SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.34 número3Coexistência entre os transtornos de ansiedade e depressão em pessoas obesas: uma revisão de escopoDoença mineral e óssea da doença renal crônica em indivíduos em hemodiálise e a suas correlações com as condições clínicas, antropométricas e laboratoriais índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Indicadores

Compartir


Journal of Human Growth and Development

versión impresa ISSN 0104-1282versión On-line ISSN 2175-3598

J. Hum. Growth Dev. vol.34 no.3 Santo André  2024  Epub 11-Abr-2025

https://doi.org/10.36311/jhgd.v34.16155 

ARTIGO ORIGINAL

Obesidade abdominal dinapênica e atividades de lazer em indivíduos em hemodiálise

Luciana Siqueira da Costaa  , Revisão de literatura, Análise dos dados, Redação do manuscrito, contribuíram para o manuscrito e concordaram com a versão publicada

Dayane Nogueira Silvestreb  , Revisão de literatura, Análise dos dados, Redação do manuscrito, contribuíram para o manuscrito e concordaram com a versão publicada

Cleodice Alves Martinsc  , Desenho do estudo, Análise dos dados, contribuíram para o manuscrito e concordaram com a versão publicada

Edson Theodoro dos Santos Netod  , Revisão do manuscrito, contribuíram para o manuscrito e concordaram com a versão publicada

Luciane Bresciani Salarolie  , Revisão do manuscrito, Aquisição do Financiamento, contribuíram para o manuscrito e concordaram com a versão publicada

Alexandre Cardoso da Cunhaf  , Revisão de literatura, Coleta de Dados, Desenho do estudo, Análise dos dados, Revisão do manuscrito, contribuíram para o manuscrito e concordaram com a versão publicada

aDepartamento de Terapia Ocupacional, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, 29060- 670, Brasil

bDepartamento de Terapia Ocupacional, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil

cPrograma de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil

dPrograma de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil

ePrograma de Pós-graduação em Nutrição e Saúde, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo

fDepartamento de Terapia Ocupacional, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil


Síntese dos autores

Por que este estudo foi feito?

A Obesidade Abdominal Dinapênica foi descrita recentemente e os estudos existentes ainda não investigaram a relação com as várias dimensões das práticas de lazer que podem proporcionar benefícios para os indivíduos em hemodiálise. Esse estudo busca avaliar a associação entre as atividades de lazer e obesidade abdominal dinapênica em indivíduos em hemodiálise.

O que os pesquisadores fizeram e encontraram?

Após realizar entrevista com 947 indivíduos durante as sessões de hemodiálise, foram associados índice de conicidade e força de preensão palmar com as práticas de atividades de lazer. Suas magnitudes foram avaliadas por regressão logística binária e foi evidenciado que as práticas de lazer do tipo virtual, realizadas por indivíduos adultos em hemodiálise aumentam as chances do desenvolvimento de obesidade abdominal dinapênica e em pessoas idosas em hemodiálise, o alto engajamento em atividades manuais é um fator protetivo.

O que essas descobertas significam?

Atividades de lazer virtuais, que favorecem comportamento sedentário aumentam as chances de indivíduos adultos em hemodiálise apresentarem OAD, enquanto que o alto engajamento em atividades lazer manual, que exigem algum esforço físico, para pessoas idosas funcionam como fator protetivo. As descobertas apontam para ampliações de orientações e possibilidades que as equipes podem adotar no cuidado de indivíduos em hemodiálise.

Palavras-chave: atividades de lazer; obesidade abdominal; dinapenia; diálise renal

Resumo

Introdução:

a obesidade abdominal e a dinapenia afetam negativamente a vida e aumentam a incapacidade de indivíduos em hemodiálise, enquanto as atividades de lazer podem trazer benefícios.

Objetivo:

avaliar a associação entre as atividades de lazer, obesidade abdominal e dinapenia em indivíduos em tratamento contínuo de hemodiálise.

Método:

censo epidemiológico transversal realizado com 1.021 indivíduos em hemodiálise de todas as unidades de hemodiálise da Região Metropolitana da Grande Vitória, Espírito Santo, Brasil. A dinapenia foi avaliada pela força de preensão palmar e a obesidade abdominal pelo índice de conicidade. O lazer foi medido pela Escala de Práticas de Lazer. Diferenças de proporções entre variáveis independentes e desfecho foram testadas por testes qui-quadrado e as variáveis que tiveram p<0,05 foram utilizadas na Regressão Logística Binomial.

Resultados:

o alto engajamento em atividades manuais de lazer protegem idosos (OR=0,46; IC95%= 0,27 - 0,92) de apresentarem obesidade abdominal dinapênica. Nos adultos, o envolvimento em atividades virtuais de lazer, seja baixo (OR=2,09; IC95%= 1,17 - 3,75), médio (OR=2,83; IC95%= 1,54 - 5,19) ou alto (OR: 2,64; IC95%= 1,49 - 4,68) aumentaram as chances de apresentarem obesidade abdominal dinapênica.

Conclusão:

as atividades de lazer estão associadas à obesidade abdominal dinapênica tanto em idosos como em adultos. Atividades que favorecem comportamento sedentário aumentam as chances de indivíduos adultos em hemodiálise apresentarem obesidade abdominal dinapênica (OAD), enquanto que o alto engajamento em atividades que exigem algum esforço físico para pessoas idosas funcionam como fator protetivo.

Palavras-chave: atividades de lazer; obesidade abdominal; dinapenia; diálise renal

Highlights

A realização de atividades de lazer pode interferir nas chances de indivíduos adultos em tratamento hemodialítico apresentarem Obesidade Abdominal Dinapênica. As atividades que favorecem comportamento sedentário, aumentam as chances, enquanto que, para pessoas idosas, o alto engajamento em atividades que exigem um algum esforço físico, são um fator protetivo.

Profissionais com conhecimento de quais atividades de lazer podem contribuir para melhorar a saúde dos indivíduos em hemodiálise podem orientar e sugerir atividades, como alternativas para atividades físicas, tradicionalmente recomendadas.

Palavras-chave: atividades de lazer; obesidade abdominal; dinapenia; diálise renal

Authors summary

Why was this study done?

Dynapenic Abdominal Obesity has been described recently and existing studies have not yet investigated its association with the various dimensions of leisure practices, which can provide benefits to individuals on hemodialysis. This study aims to evaluate the association between leisure activities and dynapenic abdominal obesity among individuals on hemodialysis.

What did the researchers do and find?

After interviewing 947 individuals during hemodialysis sessions, the conicity index and palmar grip strength were associated with leisure activity practices. Their magnitudes were assessed by binary logistic regression and it was found that virtual leisure practices performed by adults on hemodialysis increase the chances of developing dynapenic abdominal obesity. High engagement in manual activities was found to be a protective fator among older adults on hemodialysis.

What do these findings mean?

Virtual leisure activities that encourage sedentary behavior increase the odds of developing Dynapenic Abdominal Obesity among adults on hemodialysis. Meanwhile engagement in manual leisure activities, which require some physical effort, for older people acts as a protective factor. The findings point to expanded guidelines and possibilities that multidisciplinary teams can adopt when caring for individuals on hemodialysis.

Keywords leisure activities; abdominal obesity; dynapenia; kidney dialysis

Abstract

Introduction:

Abdominal obesity and dynapenia negatively affect life and increase disability in hemodialysis patients, while leisure activities can bring benefits.

