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Avaliação Psicológica
versión impresa ISSN 1677-0471versión On-line ISSN 2175-3431
Aval. psicol. vol.14 no.2 Itatiba ago. 2015
Respostas de reflexo no Rorschach em distintos níveis de adaptação psicossocial
Reflex responses on the Rorschach and different levels of psychosocial adaptation
Respuestas reflejas del Rorschach en diferentes niveles de adaptación psicosocial
Sonia Liane Reichert Rovinski1, I; Regina Sonia Gattas Fernandes do NascimentoII; Silvana Alba ScortegagnaIII
IUniversidade Federal do Rio Grande do Sul
IIPontifícia Universidade Católica de São Paulo
IIIUniversidade de Passo Fundo
RESUMO
O presente estudo investigou a dinâmica do funcionamento psíquico de indivíduos com traços narcisistas que apresentaram respostas de reflexo no método de Rorschach, mas com diferentes níveis de adaptação. Foram considerados dois homens com idades de 28 e 44 anos, com características sociodemográficas semelhantes, mas com adaptação social diferenciada. Os dados foram extraídos do material do arquivo de uma instituição do Poder Judiciário, cujas avaliações foram realizadas com fins periciais distintos. Os resultados evidenciaram diferenças nas variáveis relacionadas ao controle e tolerância ao estresse, ao ajustamento perceptivo, à autopercepção e à percepção interpessoal. Conclui-se a importância de se considerar a integração das variáveis que compõem esses agrupamentos, as limitações para a descrição e previsibilidade de comportamentos e a necessidade de indicadores externos ao teste para confirmar a validade clínica dos achados em avaliações realizadas no contexto judiciário.
Palavras-chave: psicologia forense; personalidade; medidas projetivas da personalidade.
ABSTRACT
The present study aimed to investigate the dynamics of the psychological functioning of individuals with narcissistic traits that showed reflex responses to the Rorschach method, but with different levels of adaptation. Two men were evaluated, aged 28 and 44, with similar sociodemographic characteristics but with a differentiated history of social adaptation. Data were extracted from archival material of a judicial institution, whose evaluations were performed with different forensic purposes. The results show that to differentiate the adaptive level of reflex responses, it is necessary to take into account the variables of control and stress tolerance, the perceptual adjustment, the self-perception and interpersonal perception. We conclude on the importance of considering the integration of the variables from these clusters, the limitations for the description and predictability of behavior and the need for external references to confirm the clinical validity of the findings to the legal context.
Keywords: forensic psychology; personality; projective measures of personality.
RESUMEN
El presente estudio investigó la dinámica de funcionamiento psíquico de los individuos narcisistas que experimentan respuestas reflejas en el método de Rorschach, pero con diferentes niveles de adaptación. Se consideró dos hombres de 28 años y 44 años, con características sociodemográficas similares, pero con diferente adaptación social. Los datos se obtuvieron a partir de material de archivo de una institución del poder judicial, cuyas evaluaciones se llevaron a cabo con diferentes fines forenses. Los resultados muestran que para diferenciar el nivel de adaptación de las respuestas de reflejo es necesario tener en cuenta las variables del agrupamiento de control y de la tolerancia al estrés, de la mediación, autopercepción y de la percepción interpersonal. Destacamos la importancia de considerar la integración de las variables que conforman estos grupos, las limitaciones para la descripción y previsibilidad de la conducta y la necesidad de prueba externo para confirmar la validez clínica de los resultados en las evaluaciones de contexto jurídicos.
Palabras-clave: psicología forense; la personalidad; medidas proyectivas de la personalidad.
No Sistema Compreensivo do Rorschach, a presença de respostas de Reflexo (rF, Fr) foi observada por Exner desde seus primeiros trabalhos, sendo, inicialmente, identificada com mais frequência em grupos específicos, como homossexuais e agressores, e associada ao narcisismo. Ao longo do desenvolvimento das pesquisas, com a construção do índice de egocentrismo, sua interpretação passou de uma relação específica e pontual ao narcisismo para um conceito mais amplo relacionado ao nível de preocupação que um indivíduo dirige a si mesmo, de autocentrismo (Gacono & Meloy, 1994).
Para Exner (2003), as respostas de reflexo são associadas a traços narcisistas em razão da autovalorização exagerada, mas essa relação ficaria vinculada apenas à questão da valorização pessoal, sem relação com outras concepções do termo, mesmo em psicologia. Assim, afirma que a presença isolada de respostas de reflexo não pode ser interpretada a priori como sinal da existência de patologia mental, mas apenas como uma falta de maturidade no equilíbrio saudável entre a preocupação do sujeito com sua própria integridade e a dos outros.
