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Psicologia: ciência e profissão

versão impressa ISSN 1414-9893

Psicol. cienc. prof. v.20 n.2 Brasília jun. 2000

 

ARTIGOS

 

Profissionais para si ou para outros? Algumas reflexões sobre a formação dos psicólogos

 

 

Waldir Bettoi*; Livia Mathias Simão**

Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo

Endereço para correspondência

 

 


 

 

O trabalho discute interações de condições de ensino de uma disciplina (cujos objetivos se voltam para a formação de psicólogos que atendam às necessidades sociais) com as concepções de alunos sobre o que é um profissional. Os resultados permitem supor que tais condições contribuiriam para a construção de uma concepção de profissional próxima dos objetivos pretendidos.

No momento atual da história da profissão de psicólogo no Brasil, quando se discutem e decidem mudanças nos currículos de formação dos profissionais, freqüentemente temos nos deparado com uma questão que parece ser crucial e ponto de partida para grande parte daquelas decisões: que características tem o psicólogo, quem é esse profissional que queremos formar? Na busca dessas respostas, estão em jogo, principalmente, as concepções que nós, psicólogos, temos de nossa profissão e nossos conceitos do que seja um profissional.

O estudo desses aspectos, no entanto, não é único nem recente. Do trabalho pioneiro de Sylvia Leser de Mello, “Psicologia e Profissão em São Paulo”, em 1975, até a publicação pelo Conselho Regional de Psicologia - 6ª Região, em 1995, de “Psicologia: formação, atuação profissional e mercado de trabalho”, a profissão de psicólogo e o papel que o profissional de Psicologia vem desempenhando junto à sociedade brasileira, têm sido estudados, discutidos e criticados a partir de ângulos diferentes. Os trabalhos realizados pelo Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Paulo (1984) e pelo Conselho Federal de Psicologia (1988; 1992 e 1994) podem ser apontados como exemplos do empreendimento de psicólogos no sentido de conhecerem sua própria profissão e de refletirem sobre ela. Nesses trabalhos e em outros que têm sido produzidos, abordam-se vários aspectos relacionados à profissão (por exemplo, Bastos, 1990; Botomé, 1987 e 1988; Carvalho, 1984b; Pasquali, 1988; Witter, Bastos, Bonfim & Guedes, 1992). A formação profissional do psicólogo também tem sido objeto específico de reflexão de vários estudiosos que o fazem a partir de várias referências diferentes, apresentando perspectivas múltiplas para a questão (por exemplo, Bastos & Ashcar, 1994; Carvalho, 1984a; Crochik, 1985; Duran, 1994; Gomide, 1988; Medeiros, 1989; Mello, 1989; Pardo, 1996; Pereira,1975).

Entretanto, as reflexões apresentadas neste artigo, baseadas em uma pesquisa (Bettoi, 1998) que terá um de seus tópicos abordado aqui, apontaram para a necessidade de considerarmos como igualmente importantes as concepções que os alunos dos cursos de psicologia, especialmente os calouros, apresentam sobre o profissional. Isto porque as concepções com que o aluno chega à faculdade influenciarão na seleção e nas relações que ele estabelecerá quando se defrontar com as informações, atitudes e valores promovidos pelo curso.

Conhecer as concepções específicas de profissional apresentadas por calouros, e a interação dessas concepções com as condições de ensino de uma disciplina introdutória, foi um dos objetivos da pesquisa que aqui focalizaremos.

A concepção específica de profissional psicólogo, subjacente à disciplina em questão, remetia a um conceito de profissional em que se evidenciavam suas funções sociais, isto é, ele era considerado como alguém que, através de seus conhecimentos específicos, deveria atender às necessidades sociais de forma abrangente (em termos de número e estratos sociais atingidos) e significativa (em termos das mudanças que propicia para o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade).

Supunha-se, portanto, que a presença, na disciplina, de uma imagem de profissional como alguém que presta serviços à sociedade, aumentaria a probabilidade disso efetivamente acontecer, aumentando a chance do aluno vir a ser um profissional que atendesse às necessidades que a sociedade tem de seus serviços.

Poder-se-ia supor, assim, que a presença de determinadas condições de ensino no primeiro momento em que o aluno chega ao curso, poderia se constituir em uma oportunidade adequada para se tentar interferir no repertório de informações e de imagens sobre a profissão que o aluno iniciante traz para a faculdade, visando estabelecer relações futuras mais significativas entre o profissional e a sociedade. Ou seja, como aponta Mello (1975), a auto-imagem profissional do psicólogo “condiciona nossos objetivos e define o âmbito de ação dos psicólogos (...)”(p. 76).

