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Psicologo informacao
versão impressa ISSN 1415-8809
Psicol inf. vol.12 no.12 São Paulo out. 2008
Resiliência e gênero*
Resilience and Gender
Aline Aparecida Ripar **; Fabiana S. F. Q. Evangelista**; Fräulein Vidigal de Paula***
Universidade Metodista de São Paulo
RESUMO
A presente pesquisa teve por objetivo verificar o perfil de resiliência mais característico entre o gênero masculino e feminino. A resiliência capacidade de enfrentar obstáculos da vida é composta de sete fatores, sendo eles: administração das emoções, controle dos impulsos, otimismo, análise do ambiente, autoeficácia e alcançar pessoas. Partiu-se da hipótese de que as pessoas utilizam estratégias de enfrentamento parcialmente diferentes, conforme o gênero. Participaram desta pesquisa 27 adolescentes de ambos os sexos, entre 14 e 17 anos, da cidade de São Bernardo do Campo (SP), que responderam ao questionário de índice de resiliência: Reivich Shatté/Barbosa. Este possui 56 itens, que avaliam os sete fatores centrais que compõem a resiliência, e informações sociodemográficas. Os resultados obtidos foram que ambos os sexos se assemelham nos fatores otimismo para vida e controle dos impulsos e se diferenciam significativamente nos fatores autoeficácia e alcançar pessoas. Concluímos que alguns aspectos da resiliência são independentes do gênero, mas que, em parte, as pessoas selecionam estratégias para enfrentar e solucionar problemas, conforme suas características de gênero.
Palavras-chave: Resiliência. Gênero. Adolescência.
Abstract
This research aims at verifying if there is a resilience profile that is more distinctive for male or female gender. Resilience, the ability to overcome obstacles, comprehends seven factors: emotion regulation, impulse control, optimism, environment analysis, auto-efficiency, and reaching out to people. We have assumed the hypothesis that individuals use facing strategies that are partially different, according to their gender. The research was carried out with 27 adolescents (male and female), from 14 to 17 years old, in São Bernardo do Campo SP, who have answered the Resilience Rate Questionnaire: Reivich Shatté/Barbosa. This questionnaire includes 56 items that evaluate the seven main resilience factors, and sociodemografic profile. The results show that both genders are similar for the optimism, and impulse control factors, but are significantly different when related to the auto-efficiency, and reaching out to people factors. We can conclude that some resilience aspects do not depend on the gender, but, in part, people choose strategies to face and overcome obstacles according to their gender characteristics.
Keywords: Resilience. Gender. Adolescents.
RESILIÊNCIA
Resiliência é um conceito muito conhecido no âmbito da Física e da engenheira, correspondendo à qualidade de resistência de um material ao choque, à tensão e à pressão, mas que lhe permite voltar, sempre que é forçado ou violentado, à sua forma ou posição inicial (TAVAREZ, 2001). Yunes (2003) explica que a resiliência para a Física nada mais é do que a capacidade de um material absorver energia sem sofrer deformação plástica ou permanente.
Resiliência na Psicologia
Um tanto quanto similar à sua definição na Física, a resiliência, para a Psicologia, é descrita como uma capacidade que se desenvolve ao longo da vida, que permite ao ser humano se recuperar quando é submetido às adversidades, violências e catástrofes em sua vida. A resiliência é também um fator que protege os indivíduos de desequilíbrios psicológicos, desde a infância, diante de situações de vulnerabilidade, tais como a provocada pela exposição à violência intrafamiliar, escolar e urbana, perda de entes queridos, separações (PINHEIRO, 2004; MUNIST; SANTOS; KOTLIARENCO; OJEDA; INFANTE; GROTBERG, 1998).
La resiliencia es un llamado a centrarse en cada individuo como alguien único, es enfatizar las potencialidades y los recursos personales que permiten enfrentar situaciones adversas y salir fortalecido, a pesar de estar expuesto a factores de riesgo. (Munits et al., 1998, p. 4).
Por estas razões, a resiliência é um tema que tem despertado bastante interesse de estudiosos nas últimas três décadas, o que tem ajudado a elucidar como uma pessoa pode se desenvolver normalmente, mesmo em contextos de grande adversidade; ou, o que se pode fazer, em termos de políticas públicas de saúde, para a promoção da qualidade de vida, além da adoção de medidas preventivas na atenção a pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade social ou ambiental (Luthar , 2003).