Dados normativos das respostas de reflexo no método de Rorschach podem variar conforme a cultura e as condições socioeconômicas. Na amostra americana, tais dados se apresentam com uma média de 11% (Exner, 2003), enquanto que no Brasil a média chega quase a 30% , com diferenças estatisticamente significativas quanto aos níveis socioeconômicos, com ausência nas classes menos favorecidas (Nascimento, 2010). Exner, Weiss, Coleman, e Rose (1979) encontraram variações na incidência das respostas de reflexo em grupos ocupacionais específicos. Citam, por exemplo, a presença de respostas de reflexos em 29% de protocolos de pessoas do clero, e em 24% de cirurgiões ou residentes de cirurgia, podendo chegar a 36% em pessoas ligadas a atividades artísticas sem presença de história de doença psiquiátrica.
Weiner (2003) descreve as pessoas que apresentam respostas de reflexo como egocêntricas, que superestimam seus próprios atributos, têm senso inflacionado de sua própria importância, tendem a ser egoístas, arrogantes, voltadas para a autogratificação e que priorizam suas próprias necessidades e interesses em detrimento dos outros. Sugere a possibilidade de separar o grupo de pessoas que referem respostas de reflexo em narcisistas simpáticos e narcisistas perniciosos. No primeiro caso, os indivíduos seriam capazes de externalizar interesse genuíno pelos outros, tendo melhor adaptação em atividades ocupacionais que exijam condutas de atrair a atenção das pessoas e de manter-se em evidência, conquistando a admiração dos outros. No segundo caso, os narcisistas perniciosos mostram-se muito mais irritadiços e arredios, com escasso interesse pelos outros. A história de vida reflete distanciamento interpessoal, falta de vínculos significativos, orientação mais competitiva do que cooperativa e uma hostilidade em explorar e manipular o outro, sem remorso ou arrependimento, estruturas de funcionamento psíquico que indicariam a presença de traços antissociais. Propõe que a distinção entre os dois grupos seja feita por meio de índices de adaptação interpessoal encontrados nos protocolos.
Apesar da preocupação dos autores (Exner, 2003; Weiner, 2003) em não relacionar a priori patologia psíquica à presença de respostas de reflexo, há uma prevalência de estudos científicos, principalmente no contexto forense, que apontam para essa associação em detrimento daqueles que abordariam os aspectos adaptativos dos indivíduos com esse tipo de indicadores. Nezworski e Wood (1995) salientam que um aumento no número de respostas de reflexo tem sido associado a grupos com diagnóstico de narcisismo e psicopatia. Os autores destacam o trabalho de Berg (1990), segundo o qual as respostas de reflexo diferenciam grupos de indivíduos com transtorno de personalidade narcisista daqueles de tipo borderline, e o trabalho de Watson e Pantle (1993), que constatou associação entre o aumento das respostas de reflexo no Rorschach com resultados altos na escala 5 do Inventário Millon de Estilos de Personalidade para Adolescentes, o que sugeriria traços narcisistas.
Estudos internacionais com presidiários, no entanto, mostram que esta relação entre psicopatia e respostas de reflexos pode não ser encontrada (Franks, Sreenivasan, Spray, & Kirkish., 2009), e, por vezes, mantém apenas associação com condutas agressivas, sem discriminar o tipo de agressão cometida nem o nível de psicopatia nos sujeitos da amostra (Bridges, Wilson, & Gacono, 1998; Gacono, Meloy, & Bridges, 2000; Gacono, Meloy, & Haven, 1990; Loving & Russel, 2000; Young, Justice, & Edberg, 2010). Nessa mesma linha de pesquisa, em um estudo de metanálise da discriminação de prisioneiros psicopatas daqueles não psicopatas pela presença de respostas de reflexo no Rorschach, não foram encontradas diferenças significativas para a população adulta, com apenas baixa correlação, sem significância estatística, em grupos de adolescentes (Wood et al., 2010). Em estudos brasileiros também não se confirmou a presença significativa de respostas de reflexo em perpetradores sexuais (Pasqualini-Casado, Vagostello, Villemor-Amaral, & Nascimento, 2008; Scortegagna & Amparo, 2013; Scortegagna & Villemor-Amaral, 2013).
