget. Estud. psicanal. [online]. 2023, n.60, pp.91-108.  Epub Feb 07, 2025. ISSN 0100-3437.  https://doi.org/10.5935/2175-3482.n60a10.

Resultados das pesquisas de Desmurget: a não construção da capacidade para a leitura literária e, consequentemente, a primeira geração com QI inferior ao de seus pais. O texto escrito sendo não apenas uma alternativa às vias auditivas, mas também uma segunda língua que tem de ser construída. A linguagem escrita muito mais rica que a oral, mas tendo de ser construída e programada na infância. Mas pelo excesso de meios digitais na primeira infância, em vez dos livros, a imagem furo criada pela predominância do simbólico, tendo o dom de aprofundar a subjetividade, permanece atrofiada em imagem muro, em que predominam o imaginário e o pensamento concreto. A inibição da prática da leitura por meio de livros impressos impede o desenvolvimento das redes neurais que teriam de ser criadas na infância, o que se torna impossível mais tarde. Os interesses do mercado e do totalitarismo na predominância das linguagens digitais. A passagem à construção da leitura literária, também comparada ao viés psicanalítico kleiniano, também é a passagem da predominância da posição depressiva sobre a esquizoparanoide. Essas leituras por referenciais mais recentes – kleiniano e lacaniano – como reflexo de um mais antigo, o de Freud. Onde sua referência à linguagem falada e seu aprofundamento pela criação da escrita, em Moisés e o monoteísmo, resultou num extraordinário avanço das atividades intelectuais.

Keywords : Leitura; Imagem furo e imagem muro; Simbólico e imaginário; Posições esquizoparanoide e depressiva.

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