Rutter (2003) ilustra que, para reconhecer o fenômeno da resiliência, podemos tomar como ponto de partida a variedade de respostas que o ser humano pode manifestar diante dos mais variados tipos de experiências adversas. Por exemplo, algumas pessoas sucumbem diante do menor estresse e outras se saem bem, com sucesso, diante das mais terríveis experiências de risco, sendo esta segunda situação a que representa uma conduta resiliente. Assim, frequentemente, a qualidade de resiliência é atribuída a indivíduos que, em face de uma adversidade esmagadora, são capazes de se adaptar e restaurar o equilíbrio de suas vidas (JOB, 2000; LUTHAR, 2003).
Encontramos em Job (2000) e Szymans e Yunes (2001) uma sistematização das características que definem a expressão da resiliência: facilidade de adaptação; habilidade de identificar o que é estressante em uma situação, de avaliar de modo realista a capacidade de ação própria e dos outros diante do evento estressante; repertório de habilidades de solução de problemas que permite resolvê-los com eficiência; autoestima alta, habilidades de relacionamento interpessoal, além de autocontrole, o que permite aos indivíduos enfrentarem novas experiências com senso de competência.
Prosseguindo nesta caracterização, resiliência envolve um balanço entre tensões (fatores de riscos) e a capacidade de lutar (proteção), no qual os fatores de risco se originam de múltiplos eventos estressantes, ou de um evento traumático, ou ainda de uma tensão acumulada a partir de uma variedade de fatores pessoais e do ambiente e que estão associados a uma probabilidade elevada de comprometer a saúde. Por outro lado, os fatores de proteção amenizam ou reduzem as influências negativas dos fatores de risco. Trata-se das condições pessoais tais como competência social, resolução de problemas, autonomia e sentido de futuro e propósito e do entorno, que podem favorecer o desenvolvimento de um indivíduo ou grupo (Munist et al., 1998). Os mesmos autores identificam três níveis de interação entre habilidades pessoais e de resoluções de conflitos requeridas em uma conduta resiliente:
a) suporte social (eu tenho) ter pessoas a sua volta em quem confie, que o ajude quando precisar e que lhe aceite incondicionalmente;
b) fortaleza interna (eu sou/eu estou) o eu sou é por quem os outros sentem carinho e apreço enquanto que, o eu estou é o estar disposto a se responsabilizar pelos seus atos e estar seguro de que tudo sairá bem;
c) habilidades (eu posso) é o poder falar sobre o que teme, buscar resolver os problemas, controlar-se quando tiver vontade de fazer algo perigoso, encontrar alguém que ajude quando necessita.
Fatores da resiliência
Recentemente, Barbosa (2006) adaptou para o português um questionário, desenvolvido originalmente por Reivich e Shatté (2002), para avaliar os fatores pessoais que compõem a resiliência. Propuseram que a resiliência é composta por sete fatores centrais, conforme descritos abaixo.
A administração das emoções é vista como a habilidade de se manter calmo sob pressão. Para utilizar essa habilidade, as pessoas costumam unir um conjunto de aptidões, conseguindo com isso obter a autorregulação. É fundamental para construir fortes relacionamentos tanto na vida pessoal quanto na profissional. Quando ela é rudimentar, as pessoas podem manifestar dificuldades em manter relacionamentos e, com frequência, desgastam emocionalmente os que convivem com elas e se tornam pessoas difíceis no ambiente profissional (BARBOSA, 2006).
O controle dos impulsos é compreendido como a habilidade de não agir impulsivamente. Para Reivich e Shatté (2002 apud BARBOSA, 2006), pessoas que têm um quociente de resiliência elevado em controle dos impulsos, tenderão a ter um alto quociente de resiliência em administração das emoções, pois ambas as habilidades são vistas como estruturadas a partir de um mesmo sistema de crenças nas pessoas, gerando entre elas uma conexão.
O otimismo para a vida é a habilidade de ter a firme convicção de que as situações adversas irão manter a esperança de um futuro melhor, por se ter a crença na capacidade para gerenciar a adversidade que venha a surgir no amanhã. Segundo Barbosa (2006), alguns autores ressaltam que otimismo e autoeficácia geralmente andam juntos. Otimismo, quando real e contextualizado, tende a ser uma vantagem, quando relacionado à autoeficácia, uma vez que provê motivação para a busca de soluções e recuperação. Associados, esses dois fatores podem promover o senso de controle sobre a própria vida.
