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Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva
versão impressa ISSN 1517-5545
Rev. bras. ter. comport. cogn. vol.3 no.1 São Paulo abr. 2001
ARTIGOS
Comportamento verbal - análise de produção científica nacional publicada no quinquénio 1994 -19981
Verbal behavior - analysis of Brazilian scientific production published between 1994 - 1998
Melania MorozI,2; Denize Rosana RubanoII,3; Maria Ester RodriguesIII,4; Marcos Antonio LucciIII,4
IPrograma de Estudos Pós-Graduados em Educação: Psicologia, da Educação da PUC-SP/Departamento de Fundamentos da Educação
IIFaculdade de Psicologia da PUC-SP/ Departamento de Métodos e Técnicas
IIIDoutoranda e Mestrando do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Psicologia da Educação da PUC-SP5
RESUMO
O presente ttabalho analisou parte da produção científica brasileira publicada no qüinqüênio 1994/1998, com o objetivo de identificar o tratamento que vem sendo dado, pela comunidade behaviorista radical, ao estudo do comportamento verbal. Foram analisados 62 textos de periódicos e coletânea, destacando-se alguns aspectos: 1) maior ênfase aos trabalhos teóricos (61,3 %), sendo que dos trabalhos empíricos, a maioria tem por objetivo a investigação de processos básicos; 2) Qventos privados, comportamento governado por regras e equivalência de estímulos foram os temas mais estudados. Na discussão dos dados, faz-se comparação com a produção científica estrangeira, tal como analisada pela literatura, identificando-se pontos de convergência e os desafios que se apresentam, para a comunidade behaviorista, no estudo do comportamento verbal.
Paiavras-chave: Comportamento verbal; produção científica; estudo documental.
ABSTRACT
This paper analyzed part of Brazilian scientific production published between 1994 and 1998, with the purpose of identifying how the radical behaviorist community has dealt with the study of verbal behavior. Sixty-two (62) texts from periodicals and collectanea were analyzed and some aspects stood out: 1) there was greater emphasis on theoretical work (comprising 61.3% of the material studied)- as to the empirical work, most of it was designed to investigate basic processes; 2) private events, rule- governed behavior and stimulus equivalence were the themes studied more frequently. Concerning the discussion of data, Brazilian scientific production was compared to the foreign production, with the identification of converging points and challenges for the behaviorist community that are still present in the study of verbal behavior.
Key words: Verbal behavior; scientific production; documentary study.
A obra que Skinner afirma ter sido seu mais importante trabalho (Verbal Behavior) e aquele que levou mais tempo para completar (vinte anos), é analisada por diferentes autores (Abib, 1994a, De Rose, 1994) como sendo mal interpretada ou como tendo gerado pesquisa experimental num volume muito aquém do que se poderia esperar, dada sua riqueza no tratamento do comportamento verbal. Varias são as razões aventadas para explicar a trajetória do livro e a quase ausencia de programas de pesquisa dele derivados que marcou, por muito tempo, a relação dos behavioristas com os conceitos da interpretação skinneriana do comportamento verbal.
Mais recentemente, no entanto, tem-se verificado o desenvolvimento de pesquisas que revelam, segundo Abib (1994a), uma atitude que visa não só compreender como avaliar o vocabulário, os conceitos, levantando problemas de ordem teórica ou empírica. Mencionam-se publicações sobre o tema, cujo volume vem aumentando, em especial em periódicos como Behaviorism e Journal of Experimental Analysis of Behavior.
O destaque dado mais recentemente ao estudo do comportamento verbal, mormente pelos analistas do comportamento norte-americanos, revela-se também na criação do periódico The Analysis of Verbal Behavior (TAVB), oficializado em 1985, voltado exclusivamente para a discussão da temática.
Estudos publicados, em especial no JEAB, são analisados por De Rose (1994) em artigo que, sem pretender traçar a história da pesquisa sobre comportamento verbal, nem elaborar revisão completa sobre o tema, aponta as principais linhas de pesquisa sobre questões relacionadas ao comportamento verbal, num momento em que, afirma o autor, a pesquisa sobre tais questões "... assume lugar de destaque na Análise Experimental do Comportamento" (1994, p. 495).
Apesar do lugar de destaque assumido por pesquisas aparentemente derivadas de temas abordados em Verbal Behavior, o mesmo autor afirma também:
Verbal Behavior gerou ou influenciou um volume razoável de pesquisa experimental, aquém, no entanto, do que se poderia esperar da magnitude e riqueza do tratamento skinneriano. Muitos tópicos centrais da interpretação skinneriana nunca foram experimentalmente abordados, e dentre os tópicos que chegaram a ser de fato abordados, a maioria recebeu tratamento apenas esporádico, sem gerar uma linha sustentada de investigação.(1994, pp. 495-496)
As áreas de pesquisa sobre comportamento verbal indicadas pelo autor como as que registraram certo avanço são: a pesquisa tecnológica (em especial as de intervenção com pessoas com problemas de desenvolvimento), a investigação da independência funcional na aquisição de operantes verbais, as propriedades dos operantes verbais, comportamento governado por regras e comportamento governado por contingências e equivalência de estímulos. Cabe destacar que, entre os quase 40 trabalhos mencionados pelo autor e agrupados para a identificação dessas áreas de pesquisa, um único, de autoria do próprio De Rose, foi publicado em periódico nacional (Psicologia: Teoria e Pesquisa). Os demais estão em publicações norte-americanas, em especial no JEAB.