Em estudos anteriores, as necessidades sociais e o significado social da atuação do psicólogo também foram abordados (por exemplo, Mello, 1975; Botomé, 1979; Carvalho, 1982; Prete, 1986; Bastos, 1988; Carvalho, 1988; Gomide, 1988; Bomfim, 1990; Ozella & Lurdes, 1993; Weber, Botomé & Rebelatto, 1996). Carvalho (1982), Bock (1990) e Ozella & Lurdes (1993) fazem considerações importantes para que se pense nas relações entre as necessidades sociais, a imagem da profissão, a formação e a atuação profissional. Weber, Botomé e Rebelatto (1996) criticam o currículo dos cursos de formação considerando-o “mais voltado ao ensino de técnicas e modelos de atuação existentes (e consagrados), do que ao desenvolvimento de atuações profissionais socialmente significativas” (p.11).

Além disso, diversos autores têm estudado vários aspectos de concepções (ou “imagens”, como muitas vezes se denominam) de alunos sobre a profissão (por exemplo, Lázaro, Oliveira & Marques, 1986; Santos, Lisboa & Takahachi, 1987; Leme, Bussab & Otta, 1989; Santos, 1992a e b;Santos & Oliveira, 1995; Weber, 1991; Gomes, Teixeira, Crescente, Fachel, Sehn & Klarmann, 1996; Carvalho & Kavano, 1982; Lordelo & Bastos, 1988; Santos, 1989; Schmidt, 1984; Siqueira, Oliveira, Carvalho & Yamamoto, 1997; Lisboa, Santos & Takahachi, 1987; Dobrianskyi, 1988; Carvalho, 1989). Discutem-se, ainda, as relações que estas imagens mantêm com o currículo de formação profissional, e o efeito delas sobre a atuação do profissional (Mello, 1975; Carvalho, 1982). Santos (1992b) sugere que se avalie o efeito dos cursos de formação sobre as imagens da Psicologia e da profissão. Weber, Rickli e Liviski (1994) concluem sobre uma influência indireta da formação sobre a imagem da Psicologia.

Em síntese, a análise sistemática de concepções sobre a profissão, com o objetivo de identificar o sentido que o aluno e o psicólogo dão aos conceitos de Psicologia e de profissional, poderia também contribuir para o entendimento das relações entre o psicólogo e a sociedade.

O estudo da interação das condições de ensino presentes nos cursos de formação do psicólogo com o repertório de imagens sobre a profissão com que o aluno chega à faculdade, parece, conseqüentemente, relevante e necessário.

Especificamente, as seguintes questões deverão ser objeto de reflexão no presente trabalho: (a) como é a concepção de profissional que o aluno revela ao ingressar no curso? (b) que características têm essas concepções dos alunos após o seu contato com uma disciplina introdutória ? (c) de que maneira essas concepções poderiam relacionar-se com as condições de ensino da disciplina?

 

Origem e Natureza dos Dados da Pesquisa

As informações analisadas neste trabalho foram extraídas de questionários aplicados aos alunos nos primeiro e último dias de aula da disciplina, contendo questões relacionadas à escolha profissional do aluno e à sua concepção de “profissional”. As respostas dadas a uma dessas questões (“Para você, o que é um profissional - qualquer um, não necessariamente apenas o psicólogo?”) serviram como fonte principal do material cuja análise norteou as considerações que serão feitas aqui.

 

Os Alunos

Os dados aqui discutidos referem-se a 69 alunos e alunas do primeiro ano de Psicologia de uma universidade particular de São Paulo, tendo freqüentado a disciplina em questão, ministrada por um dos autores do presente trabalho, nos períodos da tarde e da noite. São discutidas aqui especificamente as respostas que deram a uma pergunta presente nos dois questionários sobre a profissão aplicados no início e no final do curso, solicitando sua concepção de profissional. A faixa etária dos alunos estava entre 18 a 20 anos, sendo a maioria deles originada de classe média.

