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Estudos de Psicanálise

Print version ISSN 0100-3437On-line version ISSN 2175-3482

Estud. psicanal.  no.60 Belo Horizonte Dec. 2023  Epub Feb 07, 2025

https://doi.org/10.5935/2175-3482.n60a11 

CLINICA E TEORIA

Velhice: um novo tempo de vida

Old age: a new time of life

Angela Maria Menezes de Almeida1 

1Pedagoga. Psicanalista. Membro efetivo do Círculo Brasileiro de Psicanálise - Seção Rio de Janeiro (CBP-RJ), filiado ao Círculo Brasileiro de Psicanálise (CBP), integrante da International Federation of Psychoanalytic Societies (IFPS). Coordenadora de seminários no curso de formação psicanalítica do CBP-RJ. Coordenadora de cursos livres na área de psicanálise no CBP-RJ. Supervisora clínica de candidatos em formação no CBP-RJ. Especialista em metodologia do ensino superior e em pedagogia empresarial pela Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO-RJ). Mestre em educação pela Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO-RJ). Autora de artigos publicados nos periódicos Estudos de Psicanálise (RJ) e Cógito (BA). Coautora e organizadora do livro Gestão Escolar: ações, reflexões e compartilhamentos na Baixada Fluminense. Rio de Janeiro: Arco-Íris, 2008. Autora do livro A menina que queria ser. Nova Friburgo: In Media Res, 2019. E-mail: ammalmeida.49@gmail.com


Resumo

Este texto, em contraponto ao estigma de velhice como uma espécie de patologia calcada na decrepitude do processo de existir, pretende pensá-la em relação a um novo tempo de vida – tempo de transformação e invenção, tempo de potência do existir e tempo de singularidade. Em sua tessitura, busca-se ligar fios do pensamento freudiano a autores de outras áreas e épocas, como Baruch Spinoza, Walter Benjamin e Ângela Mucida, na intenção de melhor compreender o contexto da velhice em tempos atuais, com vistas a uma clínica psicanalítica onde um novo tecido possa revestir o desejo do sujeito em processo de envelhecimento.

Palavras-chave Velhice; Transitoriedade; Experiência; Desejo; Potência de existir; Transformação; Singularidade

Abstract

This text, in counterpoint to the stigma of old age as a kind of pathology based on the decrepitude of the process of existing intends to think about it in relation to a new time of life - a time of transformation and invention, a time of the power of existing and a time of singularity. In its fabric, it seeks to connect threads of Freudian thought to authors from other areas and times, such as Baruch Spinoza, Walter Benjamin and Ângela Mucida, with the intention of better understanding the context of old age in current times, with a view to a psychoanalytic clinic where a new fabric can cover the desire of the subject in the aging process.

Keywords Old age; Transience; Experience; Desire; Power to exist; Transformation; Singularity

[…]

Por seres tão inventivo

Compositor de destinos

Tempo, tempo, tempo, tempo

És um dos deuses mais lindos.

Vou te fazer um pedido

Que sejas ainda mais vivo

No som do meu estribilho

Tempo, tempo, tempo, tempo.

O que usaremos pra isso

Fica guardado em sigilo

Apenas contigo e ‘migo’

Tempo, tempo, tempo, tempo.

[…]

Caetano Veloso.

Este texto pretende pensar a velhice como um tempo de múltiplas possibilidades em nosso processo de existência, em contraponto ao estigma de velhice como finitude de vida em decadência.

Nos fragmentos dos versos da canção Oração ao tempo, de Caetano Veloso (1979), trazidos como epígrafe, a síntese da abordagem que aspiro apresentar em relação à velhice como um novo tempo de vida: tempo de transformação e invenção, tempo de potência do existir e tempo de singularidade.

O desejo de aproximação ao tema da velhice nasce em mim a partir de interlocuções na clínica psicanalítica que conduzo, com diversos pacientes acima de sessenta anos, observando a potência do processo de existir que ali se faz presente. Isso me leva à disposição de falar da velhice como pertencente ao curso da vida e não colada à ideia de degradação, uma espécie de patologia calcada na decrepitude. Pretendo, pois, enveredar por caminhos de desconstrução do conceito de velhice, arraigado em nossa sociedade ocidental, na qual valores sociais, morais, intelectuais, políticos, entre tantos em que estamos imersos, em tempos contemporâneos, inscrevem em nós um modo de ser, sentir e agir atrelado a uma demanda externa. Em nossa cultura, o envelhecer tem sido traduzido como sinônimo de fracasso, de perda, de decadência. Temos dificuldade de olhar um corpo que atravessa os anos e perceber mais do que somente suas fragilidades.