O que estaria acontecendo no Brasil? A comunidade de analistas do comportamento tem se dedicado à investigação do comportamento verbal? Se sim, o que vem sendo investigado recentemente e de que forma? Questões como estas estão na origem do presente trabalho que procurou analisar a produção científica brasileira, relacionada ao comportamento verbal, produzida entre 1994 e 1998. Para tanto, utilizaram-se, como fonte de dados, periódicos nacionais e três volumes da coleção Sobre Com portamento e Cognição.
Método
Decidiu-se fazer o levantamento dos dados em periódicos que constavam do arquivo da biblioteca da área de Psicologia da USP, por ser uma, senão amais bem equipada biblioteca de Psicologia do Brasil. O produto foi uma listagem de 75 periódicos; posteriormente, acrescentaram-se títulos de periódicos que constavam de uma divulgação feita pela Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação. Do conjunto de títulos de periódicos possíveis de serem consultados, foram excluídos aqueles que indicavam não pertencerem à área de Psicologia ou a ela relacionada (por exemplo, periódicos de sociologia, de economia, de filosofia...), aqueles que indicavam claramente veicularem outro tipo de abordagem (por exemplo, revista de psicanálise, revista de musicoterapia,...) e, finalmente, aqueles dos quais não havia disponibilidade de pelo menos um dos volumes e/ou fascículos relativos ao quinquénio 1994/1998. Excluídos os casos acima, chegou-se ao total de 55 periódicos.
Listados os periódicos, passou-se à localização dos artigos publicados; para cada periódico, havia uma folha de registro constando as seguintes informações: data da coleta, nome do pesquisador, título do periódico, número do volume, número do fascículo, título do artigo localizado, autor, filiação institucional do autor, página inicial e página final. Quando não eram localizados artigos, isso era relatado, ao lado de todas as outras informações relativas ao periódico. Uma vez localizado o artigo, este era reproduzido em xerox, na íntegra, para posterior análise6. Foram publicados entre 1994 e 1998, nos diferentes periódicos, 36 textos relativos ao comportamento verbal.
Como o objetivo era analisar a produção sobre CV em um quinquénio (1994-1998), no Brasil, considerou-se que, além dos periódicos, dever-se-ia analisar aquele que vem se constituindo, nos últimos anos, como um dos mais importantes veículos de divulgação dos estudos behavioristas: a coleção Sobre Comportamento e Cognição, publicada pela Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental. Neste caso, foram analisados três, dos quatro volumes lançados, já que correspondiam ao recorte temporal estabelecido. Nesses volumes, foram identificados 26 textos sobre comportamento verbal (lista dos textos analisados em anexo).
Para a localização dos artigos, consideraram-se as informações provenientes do título e, para tanto, foram elencadas algumas palavras-chave; comportamento verbal, relato verbal, interação verbal, pensamento, linguagem, dizer, auto-conhecimento, conhecimento de si, consciência, auto-descrição, regras, instrução, resolução de problemas, comportamentos encobertos, eventos privados, equivalência, nomeação, assertívidade, leitura, escrita, conceito, abstração, raciocínio e os diferentes operantes verbais.
Procedimentos de análise. Decidiu-se proceder à análise dos artigos a partir dos resumos. Nos artigos em que estes não existiam, um dos componentes do grupo de pesquisa ficou responsável por elaborá-lo.
Elaboraram-se critérios de classificação que permitiam extrair informações metodológicas, identificar o objeto de estudo, bem como o campo de atuação em que ocorreu a pesquisa (critérios de classificação em anexo). A elaboração dos critérios passou por um processo de refinamento, a partir das discussões dos mesmos no grupo de pesquisa. Este processo, de certa forma, também serviu para o treinamento dos pesquisadores na classificação dos resumos, uma vez que a cada proposta de critérios, ou de seu refinamento, cada pesquisador a utilizava, independentemente, na classificação de um resumo, sendo cotejadas, em seguida, as classificações feitas.
A partir dos critérios, foi elaborada ficha de classificação dos resumos (em anexo). Cada resumo foi classificado independentemente por dois pesquisadores. Quando ocorria discordância entre ambos, em qualquer dos itens constantes da ficha de análise, o resumo era analisado pelo grupo como um todo. Este procedimento ocorreu numa primeira etapa da presente pesquisa, perfazendo um total de 38 textos; nos textos restantes, a classificação foi feita pelas duas autoras.
