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Junguiana

versão On-line ISSN 2595-1297

Junguiana vol.41 no.2 São Paulo jul./dez. 2023  Epub 06-Dez-2024

https://doi.org/10.70435/junguiana.v41.31 

Editorial

Editorial


No ano passado, comemoramos o 40º volume da Junguiana criando um fascículo exclusivo com artigos anteriormente publicados em nossas edições impressas. Neste ano, consultamos a comunidade sobre o desejo de manter um fascículo de republicação da era física da revista, e o desejo se manteve, cresceu e nos inspirou a trazer não somente textos de volumes anteriores, mas também aqueles veiculados em outras publicações.

Das sugestões recebidas, adotamos o princípio de republicar prioritariamente artigos de volumes esgotados da Junguiana e, também, tivemos a oportunidade de receber um artigo publicado originalmente no The Journal of Analytical Psychology. Assim como no fascículo anterior de republicações, mantemos a ordem cronológica na qual os artigos foram publicados e buscamos ser o mais féis possível aos originais, salvo as adequações às normas atuais de edição.

Abrimos o fascículo com “O arquétipo do mestre-aprendiz – considerações sobre a vivência”, de Laura Villares de Freitas, publicado na Junguiana nº 8. A autora conta sua experiência como professora e aluna, tecendo refexões sobre o campo de interação constelado pelo arquétipo do mestre-aprendiz. Em seguida, apresentamos o artigo “Narcisismo: considerações atuais”, de Raquel Porto Montellano, que foi gerado a partir da mesa-redonda, de mesmo nome, do evento Freud & Jung – 90 anos de encontros e desencontros, realizado em 1996, no Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS). Nele, analistas freudianos e junguianos discutiram temas importantes sobre a psique e a psicoterapia. No volume nº 14, a autora revê o conceito de narcisismo a partir da visão freudiana e o contrapõe ao processo de individuação de Jung, valendo-se do mito de Narciso e Eco e da ideia de função estruturante de Carlos Byington. O volume nº 18 teve como tema “Mitos e Lendas da América Latina” e trouxe o artigo “Do analista-caipira ao caipira-analista”, escrito por Isabel F. Rosa Labriola, para nos contar sobre o arquétipo do caipira e as possibilidades criativas do encontro analista-caipira.

Marfza T. Ramalho Reis colaborou na Junguiana nº 22 com o artigo “Espiritualidade e cura – conexão da psique e da matéria” falando sobre a saúde e a cura, compreendidas em diferentes culturas e abordagens teóricas ao longo do tempo, destacando uma perspectiva sistêmica que considera a saúde em seus aspectos físicos, psicológicos e sociais. No volume nº 23, em “Refexões sobre agressão e violência: da biologia à cultura”, Maria Paula Magalhães T. de Oliveira examina a agressão e a violência por meio de diferentes abordagens como a etologia e a antropologia e destaca o conceito de arquétipo como possibilidade de trânsito entre as diferentes visões.

Victor Palomo nos brinda com um artigo sobre “O tédio”, que teve lugar no volume nº 25 dedicado à psicopatologia. O texto traz uma abordagem histórica do tédio e suas raízes arquetípicas, o seu entendimento por Freud, Jung e a psiquiatria, além de o relacionar ao consumo em massa. Também do volume nº 25, republicamos o artigo de Claudia Morelli Gadotti, “A patologia da arte e da exclusão”. A autora propõe uma refexão sobre os limites que separam a patologia da criatividade por meio de textos de Clarice Lispector e relaciona o fenômeno da patologia com a história da misoginia e o sentimento de exclusão.

Da Junguiana nº 29/2 trazemos o artigo de Santina Rodrigues de Oliveira, “Fracasso e morte no processo analítico”, em que a autora discute a constelação de um “complexo do fracasso” em sua interface com o arquétipo da morte no processo analítico. Através do relato de um caso clínico, o texto traz questões sobre o manejo da transferência no processo de psicoterapia.

Por fm, mas não por último e com muita satisfação, fechamos o fascículo com o artigo de Mark Winborn “Sussurrando nas bordas: captando fenômenos efêmeros”, publicado no volume nº 67/1 do The Journal of Analytical Psychology, que recebeu o prêmio Gradiva, patrocinado pela Associação Nacional para o Avanço da Psicanálise (NAAP), de melhor publicação em língua inglesa de psicanálise em 2022. O texto conceitua a capacidade do analista de captar fenômenos efêmeros no setting analítico e propõe que esta habilidade progride continuamente, complementando e aprofundando as outras áreas do conhecimento analítico, como: teoria, técnica, padrões arquetípicos, psicopatologia e desenvolvimento. Discute o uso do devaneio e da poesia para desenvolver a sensibilidade e a capacidade de resposta do analista ao efêmero.

Acreditamos que a publicação de artigos inéditos e a republicação de textos nos ajuda na produção de conhecimento dentro do pensamento junguiano pois, além de divulgar as novas ideias e produções, honra e revisita o que já foi produzido, unindo presente e passado, dando novos elementos para nossa comunidade se manter sempre alimentada de refexões e descobertas.

Boa leitura!

Editoras

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