SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.2 issue2Stress and professional choice: a difficult problem for college preparatory course studentsJeffrey Young's parenting styles clinical theory: literature review author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

article

Indicators

Share


Contextos Clínicos

Print version ISSN 1983-3482

Abstract

ROBERTO, Maria Clarilene Medeiros Salvador; AUGUSTO, Marinalda Ferreira; ROCHA, Olcemir Bernardo da  and  MELLO, Ivana Suely Paiva Bezerra de. Estudo introdutório acerca do fetichismo. Contextos Clínic [online]. 2009, vol.2, n.2, pp.106-112. ISSN 1983-3482.

O presente artigo faz uma breve trajetória bibliográfica acerca da formação da estrutura perversa e, especificamente, como se configura em fetichismo. O termo, enquanto herança histórica, tem suas origens nos Três ensaios da teoria sexual (Freud, 1969a [1905]) freudiana. Neste texto, a sexualidade infantil tem caráter perverso, polimorfo, e o reflexo desta sexualidade se expressa em uma sexualidade adulta. Esta, por sua vez, deve percorrer o Complexo de Édipo, constituindo a base na qual se cristaliza, por intermédio dos resultados dessa elaboração, a origem da conduta sexual normal e perversa, que fornece todo o conteúdo para a experienciação do choque infantil na descoberta da inexistência fálica materna. Tal fato possibilita à criança, por meio do recalque, a resolução da identificação enquanto elaboração neurótica da castração. É com a recusa da castração que encontramos o núcleo das escolhas fetichistas como forma de defesa: a negação da falta do pênis na mulher-mãe, elegendo substitutos contra a angústia. O fetichismo resulta na manutenção dos vestígios mnêmicos do falo materno, ou da sua ilusão existencial. Por negação da castração, o menino elegerá um substituto como mecanismo de defesa e vitória, não contra qualquer pênis, mas, para o falo materno, que será o fetiche. O não interdito da figura paterna promoverá o desejo de transgredir a lei do pai, para impor a sua própria lei sob a anuência da mãe, que o coloca na posição fálica. Se esta relação assim se configura, pode-se dizer que o Édipo não teve efeito de metáfora paterna e funcionou parcialmente. Todavia, não é possível afirmar que a recusa à castração possa ser entendida como uma característica psicótica, pois o perverso não apresenta alteração da realidade, e certo grau de fetichismo está presente como uma conduta universal humana

Keywords : complexo de Édipo; castração; negação.

        · abstract in English     · text in Portuguese     · Portuguese ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License