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Psicologia: teoria e prática
Print version ISSN 1516-3687
Psicol. teor. prat. vol.26 no.2 São Paulo 2024 Epub Dec 02, 2024
https://doi.org/10.5935/1980-6906/eptppa16123.pt
Avaliação Psicológica
Estrutura Interna da Escala Brasileira de Apego-Adulto 34 (Ebrapeg-A 34)
2Pontifícia Universidade Católica de Campinas
O apego se inicia desde os primeiros anos de vida, atrelado ao desenvolvimento humano. Sua avaliação requer o uso de instrumentos confiáveis.
Objetivo:
apresentar a estrutura interna da Escala Brasileira de Apego-Adulto. A estrutura interna foi acessada via análise fatorial exploratória (AFE) e confirmatória (AFC) com participantes de ambos os sexos oriundos da população geral (n = 808). Apresentou bons índices de ajuste para quatro fatores, capazes de explicar 48,89% da variância dos dados (AFE/AFC: RMSEA = 0.0357/RMSEA = 0.065; CFI = 0.925; TLI = 0.918 / CFI = 0.920; TLI = 0.914). A escala final apresentou 34 itens, e seus fatores demonstraram bons índices de confiabilidade: seguro α = 0.84; temeroso α = 0.88; preocupado α = 0.89; desinvestido α = 0.83. A Ebrapeg-A 34 apresenta-se como uma ferramenta relevante aos psicólogos atuantes em contextos clínicos e de saúde mental.
Palavras-chave: apego ao objeto; adulto; autorrelato; psicometria; estudo de validação
Attachment begins in the early years of life and is linked to human development. The assessment of attachment requires the use of reliable instruments.
Objective:
to investigate the internal structure of the Brazilian Adult Attachment Scale. Internal structure was assessed through exploratory (EFA) and confirmatory (CFA) factor analysis with participants of both sexes from the general population (n = 808). The scale presented good fit indexes for four factors, explaining 48.89% of the variance (EFA / CFA: RMSEA = 0.0357 / RMSEA = 0.065; CFI = .925; TLI = .918 / CFI = .920; TLI = .914). The final version presented 34 items, and its factors demonstrated good reliability indexes: Secure α = .84; Fearful α = .88; Preoccupied α = .89; Dismissing α = .83. The EBRAPEG-A 34 constitutes a relevant tool for psychologists working in clinical and mental health contexts.
Keywords: object attachment; adult; self-report; psychometrics; validation study
El apego comienza desde los primeros años de vida, vinculado al desarrollo humano, su evaluación requiere el uso de instrumentos confiables.
Objetivo:
presentar la estructura interna de la Escala Brasileña de Apego del Adulto. Se observó la estructura interna mediante análisis factorial exploratorio (AFE) y confirmatorio (AFC) con participantes de ambos sexos de la población general (n = 808). La escala presenta buenos índices de ajuste para 4 factores, explicando el 48,89% de la varianza (AFE / AFC: RMSEA = 0.0357 / RMSEA = 0.065; CFI = 0.925; TLI = 0.918 / CFI = 0.920; TLI = 0.914). La versión final, con 34 ítems y sus factores presentabuenos índices de confiabilidad: seguro α = 0,84; temeroso α = 0.88; preocupado α = 0,89; desinteresado α = 0,83. EBRAPEG-A 34 se presenta como una herramienta relevante para los psicólogos que trabajan en contextos clínicos y de salud mental.
Palabras-clave: apego a objetos; adulto; autoinforme; psicométrico; estudio de validación
O apego pode ser considerado a conexão física e psicológica entre as pessoas; segundo Bowlby (1980), inicia-se nos primeiros meses de vida estendendo-se até a morte. No apego, o comportamento de busca por proximidade é adaptável e coerente ao meio ambiente, o choro ou a aproximação da criança à figura de cuidado, são comportamentos evolutivos que podem corresponder à preservação da espécie. O comportamento de apego é ativado de forma coerente à necessidade de cuidado, seja em momentos de vulnerabilidade ou de modulação da interação com emoções; com o desenvolver da vida esses comportamentos se modificam tornando-se mais complexos (Baptista et al., 2021).
