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Journal of Human Growth and Development
versión impresa ISSN 0104-1282versión On-line ISSN 2175-3598
Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. v.16 n.3 São Paulo dic. 2006
PESQUISA ORIGINAL RESEARCH ORIGINAL
Estilos parentais, estilos atribucionais e bem-estar psicológico em jovens universitários+
Parental styles, attributional styles and psychological wellbeing in young adults attending universities
Mariana Gonçalves BoeckelI; Jorge Castellá SarrieraII
IPsicóloga, Mestre em Psicologia Social e da Personalidade do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS. Endereço para correspondência: Av. Taquara 277/302 - Petrópolis - Porto Alegre. E-mail: mariana_boeckel@yahoo.com.br
IIPsicólogo e psicopedagogo. Mestre em Psicologia Escolar. Doutor em Psicologia
RESUMO
Partindo da premissa de que a família possui tarefas essenciais para a formação e o desenvolvimento dos seus membros, o presente estudo buscou identificar as correlações existentes entre as estratégias educacionais, estilos atribucionais e bem-estar psicológico em adultos jovens universitários. Foram realizadas análises correlacionais e de regressão múltipla. Os resultados apontam que o estilo parental autorizante, de forma geral, tem desdobramentos que se expressam em elevados níveis de bem-estar. Quanto ao estilo parental autoritário, notou-se que à maior intensidade do autoritarismo no estilo, há correspondência de maiores níveis de estabilidade na atribuição causal. Concernente aos estilos atribucionais, percebeu-se que as dimensões globalidade e estabilidade corresponderam a piores níveis de bem-estar psicológico. Esses achados salientam a importância dos efeitos dos estilos parentais e estilos atribucionais no bem-estar psicológico para futuras ações psico-educativas.
Palavras-chave: Estilos parentais. Estilos atribucionais. Bem-estar psicológico. Adultos jovens.
ABSTRACT
The family has some essential tasks concerning the persons development. Therefore, the present study searched for correlations between educational strategies, attributional styles and psychological wellbeing among young adults attending universities. Correlation and multiple regression analyses were conducted. Results showed that the authoritative parental style correlates with high wellbeing scores. On the other hand, the more intense authoritarian parental styles were related to higher levels of stability in causal attribution. Concerning attributional styles, it was possible to note that the dimensions globality and stability corresponded to lower psychological wellbeing levels. These outcomes emphasize the importance of the effects of parental styles and attributional styles on the psychological wellbeing, focusing on future psychoeducational actions.
Key words: Parental styles. Attributional styles. Psychological wellbeing. Young adults.
INTRODUÇÃO
As relações que se estabelecem na família original com os cuidadores - sejam estes consangüíneos ou não -, assim como as relações que se formam com outros sistemas mais próximos (escola, parentes, amigos), são componentes fundamentais no modo como o indivíduo graduará a lente com que vislumbra o seu mundo. A família, sob esse aspecto, é um laboratório de vivências relacionais e de aprendizagens.
As práticas educacionais exercidas em diferentes configurações familiares e as repercussões destas no comportamento dos filhos se tornaram de grande interesse para diversos estudiosos1-9.
Baumrind1, uma das pioneiras nos estudos sobre as estratégias educativas intrafamiliares, salienta a importância da intensidade do controle parental, juntamente com o apoio e afeto na execução das estratégias para o desenvolvimento humano. A autora ressalta que o controle, o apoio e o afeto permeiam as atitudes dos pais para com os filhos. A partir disso, formulou a diferenciação de três tipos de estilos parentais: estilo autoritário, estilo permissivo e estilo autorizante++. No presente estudo serão utilizados os conceitos de Baumrind1-3 no que se refere à tipologia de estilos parentais.
Os pais autoritários crêem em estratégias alicerçadas na obediência, em punições, no uso de medidas de força, sempre manifestadas através da imposição. O controle faz-se presente em elevado nível; não há espaço para o diálogo1. Esse controle intenso limita o desenvolvimento da autonomia, já que não considera as necessidades da criança, tampouco as competências inerentes a cada idade desenvolvimental. Como conseqüência, há comportamentos submissos, dependentes, reações passivo-agressivas, baixas motivações para realizações1-3. Lamborn e cols.10 evidenciaram que adolescentes que percebem seus pais como autoritários tendem a se conformar aos padrões sociais adultos e a conservarem baixos níveis de auto-conceito. Nota-se um inadequado uso do poder; questão importante, já que o equilíbrio de poder, assim como a reciprocidade e o afeto, são características fundamentais para um adequado desenvolvimento humano no contexto familiar11.
