Aquilo que herdaste de teus pais
conquistao para fazê-lo teu.
Goethe
Apesar do referido no trabalho inicial, a situação em Belo Horizonte era, em termos de psicanálise e formação psicanalítica, como se fosse uma terra virgem.
A Dra. Elba de Almeida Duque (1993) nos fala como foram sofridos e difíceis os anos iniciais do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais em seu artigo De como um pedaço de história pessoal se confunde com o início da história de um grupo, escrito quando o CPMG completava 30 anos e publicado na Reverso n. 35. Ela relata que, a partir de uma indicação médica, procurara um psicanalista em São Paulo e retornou de lá com uma convicção: “Encontrei algo que vale a pena: a psicanálise”.
Uma semana depois, retorna a São Paulo para ficar três meses como observadora de três grupos: o do Dr. Bernardo Blay Neto, do Dr. Oscar Rezende Lima e do Dr. Richter, numa maratona que somente a juventude e muita angústia podiam patrocinar (sic). Além disso, frequentou a clínica do Haim Grunspun, famoso na psicanálise de crianças.
Em janeiro de 1962, a Dra. Elba consegue que Blay Neto passe algum tempo em Belo Horizonte para atender em grupos 16 médicos e psicólogos, o que evidenciava que havia demanda pela psicanálise.
Nessa época, começavam a funcionar o curso de psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais e da PUC Minas, além de serviços e núcleos de expressão, como o de D. Helena Antipoff na Fazenda do Rosário e do Prof. Pedro Parafita Bessa.
Novamente a Dra. Elba volta a São Paulo, na esperança de que algum analista didata se dispusesse a vir para Belo Horizonte. Em vão. E como vimos anteriormente, o grupo paulista era desde sua fundação o mais estável e menos conflituoso do eixo.
Sem desistir a Dra. Elba faz contato por correspondência com analistas em formação em Londres, que era a meca do kleinismo. Tudo em vão. Pensava, então, em obter uma bolsa da Capes e ir para Londres. Foi quando, através de Luiz Viegas de Carvalho, na PUC Minas, teve notícia do Prof. Malomar Lund Edelweiss e faz contato com ele. Feito isso, o Prof. Malomar se dispôs a vir a Belo Horizonte, com a condição de haver pelo menos quatro candidatos para análise. Juntaram-se Elba, Djalma Oliveira e Jarbas Portela, e mais ninguém. Coisa de mineiro, podemos dizer.
Depois de várias reuniões, ficou acertado que Malomar viria com três candidatos na expectativa de que outros mais se juntariam ao grupo. Mais uma vez, coisa de mineiro. E foi o que aconteceu. Em poucos meses, ao grupo se juntaram o Dr. Antônio Ribeiro e a Dra. Eunice Rangel, vice-diretora do recém-inaugurado Hospital Galba Veloso. Estava composto o grupo dos fundadores do Círculo Brasileiro de Psicologia Profunda - Seção de Minas Gerais.
Um pouco da proto-história
O Prof. Malomar, diretor da Faculdade de Filosofia de Pelotas, recebe em 1956, através de Bela Székely, o livro Análise psíquica e síntese existencial, do qual Rogério Amoretti (1993) nos traz alguns traços.
Székely, judeu húngaro de nascimento e esquerdista na juventude, após se naturalizar argentino, passou a viajar frequentemente à Bahia, onde foi se aproximando do catolicismo e da meditação sobre os ensinamentos de Jesus. Na Europa foi amigo de Frankel, Szondi, Schutz Henke e Caruso.
Em relação à psicanálise, reconhecia em Freud o mérito de ter descoberto o mundo do inconsciente e dele discordava pela base - oferecer uma construção da pessoa humana fundada na sexualidade.
Esses aspectos, nos adverte Amoretti, pesaram na “escolha de Caruso” e não daqueles analistas bem mais próximos de Pelotas, como Angel Garma, Henrique Pinchon, Rivière, Marie Langer, Henrich Racker, constituintes da famosa (APA), que já acolhia psicanalistas de Porto Alegre.
Mais uma vez nos confrontamos com a questão da escolha. Vai Malomar a Viena, vem Caruso para o Rio Grande do Sul. E funda-se o Círculo Brasileiro de Psicologia Profunda em 1956. Então cabe uma pergunta: afinal o que é psicologia profunda em termos de uma escola de pensamento?