 

A Disciplina e as Condições de Ensino Planejadas pelo Professor

Objetivos:

Dos objetivos estabelecidos para a disciplina, dois devem ser considerados para este trabalho: (1) os alunos deverão entrar em contato direto com profissionais de diversas áreas de atuação e (2) os alunos deverão refletir sobre diversos aspectos relacionados à atuação do psicólogo, avaliando-a criticamente, especialmente no que diz respeito às relações dela com a sociedade.

Atividades planejadas:

(a) O contato direto e indireto do aluno com psicólogos atuantes

O contato direto que os alunos têm com o psicólogo que atua em São Paulo é feito basicamente através de entrevistas que realizam, em grupo, com profissionais de diversas áreas de atuação, a saber: clínica (particular, em consultório); organizacional; educacional; institucional/comunitária; hospitalar; pesquisa. Cada grupo fica encarregado, então, de entrevistar um mínimo de três psicólogos de uma mesma área e o produto final deste contato é um trabalho escrito e uma apresentação para a classe do que observou e refletiu sobre a atuação profissional do psicólogo daquela área. As entrevistas são gravadas e posteriormente transcritas e entregues como anexo ao trabalho escrito. Há, também, o contato indireto com o profissional atuante, que é realizado através do comparecimento do aluno às apresentações dos trabalhos dos seus colegas de classe, que estarão se referindo às áreas de atuação diferentes daquela em que ele e seu grupo realizaram seu trabalho.

(b) Reflexão crítica do aluno sobre a profissão

Para que o contato com alguns aspectos da realidade profissional do psicólogo possa resultar em uma reflexão crítica do aluno sobre a profissão, o trabalho de campo é antecedido por seminários que pretendem oferecer aos alunos, além de informações e terminologia básicas, um conjunto de referências críticas para a reflexão sobre a profissão, que são discutidas e utilizadas em classe, como preparação para o contato com o profissional atuante. Esses seminários baseiam-se na leitura de textos sobre a profissão e em questões de discussão propostas pelo professor.

Tendo como base reflexões sobre as relações entre a profissão de psicólogo e a sociedade, feitas anteriormente por Mello (1975) e Carvalho (1982), a disciplina em questão estabeleceu um conceito de profissional “modelo de referência” que serve como guia para a reflexão do aluno sobre a profissão.

Esse profissional-referência é definido como “um indivíduo que detém um conhecimento específico e sistemático e o aplica, como prestação de serviços, a todas as camadas da população, sem distinção, ao maior número possível de pessoas dessa população, de forma a contribuir para a transformação do indivíduo e da sociedade”.

A análise dessa concepção mostra que esse profissional-referência é visto basicamente como um prestador de serviços à sociedade, como um todo, e isso se dá com base em seus conhecimentos psicológicos. Esta própria concepção que será utilizada no curso é discutida pelos alunos, enquanto um conceito que reflete pressupostos valorativos sobre o Homem e o profissional, ou como um conceito que poderia refletir uma expectativa “ir real”, se for considerado sem a necessária vinculação a outros fatores que afetam e regem a sociedade brasileira.

Tendo sido discutidas, pelos alunos, características da concepção de profissional, o próximo passo na apresentação das referências para a sua reflexão constitui-se na análise de alguns fatores que poderiam afetar a abrangência e a significância da função social do psicólogo. Assim, discutem-se as possíveis relações entre a função social do psicólogo e (a) sua forma “típica” de atuação; (b) sua formação profissional e (c) a imagem social da profissão.

 

Os Psicólogos Entrevistados

A seleção dos psicólogos para a entrevista foi feita pelos próprios alunos, sendo que a única exigência da disciplina foi a de que cada grupo entrevistasse no mínimo três profissionais e que estes estivessem desempenhando atividades profissionais na área, na época da entrevista. Os locais de atuação dos psicólogos, em seu conjunto, são bastante diversificados, e se encontram, por exemplo, em hospitais públicos e privados, empresas, instituições bancárias, fundações, escolas públicas e privadas etc.

 

Resultados

O exame das respostas dos alunos à pergunta do questionário que solicitava sua concepção de profissional levou à definição de um conjunto de categorias e sub-categorias, segundo atributos (descritos à frente) presentes nas concepções apresentadas.

A função dos dados numéricos referentes às respostas aos questionários é a de meramente fornecer indicadores sobre respostas que deveriam ser examinadas mais detalhadamente ou, ainda, a de permitir determinadas comparações entre as respostas, quando isto foi julgado necessário. Isso significa que o uso de determinados termos que possuem conotação quantitativa (por exemplo, “predominância”, “maior”, “mais”, “menor”, “menos”) não é o resultado da utilização de procedimentos aritméticos, mas foram empregados aqui apenas com o sentido descritivo que possuem na linguagem informal.