O mesmo autor descreve a análise do ambiente como a habilidade de identificar precisamente um problema ou adversidade e suas causas.
A autoeficácia é descrita como uma convicção de ser eficaz nas ações, a partir do poder de encontrar soluções para os problemas e se sobressair.
A empatia é entendida como uma habilidade de reconhecer os estados emocionais e psicológicos de outras pessoas.
E, por fim, o fator alcançar pessoas é a habilidade de se conectar a outras pessoas para viabilizar soluções para as adversidades da vida.
O referido instrumento para avaliação destes sete fatores fornece um conhecimento sobre o estado de resiliência da pessoa num dado momento, uma vez que esta pode se modificar ao longo do tempo, em virtude de fatores pessoais e ambientais.
De acordo com Szymans e Yunes (2001), ao se referirem aos conceitos precursores descritos por Rutter no ano de 1985 e depois em 1993, o termo resiliência na psicologia refere-se à invencibilidade ou invulnerabilidade, que passam uma ideia de característica estável e intrínseca ao indivíduo, constituindo uma resistência absoluta ao estresse, sem limites para suportar o sofrimento.
Contrastando com estes conceitos, resiliência é definida como potencialidade humana que está presente nos seres humanos de todas as culturas. Porém, deve ser considerada como potencial relativo, pois se manifesta em graus distintos, de diferentes formas, de acordo com o momento, a pessoa, a família, a comunidade e os diferentes tipos de estressores (MUNIST et al., 1998). Portanto, a resiliência não pode ser vista como um atributo fixo do indivíduo e, se as circunstâncias mudam, a resiliência se altera. Quando as tensões ou os fatores de risco são maiores do que os fatores de proteção, ainda que os indivíduos tenham sido resilientes num momento passado, correm os riscos de serem esmagados e subjugados futuramente; ou seja, a resiliência é um estado que pode mudar de um momento para outro. (RUTTER, 1987 apud SZYMANS; YUNES, 2001).
Um consenso identificado por Job (2000), entre vários estudiosos deste tema, é que a resiliência é desenvolvida aolongo do tempo, sendo que as primeiras experiências infantis, tais como relacionamentos de confiança no contexto da família, contribuem para o desenvolvimento futuro da resiliência. Para ele, a resiliência pode ser vista como resultado de um conjunto de processos sociais e intrapsíquicos que ocorrem, dadas certas combinações benéficas de atributos das pessoas, família, ambiente social e cultural. E que, a princípio, todos os processos psicossociais que subjazem no desenvolvimento saudável podem estar envolvidos na resiliência, que por sua vez permitiria o desenvolvimento normal sob condições difíceis.
Dessa maneira, estamos tratando de um fenômeno complexo e multideterminado, tanto do ponto de vista dos elementos envolvidos na sua manifestação quanto da forma como pode se apresentar. Neste sentido, o gênero masculino e feminino é uma variável que merece ser considerada na compreensão da resiliência, pois nas mais diferentes culturas é um demarcador do modo como cada uma delas prepara diferencialmente as condições para as pessoas aprenderem a ser e se relacionarem com seu entorno.
Ao longo do desenvolvimento, meninos e meninas tornamse progressivamente diferentes não apenas em termos da maturação orgânica, como também em termos de habilidades sociais e cognitivas, de atitudes e comportamentos, no modo como vivenciam os afetos, em virtude das aprendizagens relacionadas aos papéis de gênero em sua cultura. Segundo Rutter (2003), estas diferenças podem se refletir no modo como expressam a resiliência diante dos mais diferentes desafios.
Papel de gênero
Um papel refere-se a um conjunto de ações recomendadas. São comportamentos que se esperam daqueles que ocupam uma posição social determinada. Quando se assume um novo papel, empenha-se em seguir as prescrições sociais (MYERS, 1999). Assim, comportamentos associados ao sexo são conhecidos como papel de gênero, que são papéis diretamente determinados pelo gênero. Referem-se aos comportamentos que uma cultura considera apropriados para cada gênero (GLASSMAN; HADAD, 2006).