Estudos iniciais sobre apego partem da relação entre mães e seus bebês. Assim, baseando-se em estudos observacionais, Ainsworth et al. (1978) chegaram à conclusão de que na interação entre mães e bebês em que existia a oferta de cuidado consistente e responsivo, a criança se conectava à cuidadora de maneira mais harmoniosa. Mas, já quando o cuidado era inconsistente, ameaçador ou pouco responsivo às necessidades da criança, esta tornava-se mais ansiosa ou evitativa na interação com a figura de cuidado. Assim, os autores chegaram à classificação inicial de três padrões de apego que refletiam segurança, ansiedade e evitação, com maior ênfase ambiental.
Já para Bowlby (1980), a ênfase sobre o desenvolvimento do apego e o modo com que a criança se vincula é fornecida através dos modelos de trabalho interno (internal work), através de modelos sobre si (self) e sobre os outros (others). Isto é, a criança ao estar diante de um adulto a quem ela confia segurança e proteção, a depender da forma na qual esse adulto interage com ela fornecerá scripts sobre como agir e comportar-se, permitindo ainda que a criança faça previsões e crie hipóteses sobre o que esperar dessa figura, fundando-se, assim, a visão sobre si e sobre os outros. A oferta de um cuidado ameaçador pode criar inseguranças na interação consigo mesmo e com o mundo. Contudo, a oferta de cuidado responsivo, permite a base para o desenvolvimento de um padrão de vinculação segura.
Na vida adulta além de expressar a forma com que as pessoas se vinculam, os padrões de apego podem representar a maneira com que os indivíduos lidam com o ambiente e dificuldades ao longo do lifespan, de tal modo que pessoas com estilo de apego seguro tendem a ter estratégias mais favoráveis para lidar com eventos estressores do que sujeitos com estilo de apego inseguro (Eikenæs et al., 2016). A literatura demonstra a ligação entre apego e outras variáveis como suporte familiar, que por sua vez exerce influência importante na percepção sobre si e sobre os outros. Relações pouco suportivas na infância podem gerar estilos de apegos não seguros e apresentam associações importantes com sintomatologia depressiva na vida adulta, baixa autoestima, problemas alimentares, abuso de substâncias e outras complicações (Mikulincer & Shaver, 2016; Fonagy, et al., 2011; Schindler, 2019; Hayre, et al., 2019; Cassidy et al., 2013; Williams, et al., 2019).
Décadas após a criação da teoria do apego, surgiu o interesse na avaliação do construto em adultos. Alguns dos efeitos do apego é presenciado nas escolhas das parcerias românticas; de acordo com pesquisas clássicas na área, os padrões criados durante a infância servem como modelo para a construção de relacionamentos adultos (Hazan & Shaver, 1987). Além dos relacionamentos românticos, o apego tem um impacto significativo no desenvolvimento das práticas parentais na idade adulta. O estilo de apego de um indivíduo pode afetar de maneira relevante seus comportamentos e interações com seus filhos, de modo que indivíduos com vinculação segura frequentemente demonstram abordagens parentais responsivas, permitindo a criação de segurança e autonomia nas relações (Sesti Becker et al., 2019).
Direcionado a esse público existem alguns instrumentos psicométricos padrão-ouro como a Experience in Close Relationships (ECR, Hazan & Shaver, 1987) e Relationship Scale Questionnaire (RSQ, Griffin & Bartholomew, 1994). De ambas as escalas, é possível extrair dois principais modelos. Em primeiro, o modelo tipológico de Hazan e Shaver (ECR, 1987) que avalia o apego em relações íntimas, com base nos estudos de Mary Ainsworth, com os padrões seguro (secure), evitativo (avoidance) e ansioso (anxious-ambivalent). Em segundo, o modelo de quatro fatores (Bartholomew & Horowitz 1991; Griffin & Bartholomew, 1994), com maior ênfase no pensamento de Bowlby. O modelo propõe divisão teórica entre self (percepção de si) e others (percepção acerca dos outros). Para tanto, utilizam-se os estilos de apego seguro (secure), preocupado (preoccupied), temeroso (fearful) e desinvestido (dismissing) e, com isso, amplia o hall de três fatores apresentado pelo primeiro modelo. Embora não sejam modelos diretamente comparáveis devido a suas raízes teóricas, podem se estabelecer como duas formas diferentes para a avaliação do construto apego.