Objective:

To evaluate the association between leisure activities and abdominal obesity and dynapenia in individuals on hemodialysis.

Methods:

A cross-sectional epidemiological census of 1,021 hemodialysis patients from all hemodialysis units in the Metropolitan Region of Greater Vitória, Espírito Santo, Brazil. Dynapenia was assessed by handgrip strength and abdominal obesity by the conicity index. Leisure was measured using the Leisure Practices Scale. Differences in proportions between independent variables and the outcome were tested by chi- square tests and variables with p<0.05 were used in Binomial Logistic Regression.

Results:

High engagement in manual leisure activities protects older people (OR=0.46; 95%CI=0.27 - 0.92) from dynapenic abdominal obesity. In adults, involvement in virtual leisure activities, whether low (OR=2.09; 95%CI= 1.17 - 3.75), medium (OR=2.83; 95%CI= 1.54 - 5.19) or high (OR: 2.64; 95%CI=1.49 - 4.68) increased the chances of presenting dynapenic abdominal obesity.

Conclusion:

Leisure activities are associated with dynapenic abdominal obesity in both the elderly and adults. Activities that favor sedentary behavior increase the chances of adult individuals on hemodialysis presenting OAD, while high engagement in activities that require some physical effort for older people acts as a protective factor.

Keywords leisure activities; abdominal obesity; dynapenia; kidney dialysis

Highlights

Leisure activities may interfere with the odds of adult individuals undergoing hemodialysis to present Dynapenic Abdominal Obesity. Activities that favor sedentary behavior increase the chances, while for older people, high engagement in activities that require some physical effort is a protective factor.

Professionals with knowledge of which leisure activities can contribute to improving the health of individuals on hemodialysis can guide and suggest activities as alternatives to traditionally recommended physical activities.

Keywords leisure activities; abdominal obesity; dynapenia; kidney dialysis

INTRODUÇÃO

A Doença Renal Crônica (DRC) é um dos principais problemas de Saúde Pública atualmente, pois tem alta prevalência e incidência1, alta morbidade e mortalidade2, além de estar entre as principais causas de morte no mundo com projeção até 20401. Esta tendência de crescimento também é observada no número total de pessoas em hemodiálise no Brasil3.

A necessidade de fazer hemodiálise para manter a pessoa viva pode gerar diversos sintomas, tais como o cansaço, falta de energia, câimbras musculares e dores ósseas e articulares4, além de apresentarem níveis elevados de biomarcadores inflamatórios5. Mas a preocupação com estas pessoas também envolve outros elementos, tais como a dinapenia e a obesidade abdominal (OA). A OA se trata da concentração de gordura visceral, já a dinapenia é a perda de força muscular ligada à idade. Há uma relação significativa entre usuários de hemodiálise e dinapenia6, como também com a obesidade abdominal (OA)7 que é associada a piores resultados clínicos8 e mortalidade por todas as causas7. Entre pessoas em hemodiálise a OA9 e a dinapenia10 são mais frequentes entre mulheres.

As atividades físicas e esportivas praticadas no tempo destinado ao lazer (AFL) de adultos da população em geral são, em sua maioria (70%), caracterizadas pela inatividade física11. A mesma pesquisa aponta que os homens são mais ativos (43,3%) que as mulheres (20%) e praticam mais AFL coletivas e competitivas, enquanto que as mulheres têm mais dificuldades em se manterem ativas pelos espaços públicos disponibilizarem espaços caracteristicamente masculinos (quadras).

Fatores que contribuem na redução da dinapenia e da OA podem ajudar no cuidado de indivíduos em hemodiálise pois estas podem causar alterações no sistema imunológico, aumentando a inflamação crônica, que é uma das principais causas de mortalidade e morbidade em pacientes com DRC12. A OA combinada com a dinapenia, obesidade abdominal dinapênica (OAD), pode se relacionar melhor com o perfil inflamatório que ambas separadamente12, se apresentando como fator de risco relevante em pacientes com DRC, além de favorecer a incapacidade funcional nos pacientes13. A atividade física no lazer tem sido descrita como protetiva para a sarcopenia14 e para marcadores inflamatórios15, como também associada a menor mortalidade16.

Além da atividade física extensamente estudada, outras dimensões do lazer17,18,19 começaram a ser estudada apenas recentemente, com a validação de um instrumento que mensura o engajamento das pessoas em todos os diferentes tipos de lazer20. Estudos apontam que há elementos que são fatores de estresse21 e impactam negativamente a qualidade de vida dos indivíduos em hemodiálise2,22, tais como o estado crônico da doença renal e o tratamento por hemodiálise21. O lazer contribui para a qualidade de vida e bem estar em pacientes em hemodiálise23,24.

A OAD foi descrita recentemente e ainda não se investigou a relação com as várias dimensões das práticas de lazer. Considerando que estas atividades podem proporcionar benefícios para os indivíduos em hemodiálise, assim o objetivo é avaliar a associação entre atividades de lazer, obesidade abdominal e dinapenia em indivíduos em tratamento contínuo de hemodiálise.

MÉTODO

Este trabalho consiste em uma pesquisa epidemiológica, transversal e censitária, envolvendo pacientes em tratamento hemodialítico na Região Metropolitana da Grande Vitória, localizada no Sudeste do Brasil. A amostra incluiu todos os indivíduos maiores de 18 anos, de ambos os sexos, que estavam em hemodiálise nos hospitais públicos, instituições filantrópicas e clínicas privadas da área estudada, durante o período de fevereiro a setembro de 2019. Foram excluídos da pesquisa os pacientes que estavam em precauções de contato, aqueles que não residiam nos municípios da região metropolitana, os que foram transferidos para unidades de internação hospitalar e os que apresentavam dificuldades de compreensão ou de resposta às questões devido a condições médicas agudas ou crônicas.

Variáveis

As informações coletadas incluem características sobre obesidade abdominal, força de preensão palmar, atividades de lazer, sociodemográficas, hábitos de vida, características clínicas e de tratamento dos participantes. Esses dados foram categorizados do seguinte modo:

  1. A obesidade abdominal foi definida pelo índice de conicidade calculado pela circunferência da cintura/0,109 × √peso/altura e os pontos de corte foram de 1,275 para homens e 1,285 para mulheres25.

  2. A força de preensão palmar, para caracterizar dinapenia, foi avaliada pelo teste de Força de Preensão Palmar. Foi utilizado dinamômetro hidráulico de mão SH 5001 – Saehan®. O teste foi aplicado com o paciente sentado e apertando o dinamômetro com o máximo de força. O processo é repetido três vezes, com um intervalo de descanso de 2 a 3 minutos entre as tentativas. Após registrar os três valores obtidos, o resultado final será a média das três tentativas, indicando o nível de força de preensão palmar.

  3. A obesidade abdominal dinapênica foi caracterizada pela coexistência de obesidade abdominal juntamente com a diminuição da força muscular manual.