Resultados
Um primeiro aspecto evidenciado, podendo ser observado no Quadro 1, refere-se ao veículo de comunicação utilizado: 41,9 % dos textos foram publicados naquele que, atualmente, tem importante papel como veículo de comunicação da comunidade behaviorista -a coleção Sobre Comportamento e Cognição. A outra parte (58,1 %) distribuiu-se por diferentes periódicos, dos quais os que concentraram mais artigos foram Psicologia: Teoria e Pesquisa e Temas em Psicologia. Outro ponto evidenciado é o de que há maior ênfase nos trabalhos teóricos; como pode ser observado no Quadro 1, do total de 62 trabalhos, 61,3 % deles correspondem a esta categoria.
Os Quadros 2 a 4, acima, apresentam as características dos trabalhos empíricos analisados. Quanto ao tipo de trabalho, verifica-se que 18 são de natureza experimental, 17 deles realizados em situações controladas (tipo laboratório), tendo mais freqüentemente, como sujeitos, universitários e crianças de 1.ª série de ensino fundamental. Quatro dos trabalhos constituem relatos de caso, realizados no próprio contexto clínico, tendo sujeitos diversificados (adultos e adolescentes de ambos os sexos). Apenas dois dos trabalhos foram feitos em situação natural, isto é, não controlada pelo pesquisador, tendo como sujeitos crianças e um par mãe-filho.
A área de aplicabilidade em que se concentram os trabalhos empíricos é a de investigação de processos básicos, sendo mais freqüentes, a seguir, os estudos cujos resultados envolvem a aplicação direta no contexto educacional. A possibilidade de aplicação a processos mais diretamente relacionados à clínica é privilegiada em quatro trabalhos; à saúde e ao desenvolvimento em um deles cada.
Os Quadros 5 e 6 apresentam as características dos trabalhos teóricos. Como não poderia deixar de ser, a preocupação fundamentai deste tipo de trabalho é com o refinamento teórico; porém, o aparecimento de indicações de aplicabilidade para diferentes áreas profissionais indica que os trabalhos procuram ir além do aprimoramento conceituai.
Dentre os 38 trabalhos conceituais, a grande maioria tem como foco a própria abordagem; são trabalhos que estudam as formulações do behaviorismo radical, analisando conceitos, pressupostos, bem como suas implicações, buscando elaborar sistematizações e refinamentos conceituais. Nove trabalhos destacam-se por apresentarem preocupações que ultrapassam o próprio behaviorismo radical, por meio de comparações, com aproximações ou contraposições, seja entre diferentes abordagens, seja entre áreas diversas do conhecimento. As propostas behavioristas radicais foram cotejadas especialmente com as de Vygotski, do construtivismo e de outras abordagens subjetivistas e com uma área de conhecimento, em particular - a lingüística.
Se levarmos em conta que os trabalhos que têm por objetivo o estudo de formulações diferenciadas no interior da própria abordagem (os categorizados em íntra-abordagem) também podem ser considerados instrumentos úteis ao refinamento conceituai, vemos que a quase totalidade (29 trabalhos) da produção teórica aponta para um momento de auto-reflexão do arcabouço interpretativo behaviorista.
O Quadro 7, acima, especifica quais são os focos de atenção, no que se refere ao comportamento verbal. Dentre os diferentes objetos de estudo, foram mais freqüentemente presentes os relativos aos eventos privados (19 trabalhos teóricos e 4 empíricos), ao comportamento governado por regras (11 empíricos e 2 teóricos), à equivalência de estímulos (5 teóricos e 6 empíricos), aos operantes verbais (6 empíricos e 2 teóricos), à resolução de problemas (9 empíricos), e ao modelo explicativo skinneriano, incluindo a própria obra Verbal Behavior (8 teóricos).
A investigação do comportamento governado por regras, diferentemente dos eventos privados, que são enfocados mais do ponto de vista teórico, foi feita principalmente a partir de trabalhos empíricos, o mesmo ocorrendo com a resolução de problemas, que não foi alvo de trabalhos teórico-conceituais.
A obra Verbal Behavior é abordada, destacando-se o poder heurístico da mesma enquanto promotora de possíveis avanços e novas possibilidades de pesquisa, bem como focalizando o próprio modelo explicativo skinneriano, em suas semelhanças e diferenças frente às propostas tradicionalmente alocadas no campo da linguagem.
Discussão
Pode-se dizer que há uma voz em comum afirmando que, em relação ao comportamento verbal, se por um lado há progressos nos últimos 40 anos, sendo um campo estabelecido e crescente na cultura científica dos analistas do comportamento, ainda é pouco o que foi produzido. De fato, segundo Sundberg (1998), só nos últimos vinte anos a produção sobre comportamento verbal começou a crescer de forma mais evidente, isto porque, em seguida à publicação de Verbal Behavior (1957), as reações negativas à obra ocorreram por parte não apenas da comunidade externa, mas também por parte dos próprios analistas do comportamento. Como afirma: "A crítica ao livro veio antecipadamente de fora do campo (Skinner, 1978), mas a reação forte de dentro do campo foi a provavelmente mais inesperada para Skinner." (p. 143).