Por sua vez, Cheng e Furnham5 identificaram o estilo parental materno autoritário como o único preditor direto de felicidade, resultado contrário aos diversos estudos sobre esse estilo4,12.
O estilo permissivo tem como ponto fundamental a idéia de que a criança possui a tendência natural à socialização. Os pais devem deixar a criança aprender a identificar suas necessidades pois assim ela poderá expressar sua capacidade para auto-atualização. O adulto permissivo parte de uma postura afirmativa, de aceitação, em que os pais vêem a si como um recurso para o filho utilizar somente quando desejar, mas não como um agente ativo e responsável. Pais permissivos evitam o controle, mas, com freqüência, ficam descontentes por não terem o controle da criança1-2.
Por fim, o estilo autorizante salienta a idéia de que o cuidador não precisa decidir entre uma disciplina autoritária ou permissiva, podendo alternar suas atitudes partindo das contribuições das duas disciplinas. Os pais autorizantes encorajam as verbalizações, dividem com os filhos as razões por trás do policiamento parental, dão espaço para argumentações quando há recusa à obediência. As atitudes autônomas e disciplinadas são valorizadas. Ao mesmo tempo, há o exercício de um controle firme quando a criança desobedece, mas não punem a criança por intermédio de privações rígidas. Há sinergia entre o controle e o afeto2. Esse estilo influencia significativamente a construção das habilidades dos filhos para enfrentar situações estressantes, assim como há evidências de maiores níveis de competência psicossocial, menores índices de comportamentos disfuncionais7 e melhores níveis de auto-estima12. O equilíbrio de poder, a reciprocidade e o afeto salientados por Bronfenbrenner11 estão presentes adequadamente nesta prática parental.
O bem-estar psicológico, de acordo com Petito e Cummins13, consiste em dois componentes: o primeiro é satisfação com a vida, a qual envolve uma avaliação cognitiva; e o segundo é afetivo, envolvendo sentimentos e humor. Petito e Cummins apontam fatores significantes no entendimento da qualidade de vida de jovens: suporte social e percepção do estilo parental de seus pais. Eles salientam que o suporte social aumenta o bem-estar, já que incita diversas influências positivas, as quais incluem a nutrição do senso de sentido de vida, assim como a promoção da saúde. Com alusão à importância do apoio da família no desenvolvimento da pessoa, Sarriera14, em uma pesquisa com jovens espanhóis, identificou que o suporte familiar é um importante fator na construção do bem-estar psicológico. Ao contrário, uma falta de suporte social foi relacionada a níveis inferiores de bem-estar e até mesmo com psicopatologia.
A percepção do estilo parental também deve levar em consideração a fase de desenvolvimento da pessoa - uma percepção adolescente é, sem dúvida, diferente da de um adulto jovem. Na adultez jovem, surge a necessidade do resgate de um olhar mais contextualizado da realidade familiar. A saída da adolescência possibilita que os aspectos tumultuados e confusos vivenciados até então estejam mais claros. Há um importante retorno aos pais e familiares com o intuito de reconstrução de suas imagens, as quais estavam bastante mescladas com sentimentos intensos adolescentes15.
Assim, as vivências na família de origem e nos contextos mais próximos, ocorridas no transcurso do desenvolvimento infantil e adolescente, bem como as percepções que se tem sobre elas, irão exercer forte influência na forma como as pessoas enfrentam situações cotidianas. Dentre os processos psicológicos envolvidos no enfrentamento de situações diárias, destacam-se as atribuições de causalidade.
Diante de diversas circunstâncias habituais, o ser humano realiza atribuições de causalidade para os eventos ocorridos rotineiramente. Sempre que a pessoa recorre às explicações que visam justificar os acontecimentos, está utilizando o conceito denominado "atribuição causal". Estas atribuições, por sua vez, são construídas ao longo do desenvolvimento humano. Morales16 salienta que o processo de atribuição de causalidade não é um processo puramente cognitivo, dado que há importantes implicações sociais, as quais se referem tanto às funções que desempenham quanto à forma em que são moduladas pelo entorno social e cultural.