Nesse sentido, para que possamos vislumbrar um horizonte que construiu uma certa dissensão de processar a vida em momentos de transformações, como na chamada “terceira idade”, algumas considerações se fazem pertinentes.

Constata-se que, nessa etapa da vida, no campo social, disponibilidades de cuidado e acolhimento se tornam mais escassas, implicando uma redução de possibilidades de vida com qualidade, com dignidade, a essa população e, até mesmo, marcando por certa hostilidade o sujeito velho.

A maneira conforme o sistema social vai construindo suas regulamentações faz com que o idoso se torne aquilo que a sociedade demanda dele, fugindo de quem é de verdade, não conseguindo assumir sua verdadeira subjetividade. Nesse âmbito, ele é despojado de sua posição de sujeito desejante. E, dessa forma, pode-se dar a abertura para um espaço de dor, para um afastamento do que se poderia vir a ser de forma mais afirmativa. Ou seja, esse modelo de configuração social traz possibilidades de adoecimento do sujeito envelhecido, que implicam impossibilidades de lidar com questões inerentes ao próprio processo de vida nessa fase.

Desde os primórdios de sua produção psicanalítica, Freud nos alertava que o fato de nascermos num tipo de sociedade que se organiza de determinada forma, já seria propício à formação de neuroses. Em Moral sexual ‘civilizada’ e doença nervosa moderna, ele afirma “existir uma relação entre a alta incidência de doença nervosa e a moderna vida civilizada” (Freud, 1908/1996, p. 170).

Num modelo capitalista, as regulações sociais fornecem um mundo de hostilidades, compelindo seus cidadãos a reproduzir seus mandatos. O sujeito vai se organizando para existir num modo racionalizado, em que os códigos estruturais é que serão as suas referências, e qualquer desvio desse enquadre será censurado. Assim, o pensamento fica aprisionado, fica fechado numa possibilidade de ser atrelado aos mandatos da ordenação social. A experiência criadora da sensorialidade do corpo se apaga. Isso tende a reduzir a forma do sujeito de estar no mundo à condição daquilo que está dado. Torna-se um processo empobrecedor de suas múltiplas possibilidades de existir, de suas potencialidades de criar. Torna-se um poderoso caminho de esvaziamento de sua potência de existência.

Potência de existência é aqui entendida como a viabilidade de se sustentar um processo de vida, que é sofrida, incerta, perigosa, mas guarda sempre a possibilidade de resistência, enfrentamento e busca de reconstrução de um novo jeito de estar no mundo.

De acordo com Spinoza (1677/2009), existir é a capacidade de afetar e ser afetado, é agir no mundo. Ser o que se pode ser, ser em sua potência, que é sua essência colocada em ato. Para esse filósofo, a essência do homem é o desejo, e a potência de vida é a virtude de realizar encontros. Essa potência aumenta ou diminui conforme os encontros realizados. Assim sendo, efetuar sua potência é, necessariamente, agir para gerar bons encontros.

Se, por um lado, essas considerações abrem novas veredas a trilhar, ao tecer caminhos de compreensão sobre a velhice, a psicanálise aponta para um real em cena, nessa fase marcada por peculiaridades próprias, que precisam ser consideradas. É uma fase propensa a perdas de diversas naturezas: há uma mudança na imagem corporal – rugas, cabelos brancos, elasticidade da pele, fragilidade muscular, perda gradativa de algumas habilidades. É o tempo da aposentadoria e os significantes que ela acarreta, com ressonâncias negativas, muitas vezes associadas ao que não tem mais valia, inclusive, à morte do desejo, perda do status social, perda de vínculos afetivos, com a morte de pessoas queridas, bem como o surgimento de fantasias a respeito da própria morte.

Quanto ao conceito de velhice, quero situar neste trabalho, o pensamento de Mucida (2022, p. 18):

Propusemos pensar a velhice como um momento no qual, prevalecendo um determinado enfraquecimento – variável para cada sujeito – o tempo presente, devido a um afrouxamento dos laços afetivos, sociais e inúmeras perdas, imporia ao sujeito a criação de novas formas de atualizar seu passado, enlaçando-o ao futuro.

Trata-se, pois, sob o olhar psicanalítico, do amálgama de três tempos: o tempo do inconsciente – atemporal; o tempo cronológico – tempo que passa; e o tempo do a posteriori – do vir a ser. Nesse caso, a velhice demanda um novo enodamento do tempo, no qual o tempo atual possa atualizar o passado com perspectivas de revestir com outras tessituras o desejo.