 

A Concepção de Profissional Apresentada pelos Alunos

O exame das respostas dos alunos levou à diferenciação de cinco categorias de atributos presentes nas concepções, cada uma delas relacionada a um aspecto diferente do profissional definido. Assim, encontramos atributos (1) relacionados ao sujeito da ação profissional (por exemplo, profissional é uma pessoa interessada no que faz); (2) relacionados à ação profissional propriamente dita (por exemplo, profissional é alguém que realiza projetos); (3) relacionados ao modo da ação profissional (por exemplo, profissional é um indivíduo que trabalha com garra); (4) relacionados ao objetivo da ação profissional (por exemplo, profissional é um indivíduo que trabalha para estar bem consigo mesmo) e (5) relacionados ao beneficiário da ação profissional (por exemplo, profissional é uma pessoa que ajuda a sociedade). Uma sexta categoria foi criada para incluir alguns poucos casos em que as respostas não tinham sentido ou não se aplicavam à pergunta.

Para duas dessas categorias foram criadas sub-categorias, para que fosse possível conhecer mais detalhadamente vários de seus aspectos . São elas:

Para a categoria (1), atributos relacionados ao sujeito da ação profissional, foram estabele-cidas três sub-categorias: 1a, em que o atributo enfatizado são suas qualidades pessoais, especialmente em seus aspectos éticos, valorativos e morais (por exemplo, profissional é alguém que honra sua profissão); 1b, em que o atributo enfatizado também são suas qualidades pessoais, mas agora especialmente em seus aspectos racionais e de competência técnica (por exemplo, profissional é alguém que entende da área) e 1c, em que o atributo enfatizado é a satisfação pessoal do sujeito (por exemplo, é um indivíduo que gosta do que faz).

Para a categoria (3), atributos relacionados ao modo da ação profissional, foram criadas duas subcategorias: 3a, em que o atributo enfati-zado é a eficiência da ação (por exemplo, é um indivíduo que trabalha com competência), e a sub-categoria 3b, em que o atributo enfatizado são os aspectos valorativos, éticos e morais da ação (por exemplo, trabalha com dedicação e amor).

A Tabela 1 apresenta os resultados para as categorias e sub-categorias utilizadas. Os dados das sub-categorias estão apresentados em sombreado.

Atributos gerais da concepção:

Observa-se uma mudança interessante, que foi a ênfase que se deu em relação às categorias mais mencionadas nas duas condições: se, no primeiro dia de aula, o aluno concebe o profissional como alguém que, fundamentalmente, se define por seus atributos pessoais, referindo-se menos ao que este faz enquanto tal (ou para quem o faz ou a quem dirige sua ação profissional), no último dia de aula da disciplina ele continua definindo o profissional por seus atributos pessoais, mas agora com menos ênfase, ao mesmo tempo em que a ação profissional ganha predominância nesta concepção e passa também a ser vista como prestação de serviços e aplicação de conhecimento. Além disso, aumenta o número de alunos que, ao mencionarem atributos do profissional, enfatizam que este exerce um papel junto a outros indivíduos da sociedade

Tabela 1: números absolutos e relativos de menções a atributos gerais e específicos de categorias utilizadas, relativos à concepção de profissional apresentada em duas ocasiões (primeiro e último dias de aula ) por alunos (n= 69) de um curso de psicologia. INI e FIN significam, respectivamente, questionário inicial e questionário final.

Atributos específicos da concepção de profissional relacionados ao sujeito da ação profissional:

Os resultados apresentados indicam que no primeiro dia de seu curso o aluno concebe o profissional predominantemente como alguém que tem qualidades pessoais tanto relacionadas ao domínio de habilidades racionais e à competência técnica desenvolvida e sempre aperfeiçoada, quanto relacionadas a valores, à moral e à ética. Isto é, o profissional não somente é uma pessoa, mas uma pessoa concebida como dotada de habilidades racionais e possuidora de qualidades éticas e morais das mais elevadas e nobres. Para alguns alunos, ainda, o profissional é concebido primariamente como alguém que está satisfeito e ama o que faz.

