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Nova Perspectiva Sistêmica
Print version ISSN 0104-7841On-line version ISSN 2594-4363
Nova perspect. sist. vol.28 no.65 São Paulo Sept./Dec. 2019
EDITORIAL
Mais um ano finaliza e seguem os desafios de manter um importante fórum de discussões e reflexões nas perspectivas sistêmicas contemporâneas. Procuramos apresentar a nossos leitores e leitoras pesquisas que entendemos como úteis para a prática, com temas contemporâneos e originais, com rigor acadêmico e experiências práticas para o dia a dia do campo da clínica. Nossa revista segue em amadurecimento constante, integrando-se qualitativamente a outros fóruns acadêmicos, mantendo a ousadia de trazer também experiências e inovações para a prática clínica.
Seguindo esta missão, nossa edição 65 traz um presente aos leitores e leitoras. Na nossa seção Fronteiras, onde traduzimos textos importantes para nosso campo, apresentamos o texto Participação Humana: “ser” humano é o primeiro passo para “tornar-se” humano, de Tom Andersen, um de nossos maiores inspiradores em nossas práticas clínicas reflexivas e sistêmicas. Este texto inicialmente foi publicado em inglês no livro Collaborative Therapy -Relationships and Conversations that make a Difference, editado em 2007 por Harlene Anderson and Diane Gehart. Debate a ampliação da compreensão sobre linguagem para outros tipos de expressões corporais, analisando a conversação como uma troca múltipla, que produz novos significados para além da linguagem falada. Ou seja, mudanças nas expressões motoras contribuem para novos entendimentos, ideias, sentimentos e metáforas.
O segundo texto desta edição titula-se Teoria do Posicionamento e Terapia Familiar: Criando Novas Posições Discursivas na Relação entre Mãe e Filho, de autoria de Letícia de Azevedo Pozzer, Eneida de Duartina Fernandes Novaes. Este artigo teve como objetivo dar visibilidade à construção de novas posições discursivas na relação de uma mãe e de um filho. A teoria do posicionamento foi utilizada como recurso no processo de terapia familiar, onde a mãe e o filho negociam posições alternativas para seu relacionamento. Esta teoria permitiu ampliar a noção de identidade e descrições de self no setting clínico.
O terceiro texto titula-se Percepção dos genitores sobre o impacto do nascimento do segundo filho nas relações familiares, de autoria de Bibiana Ughini Goldschmidt. Neste artigo a autora entrevista casais e identifica aspectos como afastamento de atividades a dois, aproximação ao filho mais velho, redes de apoio, entre outros aspectos de adaptações à chegada do novo membro no contexto familiar.
O quarto artigo tem como título Percepções parentais sobre coparentalidade e comportamento infantil: um estudo com famílias homoafetivas, das autoras Thaiany de Matos, Carina Nunes Bossardi, Carolina Duarte de Souza, João Rodrigo Maciel Portes, Marina Menezes. Trata-se de um estudo qualitativo com casais que identifica aspectos da coparentalidade homoafetiva relacionando-os com a satisfação da criança e com o relacionamento dos pais.
O quinto texto desta edição titula-se Adolescentes e redes sociais: violência de gênero, do sexting e do cyberbullying no filme Ferrugem, de Silvia Renata Lordello, Lara Souza e Letícia de Amorim Mota Coelho. Trata-se de temas muito contemporâneos da juventude que destacam riscos e impactos de exposição no uso não autorizado de imagens íntimas a partir das redes sociais. O filme nos convida a tomar posição e agir diante destes complexos contextos. Foram realizados encontros temáticos para explanar conceitos e analisar os fenômenos do filme de forma dialógica.
O penúltimo texto desta edição titula-se Práticas colaborativas para intervenção em grupo com adolescentes e profissionais de saúde sobre sexualidade, das autoras Domitila Kawakami Gonzaga, Carla Guanaes Lorenzi. Neste texto as autoras relatam a experiência de intervenção colaborativa a partir de uma pesquisa-ação, para a construção de discursos alternativos sobre adolescentes e sexualidades. Explicitam cada etapa e o processo de produção de sentidos. Buscam dar visibilidade às orientações feitas a partir de práticas colaborativas que potencializaram atitudes democráticas sobre a construção e manejo grupal, de forma a favorecer espaços dialógicos e de reflexividade.
O último texto desta edição chama-se Pelos caminhos do Diálogo Aberto: reflexões sobre aprender, praticar e formar profissionais no contexto da saúde mental no Brasil, de Cecília Cruz Villares. A abordagem do Diálogo Aberto segue em crescimento no contexto brasileiro. A autora relata seu caminho neste campo e suas principais inquietações. Reconhece a abrangência e relevância desta abordagem para o sistema de saúde mental brasileiro, trazendo um brilhante convite aos leitores e leitoras interessados/as em conhecer mais os princípios do diálogo aberto.