Freud usa poucas vezes essa expressão referindo-se ao inconsciente, mas, como veremos, com um sentido completamente diferente daquele da escola de pensamento. Daí várias escolas propõem o estudo do ser humano, como total (persona). Para isso, é necessário acrescentar a dimensão freudiana (psique) ao espiritual (bios, psique e persona).
Do que pude pesquisar, a impressão que ficou é que a origem das escolas de psicologia profunda deriva de duas fontes principais: a primeira vem de Soren Kikergaard, considerado o pai do existencialismo ou filosofia da existência; a segunda é representada por Jung que por vários motivos se afastou de Freud. Um deles é o conceito de élan vital, que abarca o todo da persona.
Por isso, a aproximação da psicologia analítica da mitologia, do espiritismo e das religiões principalmente as orientais. Jung propõe que o inconsciente seja coletivo e arquetípico. Para ele, há um inconsciente completamente determinado, ao qual estamos subjugados.
O personalismo ou análise personal
P. Christian, em seus estudos, ao tentar compreender o conceito de persona, afirma que combina concepções naturalístico-positivista (behaviorismo) com os aristotélico-tomistas (católicos) com as existencialistas (Heidegger e seus discípulos), além de outras interpretações antropológicas da persona, por exemplo, Von Weizsacher Buytendijk, Von Gebsattel.
Mais uma vez a busca do todo. Nesse sentido, acho pertinente lançar mão do artigo de Oscar Cezarotto (1993) publicado na Reverso n. 35, onde, a partir de um comentário da abertura do Seminário 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise de Lacan (1964), tenta situar a psicanálise em seu lugar próprio com relação à ciência e à religião.
Com relação à religião, Cezarotto afirma que é apresentada como incansável produtora de sentido e significação. Ali, onde aparece um enigma, um sem sentido, a religião se mostra obviamente em seu caráter e responde saturando, pela via da revelação sacramentada, o mal-estar que a falta de sentido provoca na sua emergência.
Estaria aí a intolerância à teoria freudiana como tal e sua tentativa de complementaridade?
A nova escola de Viena
A análise personal (psicologia profunda) tem nos nomes de Viktor. F. Frankl, Igor Caruso, Hofstatter e Wilfriend Daim em Viena, por volta de 1945, uma nova tentativa de articulação, conforme Wyss (1964).
Partindo de Jung, a filosofia existencialista foi se apoderando de forma crescente da psicanálise articulada à teologia católica. Trata-se de mudar a ênfase da psicanálise freudiana de modo que se torne, na medida do possível, compatível com o dogma. A persona compõe essa totalidade, com o soma, o anímico e o espiritual. E essa totalidade trina compõe o homem (V. Frankl).
Segundo Mallmann (2014), durante a Segunda Guerra Mundial, através do psiquiatra Auersperg, filiado à SS e com quem trabalhava, Caruso toma conhecimento do Instituto Imperial para Investigação Psicológica e Psicoterapia de Viena. E através dele conhece August Aichhorn e Von Gebsattel, com quem se analisa, no início dos anos 1940.
Em 1947, juntamente com Auersperg, Caruso funda o Círculo de Psicologia Profunda, dado não confirmado já que Auersperg teria emigrado para o Brasil em 1946.
Chegamos por estas veredas ao Caruso fundador do Círculo Brasileiro de Psicologia Profunda e apresentado a Malomar por Bela Székely. Quanto à evolução do pensamento de Caruso, vamos recorrer a Amoretti (1993), que nos fornece estes dados.
Caruso se analisa didaticamente com August Aichhorn em 1943. Posteriormente, não sabemos por qual razão, passa a se analisar com Von Gebsattel, que participava dos grupos de Freud (1912-1913). Gebsattel se analisara com Leonard Seif, que havia sido discípulo de Jung e se recusara a tomar partido quando da ruptura de Seif com Jung.
Em 1947 Caruso criou o Círculo Vienense de Psicologia Profunda, uma clínica do pós-guerra, que permaneceu hostil a Freud e seus discípulos. Vale lembrar que a Igreja Católica austríaca foi um dos pilares de resistência ao nazismo, razão pela qual era conflitante àquela época, Freud publicar seus estudos sobre Moisés e o monoteísmo.
Nesse período de ebulição, as diretrizes de crítica radical a qualquer ortodoxia ou dogmatismo transformaram o Círculo Vianense num espaço de estudos de variada riqueza, atraindo celebridades como Konrad Lorenz, Jean Piaget, J. Nuttin, Jacques Lacan e outros.