Heider e Jones e Davis, citados por Morales16, juntamente com Kelley17 e Weiner18-19 desenvolveram diversos estudos acerca das atribuições causais. Heider buscou entender como se atribui as "causas" aos sucessos ocorridos, especialmente os sucessos inesperados. O processo de atribuição, para este autor, cumpre funções de predição e controle do comportamento. Nele se procura encontrar uma explicação para um determinado sucesso, o que traz tranqüilidade. Para Weiner, as atribuições direcionam os sentimentos; e, por sua vez, as reações emocionais irão direcionar os comportamentos.
Peterson e Seligman20 partiram do pressuposto que as pessoas tinham um padrão geral de atribuição de causalidade e, então, estudaram a formação de um estilo de atribuição. Para eles, o entendimento acerca dos estilos atribucionais origina-se no estudo do fenômeno da desesperança aprendida. Seligman22-23 pressupôs que o desamparo aprendido poderia estar relacionado com as diferenças das atribuições causais, as quais as pessoas formulavam frente a situações estressantes e incontroláveis decorridas em suas vidas22-23. Alguns anos mais tarde, Peterson e Seligman20 definiram o estilo atribucional como uma variável da personalidade.
Abramson, Seligman, e Teasdale23 formularam três dimensões existentes no estilo atribucional: internalidade/ externalidade, estabilidade/ instabilidade e globalidade/ especificidade. Essas dimensões estão relacionadas às causas: internas (devido à própria pessoa) e externas (devido aos outros); estável (persiste ao longo do tempo) e instável (transitória); global (afeta diversos aspectos da vida) e específica (limitado ao evento em si).
Dentre os efeitos das dimensões, a internalidade excessiva pode influenciar negativamente a auto-estima quando há muita intensidade e, conseqüentemente, culpa e paralisação. Por outro lado, a internalidade pode permitir a sensação de locus de controle sobre a situação, visto que o "eu" é o ator principal, possibilitando mais autonomia e poder frente à situação. Por outro lado, a estabilidade afeta a cronicidade da desesperança e da depressão. Por fim, a globalidade influencia a percepção negativa dos eventos subseqüentes20.
Diversas pesquisas têm sido desenvolvidas com relação aos estilos atribucionais e suas implicações no sofrimento psíquico, em especial em quadros depressivos24-28. Haugen e Lund27 identificaram a auto-estima como um importante preditor na depressão, sendo que o estilo atribucional considerado interno, estável e global estaria relacionado a maiores níveis de depressão. Já externalidade, estabilidade e especificidade estariam associadas à saúde mental.
Rigby29 menciona o estilo atribucional como mediador entre as características de personalidade e a qualidade de vida. E Chiara30 identificou os estilos atribucionais externos, instáveis e específicos como protetores para o desenvolvimento de sintomas e episódios depressivos.
Questões referentes a gênero e suas possíveis correlações com os estilos atribucionais têm sido investigadas significativamente31-34. Martinez e Sewell33 salientam a tendência das mulheres de atribuírem às situações negativas fatores causais internos, estáveis e globais com maior freqüência do que os homens.
Alguns estudiosos35 fazem referência à estabilidade dos estilos atribucionais ao longo do desenvolvimento humano. Outros acreditam que as atribuições para eventos negativos parecem ser mais estáveis do que as atribuições para os eventos positivos36-37. Já Schwartz, Kaslow, Seeley e Lewinsohn38 apontam instabilidade dos estilos no período da adolescência, tendo em vista as características inerentes desse período.
A pesquisa desenvolvida por Glasgow e cols.32 pontua a importante relação existente entre os estilos parentais e as atribuições causais em adolescentes. Esses autores salientam que a vivência de estilos parentais não autorizantes encontram-se relacionada às atribuições causais disfuncionais. Ao mesmo tempo, Monestere34 refere que os jovens utilizam os modelos parentais para o desenvolvimento dos estilos atribucionais, ou seja, tendem a desenvolver estilos atribucionais similares aos de seus pais. Essa autora salienta a importante conexão da família no desenvolvimento das atribuições causais. Juntamente com isso, Peterson e Seligman20 sugerem que o desenvolvimento dos estilos atribucionais esteja relacionado às vivências na infância com os cuidadores (geralmente os pais), às críticas recebidas do meio (escola, professores) e às situações estressantes vivenciadas por cada um no transcurso do desenvolvimento.
As pesquisas apresentadas, apontando a importante influência das estratégias educacionais no comportamento e no bem-estar psicológico, assim como a possibilidade das atribuições causais serem construídas a partir de vivências familiares, motivaram a realização do presente estudo. Dessa forma, objetiva-se entender de que modo o estilo atribucional, o estilo parental e o bem-estar psicológico se correlacionam em um conjunto de adultos jovens universitários.