A reduzida consistência entre os diferentes resultados de pesquisas que relacionam as respostas de reflexo no Rorschach com desvios no comportamento adaptativo, pode ser explicada tanto por questões de ordem teórica e metodológica na escolha e no número de participantes, quanto em relação à limitação do próprio instrumento (Gacono, Loving & Bodhold, 2001). Independentemente das causas, as limitações levam os autores a se posicionar quanto à impossibilidade de relacionar as respostas de reflexo, a priori, à patologia ou à inadaptação (Exner & Sendín, 1999). Para Gacono e Meloy (1994), assim como a relação do construto teórico do narcisismo e da psicopatia deve ser compreendido em um contínuo, em que o criminoso representaria uma variante severa do narcisismo, a avaliação das respostas de reflexo também deveria considerar a possibilidade de níveis de patologia, em que a interpretação das respostas levaria em conta a análise de sua estrutura, sequência e conteúdo.
Exner (2003) apregoa que a interpretação de um protocolo de Rorschach pelo Sistema Compreensivo deve considerar sempre a integração de todos os dados disponíveis, divididos em três grandes grupos: o sumário estrutural, a sequência dos escores e as verbalizações. Ainda que o instrumento ofereça dados normativos diferenciados para grupos de indivíduos não pacientes e para grupos psiquiátricos, exige que a cada levantamento de um protocolo se adapte os achados de um indivíduo em uma integração única que envolva cada grupo de variáveis representativas das diferentes áreas da personalidade (sumário estrutural), além do estudo do conteúdo das verbalizações e do comportamento do indivíduo na testagem. Neste sentido, a abordagem nomotética e idiográfica devem sempre caminhar juntas.
A aplicação do Rorschach na prática forense acentua a necessidade constante de adaptação dos dados de pesquisa intragrupos para sua utilização na avaliação idiográfica. Para Ruiter (2008), diagnósticos apresentados em relatórios forenses exigem maior segurança quanto à validade dos achados, principalmente porque podem embasar tomadas de decisão relacionadas aos diretos fundamentais da pessoa. Considerando essa preocupação com a validade dos dados do Rorschach, a necessidade constante de adaptar seus indicadores a dados de realidade e outros tipos de informes, pretende-se discutir e relacionar as diferenças na dinâmica das variáveis na busca de distinguir a adaptação psicossocial de indivíduos que se encontram no contexto forense e apresentam, em comum, elevado número de respostas de reflexo em seus protocolos.
Método
Foram utilizados os protocolos do Rorschach no Sistema Compreensivo (Exner, 2003) de dois homens com 28 e 44 anos de idade, com condições socioeconômicas semelhantes e adaptação social diferenciada, provenientes do material de arquivo do setor de Psicologia de uma instituição do Poder Judiciário. A escolha dos protocolos, denominados de Caso 1 e Caso 2, deu-se pela presença de respostas com determinante de reflexo (Fr + rF).
Caso 1.
O participante tem 28 anos de idade, é solteiro, funcionário público, com nível socioeconômico médio e escolaridade de nível superior. A demanda de avaliação pericial deu-se por se candidatar ao cargo de juiz. É o filho mais jovem de uma prole de três, seus pais são funcionários públicos aposentados. Vive com os pais, refere bom relacionamento familiar, caracterizando os pais como religiosos e identificando-se com sua espiritualidade. Descreve-se como mais tímido na adolescência, mas com grupo de amigos e prática de esportes. Trabalha como servidor público desde o terceiro ano da faculdade, quando diz ter adquirido sua independência financeira. Foi aprovado no concurso para Procurador Federal, mas tem preferência pelo exercício da magistratura. Tem uma namorada há cinco anos e pretende casar-se com ela. Nega doença mental na família. Após avaliação psicológica e psiquiátrica, foi considerado apto para a função de juiz, não sendo detectados sintomas psicopatológicos.
Caso 2.
O participante tem 44 anos de idade, é separado, comerciante, com nível socioeconômico e escolaridade de nível médio. A demanda de avaliação pericial deu- -se pela conduta inadequada no cuidado de suas filhas menores, caracterizada por negligência e maus-tratos físicos. Foi avaliado também por psicólogo e psiquiatra, sendo que este, em entrevista diagnóstica clínica, identificou traços do tipo antissocial. É o mais moço de dois filhos. Refere ter concluído o ensino médio após uma repetência por falta de interesse pelo estudo. Relata que chegou a cursar a faculdade de administração até o último semestre, mas não concluiu devido ao envolvimento com o trabalho. Começou a trabalhar aos 15 anos, ajudando o pai em seu negócio. Saiu para abrir sua própria atividade comercial, adquirindo sua independência financeira aos 23 anos. Nos últimos três anos dedica-se a organizar expedições a lugares inóspitos. Gosta de esportes radicais. Desde sua juventude refere três ligações afetivas mais significativas, sendo de oito anos a mais longa. O processo judicial iniciou após a separação do casal, em decorrência das denúncias de maus-tratos e negligência em relação às filhas nos períodos de visita. Uma das denúncias diz respeito a ter fraturado o membro superior de sua filha quando ela estava com três meses, além de ocasionar hematomas em seu rosto. Também são descritas condutas mais violentas de sua parte pela equipe técnica da creche ao visitar suas filhas. Ao justificar suas ações, diz ser mal interpretado ou ter agido de forma mais descuidada. Nega uso de álcool ou outras drogas. Faz em psicoterapia há um ano.