Todavia, os modelos de quatro fatores têm demonstrado dificuldades quanto a sua sustentação empírica, fazendo com que autores recorram a modelos alternativos para corresponder a três fatores (Andersen et al., 2017; Assis et al., 2019; Zortea et al., 2019). Dessa forma, tornou-se mais frequente o uso do modelo de três fatores, como pode ser visto na literatura (Shiramizu, et al., 2013; Natividade et al., 2015; Rocha et al., 2017; Teixeira et al., 2019). Mas, apesar dos bons índices associados a esse modelo, o interesse em explorar outras nuances de apegos inseguros é sustentado na literatura ao longo de décadas (Collins & Read, 1990; Karantzas et al., 2010). Uma revisão sobre os modelos e instrumentos disponíveis na literatura para avaliação do apego por ser acessada em Tartaro e Baptista (2021).
Observando a questão-problema na literatura, a Escala Brasileira de Apego-Adulto (Tartaro, 2021) foi construída para o contexto brasileiro, com itens em português. Inicialmente houve a proposta de criação de um instrumento com cinco fatores, sendo eles: seguro, temeroso, desinvestido e preocupado (segundo a tradição de Bartholomew & Horowitz, 1991; Griffin & Bartholomew, 1994), mas com a tentativa inovadora de incluir um quinto fator para mensurar apego desorganizado proveniente dos trabalhos de Main e Solomon (1986). Entretanto, desde as investigações iniciais, o instrumento demonstrou melhor adequação para uma solução fatorial clássica, organizada apenas com os quatro fatores iniciais (Tartaro, 2021).
No modelo seguido pelo instrumento, compreende-se o padrão de apego seguro, como visão positiva sobre si (self positivo) e visão positiva sobre os outros (other positivo), configurado pela regulação adaptativa dos afetos e capacidade de estabelecer proximidade física e emocional nas relações interpessoais, com melhor regulação emocional e mentalização (Bowlby, 1980; Fonagy et al., 2011). Os apegos inseguros são subdivididos em três. O apego temeroso refere-se à percepção de cuidado pouco afetivo, crítico ou mesmo rejeitador resultando em visão negativa sobre si e sobre os outros. Adultos com esse tipo de apego anseiam por relações sociais, mas são frequentemente frustrados por seus medos de intimidade e rejeição (Bartholomew & Horowitz, 1991, Williams et al., 2019).
No apego desinvestido tende-se a manter os outros a distância, valorizando as realizações em outras áreas da vida em detrimento de relacionamentos próximos. Isso é compreendido como uma possível adaptação a experiências de rejeição por parte dos cuidadores. O adulto se adapta através da regulação excessiva de estratégias de afetos e distração, concentrando-se longe do relacionamento de apego, focando sua atenção à exploração do meio, refletindo visão positiva de si, mas negativa sobre os outros.
Já, no estilo Preocupado, o indivíduo, para garantir a atenção das figuras de apego, expressa de modo exacerbado suas emoções e tenta manter constantemente a atenção das figuras de apego deixando de lado o desenvolvimento de autonomia e exploração do meio. Os sentimentos positivos são frequentemente misturados com sentimentos de ansiedade. Reflete visão negativa sobre si, mas positiva sobre os outros (Bartholomew & Horowitz, 1991; Bowlby, 1980).
Mediante o exposto o presente estudo tem como objetivo apresentar as investigações iniciais sobre a estrutura interna da Escala Brasileira de Apego-Adulto (Ebrapeg-A). Espera-se que o instrumento apresente ao menos quatro fatores coerentemente com o modelo teórico de quatro fatores.
Método Participantes
A amostra foi composta de forma não probabilística (por conveniência) e contou com 808 participantes da população geral com idades entre 18 e 67 anos (M = 28.8; DP = 10.1) de diversas regiões do Brasil com prevalência para a Região Sudeste (81%). Quanto ao sexo, 82.4% dos respondentes foram mulheres. Já para o estado civil, a amostra apresentou prevalência para o grupo de solteiros (69.6%). Em relação à escolaridade, 53.2% declararam possuir ensino superior completo, 45.2% declararam ter ensino médio completo.
Instrumentos
Escala Brasileira de Apego-Adulto (Ebrapeg-A) versão 93 itens (Tartaro, 2021).
