Introdução:

os transtornos de ansiedade e depressão representam importantes condições patológicas de saúde mental com uma crescente prevalência mundial. Assim como a obesidade, que apresenta na população brasileira uma prevalência estimada de 18,9%. Tais situações patológicas são bastante prejudiciais à saúde, e podem estar associadas ou não entre si. Entretanto, a identificação da ocorrência entre ambos os transtornos em obesos encontra-se afetada negativamente devido à necessidade de mais estudos de diagnósticos ampliados Dado a esse potencial patológico depreciativo da saúde, a coexistencialidade entre os referidos transtornos em obesos, merece um olhar aprofundado por parte dos profissionais da saúde, em especial aqueles envolvidos nos cuidados primários.

Objetivo:

analisar as evidências sobre a prevalência de transtornos de ansiedade e depressão em pacientes obesos.

Método:

revisão de Escopo, registrada no PROSPERO e elaborada conforme PRISMA-ScR, a partir da questão de pesquisa estruturada no acrônimo PVO, da qual foram extraídos os descritores utilizados na busca booleana pelos artigos científicos, que foram avaliados e selecionados de forma cega entre os avaliadores, com base nos critérios de elegibilidade. As bases de dados consultadas em janeiro de 2023 foram PubMed (Medline), Web of Science e Scopus. A avaliação da qualidade metodológica ou risco de viés dos artigos foi realizada por meio da ferramenta Critical Assessment of Studies with Prevalence Data (CASPD-JBI).

Resultados:

foram incluídos nove artigos, reunindo participantes do sexo feminino (64%) e homens (36%) com diferentes classes de obesidade, com idade entre 20 e 40 anos. A coexistência simultânea de ansiedade e depressão em pessoas obesas foi identificada. Dentre os estudos incluídos, 56% foram avaliados com alta qualidade metodológica e 44% foram com qualidade moderada.

Conclusão:

embora ainda sejam necessários mais estudos com maior rigor metodológico, consideramos que a prevalência concomitante dos transtornos de ansiedade e depressão seja elevada nos pacientes com diferentes níveis de obesidade, especialmente nos portadores de obesidade grave. O que sugere a inclusão da avaliação destes transtornos psíquicos no portifólio avaliativo de obesos, para melhor abordagem terapêutica.

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