  4. As práticas de lazer foram mensuradas utilizando a Escala de Práticas de Lazer20 (EPL) que é uma escala do tipo Likert que avalia oito domínios do lazer: social (ir à igreja, sair com os amigos, ir a festas, visitar familiares, etc.), esportes físicos (ir à academia, jogar bola, fazer caminhadas, etc.), turismo (viajar, participar de excursões, fazer pequenos passeios pela cidade, etc.), manual (jardinagem, cozinhar, fazer artesanato, marcenaria, etc.), artístico (ir ao cinema, teatro, shows musicais, participar de grupos corais, etc.), contemplação e ócio (apreciar a natureza, o pôr do sol , meditar, etc.), intelectuais (participar de cursos, ler, ouvir ou compor músicas, etc.), e virtual (navegar na internet, usar redes sociais, jogar videogame), com 11 pontos (de zero a dez, onde zero significa que o usuário nunca pratica e dez que pratica sempre). As respostas para cada domínio de lazer foram categorizadas em “não” envolvimento para quem não pratica atividades de lazer (resposta zero) e tercis referentes ao nível de envolvimento. Para facilitar a compreensão das análises, o tercil com valores mais baixos foi denominado “baixo” envolvimento no lazer, o tercil com valores intermediários de “médio” envolvimento e o tercil com maiores valores de “alto” envolvimento.

  5. A idade dos indivíduos foi categorizada em adultos, para as pessoas com até 59 anos, e idosos, para as pessoas com 60 anos ou mais.

Coleta de dados

A pesquisa foi realizada nas unidades de hemodiálise durante o tempo de permanência dos pacientes no serviço de saúde. Participaram 947 pacientes com doença renal crônica em tratamento hemodialítico em todas as Unidades de Hemodiálise de uma região metropolitana do sudeste do Brasil. A coleta ocorreu entre os meses de fevereiro e setembro de 2019.

Também foi realizado um teste piloto com 58 residentes em um município com mais de 100 mil habitantes, localizado fora da região metropolitana estudada. Foi utilizado o método teste-reteste, com um intervalo de 15 dias entre as aplicações, para avaliar a confiabilidade e reprodutibilidade do instrumento de coleta de dados. Os testes de McNemar demonstraram que nenhuma variável teve tendência significativa de discordância ao nível p-valor <5%, enquanto que os valores de Kappa ajustado expressaram uma concordância quase perfeita para as variáveis da EPL com resultados entre 0,89 e 0,99.

Análise estatística

A análise descritiva foi apresentada em frequências absolutas e relativas. Para a avaliar a diferença das proporções entre as variáveis foi utilizado o Teste Qui- Quadrado de Pearson. Modelo de Regressão Logística Binomial foi aplicado para o cálculo do odds ratio para cada dimensão do lazer com significância estatística de até 5% nos testes de associação, ajustando-se para variáveis sexo e raça/cor. O nível de significância foi estabelecido em 5% e o intervalo de confiança em 95% (IC95%). Os dados foram analisados utilizando a versão 25 do IBM SPSS Statistic®.

Aprovação de ética

A aprovação da pesquisa foi efetivada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), sob número 3.002.709 e CAAE 6852817.4.0000.5060 e atendeu aos critérios da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Os pacientes em hemodiálise participantes da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido previamente ao preenchimento do questionário. Todos os métodos foram realizados conforme as diretrizes e regulamentos relevantes.

RESULTADOS

Participaram desta pesquisa indivíduos em tratamento nas unidades de hemodiálise. Essa amostra foi obtida a partir de um total de 1351, das quais 215 foram excluídas (78 com limitações de compreensão e 137 por estarem em precauções de contato). Além destes, ocorreram 89 perdas (67 devido internação em unidades hospitalares e sete foram devido a óbitos ocorridos após o período de entrada dos entrevistadores na unidade, mas antes da realização da coleta de dados). Indivíduos elegíveis que se negaram a participar foram 23 (2,2%) e três não responderam à questão da variável independente de lazer e 77 não tiveram coletadas as informações da variável dependente. Assim, totalizaram 947 indivíduos incluídos neste estudo.

Na análise bivariada a obesidade abdominal em adultos foi associada com o domínio social (p=0,039), o de físicas e esportivas (p=0,027), de turismo (p=0,048), de atividades manuais (p<0,001), de atividades artísticas (p<0,001), de contemplação e ócio (p=0,009) e atividades virtuais (p<0,001) da Escala de Práticas de Lazer. Nenhuma associação significante foi verificada nos idosos (tabela 1).

Tabela 1 Dados sobre obesidade abdominal (índice de conicidade) de adultos e idosos, segundo domínios do lazer, de indivíduos em hemodiálise da região metropolitana de uma capital do Sudeste do Brasil, 2019. 

Domínio Pontos na escala Adultos p-valor* Idosos p-valor*
Ausência n(%) Presença n(%) Ausência n(%) Presença n(%)
Social 0,039 0,537
Não 0 25 (39,7) 38 (60,3) 12 (15,0) 68 (85,0)
Baixo 1-5 74(45,7) 88 (54,3) 27 (21,4) 99 (78,6)
Médio 6-8 102 (59,0) 74 (42,0) 25 (23,4) 82 (76,6)
Alto 9-10 77 (49,7) 78 (50,3) 15 (19,2) 63 (80,8)
Esportes físicos 0,027 0,779
Não 0 153 (45,3) 185(54,7) 54 (19,2) 227 (80,8)
Baixo 1-4 45 (61,6) 28 (38,4) 8 (20,0) 32 (80,0)
Médio 5-7 38 (52,1) 35(47,9) 9 (26,5) 25 (73,5)
Alto 8-10 42 (58,3) 30(31,7) 8 (22,2%) 28 (77,8)
Turismo 0,048 0,783
Não 0 113 (43,8) 145(56,2) 52 (21,8) 186 (78,2)
Baixo 1-3 63 (57,3) 47(42,7) 9 (17,0) 44 (83,0)
Médio 4-5 45 (52,3) 41(47,7) 9 (18,8) 39 (81,2)
Alto 6-10 57 (55,9) 45(44,1) 9 (17,3) 43 (82,7)
Manual < 0,001 0,498
Não 0 58 (42,0) 80(58,0) 19 (13,7) 120 (86,3)
Baixo 1-5 80 (55,6) 64(44,4) 26 (22,8) 88 (77,2)
Médio 6-8 66 (49,6) 67(50,4) 17 (27,4) 45 (72,6)
Alto 9-10 74 (52,5) 67(47,5) 17 (22,4) 59 (77,6)
Artístico < 0,001 0,498
Não 0 114 (40,4) 168(59,6) 52 (19,2) 219 (80,8)
Baixo 1-4 49 (62,0) 30 (38,0) 11 (17,8) 51 (82,2)
Médio 5-6 55 (58,5) 39 (41,5) 9 (27,3) 24 (72,7)
Alto 7-10 60 (59,4) 41 (40,6) 7 (28,0%) 18 (72,0)
Contemplação e ócio 0,009 0,308
Não 0 41(39,0) 64(61,0) 10 (12,8) 68 (87,2)
Baixo 1-6 69(50,4) 68(49,6) 20 (20,4) 78 (79,6)
Médio 7-9 91(59,9) 61(40,1) 25 (22,1) 88 (77,9)
Alto 10 77(47,5) 85(52,5) 24 (23,5) 78 (76,5)
Intelectual 0,406 0,466
Não 0 45(42,9) 60(57,1) 24 (20,9) 91 (79,1)
Baixo 1-5 78(50,0) 78(50,0) 17 (15,3) 94 (84,7)
Médio 6-8 83(52,5) 75(47,5) 25 (23,6) 81 (76,4)
Alto 9-10 72(52,6) 6(47,4) 13 (22,0%) 46 (78,0)
Virtual < 0,001 0,923
Não 0 67(35,1) 124(64,9) 57 (20,3) 224 (79,7)
Baixo 1-5 53(50,0) 53(50,0) 15 (21,1) 56 (78,9)
Médio 6-8 71(57,7) 52(42,3) 4 (15,4) 22 (84,6)
Alto 9-10 87(64,0) 49(36,0) 3 (23,2) 10 (76,8)

ES, Estado do Espírito Santo, Brasil. Fonte: autor.