Ainda Amoretti (1993) faz um estudo das principais obras de Caruso, que caracterizam seu pensamento e suas evoluções.
• Análise psíquica e síntese existencial (1952). Texto paradigmático de terapia personalista, incluindo em seu ecletismo elementos de psicanálise, abordagens junguiana, logoterapia e religião no que poderia ser chamado de psicanálise pastoral ou psicanálise batizada. No livro, a psicanálise aparece mais como crítica à “visão do homem” que a teoria freudiana delineia, particularmente através da teoria das pulsões e da sexualidade, a ela contrapondo uma visão da totalidade da pessoa humana, na qual os valores religiosos ocupam um lugar primordial. Neste texto Jung é mais citado que o próprio Freud. Esse é o Caruso apresentado, que é analista de Malomar e funda o Círculo Brasileiro.
Mas Caruso evolui em seu pensamento. O Caruso que vem a Belo Horizonte nos anos 1968-1969, era já outro Caruso.
Vejamos alguns passos de sua virada:
• Bios, psique e persona (1955-1956). Caruso trata da filogênese e da ontogênese da chamada personalização progressiva. Reserva poucas páginas à discussão da espiritualidade, prenunciando sua virada de orientação.
• Psicoanálisis dialético (1961). Texto fortemente marcado pela influência marxista e pelo contexto social.
• Psicoanálisis, lenguage ambígua. Contendo textos de diferentes épocas, é altamente elucidativo da virada do autor no plano psicanalítico:
• Seminários sobre a teoria e técnica (1957, 1958, 1959) com citações de Freud, Marcuse e Lacan, abordando a técnica freudiana de análise.
• Sobre a teoria psicanalítica (1963) sem apresentar resquícios da visão religiosa da psicanálise, mesmo em se tratando de questões como valores morais e éticos.
• Sigmund Freud (1964) cita Galileu, Marx Darwin e Freud como defensores do fim de uma visão cômoda, no mundo, incluindo uma crítica ao idealismo filosófico.
• A separação dos amantes. Texto teórico clínico fundamentado na teoria das pulsões de forma particular à pulsão de morte.
• Narcisismo e socialização. Texto eminentemente psicanalítico incluindo questões do social.
Alguns comentários
Caruso esteve em Belo Horizonte em 1968 e parte de 1969. Sua vinda foi uma tentativa de dar um referencial paterno ao grupo que se iniciava e já apresentava alguns conflitos. Para mais detalhes sobre as vindas de Caruso ao Brasil, ver Mendes (2013).
Antônio Ribeiro, em entrevista gravada sobre a história do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais, afirma que a vinda de Caruso a Belo Horizonte teria sido um tipo acting out do grupo e que teria merecido de seu analista fundador uma interpretação: “Vocês não estão confiando no meu taco”. Haveria aí já um certo sentimento de abandono agravado pela fala de Paulo Dias Corrêa, por ocasião da primeira jornada do grupo?
Chamaram-me a atenção duas afirmações uma do Prof. Malomar ao dizer que Caruso nunca teve a pretensão de fundar uma instituição (Mallmann, 2014). Outra afirmação de Antônio Ribeiro, muito significativa e ao mesmo tempo delicada: “No início da formação, Malomar era muito liberal e Caruso não era um clínico; era um teórico.
Mas, sem dúvida, a vinda de Caruso trouxe várias consequências uma das quais foi a criação da Comissão de Análise Didática (CADE), além da opção pela psicanálise e pelo texto freudiano.
Durante a permanência de Caruso, aconteceu a aproximação do CBP do grupo dissidente da CPRJ liderado por Kattrin Kemper e a fundação do Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro no início dos anos 1970.
Vamos nos estender um pouco mais sobre esta personagem. Como já foi dito, foi bastante conflitiva a inserção da Sra. Kemper como didata da SPRJ, visto que, ao chegar ao Rio, trazia uma declaração de que possuía qualificação para realizar análises assinada pelo chefe do Instituto Central de Doenças Psicogênicas de Berlim, Henrich Schutz Henke. Kattrin Kemper havia feito sua análise em 1943 com Margarete Seiff, em Berlim. Dona de uma forma própria de conduzir o setting analítico, Kemper foi a criadora da interpretação por alusão, conforme descreve no artigo Interpretação por alusão publicado revista Estudos de Psicanálise n. 3, de 1970. Tal forma de alusão se prendia, entre outros fatores, à sua dificuldade com a língua portuguesa, o que a impedia de formular uma interpretação de significado como era corrente na época.