Procedimentos
Os casos foram selecionados do arquivo de dados do setor de psicologia de uma instituição do Poder Judiciário por preencherem os critérios para o estudo, ou seja, a presença de respostas de reflexo no método de Rorschach (Sistema Compreensivo). Os protocolos foram codificados, separadamente, por duas das autoras. As divergências foram discutidas e resolvidas por consenso. Todos os cuidados éticos inerentes a estudos que utilizam banco de dados foram tomados. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Passo Fundo (CEP/UPF), do Estado do Rio Grande do Sul, sob protocolo de número 230.980, datado em 27 de março de 2013.
Análise de Dados
Considerando o caráter qualitativo exploratório, com delineamento de estudos de casos múltiplos cruzados, foi realizada análise clínico-descritiva e comparativa de achados, baseada na compreensão dinâmica dos casos, pela síntese de indicadores cruzados (Yin, 2005). Essa técnica permite que seja feita a comparação de dados de casos individuais, buscando aspectos comuns ou de diferenciação. As categorias de análise foram aquelas que compõem o sumário estrutural do protocolo de avaliação do Rorschach pelo Sistema Compreensivo (Exner, 2003). As variáveis do sumário estrutural foram relacionadas entre os dois casos, considerando os valores normativos do Rorschach para a população brasileira, conforme descrito por Nascimento (2010). Assim, a análise dos dados foi realizada, primeiramente, de forma integrativa para cada caso por agrupamento de variáveis, para, posteriormente, serem discutidas as diferenças da dinâmica dos agrupamentos, fundamentadas nos aportes da literatura pertinente.
Resultados
Quando a presença de respostas de reflexo é a variável chave para os procedimentos de interpretação, a estratégia de análise deve partir do estudo da autopercepção e da percepção interpessoal (Exner, 2003). Na Tabela 1 encontram-se os resultados das variáveis desses dois grupamentos.
A autopercepção oferece informações sobre como as pessoas se percebem e constituem suas percepções relacionadas à autoimagem e autoestima (Exner & Sendin, 1999). Nessa área da personalidade, os dois casos estudados apresentam respostas de reflexo, indicando tendência a superestimar o valor pessoal, com funcionamento do tipo narcisista (Exner, 2003). No Caso 1, no entanto, os traços narcisistas estão associados, de maneira pouco usual, com nível médio no índice de egocentrismo (0,38) e presença elevada de indicadores de autocrítica (FD=2, SumV=1 e MOR=7).
Esses dados sugerem um indivíduo com tendência excessiva à crítica pessoal que, no momento da avaliação, encontra-se com sentimentos importantes de desvalia, questionando seu valor pessoal. Esses dados são compatíveis com pessoas que possuem elevada autoestima e se encontram em uma situação de avaliação pessoal por terceiros, como, no caso, a seleção para juiz. A desvalia associada a pressões externas fica ainda mais evidenciada na constelação da hipervigilância positiva (HVI=6), que sugere exacerbada preocupação por parte do indivíduo frente a ameaças do meio externo, com a presença de sentimentos de vulnerabilidade e desconfiança (Exner, 2003).
No Caso 2, de modo diferente, os traços narcisistas encontram-se associados a um resultado elevado no índice de egocentrismo (0,95) bem como a uma autocrítica negativa aumentada (SumV=4) e preocupação moderada com o corpo (An+Xy=2). Observa-se, nesse caso, que a atividade de introspecção apresentada é mais crítica e menos produtiva para uma autoavaliação que possa levar a mudanças de conduta.
Para Weiner (2003), essa associação aparentemente contraditória (presença de reflexos e V) foi encontrada com certa frequência em estudos com presidiários psicopatas. A interpretação prevê que essas pessoas estão aborrecidas consigo mesmas por terem permitido o aprisionamento. A autocrítica negativa, nesses casos, mostra-se vinculada a fatores situacionais. Essa dinâmica se mostra compatível com o sujeito do Caso 2, que responde por acusações de maus-tratos a suas filhas em um processo judicial. Podese, assim, aventar que esse resultado demonstra mais um descontentamento temporário consigo mesmo, por não ter conseguido evitar a situação de avaliação pericial, ainda que também não se possa excluir a influência do processo psicoterapêutico que vinha desenvolvendo há um ano.