A regressão logística mostrou que ter um baixo envolvimento em atividades manuais aumenta em 1,79 vezes (OR = 1,79; p = 0,049), para as atividades virtuais um médio envolvimento aumenta em 1,75 vezes (OR = 1,75; p = 0,036) e o alto aumenta em 2,76 vezes (OR = 2,76; p < 0,001), ter envolvimento moderado em contemplação e ócio aumenta em 2,07 vezes (OR = 2,07; p = 0,010) as chances de desenvolver obesidade abdominal em adultos (tabela 2).

Tabela 2 Regressão logística binária entre ausência ou presença de obesidade abdominal em adultos segundo dimensões do lazer de indivíduos em hemodiálise da região metropolitana de uma capital do Sudeste do Brasil, 2019. 

Variáveis Bruta Ajustada
p-valor OR IC 95%) p-valor OR IC 95%)
Manual
Não - -
Baixo 0,089 1,64 (0,92-2,91) 0,049 1,79 (1,00-3,22)
Médio 0,264 1,35 (0,79-2,31) 0,188 1,44 (0,83-2,51)
Alto 0,323 1,31 (0,76-2,26) 0,315 1,33 (0,76-2,32)
Esportes físicos
Não - -
Baixo 0,215 1,43 (0,81-2,54) 0,122 1,59 (0,88-2,88)
Médio 0,912 1,03 (0,59-1,78 0,456 1,24 (0,70-2,19)
Alto 0,516 1,21 (0,67-2,16) 0,286 1,38 (0,76-2,52)
Social
Não - -
Baixo 0,509 0,80 (0,41-1,54) 0,510 0,80 (0,41-1,55)
Médio 0,643 1,17 (0,60-2,27) 0,634 1,17 (0,60-2,31)
Alto 0,769 0,90 (0,45-1,77) 0,606 0,83 (0,41-1,66)
Turismo
Não - -
Baixo 0,520 1,18 (0,71-1,95) 0,682 1,11 (0,66-1,87)
Médio 0,894 0,96 (0,55-1,66) 0,951 1,01 (0,58-1,78)
Alto 0,840 0,94 (0,53-1,65) 0,669 0,88 (0,49-1,56)
Virtual
Não - -
Baixo 0,186 1,41 (0,84-2,38) 0,305 1,31 (0,77-2,24)
Médio 0,022 1,82 (1,09-3,04) 0,036 1,75 (1,03-2,98)
Alto < 0,001 2,71 (1,63-4,52) <0,001 2,76 (1,64-4,63)
Contemplação e ócio
Não - -
Baixo 0,298 1,34 (0,76-2,35) 0,213 1,43 (0,81-2,54)
Médio 0,020 1,91 (1,10-3,30) 0,010 2,07 (1,18-3,64)
Alto 0,572 1,16 (0,68-1,99) 0,474 1,22 (0,70-2,11)

Regressão logística ajustada por raça e sexo. Fonte: autor.

Na análise bivariada entre força de preensão palmar e faixa etária foram encontradas associações entre os domínios de atividades manuais (p < 0,001), atividades artísticas (p < 0,001) e atividades virtuais (p < 0,001) e a força de preensão palmar em adultos (tabela 3).

Tabela 3 Dados sobre força de preensão palmar, segundo domínios do lazer, de indivíduos em hemodiálise da região metropolitana de uma capital do Sudeste do Brasil, 2019. 

Domínio Adultos Idosos
Pontos na escala Depletada n(%) Preservada n(%) p-valor* Depletada n(%) Preservada n(%) p-valor*
Social 0,259 0,665
Não 0 42 (60,8) 27 (40,2) 67 (76,1) 21 (23,9)
Baixo 1-5 79 (48,9) 86 (53,1) 103 (76,3) 32 (23,7)
Médio 6-8 88 (47,8) 96 (52,2) 91 (74,6) 31 (25,4)
Alto 9-10 79 (48,5) 84 (51,5) 56 (69,1) 25 (30,9)
Esportes físicos 0,38 0,790
Não 0 187 (51,5) 176 (48,5) 239 (75,6) 77 (24,4)
Baixo 1-4 30 (40,5) 44 (59,5) 29 (72,5) 11 (27,5)
Médio 5-7 35 (47,9) 38 (52,1) 23 (69,7) 10 (30,3)
Alto 8-10 36 (50,7) 35 (49,3) 26 (70,3) 11 (29,7)
Turismo 0,284 0,343
Não 0 147 (53,5) 128 (46,5) 203 (77,2) 60 (22,8)
Baixo 1-3 53 (46,9) 60 (53,1) 40 (72,7) 15 (27,3)
Médio 4-5 37 (42,5) 50 (57,5) 36 (70,6) 15 (29,4)
Alto 6-10 51 (50,5) 55 (54,5) 38 (66,7) 19 (33,3)
Manual <0,001 0,173
Não 0 80 (53,3) 70 (46,7) 131 (82,4) 28 (17,6)
Baixo 1-5 65 (44,5) 81 (55,5) 93 (76,2) 29 (23,8)
Médio 6-8 67 (48,5) 71 (51,5) 43 (64,2) 24 (35,8)
Alto 9-10 76 (51,7) 71 (48,3) 50 (64,1) 28 (35,9)
Artístico <0,001 0,173
Não 0 171 (56,8) 130 (43,2) 225 (76,8) 68 (23,2)
Baixo 1-4 37 (45,1) 45 (54,9) 48 (71,6) 19 (28,4)
Médio 5-6 33 (5,7) 62 (10,67) 27 (72,97) 10 (27,02)
Alto 7-10 47 (8,08) 56 (9,63) 17 (58,62) 12 (41,37)
Contemplação e ócio 0,249 0,366
Não 0 58 (9,98) 54 (9,29) 73 (81,11) 17 (18,88)
Baixo 1-6 62 (43,05) 82 (56,94) 73 (73,73) 26 (26,26)
Médio 7-9 78 (49,05) 81 (50,94) 91 (72,22) 38 (30,15)
Alto 10 90 (54,21) 76 (45,78) 80 (76,19) 28 (26,66)
Intelectual 0,709 0,817
Não 0 59 (53,15) 52 (46,84) 91 (72,22) 35 (27,77)
Baixo 1-5 78 (49,05) 81 (50,94) 89 (76,06) 28 (22,22)
Médio 6-8 77 (46,38) 89 (53,61) 88 (73,33) 32 (26,66)
Alto 9-10 74 (51,03) 71 (48,96) 49 (77,77) 14 (22,22)
Virtual <0,001 0,111
Não 0 125 (62,18) 76 (37,81) 234 (76,72) 71 (23,27)
Baixo 1-5 46 (41,44) 65 (58,55) 55 (76,38) 20 (27,77)
Médio 6-8 53 (42,06) 76 (60,31) 20 (64,51) 11 (35,48)
Alto 9-10 64 (45,71) 76 (54,28) 8 (53,33) 7 (46,66)

ES, Estado do Espírito Santo, Brasil. Fonte: autor.