No último dia de aula, o aluno concebe o profissional como alguém que tem fundamentalmente qualidades pessoais, em que se destacam aspectos racionais relacionados principalmente à posse de conhecimento específico, fruto de sua formação e especialização. Diminui o número de alunos que concebem o profissional apenas como alguém que gosta do que faz.

Comparando-se o desempenho dos alunos nos questionários inicial e final, observa-se que aumenta o número de menções aos aspectos racionais das qualidades pessoais do profissionais, enquanto que diminuem as menções aos aspectos morais e valorativos daquelas qualidades. Ao final do ano, o aluno, além desses aspectos morais e éticos, vê na pessoa do profissional outros atributos, especialmente o domínio de um saber para o qual se especializou. Perde força, no questionário final, uma concepção bastante apoiada na idéia de que o profissional “é alguém que gosta do que faz”, apresentada no questionário inicial.

Atributos específicos da concepção de profissional relacionados ao modo da ação profissional

Observa-se que, no começo de seu curso, quando na sua concepção de profissional ele menciona seu modo de ação, o aluno o faz dando ênfase aos seus aspectos ético-valorativos. O profissional, quando aparece como alguém que age de uma determinada maneira, aparece fazendo-o de tal forma em que a ética e a moral predominam (como referências para o modo de ação) sobre os aspectos de competência e eficiência da ação. Ao final do curso, as duas sub-categorias aparecem com número aproximado de menções, mas, quando comparadas com o questionário inicial, mostram mudanças que precisam ser consideradas: aumenta a ênfase na eficiência da ação, diminuindo a ênfase que inicialmente era dada aos seus aspectos morais.

Em resumo, os resultados apresentados poderiam nos levar a caracterizar o aluno que chega à Faculdade de Psicologia, tomada como universo desta pesquisa, como alguém que imagina o profissional como, basicamente, um indivíduo que tem determinadas qualidades pessoais; essas qualidades abrangem tanto aspectos éticos e valorativos quanto de competência técnica e racional. Na concepção de alguns, ainda, o profissional é visto como alguém que, basicamente, está satisfeito por ser o que é. Nas menções que o aluno faz, neste momento inicial, às ações do profissional, são evidenciados principalmente os aspectos éticos e valorativos com que pratica essa ação e, em menor escala, os aspectos relacionados à sua eficiência. Poder-se-ia imaginar aqui que, tendo passado recentemente pelo processo de opção profissional, o aluno possa ter se perguntado se ele próprio possuía determinadas características pessoais associadas à imagem da profissão que tinha. Além disso, o que é bastante comum no processo de opção profissional de jovens colegiais, na ausência de informações concretas sobre a profissão (por exemplo, sobre formas de atuação e mercado de trabalho), os atributos pessoais da imagem do profissional provavelmente se enfatizaram. A partir do momento em que começa seu curso, o aluno passa a entrar em contato com assuntos que não conhecia, com informações que não possuía e realiza uma entrevista com psicólogos que atuam no mercado. Se entendermos, genericamente falando, a entrevista com o profissional como sendo uma oportunidade em que o aluno entra em contato pessoal com um psicólogo que está realizando concretamente algum tipo de atividade profissional e está falando sobre ela, pode fazer sentido pensar em mudanças em suas concepções como podendo ter sido afetadas pela interação com a entrevista e outras condições do curso. É certo que, depois de ter feito a entrevista e concluído o seu contato com a disciplina, o aluno continua concebendo o profissional principalmente em termos de suas qualidades pessoais (embora com menor ênfase do que no questionário inicial). Isto se justificaria na medida em que teve contato com alguém que fala de seu trabalho e sobre si, e enquanto fala de suas atividades profissionais, também está se revelando como pessoa. Entretanto, as menções a estas qualidades pessoais passam a focalizar privilegiadamente os aspectos de competência técnica e racional. Agora, a pessoa do profissional é vista principalmente como alguém que detém conhecimentos técnicos, se especializou e domina uma determinada área de conhecimento e sua satisfação pessoal não é mais tão mencionada como anteriormente. Observe-se, também, que o profissional passa a ser concebido com um aumento de menções às suas ações profissionais, o que poderia ter sido afetado pelo contato com o próprio conteúdo da entrevista, em que predominantemente se pergunta sobre o que o profissional faz, como faz e em que condições realiza suas ações, além do contato com os textos do curso em que as atividades dos psicólogos são descritas em detalhe. Nesse sentido, observa-se que, quando menciona o modo com que a ação profissional é realizada, o aluno muda a ênfase: a ação é concebida mais enfaticamente como praticada de modo eficiente, do que de modo moralmente adequado. O fato de, no questionário final, ter aumentado o número de menções à aplicação de conhecimentos, à prestação de serviços e aos beneficiários da ação profissional pode também estar refletindo características das entrevistas feitas, já que, ao falar de sua atuação profissional, o psicólogo freqüentemente menciona as pessoas à quem presta seus serviços. Estas suposições, assim, poderiam estar apontando para algumas das possibilidades de interação das várias condições de ensino presentes no curso, especialmente a entrevista, com o repertório de imagens sobre o profissional com o qual o aluno entra e sai do curso.