MÉTODO
Participantes
Foram participantes deste estudo 323 adultos jovens, de ambos os sexos, estudantes universitários de uma universidade particular de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (Brasil).
Utilizaram-se duas etapas de seleção de amostra. Primeiramente, selecionou-se uma amostra aleatória estratificada por setores de formação (filosófico-humanístico, sócio-jurídico-econômico, biomédico e técnico-científico). Na seguinte etapa, foi feita escolha por conveniência com relação aos cursos de graduação de cada setor. Os cursos que participaram desta investigação foram: Letras, Psicologia, Serviço Social, Relações Públicas, Direito, Medicina, Fisioterapia, Engenharias, Informática, Ciências Aeronáuticas e Arquitetura.
Instrumentos
Desenvolveu-se um questionário formulado a partir de instrumentos e escalas elaborados previamente, abordando variáveis no que se refere aos aspectos: biodemográficos, estilos atribucionais, bem-estar psicológico e estilos parentais.
Questionário de Estilos Atribucionais - Expanded Attributional Style Questionnaire (EASQ)
O EASQ busca identificar os estilos de atribuições de causa que utilizamos para os acontecimentos cotidianos. Há 24 questões hipotéticas sobre acontecimentos negativos em diversas áreas da vida do sujeito. Partindo de cada sentença são feitas três perguntas: a primeira faz referência à internalidade/externalidade; a segunda à estabilidade/instabilidade; e a terceira à globalidade/especificidade. Abaixo de cada questão, há uma escala de sete itens que inicia no -3 e vai ao +3, na qual os respondentes assinalam o número que melhor os descreve, partindo da idéia de um contínuo39.
A consistência interna obtida no estudo original foi de 0,66 para internalidade, 0,85 para estabilidade e 0,88 para globalidade39. Na presente investigação, obteve-se os seguintes Alphas de Crombach: 0,71 para internalidade, 0,86 para estabilidade e 0,88 para globalidade.
Questionário Geral de Saúde de Goldberg (GHQ - 12)
Essa escala foi desenvolvida por Goldberg40 para mensurar a percepção do bem-estar psicológico. Ela é realizada por meio da avaliação do grau de desvio no comportamento normal relacionado ao estado de saúde de uma pessoa partindo da comparação de seu estado atual com o usual. É composta por 12 questões, havendo quatro alternativas de respostas: duas de ausência, uma neutra e outra de presença de bem-estar psicológico.
A consistência interna obtida por Golberg40 foi de 0,83. Em 1996, esse instrumento foi validado na população de jovens porto-alegrenses e obteve um Alpha de Crombach de 0,8041. No presente estudo, foi obtido índice de 0,84 de consistência interna.
Questionário de Estilos Parentais - Parental Authoritative Questionaire - PAQ
O instrumento busca avaliar os conceitos de Baumrind referentes aos estilos parentais permissivo, autoritário e autorizante. É composto por 30 situações hipotéticas sobre as estratégias educacionais utilizadas pelos pais durante a infância de seus filhos. Há 10 situações que fazem referência ao estilo parental autoritário, 10 com relação ao estilo autorizante e 10 ao estilo permissivo. Os filhos respondem em uma escala Likert de cinco pontos, sendo dois pontos referentes à discordância ("discordo totalmente" e "discordo"), um ponto neutro ("não concordo nem discordo") e dois que referentes à concordância ("concordo totalmente" e "concordo"). As respostas são fundamentadas na percepção dos filhos no que toca às estratégias educacionais que seus pais utilizaram com eles. Originalmente, foi aplicado um instrumento com relação à mãe e outro com relação ao pai, ambos com as mesmas questões42. Nesta pesquisa, optou-se por utilizar somente um instrumento com relação aos pais como um todo.
A partir do teste de confiabilidade, Buri identificou os seguintes Alphas Crombach: relacionados aos estilos parentais das mães - 0,75 para estilo permissivo, 0,85 para autoritário e 0,82 para autorizante; com relação aos estilos dos pais - 0,74 para permissividade, 0,87 para autoritário e 0,85 para autorizante. Na presente pesquisa, obteve-se os seguintes Alphas de Crombach: 0,74 para permissivo, 0,85 para autoritário e 0,88 para autorizante.
Tradução e adaptação dos instrumentos
O processo de tradução dos instrumentos PAQ e EASQ foi desenvolvido através de quatro juízes, os quais eram profissionais da área de Psicologia e tinham domínio da língua inglesa. Foi realizado back translation com o intuito de maior precisão na tradução. Foi obtido um coeficiente de concordância de Kappa de Cohen de 0,75.