Assim, os estudos sobre comportamento verbal, mesmo nos EUA, não tiveram início imediatamente após a publicação de Verbal Behavior. Sundberg (1998), mencionando que um rol de razões para o fato já foi aventado por diferentes autores, aponta como mais plausível a de que, para a própria comunidade de analistas do comportamento da época, "... o livro era especulativo, e não continha qualquer dado"(p. 143). Também Leigland (1998) aponta, entre outros, como fatores relacionados ao crescimento relativamente lento dos estudos no campo verbal:
... a) o caráter estratégico da análise do comportamento em mover-se cuidadosamente do simples para o complexo, tanto quanto o poder da análise o permita; b) a complexidade de Verbal Behavior, como um exercício sistemático de interpretação, no contexto de um campo científico baseado em dados empíricos; ... (p. 125).
Sejam quais forem as razões, historicamente parece ter havido uma relação de pouca fertilização entre a proposta interpretativa skinneriana do comportamento verbal e o contexto de produção científica acerca do comportamento humano.
A quase ausência de pesquisa empírica sobre comportamento verbal, segundo Sundberg (1998), é situação que começa a se alterar a partir dos anos 80. O autor afirma que uma série de avanços em pesquisas empíricas e em aplicações diretamente relacionadas ao Verbal Behavior já pode ser identificada e cita estudos acerca deste avanço, indicando um crescimento acelerado de pesquisas dessa natureza. A criação de uma publicação (The Analysis of Verbal Behavior - TAVB) e os artigos nela contidos evidenciam tal aspecto - dos 126 artigos publicados nos primeiros 14 volumes (1990-1997) do referido periódico, 46 constituem análises experimentais. Uma série de outras pesquisas empíricas tem sido publicada em revistas como JABA e JEAB, assim como em livros, bem como artigos de revisão. O autor crê que tais evidências sejam suficientes para indicar que "... a análise skinneriana do comportamento verbal tenha conduzido, finalmente, a uma linha produtiva de investigação empírica." (p.144). Ainda assim, como se pode observar nos dados apresentados acima (nos artigos publicados em revista especializada - TAVB), há, ainda, predomínio de análises teóricas, aspecto que será abordado a seguir.
Spradlin (1998), retomando os artigos publicados no periódico TAVB, reconhece uma "transição" ocorrida em 1986. Os primeiros volumes, até esta data, continham poucos artigos e todos "falando sobre " comportamento verbal. Como afirma o autor, "... parecia que Skinner já havia respondido a todas as questões relativas ao comportamento verbal, ou que Verbal Behavior não havia se constituído num guia para a condução de pesquisas." (p. 139). Trabalhos empíricos que começam a surgir em 1986 "... sugeriam que nem todas as questões haviam sido respondidas e que, talvez, houvesse ques tões que poderiam ser respondidas pela pesquisa mais do que por argumentos." (p. 139)
Catania e Shimoff (1998) também detectam este mesmo traço na produção externa, aliás, traço que já havia sido identificado, segundo eles, há dez anos atrás, e que permanece ainda hoje. Para ambos, há poucos estudos empíricos sobre o comportamento verbal, comparativamente ao 1 falar sobre o comportamento verbal" e, mais ainda, comparativamente ao conjunto de pesquisas produzido por outras abordagens. Como destacado por Catania e Shimoff:
Pesquisas empíricas sobre comportamento verbal aumentaram desde o trabalho seminal de Skinner, mas ainda permanece uma literatura pequena em comparação ao que está disponível na psicolingüística do desenvolvimento, e em disciplinas a ela relacionadas, fora < do campo científico > da análise experimental do comportamento. (P. 100)
A característica argumentativa da produção sobre comportamento verbal parece não ser uma especificidade da comunidade behaviorista norte-americana. No caso do Brasil, os dados obtidos acerca da produção sobre comportamento verbal no período de 1994-1998 indicam a preocupação com o arcabouço teórico, já que há predominância de trabalhos que não só sistematizam conceitos que Skinner discutiu em diferentes obras, em diferentes momentos de sua produção, como também buscam identificar quer transformações, quer flutuações no conceituai empregado para a análise do comportamento verbal - o "exercício de interpretação", como denominado por Skinner em Verbal Behavior (1957).
O predomínio de trabalhos teórico-conceituais que apresentam análises da própria abordagem parece revelar a necessidade, na comunidade behaviorista, de sistematização e refinamento dos conceitos empregados na explicação do comportamento verbal, embora chame a atenção o fato de que, a despeito de serem teórico-conceituais, os trabalhos apontem para possíveis aplicações e derivações da abordagem no tratamento de questões com as quais se defrontam diferentes profissionais. Talvez a tão propalada negligência com que a obra foi tratada nos períodos anteriores esteja relacionada a essa necessidade de rever/retomar o modelo teórico de tratamento do comportamento verbal, assim como os conceitos especialmente construídos por Skinner na tentativa de dar conta de uma explicação para a linguagem.