Também se observou que o engajamento em atividades virtuais, quando baixo, aumenta em 2,09 vezes (OR = 2,09, p = 0,003), quando médio, aumenta em 2,15 vezes (OR = 2,15, p = 0,002), e quando alto, aumenta em 1,71 vezes (OR = 1,71, p = 0,027), e a participação moderada em atividades manuais aumentou em quase duas vezes (OR = 1,95, p = 0,010) as chances de diminuição da força de preensão palmar, caracterizando a condição de dinapenia (tabela 4).

Tabela 4 Regressão logística binária entre ausência ou presença de dinapenia em adultos segundo dimensões do lazer de indivíduos em hemodiálise da região metropolitana de uma capital do Sudeste do Brasil, 2019. 

Variáveis Bruta Ajuste
p-valor OR IC 95%) p-valor OR IC 95%)
Manual
Não - -
Baixo 0,334 1,28 (0,77-2,14) 0,321 1,29 (0,77-2,18)
Médio 0,007 1,99 (1,20-3,29) 0,010 1,95 (1,16-3,26)
Alto 0,395 1,23 (0,75-2,01) 0,556 1,16 (0,70-1,90)
Virtual
Não - -
Baixo 0,003 2,06 (1,26-3,36) 0,003 2,09 (1,28-3,43)
Médio 0,004 2,00 (1,23-3,24) 0,002 2,15 (1,31-3,53)
Alto 0,037 1,65 (1,03-2,66) 0,027 1,71 (1,06-2,76)

Regressão logística ajustada por raça e sexo. Fonte: autor.

Foram encontradas associações entre os domínios de atividades sociais (p = 0,010), turismo (p = 0,030), atividades manuais (p < 0,001), atividades artísticas (p < 0,001) e atividades virtuais com a presença simultânea de obesidade abdominal e dinapenia em adultos (tabela 5).

Tabela 5 Dados sobre ausência ou presença de obesidade abdominal e dinapenia, segundo domínios do lazer, de indivíduos em hemodiálise da região metropolitana de uma capital do Sudeste do Brasil, 2019. 

Domínio Pontos na escala Adultos p-valor* Idosos p-valor*
Ausência n(%) Presença n(%) Ausência n(%) Presença n(%)
Social 0,001 0,627
Não 0 35(56,6) 27(43,4) 29 (37,7) 48 (62,3)
Baixo 1-5 116(72,5) 44(27,5) 50 (40,0) 75 (60,0)
Médio 6-8 135(78,0) 38 (22,0) 47 (45,2) 57 (54,8)
Alto 9-10 110(71,0) 45(29,0) 35 (46,0) 41 (54,0)
Esportes físicos 0,361 0,863
Não 0 234(69,4) 103(30,6) 112 (40,8) 162 (59,1)
Baixo 1-4 55(78,6) 15 (21,4) 17 (43,6) 22 (56,4)
Médio 5-7 55(75,3) 18(24,7) 15 (45,5) 18 (54,5)
Alto 8-10 52(74,3) 18(25,7) 17 (47,2) 19 (52,8)
Turismo 0,030 0,51
Não 0 169(66,0) 87(34,0) 95 (41,0) 137 (59,0)
Baixo 1-3 83(75,5) 27(24,5) 19 (36,5) 33 (63,5)
Médio 4-5 66(79,5) 17(20,5) 23 (50,0) 23 (50,0)
Alto 6-10 78(77,2) 23(22,8) 24 (46,2) 28 (53,8)
Manual <0,001 0,093
Não 0 89(64,5) 49(35,5) 41 (30,6) 93 (69,4)
Baixo 1-5 110(78,6) 3(21,4) 48 (42,9) 64 (57,1)
Médio 6-8 96(72,2) 37(27,8) 35 (57,4) 26 (42,6)
Alto 9-10 101(79,7) 38(27,3) 37 (49,3) 38 (50,7)
Artístico <0,001 0,093
Não 0 177(63,2) 103(36,8) 103 (39,2) 160 (60,8)
Baixo 1-4 61(80,3) 15(19,7) 26 (42,6) 35 (57,4)
Médio 5-6 76(80,9) 18(19,1) 16 (48,5) 17 (51,5)
Alto 7-10 82(82,0) 18(18,0) 16 (64,0) 9 (36,0)
Contemplação e ócio 0,088 0,111
Não 0 68(65,4) 36(34,6) 23 (29,9) 54 (70,1)
Baixo 1-6 102(74,5) 35(25,5) 42 (44,7) 52 (55,3)
Médio 7-9 118(78,1) 33(21,9) 50 (45,0) 61 (55,0)
Alto 10 108(69,7) 50(32,3) 46 (46,0) 54 (54,0)
Intelectual 0,259 0,463
Não 0 68(65,4) 36(36,6) 53 (46,5) 61 (53,5)
Baixo 1-5 109(70,8) 45(29,2) 40 (37,7) 66 (62,3)
Médio 6-8 120(76,4) 37(23,6) 46 (44,7) 57 (55,3)
Alto 9-10 99 (73,3) 36(26,7) 22 (37,3) 37 (62,7)
Virtual Virtual 23 (50,0) <0,001 0,825
Não 0 107(56,3) 83(43,7) 112 (41,2) 160 (58,8)
Baixo 1-5 79(77,5) 23(22,5) 31 (43,7) 40 (56,3)
Médio 6-8 101(82,1) 22(17,9) 11 (42,3) 15 (57,7)
Alto 9-10 10(80,7) 26(19,3) 7 (53,8) 6 (46,2)

ES, Estado do Espírito Santo, Brasil. Fonte: autor.

Na análise de regressão observou-se que o baixo engajamento com lazer virtual aumenta em 2,09 vezes (OR=2,09, p=0,012), ter engajamento médio aumenta 2,83 vezes (OR=2,83, p=<0,001) e ter engajamento alto aumenta em 2,64 vezes (OR=2,64, p=<0,01) as chances de desenvolvimento de obesidade abdominal e dinapenia em adultos. Para os idosos, o alto envolvimento em atividades manuais diminui as chances de apresentar obesidade abdominal e dinapenia em 54% (OR = 0,46; p = 0,043) (tabela 6).

Tabela 6 Regressão logística binária entre ausência ou presença de obesidade abdominal dinapênica em adultos e em idosos segundo dimensões do lazer de indivíduos em hemodiálise da região metropolitana de uma capital do Sudeste do Brasil, 2019. 