A comparação das respostas de conteúdo humano indica que, no Caso 1, há valores mais elevados dessas respostas do que no Caso 2, além da predominância de respostas (H) e (Hd). Esses dados sugerem que, no primeiro caso, há maior preocupação com o contato interpessoal, e as distorções parecem derivar pelo uso predominante da fantasia nessas relações. O segundo caso caracteriza-se mais pelo retraimento social (Exner & Sendín, 1999).
A área da percepção interpessoal informa sobre o modo como o indivíduo percebe e se relaciona com os outros. Conforme argumenta Exner (2003), o estudo dessa área deve iniciar pela análise das constelações que se mostraram positivas: no Caso 1, para HVI, e, no Caso 2, para CDI. Tanto uma como a outra resultam em dificuldades para o contato interpessoal, mas com origens diferentes. Enquanto, no primeiro caso, se observa um indivíduo desconfiado, que mantém maior distanciamento por perceber os outros como possível ameaça à sua imagem ou integridade; no segundo, as dificuldades de relacionamento encontram-se relacionadas à maior imaturidade psíquica, com padrões crônicos de inadaptação para estabelecer e manter relações sociais. Neste último caso, o participante tende a agir, cronicamente, de forma inadequada e ineficiente nas relações com os demais.
Para Weiner (2003), quando o CDI se associa com baixo resultado da experiência efetiva (EA=2,5 no Caso 2), o padrão de inadaptação se intensifica pela limitada competência psicológica, cuja inabilidade afeta diversos aspectos da vida, provavelmente com poucos êxitos no sentido educacional, ocupacional e nas relações interpessoais. Essa diferenciação quanto à origem das dificuldades interpessoais parece discriminar claramente as histórias dos indivíduos estudados, resultando no Caso 2 em uma história de maior instabilidade nas relações afetivas significativas e menor desempenho na área educacional.
Outras variáveis do agrupamento das relações interpessoais sugerem, no Caso 2, menor interesse pelo contato interpessoal (Sum H=3) e percepção do outro limitada (H< (H)+Hd+(Hd)). O índice de isolamento é alto (0.37), sugerindo tendências mais isolacionistas e pouco gregárias (COP=0 e AG =0). No Caso 1, apesar de alguns dos elementos se repetirem, não ocorre o mesmo nível de dificuldade de relacionamento. Há uma maior procura de contato com o outro (Sum H=11 e COP=1) e maior fonte de recursos para lidar com situações de estresse (EA=10), apesar de manifestar uma postura mais passiva, com tendência a deixar para os outros a tomada de decisão (a:p=5:10) (Exner, 2003). A falta de habilidade para o contato com o outro e para lidar com as demandas sociais remete à análise das variáveis pertinentes ao grupamento do controle e tolerância ao estresse, esses resultados encontram-se na Tabela 2.
A diferença entre a nota D e Adj D ocorre apenas no Caso 1, e indica a interferência de fatores de estresse situacional na adaptação psicossocial (Exner, 2003). Mesmo assim, há elementos identificadores de boa capacidade de adaptação, com tolerância ao estresse (nota D=-1, nota Adj D=0 e CDI=3). Há recursos psíquicos, sendo os fatores de estresse situacionais manifestados mais por pensamentos intrusivos do que de por desordem emocional (m=5). No segundo caso, as limitações de adaptação, além de se mostrarem constantes e resultarem, principalmente, de demandas do mundo interno com que o sujeito não consegue lidar (D e Adj D=-2), ocorrem em um nível mais significativo, acompanhado por sentimentos de desvalia, ansiedade, tensão e desconforto (Sum C=2, Sum V=4). Tem, ainda, como agravante, a baixa presença de recursos para o enfrentamento das situações de estresse (EA=2,5), acarretando na possibilidade de respostas impulsivas à demanda. As variáveis relacionadas à área dos afetos encontram-se especificadas na Tabela 3.
Na Tabela 3, verifica-se, em ambos os casos, o Índice de Depressão positivo (DEPI=5), sendo, no Caso 2, associado à presença do Índice de Déficit Relacional positivo (CDI=5). Esses dados geram hipóteses diferenciadas para cada um dos participantes. No primeiro caso, pode-se inferir a presença de uma organização de personalidade que passa por recorrentes períodos de desorganização afetiva, com a manifestação de tensão, depressão e ansiedade, mas apenas no Caso 2 tal manifestação de sintomas pode ser relacionada às dificuldades decorrentes do constante desajuste social, sugerindo situação de desamparo persistente (Exner, 2003; Weiner, 2003).