Com relação à análise de conteúdo e de aparência, os questionários traduzidos foram aplicados em 10 adultos jovens universitários. Também foi realizado estudo piloto com 30 sujeitos a fim de avaliar a consistência interna (Alpha de Crombach), assim como a adequação dos instrumentos à proposta da investigação. O resultado da consistência interna do piloto para o Expanded Attibutional Style Questionnaire foi de 0,69 para internalidade, 0,85 para estabilidade e 0,78 para globalidade. Com relação ao Parental Authoritative Questionnaire foram obtidos os seguintes Alphas: 0,85 para permissivo, 0,88 para autoritário e 0,89 para autorizante. Por último, o questionário de saúde geral (GHQ-12) obteve Alpha de 0,84.
Procedimentos de coleta dos dados e considerações éticas
Os alunos foram convidados a participar da pesquisa durante o período de aula. Após a informação sobre os objetivos do estudo, a apresentação por escrito do Termo de Consentimento Informado - o qual abarcava esclarecimentos sobre anonimato e sigilo - os participantes foram orientados quanto ao procedimento para preencher o questionário. A aplicação foi realizada na sala de aula, coletivamente e foi auto-administrada. Foi garantido o caráter voluntário da participação. A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS sob número 027/04.
RESULTADOS
Os dados referentes às características biodemográficas dos participantes do estudo referiram-se, principalmente, às questões individuais, familiares e laborais.
Do total dos participantes, 50,8% era do sexo feminino e 49,2% masculino. A idade oscilou de 18 a 35 anos, com média de 22,12 anos (desvio padrão= 3,761). A freqüência das idades entre 18 a 20 anos foi de 40,8%; de 21 a 24 foi de 39,3%; e de 25 a 35, de 19,9%. No que diz respeito ao estado civil, a grande maioria dos participantes estavam solteiros (93,2%). Na questão que investigava relacionamentos afetivos, foi possível perceber que 55,7% tinham relacionamento estável. No que se refere à variável trabalho, 50,8% estava trabalhando. Entretanto, 20,7% responderam que eram independentes financeiramente; e 79,3% dos respondentes afirmaram que eram dependentes. No que diz respeito a com quem viviam, 62,2% referiram que moravam com os pais, 11,5% sozinhos, 9,3% com o companheiro e 17% com outros. Quanto à classe social, a maioria (54,1%) considera-se classe média; enquanto 21,7% classe alta; 19,2% média baixa; e 1,6% baixa.
Partindo da análise da amostra deste estudo, foram realizadas análises descritivas referentes ao estilo parental, estilo atribucional e bem-estar psicológico, as quais são explicitadas abaixo.
Estilo parental dos participantes
Com relação ao estilo parental vivenciado pelos participantes, evidencia-se que a maioria, 60,7% refere perceber seus pais como autorizantes, enquanto que 24,5% como autoritários e 14,8 como permissivos.
Estilo atribucional dos participantes
No que diz respeito à dimensão internalidade/externalidade, dentre as repostas obtidas, 60,2% dos sujeitos tendem a perceber que os eventos são causados devido a eles próprios (internalidade).
Já no que se refere à dimensão estabilidade/instabilidade, um pouco mais da metade dos jovens, 57,3%, afirmam acreditar que a atribuição causal para o evento não irá mais afetá-los no futuro (instabilidade).
Concernente à dimensão globalidade/especificidade, 46,1% acreditam que a atribuição causal da situação afeta outras áreas da vida (globalidade), já 37,5% pensam que afeta somente a situação em si (especificidade).
Bem-estar psicológico dos participantes
Com relação ao bem-estar psicológico, 52% dos respondentes afirmam perceber a presença de elevado índice de bem-estar psicológico, enquanto que 32,2% disseram ser o habitual, e 4% referiram a percepção de baixo índice de bem-estar psicológico.
Dentre os resultados, destacam-se como mais proeminentes: estilo parental autorizante, estilo atribucional interno, estável e global, assim como elevado índice de bem-estar psicológico.
Desenvolveram-se análises correlacionais com o intuito de interpretar a relação existente entre as variáveis do estudo43. As correlações foram significativas, porém os valores obtidos na análise foram relativamente baixos.