O instrumento foi construído com itens em português brasileiro tendo como modelo teórico quatro fatores: seguro, preocupado, temeroso e desinvestido (Bartholomew, 1990; Griffin & Bartholomew, 1994) e a inclusão de mais um fator (Main & Solomon, 1986), desorganizado. A primeira versão do instrumento contou com 149 itens que passaram por aplicação em amostra piloto e avaliação por juízes doutores na área de avaliação psicológica, resultando em uma versão inicial de 93 itens. A chave de resposta do instrumento segue padrão tipo-Likert com quatro pontuações: “Discordo totalmente”, “Discordo”, “Concordo” e “Concordo totalmente”.
Utilizou-se para pesquisa o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), documento contendo as informações sobre a pesquisa e condições de participação voluntária.
Procedimentos
Inicialmente o projeto foi submetido ao Comitê de Ética da Universidade São Francisco, (CAAE 20056019.1.0000.5514). A amostra geral foi acessada via formulários eletrônicos disparados em redes sociais e e-mail. Após consentir com a pesquisa através do TCLE, os participantes responderam a Ebrapeg-A. A coleta de dados foi realizada entre o segundo semestre de 2019 e o final do segundo semestre de 2020.
As análises de dados foram realizadas através dos softwares Statistical Package For the Social Sciences - versão 25.0 (SPSS) e Mplus (versão 7.11). Em seguida executou-se a divisão do banco de dados aleatoriamente, agrupando 65% (Amostra 1) do total para as análises paralelas (AP) e fatoriais exploratórias (AFE) e 35% (Amostra 2) para análise fatorial confirmatória.
A primeira análise rodada foi AP seguida de AFE com o método de estimação Unweighted Least Squares (ULS), com base em matriz de correlações policóricas. Método de rotação Oblimin. Realizaram-se a tabulação e seleção dos itens que apresentaram melhores cargas fatoriais e agrupamento adequado ao modelo teórico. O passo seguinte foi a execução de AFC, por meio do estimador Weighted Least Mean Square Algorithm (WLMS). A adequação do modelo foi avaliada por meio dos índices de ajuste Root Mean Square Error of Aproximation (RMSEA), Comparative Fit Index (CFI) e Tucker-Lewis Index (TLI). Por último foi efetuada a análise de confiabilidade através do teste de α de Cronbach.
Resultados
Para a amostra 1, composta por 65% dos dados totais (n = 525), os resultados indicaram a retenção de até cinco fatores como apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 Resultados da análise paralela
| Fatores | Percentual de variância explicada dos dados reais |
Percentual de variância explicada dos dados aleatórios (95% IC) |
|---|---|---|
| 1 | 24.4123* | 2.4898 |
| 2 | 12.9809* | 2.3958 |
| 3 | 7.3279* | 2.3172 |
| 4 | 4.1755* | 2.2577 |
| 5 | 3.0768* | 2.2046 |
| 6 | 1.9363 | 2.1582 |
| 7 | 1.8131 | 2.1131 |
Tabela 2 Estrutura fatorial da Escala Brasileira de Apego-Adulto via análise fatorial exploratória
| Item | Temeroso | Preocupado | Seguro | Desinvestido |
|---|---|---|---|---|
| I01 | 0,648* | -0,002 | -0,145* | 0,002 |
| I02 | 0,708* | 0,129* | -0,013 | -0,07 |
| I05 | 0,620* | -0,006 | 0,047 | 0,029 |
| I07 | 0,798* | 0,01 | 0,048 | -0,106* |
| I08 | 0,743* | 0,063 | -0,056* | -0,034 |
| I15 | 0,748* | 0,02 | -0,009 | 0,036 |
| I34 | 0,707* | -0,101* | 0,004 | 0,007 |
| I47 | 0,705* | -0,145* | 0,047 | 0,016 |
| I56 | 0,703* | -0,100* | 0,127* | -0,123* |
| I73 | 0,674* | 0,037 | -0,085* | 0,096* |
| I24 | -0,117* | -0,167* | 0,602* | -0,04 |