A abordagem cognitiva vê a existência dos papéis de gênero implicados no fato de que os indivíduos desenvolvem um esquema mental que lhes remetem ao comportamento apropriado para seu sexo. Os esquemas de gênero aparecem muito cedo, uma vez que crianças pequenas conseguem identificar o gênero dos indivíduos baseadas no modo de vestir ou no estilo do cabelo. Através do processo de aprendizagem social, as crianças aprendem a se identificar com modelos, predominantemente de adultos do mesmo sexo, que proporcionam um exemplo a ser imitado (GLASSMAN; HADAD, 2006).
Uma vez que as crianças possam identificar a si mesmas como homens ou como mulheres, elas motivam-se para adquirir comportamentos, habilidades e atitudes típicos de seu sexo e adquirem a percepção de que o sexo de uma pessoa permanece constante, apesar de mudanças na idade e na aparência (ATKINSON; Atkinson ; Smith ; BEM; Nolen -hoeksema , 1995). Numa perspectiva psicogenética piagetiana, compreende- se que a identidade de gênero desenvolve-se lentamente, entre os dois e sete anos de idade, conforme os princípios do estágio pré-operacional de desenvolvimento cognitivo (ATKINSON et al., 1995). As crianças começam a mostrar preferências por companheiros do mesmo sexo e atividades lúdicas típicas do sexo quando estão com apenas dois anos de idade, bem antes de desenvolverem qualquer consciência conceitual de que essas ações estão correlacionadas com o sexo. Entretanto, por volta dos dois anos e meio, uma consciência mais conceitual do sexo e do gênero começa a emergir de modo que a identidade de gênero passa a exercer um papel crítico na tipificação sexual. Essa diz respeito à aquisição de valores, habilidades, comportamentos e motivações considerados apropriados para o gênero com o qual a criança se identifica (Shaffer , 2005).
Na adolescência, o papel de gênero parece estar um pouco mais claro. Nessa fase ocorrem pelo menos três fenômenos importantes no desenvolvimento humano: do ponto de vista biológico, a puberdade, com o amadurecimento sexual e reprodutor; do ponto de vista social, a passagem da infância para a vida adulta, com a assunção de papéis adultos, identificação com o grupo de amigos e autonomia em relação aos pais; do ponto de vista psicológico, a estruturação de uma identidade definitiva para a subjetividade (Shaffer , 2005).
Na busca pela consolidação da identidade pessoal, os adolescentes tentam sintetizar os valores e opiniões de pessoas que lhes são importantes pais, professores e companheiros em um autorretrato coeso. Quando esses valores não são consistentes, os adolescentes podem experienciar a confusão de papéis, tentando um papel social após o outro, antes de descobrirem um senso de identidade individual (ATKINSON et al., 1995).
A formação dessa identidade influenciará também as escolhas profissionais. Do mesmo modo, a vida social e o mundo do trabalho classificam, hierarquizam e selecionam as pessoas conforme o gênero. Segundo Devreux (2005), a representação e a classificação social dos indivíduos, desde o nascimento, são operadas sob a referência essencial do sexo biológico.
A divisão sexual do trabalho, a divisão sexual do poder e a categorização do sexo podem ser tidas como as três modalidades de expressão das relações sociais de sexo, sem que seja possível dizer que uma delas, em todas as esferas e em todos os momentos de desenvolvimento de uma sociedade, tem precedência sobre as outras duas. Essas três modalidades de divisão e de hierarquização dos homens e das mulheres, de sua atividade de trabalho, de seu poder e dos valores ligados a ambos constituem a relação social de sexo (DEVREUX, 2005).
Em parte, esta divisão é orientada pelos padrões de papel de gênero, às vezes estereotipados, que prevalecem, por exemplo, na cultura ocidental: das meninas é esperado que sejam amáveis, empáticas, emotivas e cooperativas; dos meninos é esperado que sejam objetivos, dominantes, independentes e competitivos. Dito de outro modo, nós podemos constatar a ênfase na expressividade feminina (ou orientação para relacionamentos) e nas características individualistas (ou instrumentais) para os meninos (Shaffer , 2005, p. 457).
No entanto, no estudo realizado por Maccoby e Jacklin (1974 apud Shaffer , 2005), que sistematizou os resultados de mais de 1.500 pesquisas sobre diferenças entre homens e mulheres do ponto de vista psicológico, encontraram apenas quatro diferenças consistentes entre os sexos, referentes a: habilidade verbal; habilidades visuoespaciais; habilidades matemáticas e agressividade. O mesmo autor refere-se a estudos mais recentes que constataram diferenças significativas referentes a outros atributos psicológicos, conforme o gênero: nível de atividade; medo, timidez, disposição para correr riscos; vulnerabilidade desenvolvimental; expressividade/ sensibilidade emocional e obediência.