Os afetos, que caracterizam o sofrimento atual no Caso 1, mostram-se sob controle, evidente mais por variáveis que assinalam sentimentos de impotência frente a demandas situacionais (SumY=3). No Caso 2, as elevações dos escores das variáveis indicam a presença de estresse emocional e afeto desconfortável já em nível crônico e desadaptativo (SumSH>FM+m=7:2) (Weiner, 2003). A discriminação dos afetos negativos presentes salienta principalmente a autocrítica negativa (SumV=1) e a tendência à disforia (C=2). Por dificuldades no manejo desses sentimentos, tende a inibi-los, gerando maior irritabilidade no afeto e, em longo prazo, manifestações do tipo somático (An+Xy) (Exner, 2003).
No Caso 1, apesar de as variáveis indicarem expressão mais controlada do afeto, ele se mostra também imaturo e instável nas relações interpessoais. A defesa psíquica mais utilizada é a intelectualização, que, associada a dificuldades importantes na capacidade de vivenciar sentimentos negativos (CP=3), gera vínculos superficiais e, às vezes, manifestações inapropriadas de afeto. A instabilidade maior quanto aos afetos negativos está associada ao nível elevado de hostilidade interna que experimenta (S=5), ainda que esse dado possa estar mais acentuado em razão da circunstância de avaliação, como forma de resistência e oposição à situação (Exner, 2003; Exner & Sendin, 1999).
Por fim, será discutida a eficiência das capacidades cognitivas dos indivíduos pela análise da tríade cognitiva, formada por processamento da informação, capacidade para mediação e ideação. Os resultados estão discriminados na Tabela 4.
No processamento da informação, buscam-se as variáveis que descrevam a capacidade do indivíduo para a incorporação eficiente dos dados da realidade. A comparação dos casos mostra que eles se diferem de forma importante quanto ao esforço empregado na apreensão dos dados de realidade. Enquanto o Caso 2 mostrou esforços de acordo com a média brasileira (Zf=8), o Caso 1 empenhou- se de forma exagerada na análise do campo de estímulo (Zf=31), verificando-se ainda a presença de um número excessivo de respostas globais (W=31) em relação às respostas de detalhe comum (D=7), o que pode levar a dificuldades no manejo das questões mais práticas do cotidiano, além da presença de indicador de falta de flexibilidade para mudança do foco de atenção (PSV=1). Estes indicadores devem ser considerados com cuidado, na medida em que pessoas em situação de concurso se esforçam em apresentar alta capacidade de produção.
Na área da mediação, o uso apropriado da forma (XA% , WDA% e X+% ) mostrou-se melhor no Caso 2, mas em ambos os participantes todos os resultados encontram-se nos parâmetros da média esperada para a população brasileira, não se identificando a presença de prejuízos na capacidade de leitura da realidade. No Caso 1 encontraram-se respostas de movimento humano com qualidade formal menos (M-=3) e de respostas de espaço com qualidade formal menos (S-=2), que além de diferenciá-lo da média brasileira, salienta dificuldades de relacionamento interpessoal e de interferência de sentimentos de hostilidade na apreensão da realidade. Para Weiner (2003), quanto maior o número de M- em um protocolo, maior a probabilidade da presença de graves dificuldades de ajustamento atribuídas, em parte, à percepção inadequada de pessoas e interações sociais.
Na ideação, agrupamento em que são analisados os processos de conceitualização, os dois casos apresentaram estilos de apreensão da realidade diferenciados (Caso 1 introversivo e Caso 2 ambigual), sem rigidez quanto ao estilo de vivência (EBPer). Não foi observado o uso da forma de modo excessivo que pudesse caracterizar um estilo evitativo (Lambda). Todavia, o Caso 1 diferencia- -se do Caso 2 por usar de maneira excessiva a fantasia (Ma< Mp). De acordo com Weiner (2003), sujeitos com esse tipo de respostas preferem pensar em como os outros poderiam resolver os problemas em seu lugar, em vez de agir na situação concreta. São pessoas que tendem ao devaneio, o que pode prejudicar o bom ajustamento social. O uso do pensamento em exagero (Caso 1) compõe também defesas frente aos afetos indesejáveis, com uso intenso de intelectualização.