Foi identificada a existência de correlação negativa significativa (r= -0,191 e p<0,05) entre estilo parental autorizante e bem-estar psicológico, sendo que ao maior estilo parental autorizante corresponde um maior nível de bem-estar. Com relação ao estilo parental autoritário e o bem-estar, notou-se que há correlação positiva significativa (r=0,151 e p<0,01), ao maior estilo parental autoritário corresponde um menor nível de bem-estar (Tabela 1).
No que se refere aos estilos atribucionais e ao bem-estar psicológico, percebeu-se a existência de correlação positiva significativa (r=0,318 e p<0,01) entre bem-estar e dimensão globalidade/especificidade. Quanto maior o nível de globalidade, menor é o nível de bem-estar psicológico. Com relação à dimensão estabilidade/instabilidade e bem-estar, foi identificada correlação positiva significativa (r=0,291 e p<0,01), na medida em que à maior estabilidade corresponde o menor nível de bem-estar psicológico (Tabela 1).
Na Tabela 2, referente aos estilos parentais e estilos atribucionais, foi possível evidenciar correlação positiva significativa (r=0,116 e p<0,05) entre estilo parental autoritário e dimensão instabilidade/estabilidade do estilo atribucional, ou seja, a maior intensidade do estilo autoritário corresponde à maior percepção de estabilidade no estilo atribucional. Já com relação ao estilo parental autorizante e a dimensão instabilidade/estabilidade, quanto mais autorizantes forem as estratégias educacionais, mais instável é o estilo atribucional (r=-0,122 e p<0,05). Correlação negativa significativa, também, foi evidenciada entre o estilo parental autorizante e a dimensão especificidade/globalidade do estilo atribucional (r=-0,137 e p<0,05): aos maiores níveis de estilo parental autorizante corresponde a dimensão especificidade do estilo atribucional.
Utilizou-se a análise de regressão a fim de identificar a predição de valores existente de uma variável do estudo em função de outra43. São descritas a seguir as análises de acordo com as variáveis.
Estilos Parentais e Estilos Atribucionais
Conforme apresentado na Tabela 3, identifica-se que o estilo parental autoritário prediz a dimensão internalidade do estilo atribucional, havendo nível de significância de 0,001 e explicando 3,4% da variância. Os estilos parentais permissivo e autorizante, juntamente com as dimensões dos estilos atribucionais especificidade/globalidade e instabilidade/estabilidade foram excluídos da análise por não apresentarem significância estatística.
Cabe salientar que, na análise correlacional desenvolvida anteriormente, não foram encontrados resultados significativos com relação ao estilo parental autoritário e dimensão internalidade da atribuição.
Bem-Estar Psicológico (GHQ) e Estilos Parentais
O estilo parental autorizante prediz bem-estar psicológico, sendo a variância de 2,7%, e o nível de significância de 0,004. Os demais estilos parentais (autoritário e permissivo) foram excluídos da análise, por não apresentarem significância estatística para análise de regressão (Tabela 4).
Estes achados vão ao encontro das análises correlacionais com relação a estas variáveis, tendo em vista que a maior intensidade do estilo parental autorizante corresponde a elevados níveis de bem-estar psicológico (Tabela 1).
Bem-Estar Psicológico (GHQ) e Estilos Atribucionais
A globalidade e a estabilidade nos estilos atribucionais predizem níveis mais baixos de bem-estar psicológico, explicando 11,9% da variância. O nível de significância para o estilo atribucional global foi de 0,002 e, para o estilo atribucional estável, de 0,033 (Tabela 5). Já a dimensão externalidade/internalidade foi excluída da análise de regressão por apresentar significância insuficiente para tal.
Estes achados corroboram com as correlações encontradas entre estilos atribucionais e bem-estar psicológico, pois foi percebido que quanto mais intensas forem a globalidade e a estabilidade da atribuição, menores serão os níveis de bem-estar (Tabela 1).
DISCUSSÃO
Mais da metade dos participantes da pesquisa (60,7%) percebe o estilo parental de seus pais como autorizante. Na adultez jovem, há o resgate do olhar mais contextualizado da realidade familiar pois a saída da adolescência possibilita que os aspectos tumultuados e confusos vivenciados anteriormente estejam mais claros. Há um retorno aos pais e familiares com o intuito de reconstrução de suas imagens15. Portanto, o fato de a maioria dos participantes relacionarem seus pais com o estilo parental ideal - o autorizante - pode ser atribuído a esse olhar que visa a um resgate de pontos saudáveis da família original.