Dessa forma, entendemos que, embora o sujeito do inconsciente não envelheça, há um real do corpo que envelhece, há um real de várias perdas que se presentificam a partir de um determinado tempo de vida. Então, a “velhice, enquanto um dos nomes do real, impõe o luto, bem como novas formas de atualização” (Mucida, 2022, p. 56).

Na clínica psicanalítica com idosos, a presença do analista promove, pela transferência identificada ao atemporal do inconsciente, uma via tripla entre passado, presente e futuro, abrindo a possibilidade de que algo se escreva de maneira diferente, que novas reinscrições se façam.

Essa possibilidade está posta em Freud (1896/1996, p. 281), na Carta 52 a Fliess, quando, ao descrever o mecanismo de formação de nosso psiquismo, relata que “o material presente em forma de traços da memória estaria sujeito, de tempos em tempos, a um rearranjo segundo novas circunstâncias – a uma retranscrição”. Essas novas circunstâncias são fundamentais, pois indicam a presença do real em cena, em cada momento. Freud acentua ainda que a memória “não se faz presente de uma só vez, mas se desdobra em vários tempos”.

Muitos autores, ao tratar o tema da velhice, denominam esse tempo de “envelhescência”, numa analogia com a palavra “adolescência”. São tempos transitórios. São tempos de transformações, de dores, de estranhamentos, de perdas, de lutos mas também de potenciais possibilidades de abertura a novas construções.

Então, indagamos:

Que potências de existir, de sentir e de agir a maturidade nos revela?

Como podemos ser ao envelhecer?

Como podemos construir uma experiência só nossa do que é o envelhecimento, apesar do que ditam os padrões culturais?

Freud (1916/1996), em seu texto Sobre a transitoriedade, aborda o tempo e a finitude das coisas, trazendo valiosas contribuições para pensarmos o tempo da velhice. Nesse texto, ele questiona se as coisas perderiam o valor se fossem propensas a acabar e constata: “Pelo contrário! O valor da transitoriedade é o valor da escassez do tempo. A limitação da possibilidade de uma fruição eleva o valor dessa fruição” (Freud, 1916/1996, p. 317).

Essa ideia de Freud sobre a limitação da fruição relacionada ao tempo de duração aponta para a singularidade do sujeito. Alguns poderão se esquivar do desfrute de contemplar a beleza de algo, pela presença dos limites de sua perenidade; outros tenderão a depositar intensa admiração, justamente, por saberem que vai terminar. Isso nos mostra que as saídas para a finitude, ou seja, o encontro com a castração, no dizer psicanalítico, irá assinalar os caminhos pelos quais cada um poderá seguir, indo ao encontro de seu desejo. Cada um envelhece de seu próprio modo. Assim sendo, a velhice é um destino singular a ser traçado por cada sujeito, não está reduzida à idade cronológica nem à diminuição de determinadas funções orgânicas.

Assim, diante do inexorável que a passagem do tempo traz ao sujeito, a possibilidade de cada um, em sua singularidade, é encontrar novas formas de inscrever e de vestir o seu desejo. Mannoni (1995, p. 17), em O nomeável e o inominável, sintetiza essa questão em uma frase: “Entra-se na velhice quando se perde o desejo”.

Outro aspecto importante que quero destacar neste trabalho vem da contribuição de Walter Benjamin (1936/2020) em seu texto O contador de histórias (1936), onde ele traz o conceito de ‘experiência’ como acúmulo de uma vida que atravessa a passagem do tempo, num ritmo próprio a cada sujeito, permitindo-lhe a reflexão e a elaboração de um saber a partir da vivência experimentada. Para ele, a experiência é própria da narrativa oral. Quando se narra vivências, se constrói experiências. A narrativa tece o fio da vida. Assim, ele expressa:

A matéria da qual as histórias são feitas exprimem não apenas o conhecimento e a sabedoria de um ser humano, mas sobretudo sua vida vivida (Benjamin, 1936/2020, p. 35).

Nesse âmbito, na clínica psicanalítica, ao narrar suas histórias de vida, o sujeito tende a resgatar o mais original de si e a dar sentido ao que foi experienciado, ou seja, pode vir a sentir o sentimento vivido outrora, ao se ouvir narrar sua experiência de vida e, assim “deixar a mecha de sua vida consumir-se completamente na doce chama de sua narração” (Benjamin, 1936/2020, p. 57). Para Benjamin, “o contador de histórias é a figura na qual o justo se encontra consigo mesmo”.