Variáveis Bruta Ajustada
p-valor OR IC 95%) p-valor OR IC 95%)
Manual - Adultos
Não - -
Baixo 0,251 1,47 (0,75-2,86) 0,175 1,60 (0,80-3,17)
Médio 0,204 1,50 (0,80-2,82) 0,229 1,48 (0,78-2,80)
Alto 0,134 1,63 (0,85-3,12) 0,156 1,60 (0,83-3,10)
Social - Adultos
Não - -
Baixo 0,390 1,33 (0,68-2,59) 0,377 1,35 (0,69-2,63)
Médio 0,209 1,55 (0,77-3,10) 0,176 1,61 (0,80-3,24)
Alto 0,722 1,13 (0,56-2,26) 0,719 1,13 (0,56-2,27)
Turismo - Adultos
Não - -
Baixo 0,952 0,98 (0,56-1,72) 0,787 0,92 (0,52-1,63)
Médio 0,388 1,32 (0,69-2,52) 0,406 1,31 (0,68-2,53)
Alto 0,970 1,01 (0,54-1,89) 0,883 0,95 (0,50-1,79)
Virtual - Adultos
Não - -
Baixo 0,009 2,14 (1,20-3,80) 0,012 2,09 (1,17-3,75)
Médio 0,001 2,60 (1,45-4,69) <0,001 2,83 (1,54-5,19)
Alto <0,001 2,60 (1,47-4,59) <0,001 2,64 (1,49-4,68)
Contemplação e ócio - adultos
Não - -
Baixo 0,634 1,15 (0,63-2,10) 0,506 1,22 (0,66-2,25)
Médio 0,381 1,30 (0,71-2,38) 0,349 1,33 (0,72-2,44)
Alto 0,692 0,89 (0,50-1,57) 0,820 0,93 (0,52-1,66)
Manual - idosos
Não - -
Baixo 0,861 1,05 (0,58-1,88) 0,965 0,98 (0,54-1,79)
Médio 0,404 1,37 (0,65-2,90) 0,311 1,47 (0,69-3,15)
Alto 0,041 0,46 (0,35-0,85) 0,043 0,46 (0,27-0,92)
Contemplação e ócio - idosos
Não - -
Baixo 0,065 1,83 (0,96-3,48) 0,097 1,73 (0,90-3,33)
Médio 0,082 1,75 (0,93-3,32) 0,082 1,76 (0,92-3,36)
Alto 0,067 1,81 (0,95-3,42) 0,141 1,62 (0,85-3,11)

Regressão logística ajustada por raça e sexo. Fonte: autor.

DISCUSSÃO

Os achados mostram que atividades de lazer que favorecem comportamento sedentário, como atividades virtuais, aumentam as chances de indivíduos adultos em tratamento hemodialítico apresentarem OAD, enquanto que o alto engajamento em atividades que exigem um algum esforço físico, como atividades manuais, para pessoas idosas funcionam como fator protetivo. O comportamento sedentário/ativo desta população, mesmo em atividades de lazer são determinantes para aumentar o risco ou proteger da OAD. Desta maneira, o conhecimento de quais atividades de lazer podem contribuir para melhorar a saúde dos indivíduos em hemodiálise é importante, principalmente quando consideramos que as atividades físicas e esportivas são pouco praticadas por esta população.

Aassociação daAO com a dinapenia foi reconhecida recentemente como um problema de saúde associado à incapacidades26, quedas27, maior risco de mortalidade28 e piora do perfil inflamatório de pessoas com doença renal crônica em estágio final12. É importante destacar que este estudo, pela primeira vez, investigou a associação entre OAD e as 8 dimensões do lazer.

Atividades de lazer que favorecem comportamentos sedentários podem explicar o motivo de entre adultos as atividades virtuais, independente do nível de engajamento (baixo, moderado ou alto) apresentaram-se associadas ao aumento de chances de diminuir a força de preensão palmar, caracterizando a condição dinapênica. Isso pode ser explicado pela inatividade física consequente do uso excessivo de lazer em tela, como por exemplo: utilizar a internet, jogar videogame e usar redes sociais23. Tais atividades favorecem a perda de força muscular6, além de contribuir para comportamentos sedentários29, impactando a qualidade de vida dos indivíduos.

Por outro lado, estudos mostram que a atividade de lazer mais frequente entre os idosos são as atividades manuais30. Estas, muitas vezes, exigem algum esforço físico e se mostraram como fatores de proteção relacionados à perda da funcionalidade desses indivíduos31, além de contribuir para a autoavaliação positiva da saúde desses indivíduos, que é melhor quando participam de atividades de lazer32.

Autores sugeriram em seus estudos33,34,35,36 que um maior conteúdo de gordura muscular está associado à redução da força muscular fornecendo assim uma base teórica para a associação com a dinapenia37. Os mesmos autores também explicam que a etiologia do mau desempenho físico na dinapenia é um processo multifatorial e complexo que se manifesta devido a origens biológicas, psicológicas, ambientais e sociológicas. Tal etiologia pode ajudar a explicar que este estudo encontrou que o engajamento moderado nestas atividades apresentaram um risco quase duas vezes maior de estar associada com a dinapenia em adultos. No entanto, não foram encontrados estudos comparativos na literatura científica que associe a obesidade abdominal dinapênica com as atividades físicas e esportivas.

Observa-se a prevalência de obesidade abdominal entre indivíduos que estão em tratamento na hemodiálise. Esse rastreio, realizado pelo índice de conicidade, proporciona a identificação do risco cardiovascular e complicações metabólicas38. Pesquisas25,39 encontraram altas taxas de prevalência de obesidade abdominal entre adultos que frequentam hemodiálise. A probabilidade de desenvolver obesidade abdominal foi maior em indivíduos adultos com moderada prática de atividades de contemplação e ócio. Essa dimensão de atividades contemplativas tem características sedentárias devido a inércia física.

De forma análoga, o moderado e o alto envolvimento em atividades virtuais e o baixo engajamento em atividades manuais contribui significativamente para o aumento desse risco de obesidade abdominal em adultos, uma vez que a dimensão virtual se caracteriza pelo baixo gasto energético e as atividades manuais são essenciais para a manutenção de um nível adequado de atividade física e metabolismo40. Um estudo mostra o alto índice de comportamento sedentário em indivíduos com obesidade, além da associação de risco positivo15. Logo, a moderada prática de atividades de contemplação e ócio, as atividades virtuais com engajamento moderado e alto e o baixo envolvimento em atividades manuais que exigem menos atividade, e colocando o indivíduo em uma postura mais sedentária, que colabora para o desenvolvimento da obesidade abdominal.

É válido ressaltar o enfoque principal dos estudos nas consequências do sedentarismo causados pela inatividade física41. Entretanto, pensando que a população em hemodiálise apresenta o nível abaixo do esperado de atividades físicas41, este estudo evidencia que os domínios do lazer funcionam como fatores de proteção e risco, explorando os benefícios da prática do lazer em um público com baixa aderência à atividade física.

Entre as principais limitações deste estudo podemos apontar o estudo quantitativo de características comportamentais, mesmo com um instrumento que aborda o engajamento (incluindo aspectos subjetivos das práticas de lazer), porém, trata-se de um estudo inédito na literatura, sendo uma das poucas pesquisas que investigam o lazer de indivíduos em hemodiálise e dinapenia. Outra limitação é que, por se tratar de um estudo transversal, torna-se bastante limitada a possibilidade de estabelecer a causalidade temporal entre as associações.

CONCLUSÃO

As práticas de lazer virtuais e manuais apresentaram associação com a OAD em indivíduos em tratamento de hemodiálise. As atividades virtuais, ao favorecerem comportamentos sedentários são fatores de risco para a OAD entre adultos. Para as pessoas idosas as atividades manuais se apresentaram como fatores protetivos.

Tais resultados sugerem que as atividades de lazer podem ser utilizadas para melhorar a saúde das pessoas em tratamento de hemodiálise pois, ao alinhar a realidade, preferências e reais possibilidades de atividades de lazer que cada pessoa possui, a equipe amplia as possibilidades de cuidado com atividades que podem evitar comportamentos que agravem ou levem à OAD.