 

Discussão

Uma concepção de psicólogo em que se evidenciam atributos relacionados ao sujeito da ação profissional

A concepção de profissional apresentada pelos alunos, tanto no questionário inicial, quanto no final, põe em evidência, principalmente, as características pessoais desse profissional. Isto é, o aluno concebe o profissional de forma tal que aquilo que o psicólogo é como pessoa, se sobressai em relação a outros aspectos de suas características profissionais, como sua ação profissional, propriamente dita, ou o beneficiário dessa ação.

A reflexão sobre o papel que as condições de ensino mencionadas poderiam ter exercido na manutenção da ênfase nas características pessoais do profissional, indica que o contato com outros aspectos de uma concepção de profissional não excluiria (e, às vezes, poderia incluir) a presença de fatores que favoreceriam a manutenção daquelas características. As entrevistas, principalmente, poderiam ter contribuído para isso, visto que o psicólogo, ao falar de suas ações profissionais, implícita ou explicitamente, fala de si, também, enquanto pessoa. Além disso, com muita freqüência, os psicólogos mencionam explicitamente características pessoais que o psicólogo tem ou deveria ter para uma atuação satisfatória (por exemplo, seriedade, maturidade, dom, honestidade, auto-confiança, altruísmo, humildade, engajamento político etc.).

Esses resultados podem ser uma oportunidade para se refletir sobre as observações de Vilela (1996) a respeito do “ser psicólogo”. Entrevis-tando supervisores de estágios e estagiários de cursos de formação de psicólogos, a autora encontra respostas que parecem revelar a presença de uma imagem de profissional em que seus atributos pessoais também são evidenciados, como no caso da presente pesquisa. Segundo ela, o modelo de profis-sional encontrado poderia estar revelando o predomínio do valor individualista no contexto social onde a Psicologia se insere. Nessa concepção, a formação, representada pelo estágio e supervisão, seria como que “somente um aprimoramento do que já existe pois ser psicólogo é, predominantemente, uma natureza” (p. 148). Algumas de suas características pessoais específicas estariam representando essa natureza, essa “vocação” para a atividade profissional. As considerações da autora, nessa medida, poderiam se aplicar aos resultados obtidos pelo presente trabalho.

Quanto aos aspectos específicos das carac-terísticas pessoais do profissional concebido pelos alunos, no questionário inicial o que se observou foi uma distribuição praticamente equivalente entre as menções às qualidades éticas e morais e às qualidades racionais do psicólogo. Entretanto, no questionário final, salientam-se os aspectos racionais das qualida-des pessoais do psicólogo. Isso parece indicar que a concepção do aluno pode ter sido afetada por outros aspectos presentes nas condições de ensino, como um todo, especialmente aqueles referentes à ação do profissional. Os textos, as discussões e as informações ofere-cidas pelo conjunto de condições de ensino da disciplina estão vinculados a um de seus objetivos específicos que é o de colocar o aluno em contato com vários aspectos das diversas possibilidades de atuação do psicólogo, e isso inclui, via de regra, a menção às diversas atividades específicas dos psicólogos em várias áreas de atuação, em contextos específicos e diferenciados, com determinados objetivos e atribuições, em que os profissionais aparecem dominando um conhecimento psicológico através de seus métodos e técnicas de trabalho. O contato do aluno com as entre-vistas, principalmente, evidencia esse aspecto.