O que tem sido objeto de estudo na produção científica sobre comportamento verbal? Este é um novo aspecto a ser discutido. No presente trabalho evidenciou-se que a privacidade, que Skinner afirma apresentar como única diferença em relação ao comportamento público a acessibilidade, foi o principal alvo das análises. Muito embora tenham sido mais abordados em trabalhos teóricos, os eventos privados destacam-se por apresentarem amplo espectro de discussão, envolvendo desde as relativas à sua inserção na proposta behaviorista radical, à forma como a abordagem trata determinados eventos (emoções, sentimentos, pensamentos...), à forma de ter acesso a esses eventos, até à proposição de procedimentos para a instalação de repertórios que permitam sua identificação pelo sujeito. Predominam também investigações acerca do comportamento governado por regras, da resolução de problemas, da equivalência de estímulos e dos operantes verbais, temáticas estas mais presentes entre os trabalhos empíricos localizados.
Apoiando-se em publicações, em especial do JEAB, De Rose (1994) indica algumas das principais linhas de pesquisa sobre aspectos relacionados ao comportamento verbal; segundo o autor, as linhas que vêm registrando certo avanço referem-se, principalmente, ao comportamento governado por regras, à equivalência de estímulos e à aquisição e propriedades dos operantes verbais. No caso das publicações nacionais do período investigado no presente trabalho, considerando-se os trabalhos empíricos, predomina a investigação dos mesmos objetos indicados por De Rose (1994), destacando-se como novidade a pesquisa sobre resolução de problemas, só superada em número pela investigação acerca do comportamento governado por regras.
Embora sejam mais freqüentemente alvo das pesquisas, isto não significa que esses aspectos tenham sido suficientemente estudados; há necessidade de mais pesquisas, e de pesquisas que abordem outras facetas não focalizadas. O trabalho de Catania e Shimoff (1998) é primoroso nesse sentido: apresenta diferentes linhas de investigação, com prismas ainda inexplorados, a serem desenvolvidas; entre elas, colocam o comportamento verbalmente governado7.
A seguir, um novo aspecto será abordado: o metodológico. Em levantamento sobre publicações científicas em Psicologia no Brasil e o emprego de diferentes metodologias de pesquisa no período 1990-1994, a partir de 13 periódicos nacionais e os resumos de comunicações de duas reuniões científicas anuais, a da SBP e a da SBPC, Gerk-Carneiro etal.(1995) chegaram aos seguintes resultados: predominância da utilização dos métodos experimental.(28%) e levantamentos (27%). Quando se considerou, no entanto, a Psicologia Humana somente, "... o emprego do método experimental cai para 19% dos artigos analisados, tornando o levantamento o método de pesquisa mais utilizado." (Gerk-Carneiro et al., 1995, p. 253).
No caso da Análise do Comportamento e das pesquisas empíricas sobre comportamento verbal localizadas, todas realizadas com humanos, predomina a metodologia experimental e, seguindo os preceitos de Skinner, o delineamento de sujeito único, embora o uso de grupos e da estatística esteja presente em alguns poucos trabalhos. Como era de se esperai*, o tradicional sujeito de pesquisa - universitário - aparece na maior parte dos trabalhos localizados. Chama a atenção o fato de que os trabalhos realizados em situação natural praticamente inexistem. Seria isso indicador de que as pesquisas ainda estão num momento de busca de conhecimentos básicos em situação controlada, carecendo ainda de substrato para a extrapolação para além das condições de laboratório, ou indicador de uma opção metodológica que exclui outras propostas metodológicas como confiáveis?
Trabalhos como os de Donahoe (1998) e Leigland (1998) permitem-nos afirmar que a comunidade behaviorista tem refletido sobre questões metodológicas, e tem se colocado na defesa de busca de alternativas para o estudo do comportamento verbal.
Donahoe (1998) destaca que a manipulação de antecedentes e a mensuração das conseqüências relevantes, aspectos metodológicos característicos da análise experimental, estariam inviabilizadas quando se estudam fenômenos que ocorrem sob circunstâncias complexas, caso do comportamento verbal. Afirmando que "Skinner distinguiu dois aspectos complementares da ciência: análise experimental e interpretação..." (p.107), Donahoe defende a utilização da interpretação, ressaltando a necessidade de que outros métodos complementem a análise experimental.
Conforme destacado por Leigland (1998), é este um dos grandes desafios para a análise funcional do comportamento verbal: o metodológico. O autor apresenta diferentes áreas do comportamento verbal que necessitariam inovação e extensão metodológicas, finalizando seu artigo de modo contundente, ao afirmar:
Em todo caso, provavelmente não seja exagerado dizer que o futuro da ciência analítica do comportamento dependa da análise funcional do comportamento verbal, e que o futuro da "ciência do comportamento verbal" de Skinner dependa, por sua vez, de como analistas do comportamento enfrentam o desafio metodológico, (p.126)
Considerando os dados do presente trabalho e a literatura, direções futuras na investigação do comportamento verbal podem ser sugeridas, tanto do ponto de vista metodológico, quanto dos aspectos a serem pesquisados. Estudar o operante verbal utilizando-se de subsídios de outras áreas do conhecimento, como a neurociência e a informática (Donahoe, 1998; Hutchison, 1998), propor novas alternativas empíricas, bem como experimentais (Catania e Shimoff, 1998; Leigland, 1998) são caminhos propostos; por exemplo, o uso de observações dos processos neurais, a simulação do comportamento verbal por computador, a realização de estudos em situação natural, bem como estudos que enfocam a aquisição e desenvolvimento do comportamento verbal não deveriam ser descartados. As origens do comportamento verbalmente governado; a relação entre o comportamento verbal e o não-verbal, emocional e sexual; a aquisição e utilização do vocabulário relativo aos sentimentos, emoções e outros eventos privados; a análise das práticas verbais relacionadas a termos mentalistas, bem como estudos que focalizem produtos verbais, tais como literatura e poesia, e propostas de unidades de análise, são temáticas sinalizadas como necessitando investigações.