| I26 | 0,057 | -0,250* | 0,709* | -0,025 |
| I28 | -0,238* | -0,031 | 0,699* | 0,059 |
| I30 | -0,278* | 0,036 | 0,630* | -0,190* |
| I39 | -0,06 | -0,151* | 0,670* | -0,074* |
| I46 | 0,082* | 0,117* | 0,630* | -0,315* |
| I76 | -0,240* | 0,07 | 0,602* | -0,042 |
| I83 | -0,275* | 0,103* | 0,614* | -0,005 |
| I13 | -0,033 | 0,788* | 0,019 | 0,068 |
| I16 | 0,282* | 0,664* | -0,006 | -0,042 |
| I23 | -0,02 | 0,898* | -0,033 | 0,022 |
| I44 | 0,02 | 0,586* | 0,111* | -0,047 |
| I49 | 0,163* | 0,720* | 0,008 | 0,029 |
| I61 | 0,118* | 0,755* | 0,065* | -0,015 |
| I75 | -0,043 | 0,823* | 0,094* | 0,029 |
| I77 | -0,023 | 0,825* | 0,046 | 0,123* |
| I31 | 0,206* | -0,097* | 0,012 | 0,540* |
| I32 | 0,077 | -0,003 | -0,154* | 0,782* |
| I40 | 0,042 | -0,001 | -0,067 | 0,587* |
| I55 | 0,115* | 0,034 | -0,026 | 0,677* |
| I60 | -0,073 | 0,075 | 0,005 | 0,787* |
| I64 | -0,013 | 0,055 | -0,068* | 0,840* |
| I67 | 0,032 | 0,04 | -0,007 | 0,647* |
| I88 | 0,191* | 0,049 | 0,074* | 0,566* |
| Correlações entre os fatores | ||||
| Temeroso | -- | |||
| Preocupado | 0,313* | -- | ||
| Seguro | -0,179* | -0,072* | -- | |
| Desinvestido | 0,316* | 0,043 | -0,279* | -- |
Notas:
*p< 0,001. Os itens foram agrupados em ordem por fator para facilitar a visualização
Cinco fatores foram estimados a partir dos dados reais e apresentaram variância explicada superior às verificadas em média nas matrizes aleatórias, bem como aos valores de variância explicada dos fatores estimados a partir das matrizes aleatórias com percentil 95. Os dados apresentaram índice KMO = 0.951 e teste de esfericidade de Bartlett = 6069.2 (df = 4278; p = <0.001).
Posteriormente a AP, considerando-se que a indicação do número de fatores correspondia a expectativa teórica que fundamentou o desenvolvimento da Ebrapeg-A, foi realizada a análise fatorial exploratória. Apesar da análise paralela inicialmente apontar para retenção de cinco fatores, houve cruzamento de cargas fatoriais na AFE (com correlações acima de 0.30).
Dessa forma, foi necessário recorrer à solução de quatro fatores, excluindo 59 itens, por apresentarem cargas cruzadas acima de 0.30. Isso possibilitou a aproximação do instrumento ao modelo teórico de quatro fatores. Após a remoção, os itens passaram a apresentar cargas fatoriais adequadas a seus respectivos fatores e o padrão de cargas cruzadas foi consideravelmente reduzido. Os índices de ajuste via AFE mostraram-se adequados (χ2 = 6668,982, gl = 3912; p < 0.001; RMSEA = 0,0357; CFI = 0.925; TLI = 0.918) e a estrutura mostrou-se capaz de explicar 48.89% da variância total dos dados.
Inicialmente, dez itens carregaram no fator temeroso, com cargas fatoriais variando de 0.64 a 0,79. No fator preocupado, oito itens, variando de 0.58 a 0,89. No fator seguro, oito itens variando de 0.60 a 0,70 e por último, no fator Desinvestido oito itens, variando de 0.54 a 0.84 (p = <0.001). Ainda, via AFE, os fatores apresentaram correlação entre si. Embora tenham sido correlações fracas, o fator seguro se associou negativamente com temeroso (r = -0.17; p = <0.001), preocupado (r = -0.07; p = <0.001) e desinvestido (r = - 0.27; p = <0.001). Já para os fatores temeroso e preocupado (r = 0.31; p = <0.001), temeroso e desinvestido (r = 0.31; p = <0.001) foram encontradas correlações positivas, ainda que fracas. Para a amostra 2, composta por 35% da coleta total (n = 283), os itens selecionados com base na AFE foram agrupados e ordenados para a realização da AFC, como demonstrado na Tabela 3.