Costa (1986), em sua tese, teve por objetivo estabelecer a estrutura e o conteúdo dos estereótipos de gênero e dos autoestereótipos fornecidos por uma amostra de cem estudantes, de ambos os sexos da cidade de São Paulo. O mesmo se apoiou na abordagem teórica de Tajfel (1978 apud COSTA, 1986), que se baseia nos processos psicológicos de categorização social, identidade social, comparação social e diferenciação intergrupal. Os resultados obtidos foram que os estereótipos masculinos e femininos se diferenciam quanto à estrutura e conteúdo; os dois sexos concordam mais com relação ao que caracteriza o grupo masculino do que quando o referencial é o grupo feminino; o estereótipo masculino obedece mais de perto ao padrão socialmente difundido do que o feminino. Encontrou-se também uma maior identificação entre os homens com seu grupo do que entre as mulheres.
Os estereótipos de gênero constituem esquemas cognitivos que acionamos para interpretar e, muitas vezes, perceber de modo distorcido o comportamento, avaliando intenções, pensamentos, sentimentos e o desempenho das pessoas, conforme o sexo. A esse respeito, Shaffer (2005) cita uma pesquisa realizada por Phillip Goldberg, em 1968, na qual solicitou que estudantes universitárias julgassem a qualidade de um artigo científico. Divididas em dois grupos, um deles recebeu artigos atribuídos a um autor do sexo masculino; o segundo grupo recebeu os mesmos artigos, mas atribuídos a um autor do sexo feminino. Quando atribuídos a um homem, os artigos foram mais bem avaliados do que quando atribuídos a uma mulher. Este resultado foi atribuído a uma crença compartilhada pelas pessoas de diversas culturas de que as mulheres não possuem o mesmo potencial para a excelência do que os homens. Imaginemos que, se este estereótipo for internalizado, poderá vir a interferir no modo como as mulheres avaliam sua autoeficácia.
Feitas estas considerações sobre os papéis de gênero e sobre o desenvolvimento da identidade sexual e de gênero, nos questionamos sobre a possível diferença entre gêneros no modo de vivenciar e enfrentar os problemas da vida. Neste sentido, a presente pesquisa teve por objetivo verificar se há um perfil de resiliência mais característico do gênero masculino e outro do feminino, entre adolescentes. Partiu-se da hipótese de que as pessoas privilegiam e utilizam estratégias de enfrentamento parcialmente diferentes, conforme o gênero.
MÉTODOS
Participantes
Mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido pelo seu representante legal, participaram deste estudo 27 adolescentes, alunos do primeiro ano do ensino médio noturno, sendo 19 do sexo masculino e oito do sexo feminino, entre 14 e 17 anos. todos são residentes da cidade de São Bernardo do Campo e naturais da região Sudeste.
Local
A coleta de dados foi realizada numa escola estadual de ensino fundamental e médio, situada em são Bernardo do Campo, São Paulo, em um bairro de classe média.
Instrumentos
Para esta pesquisa, foram utilizados os resultados do Questionário do Índice de Resiliência: Reivich Shatté/Barbosa para adolescentes (BARBOSA, 2006), que está em processo de validação. Trata-se de uma adaptação brasileira do Resilience Quotient Test (RQTest), desenvolvido originalmente para o inglês por Reivich e Shatté (2002 apud BARBOSA, 2006), composto de 56 itens para avaliação de sete fatores da resiliência: administração das emoções; controle dos impulsos; otimismo para a vida; análise do ambiente; autoeficácia; empatia e alcançar pessoas. Cada um dos sete fatores é avaliado em oito itens do instrumento. Por exemplo, os itens dois, sete, 13, 23, 25, 26, 31 e 56 correspondem ao fator administração das emoções.
Na organização do material para uma população brasileira, Barbosa (2006) levou em consideração as inúmeras diferenças raciais, culturais e sociais de nosso país. Por isso, inseriu no instrumento um conjunto de perguntas para atender às necessidades de adaptação e avaliar as relações existentes entre as peculiaridades, do contexto de vida familiar e da história pessoal de cada um dos entrevistados. Desse modo, além dos 56 itens originais, foram incluídos tópicos com questões como: nome, região de nascimento, cidade onde mora, idade, estado civil, religião, doenças e condições de moradia. A esse conjunto de perguntas nomeou de Levantamento Sociodemográfico.