Um outro aspecto dos atributos relacionados ao sujeito da ação profissional (satisfação pessoal), presente nas concepções dos alunos nos questionários inicial e final, mostra que o profissional é concebido, também, como alguém que gosta do que faz. No questionário final, há uma diminuição grande na quantidade de menções a esse atributo, em relação ao inicial. Isto é, o atributo satisfação pessoal perde força na concepção final do aluno sobre o profissional. Poder-se-ia conjeturar que, ao tomar contato com as leituras e discussões do curso e com os profissionais, o aluno seria envolvido por um conjunto de informações e outras imagens sobre a profissão que relativizariam o peso atribuído a este aspecto específico ou que o contato com os múltiplos aspectos que envolvem a profissão poderia tê-lo levado a uma imagem mais “real” do grau e da natureza da satisfação pessoal do profis-sional com seu trabalho: na medida em que esta satisfação poderia estar sujeita a uma série de determinantes concretos, inerentes à atuação do psicólogo, muitos deles indese-jáveis, a satisfação pessoal nem sempre seria possível ou o seria em graus variados.

Uma concepção de psicólogo em que se evidenciam atributos relacionados à ação profissional e ao modo e ao objetivo dessa ação.

A leitura da concepção de profissional apresentada pelos alunos nos questionários inicial e final mostra, ao término do curso, um aumento de menções a atributos relacionados à ação profissional. Se, no início do curso, o profissional era concebido mais em função de suas qualidades pessoais do que de sua ação profissional, agora, ao final, essa diferença entre os pesos desses atributos quase desaparece. O profissional continua sendo concebido como alguém que possui determinados atributos pessoais, mas, agora, é visto, também, como alguém que realiza ações profissionais espe-cíficas, de determinadas formas e com certos objetivos.

O exame das entrevistas e do material de leitura e discussão do curso permite observar a presença de um conjunto muito variado e multifacetado de informações e de elementos capazes de contribuir para a formação de imagens relacionadas à ação profissional do psicólogo e dos inúmeros aspectos que envolvem sua profissão. Pode-se dizer, assim, que as imagens iniciais dos alunos, em que a ação do profissional aparecia em menor destaque, junto aos seus atributos correlatos como modo e objetivo da ação, poderiam ter-se alterado em função do contato com as entrevistas e outras condições do curso. O contato com profissionais atuantes que descrevem o que fazem, como fazem, para quê fazem, e em quais circunstâncias o fazem, poderia resultar em uma imagem mais rica da ação profissional e com uma distribuição mais equilibrada do peso dado aos outros atributos correlacionados à essa ação, como a apresen-tada na concepção final do aluno sobre o profissional.

O modo de ação profissional deixa de ser visto como baseado fundamentalmente em aspectos morais e valorativos, passando a enfatizar, ao final do curso, a eficiência da ação profissional. A competência profissional do psicólogo ganha evidência, possivelmente porque o aluno, em contato com a entrevista, tem a oportunidade de encontrar psicólogos que, via de regra, são contratados para desempenhar uma função de determinada forma, para atingir objetivos específicos, dentro de um contexto de uma instituição que envolve o atendimento a uma determinada clientela. Isto é, o profissional além de trabalhar com base em valores éticos e morais, deve principalmente realizar ações específicas e da forma mais eficiente possível, para atingir seus objetivos ou os das instituições.

Uma concepção de psicólogo em que se evidenciam atributos relacionados ao beneficiário da ação profissional

A concepção de profissional que subjaz aos objetivos da disciplina e às diversas condições de ensino que a caracterizam, prioriza a relação da ação profissional do psicólogo com a sociedade em vários aspectos, especialmente no sentido da contribuição que o profissional dá a ela, contribuição esta avaliada, entre outros parâmetros, pela abrangência social do trabalho do psicólogo.

Como já mencionamos anteriormente, a análise da concepção de profissional apre-sentada pelos alunos, ao iniciarem seu curso, mostra que são poucos aqueles cujas concep-ções fazem menção à sua abrangência social. Ao final do curso, observa-se um aumento considerável de menções ao beneficiário da ação do profissional. Agora o profissional é uma pessoa que tem uma atividade desem-penhada em relação a, ou para, outro(s), de uma certa maneira.