Tabela 3 Estrutura fatorial da Escala Brasileira de Apego-Adulto via análise fatorial confirmatória
| Item | Temeroso | Seguro | Preocupado | Desinvestido |
|---|---|---|---|---|
| I01 | 0,674 | |||
| I02 | 0,758 | |||
| I05 | 0,695 | |||
| I07 | 0,781 | |||
| I08 | 0,754 | |||
| I15 | 0,744 | |||
| I34 | 0,605 | |||
| I47 | 0,732 | |||
| I56 | 0,649 | |||
| I73 | 0,771 | |||
| I24 | 0,658 | |||
| I26 | 0,780 | |||
| I28 | 0,733 | |||
| I30 | 0,842 | |||
| I39 | 0,667 | |||
| I46 | 0,604 | |||
| I76 | 0,699 | |||
| I83 | 0,815 | |||
| I13 | 0,743 | |||
| I16 | 0,697 | |||
| I23 | 0,872 | |||
| I44 | 0,643 | |||
| I49 | 0,823 | |||
| I61 | 0,726 | |||
| I75 | 0,756 | |||
| I77 | 0,814 | |||
| I31 | 0,622 | |||
| I32 | 0,872 | |||
| I40 | 0,745 | |||
| I55 | 0,780 | |||
| I60 | 0,738 | |||
| I64 | 0,839 | |||
| I67 | 0,714 | |||
| I88 | 0,54 | |||
| Correlações entre os fatores | ||||
| Temeroso | -- | |||
| Seguro | -0,400* | -- | ||
| Preocupado | -0,081 | 0,457* | -- | |
| Desinvestido | -0,499* | 0,561* | 0,0751 | -- |
Nota: Todas as cargas fatoriais foram significativas p< 0.001;
*p< 0.001.
Houve replicabilidade do modelo na análise fatorial como esperado. Com exceção do item I88, todos os itens apresentaram carga fatorial acima de 0.60. Os dados de ajuste do modelo se mostraram também satisfatórios (χ2 = 1081.691, gl = 489; p = <0.001; RMSEA = 0.065; CFI = 0.920; TLI = 0.914). Para a AFC os fatores apresentaram correlação entre si aprimorando a coerência ao modelo teórico, mais bem adequados quando comparados com as correlações obtidas por AFE. As cargas foram maiores que as obtidas durante o primeiro procedimento, o fator seguro se correlacionou negativamente com temeroso (r = -0,40; p = <0.001) e desinvestido (r = -0.49; p = <0.001) apresentando um pequeno aumento na magnitude; já os fatores temeroso e preocupado correlacionaram positivamente entre si (r = 0.45; p = <0.001). Os fatores desinvestido e temeroso (r = 0,56; p = <0.001) também apresentaram correlação positiva entre si, o que pode sugerir associação com a evitação presente a ambos os fatores, mais bem captados pelo modelo restritivo da AFC.
Conforme o agrupamento dos itens totais e a realização das análises anterior, rodou-se uma análise de consistência interna via coeficiente α de Cronbach. Utilizou-se o banco total (n = 808), com os itens finais, e obtiveram-se bons resultados para as escalas com os estilos de apego temeroso α = 0.88, seguro α = 0.84, preocupado α = 0.89 e desinvestido α = 0.83. O coeficiente α para a escala toda foi de 0.80.
Discussão
Esta pesquisa teve como objetivo apresentar a estrutura interna da escala Ebrapeg-A. Com base nos procedimentos realizados, é possível afirmar que houve êxito. Foram encontrados bons índices em relação à AFE e AFC. Cabe ressaltar que são esperados alguns valores de referência para os resultados das análises fatoriais. A exemplo do índice Kaiser Meyer Olkin (KMO), servindo para avaliar a adequação da amostra, são considerados valores adequados acima de 0,70 de modo que é possível afirmar que os dados da amostra foram adequados (KMO = 0.951) (Muthén & Muthén, 2012).
Em relação ao Root Mean Square Error of Aproximation (RMSEA) em que é esperado valores próximos a 0.06 ou menores, tanto para a AFE quanto para a AFC foram encontrados valores dentro do parâmetro (RMSEA = 0.0357; RMSEA = 0.065, respectivamente). Sobre os índices de ajuste Comparative Fit Index (CFI) e Tucker Lewis Index (TLI), em que se esperam valores acima de 0.90 sendo ideal valor iguais ou acima de 0.95, os encontrados foram satisfatórios tanto para a AFE quanto para a AFC (CFI = 0.925; TLI = 0.918 e CFI = 0.920; TLI = 0.914) (Hu & Bentler, 1999).