Procedimento
A coleta de dados foi realizada no primeiro semestre de 2006, por estagiários de Psicologia Escolar da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), em quatro escolas estaduais na região do ABC.
Consideramos apenas a coleta realizada pelos estagiários Celso Stumpo de Oliveira e Bruna Torres Simões, em uma das quatro escolas participantes, pois apenas essa envolvia alunos de uma mesma série escolar. Na escola em questão, o referido questionário foi aplicado em uma turma de primeiro ano do ensino médio noturno, no qual foram participantes 27 alunos, sendo 19 meninos e oito meninas.
Deste modo, consideramos o grupo de participantes do sexo feminino como GF e o do sexo masculino como GM. Após essa divisão, comparamos os grupos GF e GM em cada um dos sete fatores que compõem o referido instrumento utilizado para este estudo, através de uma tabela de contingências. Nesta, foram comparadas as classificações muito abaixo da média, abaixo da média, na média e acima da média obtidas em cada um dos fatores.
Por fim, utilizamos o índice geral de resiliência que se originou da soma dos pesos atribuídos às categorias de resposta. Para tanto, foi atribuído para cada categoria de resposta um peso, como, por exemplo, muito abaixo da média (peso um), abaixo da média (peso dois), na média (peso três) e acima da média (peso quatro). Cabe ressaltar que, para a variável resiliência, tínhamos sete fatores; se o sujeito obtivesse a maior pontuação (acima da média = quatro) em todas elas, sua pontuação seria 28.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Considerando o objetivo deste estudo, apresentamos a seguir os resultados obtidos, analisando inicialmente aspectos gerais do desempenho dos grupos e, em seguida, os perfis de resiliência de GF e GM. Para facilitar a visualização dos resultados, e levando em conta a desproporção de número de participantes do sexo feminino (oito) e do sexo masculino (19), apresentamos os dados em termos de porcentagens, por grupo, para cada um dos sete fatores avaliados.
Em virtude desta desproporção e do pequeno número de participantes no total, optamos por uma análise apenas descritiva dos dados, em termos quantitativos, e uma análise apenas qualitativa de identificação de tendências de correlações entre os fatores avaliados nos dois grupos, GF e GM.
De um modo geral, observamos que a classificação muito acima da média não ocorreu em nenhum dos sete fatores da resiliência, em nenhum dos grupos.
Dentre as habilidades que compõem a resiliência, os participantes de ambos os sexos se avaliaram melhor em relação aos fatores controle de impulsos (acima da média: GF, 75% GM, 79%), otimismo para a vida (100% na média, nos dois grupos) e análise do ambiente (na média: GF, 75% GM, 84%). Os dois grupos também se assemelham na avaliação mais negativa de sua habilidade para administração de emoções (abaixo da média e muito abaixo da média, totalizando 100% no GF e 98% no GM) e empatia (abaixo da média: GF, 75% GM, 79%)
Os dois únicos fatores que diferenciaram os grupos em relação ao sexo foram alcançar pessoas e autoeficácia, nos quais se sobressaem positivamente as meninas (GF): alcançar pessoas (GF, 63% na média; GM, 68% abaixo da média) e autoeficácia (GF, 38% na média e GM, 26% muito abaixo da média, embora boa parte dos dois grupos tenha permanecido na classificação abaixo da média: GF, 50% e GM, 63%).
Considerando os resultados mais gerais, no quais GF e GM se assemelham, chama a atenção a tendência a uma correlação negativa entre os resultados apresentados em controle de impulsos (alto) e administração das emoções (baixo). Como apontado por Barbosa (2006), estes dois fatores tendem a estar associados, pois formados a partir de uma matriz comum, em termos de habilidades e crenças pessoais. Porém, essa associação negativa, somada ao baixo desempenho em empatia habilidade de reconhecer estados mentais em outras pessoas pode resultar, no contexto da resolução de conflitos interpessoais, em um tipo de resposta submissa, mais do que agressiva, que seria o como frequentemente é esperado do comportamento do adolescente, sobretudo do sexo masculino.
