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Nova Perspectiva Sistêmica
versão impressa ISSN 0104-7841versão On-line ISSN 2594-4363
Nova perspect. sist. vol.27 no.62 São Paulo set./dez. 2018
EDITORIAL
A NPS que finaliza o ano de 2018 traz temas atuais e complexos, artigos direcionados para as práticas clínicas, grupais e educacionais e uma novidade, um artigo em espanhol. Pensamos que é um idioma de fácil leitura pela sua proximidade com o português e certamente contribui para a internacionalização da revista, alcançando novos horizontes.
O primeiro artigo desta edição leva o título “Cerimônias de Encerramento em Terapia Individual: Expandindo os Sentidos da Mudança”, de autoria de Pedro Pablo Sampaio Martins e Marina Arantes. Este texto mostra a experiência do uso de cerimônias que objetivam construir uma história sobre o processo de mudança na terapia, com pessoas externas a ela pensadas como testemunhas. Trata-se de um recurso narrativo aqui pensado no ambiente da terapia individual. São apresentadas as etapas que guiam esta conversa terapêutica são enfatizadas a importância de práticas sensíveis e a importância dos relacionamentos na construção e sustentação da mudança.
O segundo artigo, das autoras Sueli Marino e Rosa Maria S. Macedo, intitula-se “A constelação familiar é sistêmica?”. Neste texto, as autoras fazem um questionamento epistemológico importante sobre a crescente prática de constelações familiares e o uso do termo “sistêmica” nestas ações. As autoras discutem os princípios de cada uma destas práticas e fundamentam o entendimento de que as constelações familiares possuem princípios epistemológicos da ciência moderna.
O terceiro artigo desta edição é o primeiro texto da revista publicado em espanhol, “La jubilación y la sororidad femenina: una propuesta de trabajo desde las prácticas colaborativas dialógicas y las narrativas”, de autoria de Lucía Pérez Sánchez, Marcela Rábago De Ávila, Georginac Castillo Castañeda, Clara Schoham Perelis, Rosario de Jesus Zamora Pérez Correio e Sadooj Daniela López Moreno. As autoras propõem uma forma de trabalho grupal a partir de práticas colaborativas dialógicas e narrativas para refletir sobre o significado que universitárias atribuem para a aposentadoria. A proposta é dar visibilidade à voz destas mulheres universitárias de forma que elas sejam construtoras de uma identidade coletiva preferida.
O quarto artigo, de Nina Vasconcelos Guimarães., intitula-se “As Influências de Vozes Apreciativas na nossa Constituição Identitária”. A autora apresenta um caso clínico ilustrando conceitos das terapias pós-modernas através de conversações transformadoras, tais como self dialógico, a constituição polivocal da identidade e o reconhecimento de vozes de pessoas significativas em nossas vidas de forma a resgatar uma versão mais apreciativa de nós mesmos.
O quinto artigo intitula-se “Estudante e aprendizagem: relações mutuamente construídas”, e é de autoria de Caroline Battistello Cavalheiro de Souza e Bruno Lenzi. O artigo explora reflexões sobre um estudo de caso que discute os significados atribuídos às dificuldades de aprendizagem para uma estudante de 15 anos. Os autores relatam que uma nova forma de relacionamento com o entorno educacional foi construída, com singularidade e responsabilidade relacional.
O sexto texto, de autoria de Luciana de Oliveira Silva, Ludimila Regina Rosenthal Caetano de Oliveira Correio, Laura Cristina Eiras Coelho Soares Correio e Rosana Lazaro Rapizo Correio, intitula-se “ Diálogos com pais e mães separados: grupos reflexivos no Sistema de Justiça”. O artigo relata uma experiência de extensão universitária, desenvolvida com o Ministério Público, sobre o atendimento a famílias que vivenciam o contexto de pós-divórcio litigioso. Contempla diversas atividades, dentre elas um grupo reflexivo com pais e mães separados.
O sétimo e último artigo desta edição, de autoria de Cláudia de Oliveira Alves e Analice de Sousa Arruda Vinhal de Carvalho, intitula-se “Do cuidar ao cuidar-se: um relato de intervenção em terapia familiar sistêmica”. Tem como objetivo apresentar um atendimento de terapia familiar com ênfase pós-moderna e feminista. O processo terapêutico possibilitou mudanças significativas no sistema, relatadas pelas autoras neste texto.
Sobre as seções desta edição, iniciamos com Conversando com a Mídia, onde Helena Maffei Cruz nos traz reflexões sobre uma perspectiva relacional da liberdade, a partir do filme “Desobedience”, dirigido por Sebastián Lelio. A seção Ecos, escrita por Ana Luisa Almeida Prado de A. Coutinho, revisita o artigo Pipa corporativa: uma ferramenta da terapia narrativa aplicada às famílias empresarias, de autoria de Eduardo Ribeiro do Val, da edição 61 da NPS. A seção Estante de Livros é escrita por Juliana Seger Sanvicente, que nos convida a ler o novo livro do aclamado terapeuta de família italiano Maurizio Andolfi, recentemente traduzido no Brasil sob o título “A Terapia Familiar Multigeracional. Instrumentos e Recursos do Terapeuta”, pela editora Artesã. Para finalizar, temos a seção Família e Comunidade, onde trazemos o relato de Célia Borba, que expressa uma homenagem a Tom Andersen.
A equipe editorial da NPS deseja que sigamos no próximo ano buscando transformações sociais e um mundo mais justo para todos e todas com a disseminação de práticas dialógicas, colaborativas, comunitárias que tragam novos horizontes e esperanças. Uma excelente leitura.
Adriano Beiras - Editor Coordenador NPS