A presença da constelação DEPI e respostas do tipo MOR em ambos os casos indica um viés mais pessimista no pensamento (Exner & Sendín, 1999). Os escores críticos aparecem apenas no Caso 2 (DR2=1), com um resultado que não o distingue da média brasileira, mas sugere (por ser de nível 2) falta de controle da impulsividade ideativa e divagações inconsistentes frente à tarefa. Conforme Exner e Sendín (1999) o nível 2 desse tipo de resposta geralmente está associado a interferências da área emocional sobre o pensamento.
Discussão
A comparação das variáveis demonstra que os indivíduos analisados não apresentam apenas a tendência a superestimar seu valor pessoal como ponto em comum. Da mesma forma, possuem características semelhantes quanto a serem imaturos para o relacionamento social, terem dificuldades para uma aproximação afetiva estável, além de possuírem vivência atual de sofrimento psíquico causado por excessiva autocrítica.
No entanto, é no estudo das diferenças das variáveis do protocolo que se pode chegar à especificidade de cada caso e avaliar de forma diferenciada a dinâmica das dificuldades para adaptação psicossocial que, a princípio, parecem identificar cada um deles (Exner, 2003). Nos casos analisados, consideraram-se como mais importantes para a diferenciação dos indivíduos as variáveis relacionadas à autopercepção (associadas à origem dos traços de egocentrismo), à percepção interpessoal e, principalmente, à capacidade de enfrentamento do estresse quando confrontados com a situação específica de vida de cada um deles.
No Caso 1 encontra-se um homem em uma situação de concurso extremamente exigente, que passa a ser questionado constantemente quanto às suas capacidades pessoais. Seus resultados nas variáveis da autopercepção, apesar de mostrarem a presença de traços narcisistas (Fr, rF), indicam nível médio no índice de egocentrismo, resultado pouco usual em pessoas com autoestima elevada que têm seus méritos questionados. Nesse caso, este indivíduo não parece necessitar compensar a pressão situacional, decorrente da avaliação crítica externa, por uma maior elevação no valor de sua autoimagem. Mesmo assim, apresenta sentimentos de desvalia e sofrimento (MOR) pela autocrítica intensa (3FD, 1SumV).
No Caso 2 ocorre um processo inverso, há uma predominância de respostas vista (SumV) associadas a sentimentos de desvalia (MOR), com necessidade de compensar possível autoimagem desvalorizada com sentimentos de autoestima excessivamente elevados. Esse resultado muito elevado no índice de egocentrismo não é o esperado para uma pessoa que se encontra sob investigação do judiciário, quando pode perder o direito de visitas. Supõe-se, portanto, que tal resultado seja derivado do uso de mecanismos de negação.
Na área da percepção interpessoal, as dificuldades de cada um também se apresentaram de modo diferente. O participante do Caso 1 possui um número mais significativo de respostas de conteúdo humano, porém elas não lhe conferem maior predisposição ao contato interpessoal nem relações livres de conflitos (Hd>H). Tal característica é justificada por seus traços de hipervigilância (HVI positivo), que o levam a suspeitar das pessoas e a buscar o constante contato para maior controle da ameaça percebida.
Em relação às dificuldades para a percepção do outro, que foram encontradas em ambos os casos, observou- se que, no primeiro, essa dificuldade estaria relacionada mais ao uso intenso da fantasia, enquanto que, no segundo, a um maior retraimento social decorrente de padrões desadaptativos crônicos de relacionamento. A presença da constelação CDI no Caso 2 reforça esse entendimento. Essa constelação, associada à história crônica de dificuldades em manter e estabelecer vínculos afetivos estáveis, foi confirmada por sua história. O Índice de Déficit Relacional (CDI) implica, também, a compreensão das variáveis do afeto, sugerindo que seus sentimentos de irritabilidade, tensão e ansiedade ultrapassam as questões situacionais da avaliação.
Por fim, a última e talvez a área de maior importância para distinguir os dois casos avaliados foi a a tolerância ao estresse. No Caso 1, verifica-se uma situação mais compatível com os dados de realidade do indivíduo, com a presença de indicadores de estresse situacional importante (situação de avaliação do concurso). No Caso 2, apesar de o indivíduo também estar vivenciando uma situação importante de estresse familiar, com a possibilidade de perder o direito de visita às filhas, não se encontrou evidência de estresse situacional nas variáveis do protocolo. De modo contrário, o indivíduo apresentou apenas indicadores de estresse crônico que resultam da falta de recursos psíquicos para lidar com as demandas internas, relacionadas com sentimentos de irritabilidade e tensão.