De acordo com Barbosa (2006), a população pesquisada em seus trabalhos sobre resiliência demonstrou a mesma classificação nestes dois fatores. E explica que a população brasileira possui esta característica de administrar de forma baixa as emoções, e de controlar-se excessivamente, sendo que isto pode resultar em pessoas que tenham uma probabilidade maior de desenvolver doenças psicossomáticas.
Este resultado nos permite também estabelecer uma relação com os estudos de Leme (2004), com estudantes brasileiros, sobre resolução de conflitos interpessoais, nos quais identificou a predominância de um tipo de resolução de conflito interpessoal submissa, a qual deriva de dificuldades de administrar adequadamente emoções, além de controlar a ação de modo coerente com a situação. A mesma autora chama a atenção para o fato de que esta tendência não se revela nos estudos originais, norte-americanos, sobre o tema, nos quais se identificou o predomínio de respostas agressivas, seguida de assertivas, a situações de conflito interpessoal. Tal evidência é coerente com os resultados apresentados por Reivich e Shatté (2002 apud Barbosa , 2006), no que diz respeito à relação predominantemente positiva entre controle de impulsos e administração de emoções em estudantes norte-americanos.
Observamos que houve uma semelhança entre os sexos no fator otimismo para a vida, no qual os dois grupos permaneceram com a classificação na média. Este se refere à habilidade de ter a firme convicção de que frente às situações adversas irão conseguir superá-las, por ter a crença na capacidade para gerenciar as adversidades que venham surgir no futuro (BARBOSA, 2006).
A visão otimista da vida, apresentada pelos adolescentes, pode ser interpretada como um fator de proteção (Munist et al., 1998) contra os riscos de sofrimento psíquico associados às transformações biológicas, psicológicas e sociais que caracterizam a adolescência, além dos desafios que se colocam ao jovem com relação a seu futuro pessoal e profissional.
Uma surpresa foi o resultado elevado apresentado pelos meninos (GM) em relação a controle de impulso e baixo em relação a autoeficácia, se comparado às meninas. Neste mesmo sentido, surpreende o resultado elevado das meninas em autoeficácia e baixo em empatia. Estes resultados contrariam a caracterização dos estereótipos de gênero (Costa, 1986) e reforçam a crítica apresentada por Shaffer (2005) de que várias características que compõem os estereótipos de gênero, formados no seio da nossa cultura, não se sustentam no contexto da investigação sistemática.
No fator análise do ambiente, os participantes obtiveram a classificação abaixo da média compreendendo 16% (G2) e 25% (G1) e, na média, 84% (G2) e 75% (G1). Neste fator, considerado como uma habilidade de identificar precisamente as causas dos problemas e adversidades, os grupos (G1 e G2) apresentaram uma diferença que se aproxima da afirmação de que os homens apresentam uma característica de serem mais assertivos (COSTA, 1986).
A autoeficácia é considerada como uma convicção de ser eficaz nas ações, a partir do poder de encontrar soluções para os problemas e se sobressair (BARBOSA, 2006). Considerando esta definição, os resultados se contradizem novamente com as teorias abordadas até o momento. Costa (1986) cita como características masculinas um conjunto de traços relacionados à competência, racionalidade e assertividade.
O outro fator apontado como diferença entre os sexos refere-se ao alcançar pessoas, no qual o G2 obteve 68% na classificação abaixo da média e 32% na média. E o G1 obteve 37% na classificação abaixo da média e 62% na média. Este fator, de acordo com Barbosa (2006), é uma habilidade de se conectar a outras pessoas para viabilizar soluções para as adversidades da vida, é o resumo de ser resiliente, é você ir atrás de outras pessoas, se expor e conseguir superar suas dificuldades. Nota-se que as participantes do sexo feminino se diferenciam, apresentando uma considerável porcentagem (62%) na classificação na média, enquanto que entre os homens predominam a classificação abaixo da média (68%). Ou seja, no que se refere a este fator, a mulher seria mais resiliente do que o homem.
Levando em consideração os índices de resiliência obtidos no instrumento utilizado, podemos observar que meninos e meninas apresentam uma mesma média (18). Considerando que o maior índice de resiliência seria de 28, verificamos que estes participantes tiveram um desempenho mediano, pois os participantes do sexo feminino obtiveram o maior índice a pontuação 21 e a menor pontuação de 14; no outro sentido, os participantes do sexo masculino apresentaram como maior pontuação 22 e a menor de 13. Segundo estes resultados, verificamos que, em relação ao papel de gênero, os dois grupos são igualmente resilientes.