FinanciamentoEsta pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES): FAPES/CNPq/Decit–SCTIE-MS/SESA n° 03/2018 (Programa de Pesquisa do Sistema Único de Saúde Brasileiro).

REFERÊNCIAS

1 Asbeque ACF, Leitão FNC, de Oliveira FS, Pinheiro DR, de Deus Morais MJ. MORTALIDADE DE DOENÇA RENAL CRÔNICA NO BRASIL: REVISÃO SISTEMÁTICA. RESP [Internet]. 2024 May 1 [cited 2024 Aug 16];2(2). Available from: https://respcientifica.com.br/index.php/resp/article/view/72.Links ]

2 Silva AS da, Silveira RS da, Fernandes GFM, Lunardi VL, Backes VMS. [Perceptions and changes in the quality of life of patients submitted to hemodyalisis]. Rev Bras Enferm [Internet]. 2011 Sep-Oct;64(5):839–44. Available from: http://dx.doi.org/10.1590/s0034-71672011000500006.Links ]

3 Nerbass FB, Lima H do N, Moura-Neto JA, Lugon JR, Sesso R. Censo Brasileiro de Diálise 2022. Censo Brasileiro de Diálise 2022 [Internet]. 2023 Dec 8 [cited 2024 Aug 16];46(2):160–7. Available from: https://HYPERLINK "http://www.bjnephrology.org/article/censo-brasileiro-de-dialise-2022/" http://www.bjnephrology.org/article/censo-brasileiro-de-dialise-2022/.Links ]

4 Hintistan S, Deniz A. Hemodiyaliz Tedavisi Alan Hastalarda Semptom Degerlendirmesi/Evaluation of Symptoms in Patients Undergoing Hemodialysis. Bezmialem Science [Internet]. 2018; Available from: https://go.gale.com/ps/i.do?id=GALE%7CA561399032&sid=googleScholar&v=2.1&it=r&linkaccess=abs&issn=21482373&p=HRCA&sw=w.Links ]

5 Dheda S, Vesey DA, Hawley C, Johnson DW, Fahim M. Effect of a Hemodialysis Session on Markers of Inflammation and Endotoxin. Int J Inflam [Internet]. 2022 Mar 10;2022:8632245. Available from: http://dx.doi.org/10.1155/2022/8632245.Links ]

6 Lee DY, Shin S. Association between Chronic Kidney Disease and Dynapenia in Elderly Koreans. Healthcare (Basel) [Internet]. 2023 Nov 17;11(22). Available from: http://dx.doi.org/10.3390/healthcare11222976.Links ]

7 Shi Z, Guo Y, Ye P, Luo Y. Abdominal obesity in Chinese patients undergoing hemodialysis and its association with all-cause mortality. Front Endocrinol [Internet]. 2023 Oct 26;14:1287834. Available from: http://dx.doi.org/10.3389/fendo.2023.1287834.Links ]

8 Beberashvili I, Azar A, Abu Hamad R, Sinuani I, Feldman L, Maliar A, et al. Abdominal obesity in normal weight versus overweight and obese hemodialysis patients: Associations with nutrition, inflammation, muscle strength, and quality of life. Nutrition [Internet]. 2019 Mar;59:7–13. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.nut.2018.08.002.Links ]

9 da Silva DCG, De Almeida JNM, Dos Santos TC, De Souza Almeida E, De Souza JV, de Santana AOM. Ganho de peso interdialítico e fatores associados em pacientes em tratamento hemodialítico. DEMETRA [Internet]. 2021 Dec 30; Available from: https://www.e-publicacoes.uerj.br/demetra/article/view/55333.Links ]

10 Batista LCB, Ferreira BE, da Silva DAV, Ramalho A da CA. Força de preensão palmar de indivíduos submetidos a hemodiálise. Research, Society and Development [Internet]. 2021;10(7):e49510716827– e49510716827. Available from: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/16827.Links ]

11 de Sá Silva SP, Sandre-Pereira G, Salles-Costa R. Fatores sociodemograficos e atividade fisica de lazer entre homens e mulheres de Duque de Caxias/RJ. Cien Saude Colet [Internet]. 2011;16(11):4493–502. Available from: https://go.gale.com/ps/i.do?id=GALE%7CA273280120&sid=googleScholar&v=2.1&it=r&linkaccess=abs&issn=14138123&p=IFME&sw=w.Links ]

12 Corrêa H de L, Rosa TDS, Dutra MT, Sales MM, Noll M, Deus LA, et al. Association between dynapenic abdominal obesity and inflammatory profile in diabetic older community-dwelling patients with end-stage renal disease. Exp Gerontol [Internet]. 2021 Apr;146(111243):111243. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33460716/.Links ]

13 Guida B, Maro MD, Lauro MD, Lauro TD, Trio R, Santillo M, et al. Identification of sarcopenia and dynapenia in CKD predialysis patients with EGWSOP2 criteria: An observational, cross-sectional study. Nutrition [Internet]. 2020 Oct;78:110815. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.nut.2020.110815.Links ]

14 dos Santos Rodrigues AAG, Peixoto AA Jr, Borges CL, Soares ES, de Oliveira Lima JW. Prevalence of sarcopenia components and associated socioeconomic factors among older adults living in rural areas in the state of Ceara, Brazil. Cien Saude Colet [Internet]. 2023;28(11):3159–69. Available from: https://go.gale.com/ps/i.do?id=GALE%7CA775549702&sid=googleScholar&v=2.1&it=r&linkaccess=abs&issn=14138123&p=IFME&sw=w.Links ]

15 Silveira EA, Mendonça CR, Delpino FM, Elias Souza GV, Pereira de Souza Rosa L, de Oliveira C, et al. Sedentary behavior, physical inactivity, abdominal obesity and obesity in adults and older adults: A systematic review and meta-analysis. Clin Nutr ESPEN [Internet]. 2022 Aug;50:63–73. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.clnesp.2022.06.001.Links ]

16 Zhang NH, Luo R, Cheng YC, Ge S, Xu G. Leisure-time physical activity and mortality in CKD: A 1999– 2012 NHANES analysis. Am J Nephrol [Internet]. 2020 Nov 18;51:919–29. Available from: https://karger.com/ajn/article-abstract/51/11/919/34328.Links ]

17 Schwartz GM. O conteúdo Virtual do lazer - contemporizando Dumazedier. Licere [Internet]. 2003 [cited 2024 Aug 16];6(2). Available from: https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/view/1468.Links ]

18 Lima LOD. O Que E Lazer. Editora Brasiliense, 1970. [ Links ]

19 SOCIOLOGIA EMPÍRICA DO LAZER - Dumazedier, Joffre [Internet]. EDITORA PERSPECTIVA. [cited 2024 Aug 16]. Available from: https://editoraperspectiva.com.br/produtos/sociologia-empirica-do-lazer/.Links ]

20 Andrade RD, Schwartz GM, Tavares GH, Pelegrini A, Teixeira CS, Felden ÉPG. Construct validity and internal consistency in the Leisure Practices Scale (EPL) for adults. Cien Saude Colet [Internet]. 2018 Feb;23(2):519–28. Available from: https://www.scielo.br/j/csc/a/J5bJGNr5drMvWpZ8SmzC5FH/?lang=en.Links ]

21 Souza F da S, Da Costa N, Teles VR, Lima TO, Souza CA, Dias UR, et al. PERSPECTIVAS E DESAFIOS NA TERAPIA DIALÍTICA PARA PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA. RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar - ISSN 2675-6218 [Internet]. 2024 Jan 4;5(1):e514722. Available from: https://recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/4722.Links ]