Agora, buscando enlaçar os frutos deste estudo com breves fragmentos de casos clínicos de minha experiência psicanalítica e, recordando a descrição bucólica feita por Freud no texto Sobre a transitoriedade, “ao caminhar com amigos, num dia de verão, por campos sorridentes [...] de uma beleza fadada à extinção” (Freud, 1916/1996, p. 317), me dei a liberdade poética de projetar meu setting analítico como um jardim, de onde colho algumas flores. Elas compuseram o jardim de minha clínica psicanalítica por um tempo transitório e, no entanto, sobrevivem com o fulgor que a criação humana, livre de amarras, pode desfrutar.

Eu diria que fazem parte de uma velhice peculiar, são velhas desejantes, que não se submetem, não vivem em clausuras, estão em trânsito psíquico. Vivem esse tempo de vida e, por que não dizer, de crise e estranhamento, como espaço de transição e de criação, não se deixando enlaçar pela castração ou pela finitude e, nem mesmo pelo discurso capitalista que nos assola. Buscam, nas palavras de Garcez (2023, p. 102) “viver o tempo em sua experiência e não antecipá-lo em sua morte”. Procuram transitar, com as experiências conquistadas e se adequar a uma forma de ser que leva em consideração sua condição atual – com suficiência para fazer algumas coisas e outras, não. Mas, com permissão para se reinventar, possuídas de seus desejos.

Eu as nomeei com nomes de flores.

Como Rosa, que aos setenta e cinco anos, defendeu sua tese de doutorado, liberando sua potência de vida, fazendo valer o seu desejo, ao resgatar um projeto abortado quinze anos atrás.

Ou, como Violeta, que aos oitenta anos, retoma o direcionamento de sua vida, mostrando todo o seu vigor no cuidado de si e de seus negócios.

Também como Acácia, que aos sessenta e oito anos, inicia um curso de filosofia e se sente realizada, transitando com leveza pelas vias do pensamento.

Ou, ainda, como Margarida, que aos setenta e seis anos, está muito bem traduzida neste poema de Mário Quintana (2012):

Deixa-me ser o que eu sou,

o que sempre fui,

um rio que vai fluindo.

E o meu destino é seguir…

Seguir para o mar.

O mar onde tudo começa…

Onde tudo se refaz…

Ao encerrar este texto, trago o escritor-poeta Rubem Alves, em sua crônica publicada no jornal Folha de São Paulo, de 03 de fevereiro de 2009, intitulada A pior idade, onde ele ressalta que “velhice é quando a gente começa a ser tratado como objeto de respeito e não como objeto de desejo”. E conclui: “Sugiro um nome diferente para essa idade, que não é ironia, mas poesia: pessoas portadoras de crepúsculos no seu olhar”.

Diante dessa metáfora, uma reflexão/ conclamação:

Assim como o tempo limitado dos crepúsculos na natureza não impede que eles se configurem em todo o seu esplendor de beleza, que a fase crepuscular do sujeito em processo de envelhecimento também seja vivida como um tempo precioso de muita luz sobre as coisas que realmente importam ao seu bem-viver.

Referências

ALVES, R. A pior idade. Folha de São Paulo, 03 fev. 2009. [ Links ]

BENJAMIN, W. O contador de histórias -considerações sobre a obra de Nicolai Lescov (1936). In: LAVELLE, P. (org.). O contador de histórias e outros escritos - Walter Benjamin. Tradução: Georg Otte, Marcelo Backers, Patrícia Lavelle. São Paulo: Hedra, 2020. [ Links ]

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FREUD, S. Moral sexual ‘civilizada’ e doença nervosa moderna (1908). In: LAVELLE, P. (org.). “Gradiva”, de Jensen, e outros trabalhos (1906-1908). Direção da tradução: Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 169-186. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 9). [ Links ]

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GARCEZ, M. M. Discurso capitalista: pressa para não concluir? Nova Friburgo: Media Res, 2023. [ Links ]

MANNONI, M. O nomeável e o inominável. Rio de Janeiro: Zahar, 1995. [ Links ]

MUCIDA, A. O sujeito não envelhece - psicanálise e velhice. Belo Horizonte: Autêntica, 2022. [ Links ]

QUINTANA, M. Poemas para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. [ Links ]

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Recebido: 28 de Julho de 2023; Aceito: 29 de Agosto de 2023

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