CONCLUSÃO
Neste estudo, nos propusemos a verificar se há diferença de gênero no modo de ser resiliente entre adolescentes. Partiu-se da hipótese de que as pessoas utilizam estratégias de enfrentamento parcialmente diferente, conforme o gênero. Os objetivos propostos foram alcançados e nossa hipótese foi corroborada pelos resultados obtidos, na medida em que, dentre as habilidades que compõem a resiliência (Barbosa , 2006), os adolescentes apresentaram resultado bastante semelhante em relação a cinco dos sete fatores/habilidades avaliados. Porém, apresentaram uma diferença, conforme o gênero, em relação a dois fatores avaliados.
Os adolescentes, de ambos os sexos, se avaliaram melhor em relação aos fatores controle de impulsos, otimismo para a vida e análise do ambiente. Os dois grupos também se assemelham na avaliação mais negativa de sua habilidade para administração de emoções e empatia.
Ao compararmos os grupos do sexo feminino com os do sexo masculino, apenas foi encontrada uma diferença de desempenho nos fatores autoeficácia e alcançar pessoas, sendo que uma classificação mais alta foi obtida nestes fatores pelo sexo feminino.
Considerando os resultados mais gerais, no quais GF e GM se assemelham, chama a atenção a tendência a uma correlação negativa entre os resultados apresentados em relação a controle de impulsos alto, contrastando com administração das emoções e empatia baixos. Em estudos com população norte-americana, estes fatores aparecem correlacionados, mas de modo positivo, o que pode ser um indicador de diferenças culturais no modo como adolescentes selecionam estratégias de enfrentamento diante das adversidades da vida. Se pensarmos em termos de implicações educacionais, promover nos jovens um maior equilíbrio no desenvolvimento destas habilidades pode resultar na promoção de modos mais assertivos de posicionamento no plano das relações interpessoais.
Também destacamos a avaliação positiva, em relação ao otimismo para a vida e análise do ambiente, nos adolescentes, e autoeficácia e alcançar pessoas, nas meninas, de um modo particular, como fatores protetores diante dos eventos estressantes presentes no seu cotidiano. Enfatizar essas potencialidades pode ser uma estratégia de aumentar a consciência do jovem a respeito de sua competência para enfrentar obstáculos e sair fortalecido.
Em virtude do número pequeno de participantes com o qual trabalhamos, o poder de generalização de qualquer das afirmações e implicações levantadas deve ser tomado apenas como indicador de tendência, que merece ser investigado com amostra ampliada. Considerando que a qualidade de ser resiliente pode se alterar ao longo do tempo, em virtude de aspectos individuais e ambientais, os mais diversos, recomendamos que em novos estudos sejam avaliadas, ao mesmo tempo, outras características pessoais, além do gênero, e socioambientais, com o propósito de verificar possíveis correlações entre estes na população brasileira.
Como vimos na revisão de literatura, a resiliência é influenciada desde muito cedo pela experiência familiar e, posteriormente, por outros grupos sociais dos quais passamos a fazer parte. Neste sentido, se entendermos a resiliência como uma competência geral, que se refere ao enfrentamento dos mais diferentes tipos de adversidades, seu desenvolvimento merece ser tomado como uma meta central no âmbito da educação formal e da atenção à saúde.
Já existem, em vários países, programas que têm como finalidade promover a resiliência em crianças, adolescentes e adultos submetidos a fatores de risco específicos. Estudos, como o que realizamos, ampliados para uma parcela mais significativa da população, com professores e estudantes do ensino médio, podem vir a subsidiar o planejamento estratégico de políticas e programas de promoção da resiliência, no qual esta possa se tornar um facilitador do desenvolvimento saudável sob todos os aspectos e da qualidade de vida em geral.
Referências
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Recebido em: 30/12/2007
Aprovado em: 28/02/2008
* Baseado em trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Psicologia pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), sob a orientação da Profa. Dra. Fräulein Vidigal de Paula.
**Graduanda em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Fonoaudiologia da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp). E-mail: aline_ripar@hotmail.com; bijoly@hotmail.com
*** Doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), docente do Curso de Graduação em Psicologia da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp). E-mail: frauleindepaula@yahoo.com.br