Enfim, o campo para o estudo do comportamento verbal apresenta-se em aberto.
Referências
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Catania, A.C. e Shimoff, E. (1998) The experimental analysis of verbal behavior. The Analysis of Verbal Behavior, 15.97-100. [ Links ]
De Rose, J.C. (1994). O livro Verbal Behavior de Skinner e a pesquisa empírica sobre comportamento verbal. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 10(3).495-510. [ Links ]
Donahoe, J.W. (1998). Interpreting verbal behavior. The Analysis of Verbal Behavior, 15.107-112. [ Links ]
Gerk-Carneiro, E.; Scaffo, M.F.; Ladeira, M.; Gomes, W.F.; Lopes, E.D.; Mota, D.H. e Rodrigues, N. (1995). Publicações científicas em Psicologia no Brasil e o emprego de diferentes metodologias de pesquisa: de 1990 a 1994. Resumos daXXVReunião Anual de Psicologia da Sociedade Brasileira de Psicologia, p. 253. [ Links ]
Hutchison, W.R. (1998). Computer simulations of verbal behavior for research and persuasion. The Analysis of Verbal Behavior, 15.117-120. [ Links ]
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Spradlin, J.E. (1998). The analysis of verbal behavior: where are we? The Analysis of Verbal Behavior, 15:139-141. [ Links ]
Sundberg. M.L. (1998). Realizing the potential of Skinner's analysis of verbal behavior. The Analysis of Verbal Behavior, 15.143-147. [ Links ]
Skinner, B.F. (1957/1978). O Comportamento Verbal. São Paulo: Culfrix-EDUSP. [ Links ]
1. Trabalho anteriormente apresentado no IX Encontro Brasileño de Psicoterapia e Medicina Comportamental set/2000.
2. Endereço para correspondencia: Rua Monte Alegre, 984 4º andar, Programa de Estudos Pos-Graduados em Educação: Psicologia da Educação - Perdizes - Cep 05014-901 - e-mail: pedpos@pucsp.br - Fone/Fax: 36708527.
3. Endereço para correspondência: Rua Monte Alegre, 984, 4º andar, Programa de Estudos Pós-Graduados eni Educação: Psicologia da Educação -Perdizes - Cep 05014-901 - e-mail: psicopuc@pucsp.br - Fone: 36708152 -Fax: 36708157.
4. Participaram da 1ª etapa da presente pesquisa.
5. Participaram como auxiliares de pesquisa os seguintes alunos do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Psicologia da Educação da PUC-SP: Paula Suzana Gioia, Alessandra Maurutto, Adriana Lourenço Lopes, a quem agradecemos.
6. Alguns cuidados adicionais foram tomados: compararam-se as referências bibliográficas com os textos localizados, afim de verificar a presença de algum texto na bibliografia que, correspondendo ao critério temporal estabelecido, não havia sido localizado; além disso, fez-se um levantamento, por palavras-chave, pela Internet.
7. Os autores propõem esta forma como alternativa a comportamento governado por regras por ser um termo mais geral e evitar controvérsias sobre o que constitui uma regra ..." (p. 97).
Anexo 1. Textos analisados
A - Artigos em periódicos
1. Abib, José Antonio D. A atualidade do livro Verbal Behavior de B.F.Skinner: um comentário. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 10, n. 3, p. 467- 472, 1994.
2. bib, José Antonio D. O contextualismo do comportamento verbal: a teoria skinneriana do significado e sua crítica ao conceito de referência. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 10, n. 3, p. 473487, 1994.
3. Brito, Regina Celia S.; Amorim, Antonio Célio F.; e Fontes, José Carlos S. Consequenciação de respostas corretas e incorretas na solução de um problema sequencial. Psicologia: Teoria e Pesquisa. v. 10, n. 2,p. 167-177, 1994.
4. DeRose, Julio. O livro Verbal Behavior de Skinner e a pesquisa empírica sobre comportamento verbal. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 10, n. 3, p. 495 - 510, 1994.
5. Sant'Anna, Rodolpho C. Uma análise de relatos verbais na primeira pessoa no contexto clínico. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 10, n.3, p.489-494, 1994.
6. Simonassi, Lorismario E.; Oliveira, Cláudio Ivan; e Sanablo, Elisa T. Descrição sobre possíveis relações entre contingências programadas e formulações de regras. Estudos, v.21, n.3/4, p. 97-112, 1994.
7. Baptista, M.Q.G.; e Assis, GJ.A. Treino por consistência de estímulos sem conseqüências diferenciais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v.11, n.3, p. 173-179, 1995.
