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Psicologia Clínica
versão impressa ISSN 0103-5665versão On-line ISSN 1980-5438
Resumo
VEIGA, Camila Valadares da; SOARES, Laura Cristina Eiras Coelho e SOUZA, Fernanda Hermínia Oliveira. A PSICOLOGIA NAS VARAS DE FAMÍLIA: (IM)POSSIBILIDADES DA GUARDA COMPARTILHADA. Psicol. clin. [online]. 2022, vol.34, n.3, pp.577-597. Epub 02-Ago-2024. ISSN 0103-5665. https://doi.org/10.33208/pc1980-5438v0034n03a07.
Este estudo aborda, sob a perspectiva da psicologia social jurídica, a atuação de psicólogos em varas de família, tendo como enfoque a temática da guarda compartilhada, seu uso pelo poder judiciário, as práticas psicológicas executadas e seus efeitos nas relações familiares. Buscou-se analisar como as mudanças legislativas e sociais afetam as demandas de guarda dos filhos e como psicólogos lidam com esses processos que chegam ao judiciário, quais modificações aconteceram, quais as principais solicitações e as dificuldades encontradas. Como estratégia metodológica, foi realizada análise de conteúdo de entrevistas semiestruturadas com dez psicólogos de um tribunal do sudeste do Brasil. No saber-fazer da psicologia, observou-se como necessário distinguir conjugalidade de parentalidade, bem como esclarecer sobre os modelos de guarda fixados no ordenamento jurídico brasileiro. Os lugares parentais e de gênero hegemônicos continuam a influenciar as relações familiares, e as alterações legislativas tendem a afetar a subjetividade dos envolvidos e promover uma judicialização da vida. Assim, é preciso que o psicólogo adote em sua atuação uma postura crítica, ética e interventiva, compreendendo que, a partir da psicologia social jurídica, tal trabalho deve ser voltado para a desconstrução de paradigmas tradicionais sobre a parentalidade, a fim de auxiliar as famílias na condução do pós-divórcio.
Palavras-chave : relações familiares; separação conjugal; parentalidade; psicologia forense; custódia das crianças.