Para finalizar, vamos às seções desta edição. Em Conversando com a Mídia temos o convite de Frederico A. S. O. Mattos para assistir e conhecer as potencialidades de discussões e reflexões para a clínica na atenção a homens, a partir do filme O Silêncio dos Homens, produzido por Papo de Homem e Instituto PdH e disponível na plataforma YouTube. Em Ecos temos o convite de Eloisa Vidal Rosas para a leitura do artigo da edição anterior da NPS, titulado O conceito de ressonâncias no processo de formação do terapeuta: descobrindo potencialidades e limitações na prática terapêutica. Eloisa fala de como revisita este conceito a partir do artigo, remetendo à sua longa experiência como terapeuta e formadora em terapia familiar. Em Estante de Livros, Ana Paula Risson nos convida à leitura do livro “Longe de Casa: minha jornada e histórias de refugiados pelo mundo”, de Malala Yousafzai e Liz Welch. Para fechar, temos a seção Família e Comunidade, onde Leonora Corsini, com a colaboração de Alexandra Moreira, Cecília Villares e Helena Maffei Cruz, relata a experiência de participação no IV Congresso de Práticas Colaborativas e Dialógicas, que aconteceu em junho deste ano na cidade de Brno, República Checa, onde o Brasil esteve bem representado com diversas experiências de atuação neste campo e abordagem.
Reforçando o convite de envio de manuscritos e colaborações nas seções, finalizo este editorial desejando uma excelente leitura e agradecendo a continuidade e preferência pela NPS a cada ano.
Adriano Beiras - Coordenador Editorial
PARECERISTAS AD HOC 2019
Adriana Bellodi Costa César, Instituto Noos, São Paulo/SP, Brasil
Adriana Müller, Brasil
Alan Bronz, Instituto Noos, Rio de Janeiro/RJ, Brasil
Ana Luiza Casasanta Garcia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC, Brasil
Andrea Giacomozzi, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC, Brasil
Bruno Lenzi, Movimento - Clínica e Escola de Psicologia Sistêmica, Florianópolis/SC, Brasil
Caroline Duarte de Souza, Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Florianópolis/SC, Brasil
Cecilia Cruz Villares, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo/SP, Brasil
Celia Passos, Instituto de Soluções Avançadas (ISA-ADRS), Rio de Janeiro/RJ, Brasil
Cibele Cunha Lima da Motta, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC, Brasil
Claudia Bruscagin, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo/SP, Brasil;
Cristiana Gonçalves Pereira, Instituto de Terapia Familiar de São Paulo (ITF), São Paulo/SP, Brasil
Daniela Reis e Silva, Associação de Terapia Familiar do Espírito Santo (ATEFES), Vitória/ES, Brasil
David Tiago Cardoso, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC, Brasil
Diana V. Jiménez Cervantes, Universitat Autònoma de Barcelona (UAB), Barcelona, Espanha
Elisângela Boing, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC, Brasil
Gabriela Martins Silva, Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia/MG, Brasil
Giovanna Cabral Doricci, USP, Ribeirão Preto/SP, Brasil
Helena Berton, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre/RS, Brasil; Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), Florianópolis/SC, Brasil
Ivania Jann Luna, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC, Brasil
Joyce Lucia Abreu Pereira Oliveira, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC, Brasil
Larissa Paraventi, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí/SC, Brasil
Laura Cristina Eiras Coelho Soares, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte/MG, Brasil
Leonora Figueiredo Corsini, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Insituto Noos São Paulo/SP, Brasil
Liana Fortunato Costa, Universidade de Brasília (UnB), Brasília/DF, Brasil
Lúcia Helena Assis Abdalla, Brasil
Luciane Guisso, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC, Brasil
Maíra Gomes, Universidade Estácio de Sá, Florianópolis/SC, Brasil
Mariana Trajano, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC, Brasil
Marianne Ramos Feijó, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Baurú/SP, Brasil
Marina Menezes, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC, Brasil
Maristela Moraes, Brasil
Monica Barreto, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC, Brasil
Murilo Moscheta, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá/PR, Brasil
Rafael Diehl, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife/PE, Brasil
Raquel Guedes Pimentel Pilon, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC, Brasil
Regina Schoemer Jardim, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Rio de Janeiro/RJ, Brasil
Renata Orlandi, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC, Brasil
Sandra Fedullo Colombo, Instituto Sistemas Humanos, São Paulo/SP, Brasil
Sibelle Martins de Barros, Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande/PB, Brasil