8. Del Prette, Zilda A.P.; e Del Prette, Almir. Notas sobre pensamento e linguagem em Skinner e Vygotsky. Psicologia: Reflexão e Crítica, v.8, n. 1, p. 147-164, 1995.
9. Lopes Jr. Jair; e Matos, Maria A. Controle pelo estímulo: aspectos conceituais e metodológicos acerca do controle contextual. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v.11, n.11, p. 33-39, 1995.
10. Neves, Sonia M.M. O papel da nomeação na formação de classes de equivalência de estímulos. Temas em Psicologia, v. , n. 3,p. 19-33, 1995.
11. Ribeiro, Antonio F. Relações de equivalência: um novo princípio? Temas em Psicologia, v., n. 3, p. 59- 64, 1995.
12. Simonassi, Lorismario E.; Froes, Adriana C; e Sanablo, Elisa T. Contingências e regras: considerações sobre comportamentos conscientes. Estudos, v.22, n.3/4, p. 189-199, 1995.
13. Barros, Romariz S. Análise do comportamento: da contingência de reforço à equivalência de estímulos. Cadernos de Textos de Psicologia, v. 1, n. 1, p. 7- 14, 1996.
14. Baus, José. A noção de auto-controle em B.F.Skinner: de 1948 a 1989. Revista Psicologia Argumento, ano 14, n. 8, p. 49- 59, 1996.
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16. Tourinho, Emmanuel Z. Behaviorismo radical, representacionismo e pragmatismo. Temas em Psicologia, n.2, p. 41-56, 1996.
17. Carmo, João dos S. Análise dos componentes envolvidos no comportamento de contar: estudos preliminares. Caderno de Textos de Psicologia, v.2, n.1, p. 40-49, 1997.
18. Costa, Carlos Eduardo; Capovilla, Fernando César; e Macedo, Eliseu C. Resolução de problemas em nomos v3.1: i. Efeitos do envolvimento na tarefa sobre as notas e do número de oportunidades de formular hipóteses sobre a formação do learning set. Torre de Babel, v.4, n.2, p. 233-262, 1997.
19. Costa, Carlos Eduardo; Capovilla, Fernando César; e Macedo, Eliseu C. Resolução de problemas em nomos v3.1: II. Formulação de hipóteses como função dos atributos da regra.. Torre de Babel, v.4, n.2, p. 263-293, 1997.
20. Cunha, Ana Cristina B. Promovida aquisição de linguagem funcional em criança deficiente visual: o efeito de um treinamento de mãe em procedimentos de ensino naturalístico. Temas em Psicologia, n.2, p. 33-56, 1997.
21. Haydu, Verônica B.; Andrade, Márcia P.D.; Siqueira, Luciana; Pimentel, Naiene S.; Guilherme, Rosimary L.; e Capovilla, Fernando César. Resolução de problemas aritméticos: analisando a participação de processos verbais e a importância da posição da incógnita. Torre de Babel, v.4, n.2, p. 217-232, 1997.
22. Machado, Lígia M.C.M. Consciência e comportamento verbal. Psicologia USP, v.8,n.2, p. 101-107, 1997.
23. Matos, Maria A.; Peres, Wagner; Hubner, Maria Martha; e Malheiros, RosaH.S. Oralização e cópia: efeitos sobre a aquisição de leitura generalizada recombinativa. Temas em Psicologia, n.1, p. 47-63, 1997.
24. Mcílvane, Willian J.; Serna, Richard W.; e Icledaras, Joanne B. Avaliando a prontidão de indivíduos com deficiências intelectuais severas para tarefas de instrução via computador e de avaliação comportamental. Temas em Psicologia, n.2, p. 15-31, 1997.
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26. Medeiros, José G.; Antonakopoulu, Alexandra; Amorim, Karina; e Righetto, Ana Cláudia . O uso da discriminação condicional no ensino da leitura e escrita. Temas em Psicologia, n.1, p. 23-32, 1997.
27. Pontes, F.A.R.; e Galvão, O.F. Desenvolvimento do seguimento de regras no jogo de peteca (bola de gude). Psicologia: Teoria e Pesquisa, v.13, n.2, p. 231-237, 1997.
28. Simonassi, Lorismário E.; Oliveira, Cláudio Ivan; e Gosch, Cristiane S. Exposição a contingências, conteúdo de instrução e formulação de regras. Psicologia: Teoria e Pesqidsa, v. 13, n. 2, p. 189- 195, 1997.
29. Simonassi, Lorismario E.; Oliveira, Cláudio Ivan; Gosch, Cristiane S.; Silva, André V.; Mujali, Márcio e Souza; Alessandra V. Instruções: efeito sobre solução de problema e formulação de regras. Temas em Psicologia, n. 1, p. 79-92, 1997.
30. Simonassi, Lorismario E. Efeitos de palavras-chave sobre a solução de problemas e regras. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 13, n.2, p. 197-202,1997.