22 Ribeiro, W. A., Jorge, B. O., Queiroz, R. S. Repercussões da hemodiálise no paciente com doença renal crônica: uma revisão da literatura. REVISTA PRÓ-UNIVERSUS; 11 [Internet]. [cited 2024 Aug 28]. Available from: https://www.sumarios.org/artigo/repercuss%C3%B5es-da-hemodi%C3%A1lise-no-paciente-com-doen%C3%A7a-renal-cr%C3%B4nica-uma-revis%C3%A3o-da-literatura.Links ]

23 Cardoso da Cunha A, dos Santos-Neto ET, Martins CA, Salaroli LB. Leisure practices of individuals on hemodialysis and the social determinants of health. J Hum Behav Soc Environ [Internet]. 2023 Nov 27;(2):1–11. Available from: https://www.researchgate.net/publication/376001928_Leisure_practices_of_individuals_on_hemodialysis_and_the_social_determinants_of_health.Links ]

24 Fritsch FR, Dudel Mayer BL, Ubessi LD, Kirchner RM, Barbosa DA, Fernandes Stumm EM. Physical activity, leisure and evaluation of health in the perspective of users in hemodialysis. Rev Pesqui Cuid é Fundam Online [Internet]. 2015 Oct 1;7(4):3263–73. Available from: https://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/3811.Links ]

25 Martins CA, Ferreira JRS, Cattafesta M, Neto ETDS, Rocha JLM, Salaroli LB. Cut points of the conicity index as an indicator of abdominal obesity in individuals undergoing hemodialysis: An analysis of latent classes. Nutrition [Internet]. 2023 Feb;106(111890):111890. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36459843/.Links ]

26 Alexandre T da S, Scholes S, Santos JLF, de Oliveira C. Dynapenic abdominal obesity as a risk factor for worse trajectories of ADL disability among older adults: The ELSA cohort study. J Gerontol A Biol Sci Med Sci [Internet]. 2019 Jun 18;74(7):1112–8. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30165562/.Links ]

27 Gadelha AB, Neri SGR, Vainshelboim B, Ferreira AP, Lima RM. Dynapenic abdominal obesity and the incidence of falls in older women: a prospective study. Aging Clin Exp Res [Internet]. 2020 Jul;32(7):1263–70. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31489597/.Links ]

28 da Silva Alexandre T, Scholes S, Ferreira Santos JL, de Oliveira Duarte YA, de Oliveira C. Dynapenic abdominal obesity increases mortality risk among English and Brazilian older adults: A 10-year follow-up of the ELSA and SABE studies. J Nutr Health Aging [Internet]. 2018;22(1):138–44. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29300433/.Links ]

29 Alanazi HMN. Virtual reality in leisure: Its impact on social interaction and physical activity among Saudi university students. J Organ Behav Res [Internet]. 2023;8(2):261–80. Available from: https://odad.org/article/virtual-reality-in-leisure-its-impact-on-social-interaction-and-physical-activity-among-saudi-unive-xsik3t6thqqetp1.Links ]

30 Gomes de Brito BT, Tavares GH, Polo MCE, Kanitz AC. LAZER, ATIVIDADE FÍSICA E COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO DE IDOSOS PARTICIPANTES DE UM GRUPO DE ACONSELHAMENTO. Rev Bras Ciênc Mov [Internet]. 2019 Jun 12;27(2):97. Available from: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/rbcm/article/view/9850.Links ]

31 d’Orsi E, Xavier AJ, Ramos LR. Work, social support and leisure protect the elderly from functional loss: EPIDOSO study. Rev Saude Publica [Internet]. 2011 Aug;45(4):685–92. Available from: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/.Links ]

32 Araújo FC de, Silva KS da, Ohara DG, Matos AP, Pinto ACPN, Pegorari MS. Prevalence of and risk factors for dynapenic abdominal obesity in community-dwelling older adults: a cross-sectional study. Cien Saude Colet [Internet]. 2022 Feb;27(2):761–9. Available from: https://www.scielo.br/j/csc/a/Fy9LPgrKnFmyQz3fsX7wFTG/abstract/?lang=pt.Links ]

33 Goodpaster BH, Carlson CL, Visser M, Kelley DE, Scherzinger A, Harris TB, et al. Attenuation of skeletal muscle and strength in the elderly: The Health ABC Study. J Appl Physiol [Internet]. 2001 Jun;90(6):2157–65. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11356778/.Links ]

34 Reid MB, Lännergren J, Westerblad H. Respiratory and limb muscle weakness induced by tumor necrosis factor-alpha: involvement of muscle myofilaments: Involvement of muscle myofilaments. Am J Respir Crit Care Med [Internet]. 2002 Aug 15;166(4):479–84. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12186824/.Links ]

35 Goodpaster BH, Kelley DE, Thaete FL, He J, Ross R. Skeletal muscle attenuation determined by computed tomography is associated with skeletal muscle lipid content. J Appl Physiol [Internet]. 2000 Jul;89(1):104–10. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10904041/.Links ]

36 Wilcox P, Osborne S, Bressler B. Monocyte inflammatory mediators impair in vitro hamster diaphragm contractility. Am Rev Respir Dis [Internet]. 1992 Aug;146(2):462–6. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1489141/.Links ]

37 Verbrugge LM, Jette AM. The disablement process. Soc Sci Med [Internet]. 1994 Jan;38(1):1–14. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8146699/.Links ]

38 Salaroli LB, Martins CA. Conicity index: an anthropometric indicator of abdominal obesity. jhgd [Internet]. 2022 Oct 31 [cited 2024 Aug 28];32(3):181–4. Available from: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/jhgd/article/view/13845.Links ]

39 Freitas ATV de S, Vaz IMF, Ferraz SF, Peixoto M do RG, Campos MIVM, Fornés NS. Prevalence and associated factors with abdominal obesity in hemodialysis patients in Goiânia - GO. J Bras Nefrol [Internet]. 2013 Oct;35(4):265–72. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24402106/.Links ]

40 Hernández-Gallardo D, Arencibia-Moreno R, Linares-Girela D, Saca-Plua IJ, Linares-Manrique M. Energy expenditure and physical activity in a university population in the coastal region of Ecuador. Sustainability [Internet]. 2020 Dec 5;12(23):10165. Available from: https://www.mdpi.com/914750.Links ]

41 Lessa LDH, Granja KSB, Lira JLF, Exel AL, do Nascimento Calles AC, Barbosa EA, et al. Nível de atividade física de pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise. Cons Saúde [Internet]. 2018 Sep 28 [cited 2024 Aug 28];17(3):281–5. Available from: https://periodicos.uninove.br/saude/article/view/8272.Links ]

Recebido: 01 de Maio de 2024; Aceito: 01 de Agosto de 2024; Publicado: 01 de Novembro de 2024

Autor correspondente alexandre.cunha@ufes.br

Conflito de interesse

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

Creative Commons License this article is distributed under the terms of the Creative Commons Attribution 4.0 International License (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/), which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided you give appropriate credit to the original author(s) and the source, provide a link to the Creative Commons license, and indicate if changes were made. The Creative Commons Public Domain Dedication waiver (https://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/) applies to the data made available in this article, unless otherwise stated.