É interessante verificarmos que, de acordo com Lacan, a interpretação é uma alusão. Por exemplo, a citação consiste em produzir, através da enunciação do analista, uma equivocação, fazendo surgir uma questão: o que ele quer me dizer com isso?
Tal como no quadro de S. João Batista, de Leonardo da Vinci, que aponta para o alto, isso constituiria para Lacan a virtude alusiva da interpretação. João Batista não estaria apontando para Deus, mas para o horizonte desabitado do ser.
Superações
Estes relatos, a meu ver, constituem o nosso determinado. A instituição de uma Comissão de Análise Didática (CADE) decorrente da liberalidade de Malomar e que tornava confusa a formação diante de todas variáveis da Psicologia profunda.
A CADE foi constituída exatamente na volta do congresso do México, onde se tentou a filiação à IFPS e foi negada, pois o grupo mineiro não tinha a menor noção dos itens e documentos necessários à filiação. A CADE era um órgão estruturado, composto por analistas didatas e responsável por praticamente tudo que se passava no Círculo.
A mudança de nome para Círculo Psicanalítico de Minas Gerais não refletia apenas uma mera mudança, mas uma mudança de posição, uma mutação. Uma opção de base pelo texto freudiano.
Por aproximadamente treze anos a CADE funcionou com mão de ferro, enfeixando em si todas as decisões do Círculo. No entanto, houve um fator estruturante decisivo para o CPMG. Mas não soube sair de cena no tempo devido.
Jarbas Portela, ao admitir seu equívoco de ter se desligado do CPMG àquela época, nos diz: “Entrar para o poder é fácil, mas é muito difícil sair dele; poder político, militar, sexual e, acrescentaríamos, da transferência”.
Apesar da crítica que Caruso fazia à ortodoxia, o modelo de formação foi tomado da Associação Psicanalítica Internacional (IPA). A hipertrofia de poder e a proposta monolítica da CADE, com o tempo, ocasionaram abusos, além de inibição intelectual e participativa dos membros. Desembocou no movimento político de 1983-1984, em que foi proposta uma nova estrutura e a ela se seguiram outras.
Durante muitos anos, o Círculo Psicanalítico de Minas Gerais viveu um dilema semelhante a Ulisses ao atravessar os espaços das sereias e ouvir seu canto sem ser encantado por eles. Esse episódio nos leva ao excelente artigo de Michel Vivès (2013) publicado na Reverso n. 66, onde aborda a questão da voz estendendo a ela a elaboração feita por Lacan (1964) sobre o olhar no Seminário 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise.
Mas voltando ao texto de Vivès, ao tematizar a voz, ele nos alerta de que Homero, ao se referir às sereias, não fala de seu canto, mas de sua voz. O termo usado no grego antigo diz respeito ao grito, ao inarticulado. Daí se deduz, nos lembra Vivès, que a voz da sereia não tinha nada de melodioso, mas um apelo que diz “Venha! Venha a você o saber absoluto”. E o saber absoluto, bem o sabemos, é o gozo. É nesse apelo que se perde, nesse apelo incondicional ao gozo infinito.
Por muitos anos, o CPMG teve de fazer como Ulisses, fazendo-se amarrar ao mastro de seu frágil batel, a fim de atravessar o espaço das sereias, ouvindo sua voz sem ser seduzido por elas. A cera colocada no ouvido de alguns colegas se derreteu e eles se foram.
O ensino de Lacan, como chegou até nós propondo ideologicamente um apartheid psicanalítico, nos colocava no dilema IPA ou Escola? Mais uma vez uma superação se impôs: fomos da dilemática à dialética.
Propusemos um terceiro modelo em que fosse possível articular várias visões de psicanálise com ampla liberdade dos seus componentes para buscar completar sua formação segundo suas escolhas. Pasmem!
A ideologia milleriana se apossou principalmente dos espaços universitários mais ligados à psicologia e à filosofia, não deixando nenhum espaço para que o conceito de universitas se fizesse presente. Nas práticas clínicas eram utilizados espaços do estado (Fhemig) e da prefeitura. Isso foi bancado e sustentado pelo dinheiro público para fins particulares. Tenho notícias de que mesmo no espaço das universidades as consequências deixadas por esse viés ideológico não têm sido muito favoráveis à aceitação da psicanálise. Consequentemente, durante muitos anos, recorremos ao expediente de nos ligarmos a psicanalistas e instituições sérias que se mantinham fora da ideologia milleriana.