31. Souza, Deisy G.; Hanna, Eleni ce S.; De Rose, Júlio César; Fonseca, Mónica L.; Pereira, Adriana B.; e Sallorenzo, Lúcia H. Transferência de controle de estímulos de figuras de texto no desenvolvimento da leitura generalizada. Temas em Psicologia, n.1, p. 33-45, 1997.
32. Tourinho, Emmanuel Z. Evento privado: função e limites do conceito. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 13, n. 2, p. 203 209, 1997.
33. Maffessoni, Claudia S.E.S.R. Behaviorismo radical: existe explicação para o sentimento amor? Psicologia Argumento, ano 16, n.23, p.79-84, 1998.
34. Santos, Áurea C. S. Análise conceituai do pensamento sob a perspectiva do behaviorismo. Psicologia Argumento, ano 16, n. 22, p. 119-140, 1998.
35. Simonassi, Lorismario E.; Nalini, Lauro Eugênio G.; Barreto, Márcio Q.; e Motta, Flinayana L. Conteúdo instrucional. Estudos, v.25, n.1/2, p. 71-79, 1998.
36. Tunes, Elizabeth; e Simão, Lívia M. Sobre análise do relato verbal. Psicologia USP, v. 9, n. 1, 303- 324, 1998.
B - Textos do livro Sobre o comportamento e cognição - Aspectos teóricos, metodológicos e deformação em análise do comportamento e terapia cognitiva.
Volume 1, 1997
1. Banaco, Roberto Alves e outros. O estudo de eventos privados através de relatos verbais de terapeutas. Cap. 30, p. 289-301.
2. Guedes, Maria Luiza. O comportamento governado por regras na prática clínica: um início de reflexão. Cap. 15, p. 138-143.
3. Hubner, Maria Martha. O que é comportamento verbal? Cap. 14, p. 135-137.
4. Hubner, Maria Martha. Comportamento verbal e prática clínica. Cap. 36, p. 385-394.
5. Hubner, Maria Martha. Conceituação de c.v. e seu papel na terapia, Cap. 28 , p. 277-281.
6. Hubner, Maria Martha. Paradigma de equivalência e suas implicações para a compreensão e emergência de repertórios complexos. Cap. 40, p. 423-430.
7. Jonas, André Luis. O que é auto-regra. Cap. 16, p. 144-147.
8. Malerbi, Fani E.K. Eventos privados: o sujeito faz parte de seu ambiente? Cap. 25, p. 243- 256.
9. Matos, Maria A. e outros. Leitura generalizada: procedimentos e resultados?. Cap. 44, p. 470-487.
10. Matos, Maria Amélia. Eventos privados: o sujeito faz parte de seu próprio ambiente? Cap. 24, p. 230- 242.
11. Matos, Maria Amélia. Introspecção: método ou objeto de estudo para a análise do comportamento. Cap. 20, p. 188-198.
12. DeRose, Júlio C.C.. O relato verbal segundo a perspectiva da análise do comportamento: contribuições conceituais e experimentais. Cap. 17, p. 148-163.
13. Sério, Tereza M.A.P. A concepção de homem e a busca de autoconhecimento: onde está o problema?. Cap. 22, p. 209-216.
14. Simonassi, Lorismário E. Aquisição de consciência como condição para a melhora do desempenho? Cap. 29, p. 282-288.
15. Tourinho, Emmanuel Z. Eventos privados em uma ciência do comportamento. Cap. 19, p. 174-187.
16.Tourinho, Emmanuel Z. O conceito de comportamento encoberto no behaviorismo radical de B.F.Skinner. Cap. 27, p. 267-271.
17.Tourinho, Emmanuel Z. Privacidade, comportamento e o conceito de ambiente interno. Cap. 23, p. 217-229.
Volume 2,1997
18. Andery, Maria Amália. O modelo de seleção por consequências e a subjetividade. Cap. 21, 199-208.
19. Banaco, Roberto A. Fantasia como instrumento de diagnóstico e tratamento: a visão de um behaviorista radical. Cap. 11, p. 115-119.
20. Delitti, Maly. Mudanças do controle por regras falsas para o controle por contingências ou: dê uma chance para as contingências. Cap. 20, p. 182- 187.
21. França, Ana Cristina C. Diferentes abordagens da alfabetização e a análise experimental do comportamento: uma análise preliminar. Cap. 39, p. 333- 338.
22. Meyer, Sónia Beatriz. Sentimentos e emoções no processo clínico. Cap. 21, p. 188-194.
23. Regra, Jaíde A.G. Fantasia: instrumento de diagnóstico e tratamento. Cap. 10, p. 107-114.
24. Rocha, Margarette M. A importância do autoconhecimento dos pais na análise e modificação de suas interações com os filhos. Cap. 15, p. 135-146.
Volume 3,1997
25. Banaco, Roberto A. Auto-regras e patologia comportamental. Cap. 12, p. 81-88.
26. Malerbi, Fani E. K. Discriminação por pacientes diabéticos de estados glicêmicos. Cap. 33, p. 162-276.
Anexo 2. Critérios de classificação.
Anexo 3. Ficha de classificação dos resumos de comportamento verbal (1994-4998)