Para avaliar a consistência interna, é comumente usado o coeficiente α de Cronbach. São adequados valores iguais ou superiores a 0.70 definido como confiável pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2018). Isso permite afirmar que, com base nos achados deste estudo, a Ebrapeg-A com suas subescalas apresentou confiabilidade também adequada (temeroso α = 0.88; seguro α = 0.84; preocupado α = 0.89 e desinvestido α = 0.83). Os fatores mantiveram estrutura similar à escala RSQ: seguro, preocupado, temeroso.
A dificuldade de sustentação de um modelo que seja diferente da escala ECR (Hazan & Shaver, 1987) é conhecida na literatura; encontrar na Ebrapeg-A esses quatro fatores similares e inspirados no modelo de Self e de Other de Griffin e Bartholomew (1994, RSQ) é um achado importante. Os estudos psicométricos para a escala RSQ com os mesmos fatores prototípicos, apresentam limitações para corresponder ao modelo original, fornecendo resultados insatisfatórios em diferentes estudos já publicados (Griffin & Bartholomew, 1994; Bäackström & Holmes, 2001; Guédeney, Fermanian, & Bifulco, 2010; Andersen et al., 2017).
A literatura indica que possivelmente a dificuldade em encontrar um ajuste ideal para um modelo teórico como este é o de que as escalas com estilos de apego prototípicos possam refletir mais do que apenas um aspecto de estilo de apego por fator (Bäckström & Holmes, 2001; Collins, 1996; Feeney et al., 1994). É possível que a estruturação dos itens da Ebrapeg-A possa ter demonstrado um avanço para as escalas com modelos teóricos como este, além de que o presente estudo retrata a construção de uma escala originalmente brasileira de apego adulto, sem a necessidade de adaptações linguísticas.
Considerações Finais
Considerando potencialidades e limitações do estudo, apesar da sustentação dos fatores encontrados, é possível que para a avaliação dos estilos de apego em estudos futuros seja realizado o emprego de diferentes técnicas de análise, por exemplo, análise de variância para idade e sexo e análise de cluster que consiste em um método multidimensional que permite agrupar sujeitos em grupos com base em suas características (Marôco, 2010). Além disso, pode ser importante a utilização de outros métodos amostrais, visto que o maior contingente de participantes foi da Região Sudeste, se autodeclararam mulheres e não foram incluídas outras variáveis socioeconômicas como renda familiar. Apesar do instrumento receber o nome de Escala Brasileira de Apego-Adulto por ser construída no Brasil, é importante que estudos posteriores possam ter amostras mais representativas da população brasileira.
Nos últimos anos diversos estudos associam a importância do apego no campo da saúde mental, tanto para a clínica quanto para a pesquisa, por sua relação a algumas psicopatologias como depressão, transtornos de personalidade e baixa autoestima (Varghese & Pistole, 2017; Barnum & Perrone, 2017; Özyurt, et al., 2018; Moshkani & Afrooz 2018). Esses dados podem ser sugestivos da necessidade de trabalhos que avaliem as evidências de validade baseadas na relação com variáveis externas para o instrumento.
Por fim, há de se observar que durante a análise paralela houve a retenção de um quinto fator, mas este não se manteve devido a cruzamento entre os itens. É possível que o quinto fator instável, do ponto de vista psicométrico, represente o cruzamento de cargas entre itens que se correlacionam nos fatores de apego inseguro tal como previsto nos estudos iniciais de criação do instrumento (Tartaro, 2021). Quiçá, versões futuras possam explorar um quinto fator com a construção de uma subescala específica e separada da escala total visto que, além de representar uma classificação de outro modelo teórico, pode ser indicativo de um padrão de vinculação insegura com maior gravidade.
A criação de um instrumento em território nacional para a mensuração do construto é observada com animosidade pelos pesquisadores, considerando que a adaptação e a validação de instrumentos psicológicos provenientes de outros países e cultura são procedimentos complexos que não retratam apenas o simples processo de tradução dos itens, retrotradução e aplicação. Instrumentos mal adaptados podem apresentar dados incoerentes ou não fidedignos. Mesmo com rigor metodológico, por vezes as sentenças acabam não refletindo ou não se ajustam suficientemente à realidade cuja qual pretendeu-se aplicar e, assim, surge a possibilidade de erros de mensuração (Borsa et al., 2012). O procedimento de construção de instrumentos, entretanto, permite que a descrição dos itens se encaixe à realidade nativa.
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Recebido: 22 de Maio de 2023; Aceito: 30 de Outubro de 2023










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