No que se refere à percepção dos estilos atribucionais, a maior parte afirmou ser mais interno, estável e global. A internalidade, ao mesmo tempo que possibilita a construção de locus de controle sobre a situação, pode afetar negativamente a auto-estima20. A estabilidade, por sua vez, diz respeito à persistência ao longo do tempo; e a globalidade, à ampla influência sobre outros pontos da vida. Tais achados podem estar associados ao período universitário vivenciado pelos participantes, pois se sabe que esse é um momento um tanto intenso, quando ainda não há garantias com relação ao futuro, aspecto que pode influenciar a percepção das atribuições de causalidade frente a eventos negativos.
À maior intensidade do estilo parental autorizante corresponde um maior nível de bem-estar. É referenciado na literatura o equilíbrio de poder, a sinergia entre o controle e o afeto, e a abertura ao diálogo como práticas existentes na estratégia autorizante; aspectos que irão influir de forma expressiva na saúde psicológica do sujeito. A criança sente-se amada e segura, ao mesmo tempo em que há espaço para a busca de autonomia. Sem dúvida, esses pontos possibilitam a construção de uma identidade mais segura, uma auto-estima mais positiva, características que repercutem diretamente no bem-estar psíquico1-3.
No que concerne ao estilo parental autoritário, quanto maior foi a veemência desse estilo, menor foi o nível de bem-estar psicológico. Sabe-se que, no estilo autoritário, não há congruência entre controle, afeto e poder. Nota-se que a percepção dos jovens condiz com a literatura sobre o estilo parental autoritário, já que a maioria salienta os malefícios para o desenvolvimento psicológico e social do ser humano2.
No que se refere aos estilos atribucionais, percebeu-se que quanto maior o nível da globalidade e da estabilidade na atribuição, menores os níveis do bem-estar psicológico. A análise de regressão vai ao encontro da análise correlacional pois, quando há estabilidade e globalidade nas atribuições causais, há predição de piores níveis de bem-estar psicológico. Seligman21-22 e Cutrona44 descrevem as dimensões internalidade, estabilidade e globalidade das atribuições como associadas aos piores níveis de saúde mental. A bibliografia empírica aponta a presença das dimensões globalidade e estabilidade associada aos quadros depressivos25-26. Se um evento negativo ocorre, e a pessoa passa a acreditar que este afetará outras inúmeras áreas da sua vida, há uma tendência lógica a intensificar o efeito negativo de tal evento.
Ainda apoiando esses resultados, no estudo de Chiara30 sobre a relação existente entre os estilos atribucionais e o bem-estar, foi identificado que estilos atribucionais externos, instáveis e específicos servem como protetores no desenvolvimento de sintomas e episódios depressivos. Isso ocorreria devido ao fato de a pessoa não "globalizar" para demais eventos (específico), não interpretar o ocorrido como persistente ao longo do tempo (instável) e, tampouco, enxergar a si como o único participante (externo).
No que tange aos estilos parentais e estilos atribucionais, primeiramente foi possível evidenciar que a maior intensidade do estilo autoritário relaciona-se à maior estabilidade no estilo atribucional. Ambos (o estilo autoritário e a atribuição estável) estão mais relacionados com comportamentos negativos. Peterson e Seligman20 afirmam haver relação direta entre a estabilidade da atribuição causal e baixa auto-estima, depressão e desesperança. Já com relação ao estilo parental autoritário, Lamborn e cols.10 salientam que, quando se nota a referência dos pais como autoritários, há a tendência à conformação dos padrões sociais e presença de auto-conceitos mais negativos. Os jovens que vivenciam o estilo autoritário possivelmente não têm espaço para a construção de uma autonomia e auto-conceito sólidos, aspectos que trazem insegurança frente às situações negativas.
Os jovens participantes estão vivenciando um período de transição para a vida adulta, em um contexto social extremamente paradoxal, já que por um lado lhes é exigido uma postura de adultos, mas a dependência financeira faz com que retardem a saída de casa e a construção de uma verdadeira autonomia. Essa vivência paradoxal traz inseguranças naturais, as quais poderão ser mais intensas quando houver história de autoridade parental na infância.