Os resultados da nota D e Adj D são igualmente importantes para a avaliação da adaptação ao entorno social. No primeiro caso, a nota D (-1) foi inferior ao Adj D (0), que reflete estresse situacional e dificuldades de manejo, mas também indica melhores potencialidades em situações mais estáveis. Deve ser valorizado, ainda, nesse indivíduo, o nível de recursos deliberados para o enfrentamento de situações mais estressantes (EA=10). No segundo caso, a situação se mostra bem diferente. Não há discrepâncias entre as notas D e Adj D (-2), apontando ser o nível de equilíbrio habitual. Da mesma forma, seu nível adaptativo é bastante limitado, com baixo nível de recursos potenciais para responder às demandas (EA=2,5), resultando em vulnerabilidade crônica à impulsividade ideativa ou afetiva (Exner & Sendín, 1999).
Os trabalhos de pesquisa mostram que as respostas de reflexo em um protocolo indicam a presença de características narcisistas de personalidade, com a tendência de o indivíduo superestimar seu valor pessoal. No contexto forense, ainda que essas respostas sejam frequentemente associadas a transtornos de personalidade com padrões desadaptativos para as relações interpessoais, não podem de forma isolada explicar o nível de adaptação de um determinado indivíduo nem possíveis ações negativas que ele possa exercer. Outras variáveis devem ser associadas em uma dinâmica única para que se possa explicar a conduta.
Nesse estudo, pode-se observar que algumas das variáveis do sumário estrutural tiveram importância na descriminação dos protocolos. De modo especial, as variáveis do agrupamento de controle e tolerância ao estresse, da autopercepção e da percepção interpessoal influenciaram na compreensão e diferenciação dos casos, indicando a melhor tendência à adaptação, em diversas situações, do Caso 1 em relação ao Caso 2.
A comparação de protocolos de Rorschach da prática forense com elevado número de respostas de reflexo, mas em sujeitos com histórias diferenciadas de adaptação social, confirma não só a importância de se considerar a integração das variáveis para a compreensão do comportamento como a necessidade da presença de indicadores externos à avaliação psicológica para confirmar a validade clínica dos achados.
A abordagem metodológica utilizada não pretende e nem permite a extrapolação direta das dinâmicas apresentadas para outros casos, pois em situações diversas podem ser outras composições de agrupamento de variáveis que venham a contribuir para a compreensão de significados dos resultados frente à investigação proposta. Em estudos idiográficos, a configuração única de cada protocolo é fundamental, bem como a análise de condições específicas de vida.
Ainda que os resultados aqui apresentados não possam ser generalizados e sejam limitados aos estudos de caso descritos, trazem contribuições a serem consideradas no momento da realização da interpretação dos dados. A apresentação clínico-descritiva das relações entre os agrupamentos de variáveis de forma a justificar a discriminação dos dois casos trouxe para discussão não só o raciocínio clínico exigido na abordagem idiográfica como, também, o alerta aos profissionais sobre o cuidado nas inferências sobre possíveis comportamentos, adaptativos ou não adaptativos, a partir de variáveis isoladas do Rorschach, como aquelas de respostas de reflexo focalizadas nesse artigo. Estudos para a construção de dados nomotéticos são essenciais para a fundamentação das inferências feitas nos casos individuais com as referidas variáveis, necessitando que se discuta a forma de aplicá-los na prática profissional. O presente estudo busca alertar para essa necessidade, procurando estimular a continuidade da linha investigativa em estudos de caso, em outros contextos e para diferentes fins.
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recebido em junho de 2014
1ª reformulação em setembro de 2014
2ª reformulação em janeiro de 2015
aprovado em abril de 2015
Sobre os autores
Sonia Liane Reichert Rovinski: é Psicóloga, possui Doutorado em Psicologia pela Universidade de Santiago de Compostela. Atualmente realizando estágio pós-doutoral junto ao GEAPAP- UFRGS, com pesquisa sobre instrumentos de avaliação na área forense.
Regina Sonia Gattas Fernandes do Nascimento: é Psicóloga, possui Doutorado em Psicologia Clínica (PUC-SP, 1993). Atualmente é professora associada da Faculdade de Psicologia da PUC-SP.
Silvana Alba Scortegagna: é Psicóloga, possui doutorado em Psicologia, pela Universidade São Francisco. Atualmente é professora Titular III do Curso de Psicologia e dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Envelhecimento Humano e, em Administração, da Universidade de Passo Fundo.
1Endereço para correspondência: R. Cleveland, 161, 90850-240, Porto Alegre-RS. Tel.: (51) 9155-9108. E-mail: soniarovinski@terra.com.br