Um dos aspectos que poderia ser inicialmente apontado como fazendo parte de condições propiciadoras dessas imagens, seria o fato de que, nas entrevistas, ainda que não esteja explicitamente referindo-se à questão da abrangência social da profissão, ao descrever suas atividades e falar de seu trabalho, o psicólogo, geralmente, identifica sua clientela, refere-se às pessoas para quem realiza seu trabalho, bem como aos resultados que obtém ou pretende obter. Nesse sentido, parece que podemos considerar esta condição de ensino como adequada às prescrições de Mello (1996), para quem é preciso que o ensino da Psicologia “se localize, isto é, defina o espaço social em que vai atuar, conheça os contornos sócio-econômicos e culturais da população que vai ser atendida, respeite as diferenças que possam existir, elimine preconceitos” (p. 3).

Além disso, a questão da abrangência social da profissão é explicitamente mencionada pelos entrevistados, seja como prescrição de comportamento, seja pela identificação que fazem dos estratos sociais atingidos concre-tamente por seu trabalho. Em relação a isso, observa-se que o aluno é exposto a um con-junto variado de avaliações, possibilitando a formação de diferentes imagens em relação à população atingida. Assim, há aqueles que afirmam que todos os estratos sociais são beneficiados, há aqueles que afirmam que só as camadas mais altas da população o são, assim como, para outros, a abrangência é desproporcional aos vários segmentos da população, com privilégio para as camadas mais altas.

Algumas considerações sobre a necessidade do professor de Psicologia refletir sistematicamente sobre seu papel na formação de psicólogos.

Considerando que este trabalho se insere em um contexto em que a profissão do psicólogo é discutida em alguns de seus aspectos especí-ficos, principalmente naqueles relacionados à sua formação acadêmica e ao seu papel social, parece necessário que se estabeleçam algumas reflexões sobre estas e outras questões relacio-nadas, tendo como referência os resultados observados na presente pesquisa.

Os resultados reafirmam a necessidade de se pensar no papel que a formação profissional do psicólogo vem desempenhando sobre sua atuação. A observação feita aqui, de que o futuro profissional chega ao curso de Psicologia concebendo um profissional possuidor de certos atributos que parecem não contribuir para que sua atuação profissional futura atenda às amplas necessidades da sociedade, apóia esta afirmação. Se imaginarmos que o psicó-logo concebe o profissional de sua área como alguém que estuda para atuar quase que exclusivamente em uma única área e concebe essa atuação como algo que se caracteriza fundamentalmente pelos atributos pessoais de quem a realiza e não pelas suas ações profis-sionais, especialmente no que se refere aos destinatários ou beneficiários dessas ações, talvez sua atuação concreta reflita essa concep-ção, sendo menos provável que ele venha atender às necessidades da sociedade. Nessa medida, faria sentido pensar em como a formação profissional do psicólogo poderia interferir para que essa concepção se alterasse. Em outras palavras, caberia aqui citar Figueiredo (1983): “não se trata, apenas ou principalmente de esclarecer, mas de promo-ver um confronto sistemático com as fantasias individuais e coletivas: antes de passar informações e instalar habilidades, parece necessário combater os equívocos e esperanças infun-dadas” (p. 13). O presente trabalho procurou examinar sistematicamente como essas con-cepções trazidas pelos alunos para a faculdade interagiram com algumas condições de ensino de uma disciplina que objetivava especifi-camente contribuir para a formação de uma concepção de profissional que, se acreditava, tornaria mais provável o desempenho de um psicólogo em vários setores e circunstâncias em que as necessidades da sociedade se mani-festariam. Os resultados obtidos mostram que, de fato, aquela concepção de profissional apresentada inicialmente sofreu alterações e essas alterações se configuraram em torno do conceito de profissional que a disciplina em questão pretendia enfatizar. A concepção de profissional trouxe consigo, ao final, novos atributos, relacionados à competência técnica do sujeito, à sua ação, mencionada na suas mais variadas formas, ao modo com que essa ação é realizada e, o que é importante quando se considera a questão das necessidades sociais, ao beneficiário dessa ação. Pode-se afirmar, assim, que sua concepção ao final do curso se aproxima mais de um profissional que se relaciona efetivamente com a sociedade.

 

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Endereço para correspondência
Waldir Bettoi & Livia Mathias Simão
Rua Joaquim Antunes, 721 apt.2
05415-012 São Paulo - SP
E-mail: bettoi@usp.br e limsimao@usp.br

Recebido em 24/03/99
Aprovado em 02/10/99

 

 

* Psicólogo, Mestre e Doutorando em Psicologia IP - USP, Professor de Psicologia.
** Professora do IP - USP, Doutora pela Universidade de São Paulo em 1988.