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Estudos e Pesquisas em Psicologia
versão On-line ISSN 1808-4281
Resumo
BRANCO, Paulo Coelho Castelo. A Ideia da Consideração Positiva Incondicional como Epoché: Limites e Suspensão do Quê?. Estud. pesqui. psicol. [online]. 2020, vol.20, n.spe, pp.1088-1107. ISSN 1808-4281. https://doi.org/10.12957/epp.2020.56652.
Este artigo objetiva refletir os limites da ideia de consideração positiva incondicional como uma epoché, de modo questionar o que é suspenso. Para isso, apresenta as noções husserliana de epoché e rogeriana de consideração positiva incondicional. Depois, situa as origens das apropriações da epoché pela clínica fenomenológica e pela abordagem rogeriana. Posteriormente, desenvolve reflexões que demarcam alguns limites entre essas atitudes. Conclui que a consideração positiva incondicional poderia ser a suspensão dos juízos que procedem dos afetos de simpatia, apatia e antipatia. Em uma meta-teoria, isso serve para descrever o procedimento de escuta não-diretiva sem julgamentos, a qual parte da assimilação de uma visão de mundo oriunda da Fenomenologia, mas não se trata de uma Fenomenologia pura, filosofia fenomenológica ou Psicologia Fenomenológica. A consideração positiva incondicional é uma atitude de escuta que se desenvolveu fora do método fenomenológico e não precisa ser legitimada pela epoché, não propõe nenhuma redução, não suspende a crença na tendência à autorrealização e sua suspensão não é fenomenológica.
Palavras-chave : Carl Rogers; fenomenologia; psicologia humanista; psicologia fenomenológica; terapia centrada no cliente.