No que diz respeito ao estilo parental autorizante, quanto mais autorizantes forem as estratégias educacionais, mais instável e específico é o estilo atribucional. Foi reportado em estudos prévios que o estilo autorizante possibilita um desenvolvimento mais saudável9. Além isso, Peterson e Seligman20 salientam que quanto maior a instabilidade e especificidade na atribuição, maiores as possibilidades de saúde psíquica. Outro ponto relevante é que, quando os jovens reportam que houve espaço para autonomia e diálogo na relação com seus pais, se nota a predição de maiores índices de bem-estar
Percebe-se que os jovens que identificam seus pais como autorizantes tendem a desenvolver maiores habilidades frente às situações difíceis, assim como melhores níveis de saúde psíquica2,7. Assim sendo, é natural esperar que venham a desenvolver estilos atribucionais mais saudáveis. Conseguir olhar para o passado infantil considerando os aspectos saudáveis ou, ainda, vislumbrar os pais cuidadores de forma positiva possivelmente possibilite, por si só, o enfrentamento de situações estressantes de forma mais adequada e, conseqüentemente, ter maior satisfação pessoal.
Pouco mais da metade dos respondentes apresentou elevados níveis de bem-estar psicológico, já 32,2% disseram que percebem seu bem-estar como o de costume, e 4% referiram a percepção de baixo índice de bem-estar psicológico. Devemos considerar também que se está diante de uma população de classe média e média alta, a qual vivencia uma realidade com recursos e possibilidades amplas tendo em vista nossa realidade contextual. Esses são pontos que podem trazer maior tranqüilidade e segurança. Ao mesmo tempo, é importante salientar que, na avaliação do bem-estar, há o fenômeno da desejabilidade social, aspecto que pode estar presente de forma intensa nessa fase desenvolvimental, distanciando o acesso ao que realmente acontece, pois se sabe da existência de diferenças entre o que uma pessoa realmente sente e o que ela gostaria de sentir.
Ao mesmo tempo, quando se demonstra que o estilo parental autoritário prediz a internalidade da atribuição, comprova-se que vivências prévias fundamentadas na autoridade - ausência de diálogo e desequilíbrio entre o afeto e o controle - originam maiores justificativas internas para os acontecimentos negativas10,20. São jovens que tendem a se culpar de forma intensa; logo, a gratificação pessoal é difícil, e o autoconceito tende a ser mais precário.
Cabe salientar que as correlações oriundas das análises apresentaram coeficientes relativamente baixos, porém com significância. Pode-se justificar isto devido ao fato do comportamento humano ser multifatorial.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
A maior parte dos resultados vai ao encontro da literatura vigente, assim como estão relacionados a perspectivas saudáveis, principalmente no que se refere à percepção dos estilos parentais e do bem-estar psicológico. É importante considerar que a população participante se encontra em uma fase desenvolvimental particular. Se, por um lado, vivencia a oportunidade de olhar para os pais de forma mais madura, resgatando seus pontos positivos e aceitando as suas dificuldades; por outro, oscila entre o mundo amadurecido e adolescente, tendo experiências adultas e, ao mesmo tempo, sendo dependente dos pais, aspecto fortemente influenciado pela questão contextual atual. Esses pontos podem ser fortes agentes promotores dos resultados encontrados neste estudo, já que os jovens enxergam seus pais como ótimos educadores e orientadores, mas ainda apresentavam algumas características de insegurança frente às situações difíceis, aspecto percebido na análise das respostas com relação aos estilos atribucionais internos, estáveis e globais.
O presente trabalho reflete a percepção de uma parcela da população, ponto que salienta a relevância de novos estudos em amostras diversificadas. Ao mesmo tempo, os achados ressaltam a importância do papel que a família exerce em nossa sociedade. Espera-se que estes suscitem reflexões, assim como motivem para uma práxis que vislumbre vivências mais justas e saudáveis. Pesquisar e intervir partindo de contextos educacionais suscita novas percepções acerca de possibilidades de desenvolvimento e amadurecimento de adultos mais saudáveis, o que resulta em uma sociedade mais equilibrada.
Sugere-se a elaboração de estudos que possibilitem entender de que forma os estilos parentais, assim como as atribuições causais, são elaborados e vivenciados na prática. Além disso, incluir a percepção dos pais com relação aos seus estilos parentais seria um excelente fator para ampliar o entendimento do fenômeno.
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Recebido em: 08/05/2005
Modificado em: 26/03/2006
Aprovado em: 10/09/2006
+ Este artigo integra a dissertação de mestrado: Estilos Parentais, Estilos Atribucionais e Bem-Estar Psicológico em Adultos Jovens. Mariana Boeckel. Apoio da agência financiadora CAPES.
++ Será utilizado a palavra "autorizante" para a tradução do inglês de autoritative. Poderia ser, também, utilizado "com autoridade e afeto".