Inicialmente nos ligamos à associação livre, de forma especial a Oscar Cezarotto e posteriormente à visão de Gregório Baremblitt e à Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA) através de Contardo Calligaris e, mais recentemente, de Marco Antônio Coutinho Jorge e ao Corpo Freudiano do Rio de janeiro.
Como os tempos mudaram, quem sabe, já chegamos a Itaca. Julgo ter chegado o tempo de uma aproximação mais estreita com o espaço universitário, local do qual fomos praticamente alijados por muito tempo. Evidentemente com isto, não tivemos de abrir mão de nossas parcerias já estabelecidas.
Caruso não era um clínico, e sim um teórico. Até que ponto dentro do viés sincrônico esta herança prevalece?
Embora há muitos anos contemos com uma clínica que foi social, atualmente essa clínica é psicanalítica. A exposição de casos de nossas práticas clínicas não tem sido nosso forte, mas sim os cursos teóricos em uma cisão permanente e resistente entre a instituição e esses cursos. A transferência se dá com professores ou o curso, e a instituição fica cada vez mais restrita em suas atividades. As formas de seleção têm melhorado muito e como consequência, o nível cultural dos que atualmente compõem os vários seminários.
Vale comentar que, ao término dos seminários do primeiro e do segundo tempo, muitos participantes vão descartando a opção de compor nosso corpo societário, o que poderia trazer o sangue novo e enriquecedor ao Círculo Psicanalítico de Minas Gerais.
No mais, vamos seguindo dialeticamente nossa metamorfose ambulante, pelo esforço intenso das várias diretorias que se sucedem, já com algum sinal de cansaço e desgaste, apelando para um comprometimento maior de adesão dos mais novos.
Seria muito extenso e trabalhoso nomear todos e não todos envolvidos no trabalho de sustentação do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais. Mas seria injusto deixar de mencionar alguns “carregadores de piano” mesmo sendo injusto com tantos outros. Em primeiro lugar aos fundadores a quem me referi, minhas homenagens. Em seguida penso em Luiz Carlos Drumond, presidente no período de transição difícil, bem como Elias Hadad.
Aos companheiros do grupão, que ocuparam a presidência e deram muito de seu esforço e criatividade ao Círculo, cito Johannes Hubertus Dousi, Javert Rodrigues, Adelson Souza Pires, Lena Maria Santos, José Domingues de Oliveira, Maria Dolores Lustosa Cabral, Vanessa Campos Santoro, Eliana Rodrigues Pereira Mendes e aos presidentes que se seguiram Clóvis Bicalho, José Sebastião Fernandes.
As presidentes do século XXI homenageio a minha cara madrinha Eliana Mendes, a quem comparo à Dra. Elba pós-moderna, pela sua participação e pelo investimento em nosso sexagenário Círculo Psicanalítico de Minas Gerais. A Maria Mazzarello Cotta Ribeiro, pela sua gestão profícua e pela atenção particular dedicada a nossa Reverso. Ana Cristina Teixeira da Costa Salles, que conduziu nosso Círculo em períodos difíceis e tumultuosos. A prezada Juliana Marques Caldeira Borges com sua fibra e tenacidade. A Guiomar Antonieta Lage, a “dama de Ferros”, com seu entusiasmo e criatividade. A querida Dorinha, Maria Auxiliadora Toledo Garcia Freire, que com sua doçura e paz, nos conduz neste momento convulsivo e pandêmico. A todos os colegas, alunos e demais pessoas ligadas ao Círculo e que o mantêm de pé, sua história agradece.
Não poderia me esquecer da secretária Adriana Almeida com sua competência e gentileza, e a bibliotecária Marta Almeida pela serenidade, paciência e eficiência. Sem deixar de mencionar da Edna Malacco, Zeuza e D. Maria Matos, Sr. José, que nos primórdios ia a cada consultório cobrar as mensalidades.
Permitam-me um momento de nostalgia para relembrar a sede da Avenida Uruguai, da Rua Pirapetinga, do senado dos bolinhos e da cerveja após os seminários.
Não posso me esquecer da comissão organizadora dos festejos de aniversário do nosso CPMG, Carlos Antônio Andrade Mello, Audrey Gonçalves de Castro, Walesca Bernardes, Guiomar Antonieta Lage e, em particular, à querida Yvonne Muzzi com seu entusiasmo e sua alegria contagiantes.
Por fim, dizer ao sangue novo e à oxigenação sempre desejada.
Do alto deste mito histórico 60 anos vos contemplam.