Saúde Mental é um conceito amplamente investigado no campo das ciências humanas e da saúde. Ta l conceito sofreu ampla modificação na forma como é compreendido ao longo da história, e por isso suas definições podem variar, por vezes focando mais na ausência de sintomas e outras no bem-estar integral das pessoas (Ferreira, 2021; World Health Organization[WHO], 2022). Mas, acima disso, entende-se a saúde mental como um direito humano básico, que influencia a forma como as pessoas agem, pensam, sentem e se relacionam, implicando em consequências relevantes para toda a comunidade e sistemas onde o ser humano está inserido (WHO, 2022).
A saúde mental das pessoas idosas ainda recebe menos foco de estudos científicos (Frank & Rodrigues, 2016) e menor provisão de serviços especializados (WHO, 2022). Isso gera pior acesso das pessoas mais velhas a intervenções promotoras de saúde mental, além de lacunas na literatura sobre quais fatores podem favorecer melhores indicadores de saúde mental.
Há evidências na literatura de que sexo e idade se relacionam a desfechos em saúde mental. Mulheres apresentam maiores chances do que os homens de desenvolver sintomas de solidão (Beutel et al., 2017) e depressão (Zenebe et al., 2021). Além disso, as pessoas mais velhas apresentam maior risco para o desenvolvimento de sintomas depressivos (Zenebe et al., 2021). A saúde física também pode impactar a saúde mental de pessoas idosas. Já se identificou que indivíduos com pior estado funcional tendem a apresentar menor satisfação com a vida (Babić et al., 2022; Fhon et al, 2022; Kalir et al., 2023). Há, ainda, evidências de que a autopercepção de saúde pode atuar como variável mediadora nas relações entre medidas objetivas de saúde (número de morbidades, fragilidade, status cognitivo) e níveis de satisfação com a vida. Uma melhor avaliação da saúde prediz níveis maiores de satisfação com a vida, mesmo quando a pessoa idosa apresenta problemas físicos de saúde (Tyler et al., 2023).
Além desses, a contribuição de outros fatores também já foi identificada sobre a saúde mental de pessoas idosas. A solidão pode atuar como variável preditora de sintomas de depressão (Beutel et al., 2017; Santini et al., 2020) e maiores níveis de depressão predizem menores níveis de satisfação com a vida em pessoas idosas (Predebon et al., 2021).
Outro construto que vem mostrando contribuir para a compreensão da saúde mental das pessoas idosas é a prática de atividades prazerosas (PAP). Tais atividades podem ser definidas como o envolvimento em eventos que geralmente trazem sentimentos positivos para a pessoa, avaliada por dois parâmetros: frequência em atividades potencialmente agradáveis e nível de prazer experimentado ao participar da atividade (Rider et al., 2016). As atividades prazerosas podem ocorrer nos domínios: 1. atividades sociais e de competência, que incluem atividades de socialização e atividades em que a pessoa pode expressar seu senso de competência; 2. atividades contemplativas, que geralmente a pessoa realiza sozinha, de cunho mais introspectivo; 3. atividades práticas, que envolvem atividades domésticas e de envolvimento na comunidade; e 4. atividades intelectuais, que compreendem leitura e escrita, tais como ler revistas ou fazer palavras-cruzadas (Ferreira & Barham, 2017).
A PAP indicou relacionar-se com maior bem-estar subjetivo (Ferreira & Suzuki, 2022; Newman & Zainal, 2020), e menores níveis de solidão e depressão (Ferreira & Casemiro, 2021) em pessoas idosas brasileiras. No entanto, ainda não foram investigados os efeitos da PAP em indicadores de saúde mental, quando controlados os efeitos das variáveis sociodemográficas, de saúde e psicológicas. Por isso, o objetivo do presente estudo foi investigar se a frequência em tipos distintos de atividades potencialmente prazerosas prediz desfechos positivos e negativos em saúde mental, após o controle de variáveis sociodemográficas, de saúde e psicológicas.
Método
Participantes
Adotando-se fórmula proposta por Callegari-Jacques (2003) para população conhecida e grau de confiança de 90%, erro máximo de estimativa de 0,05 e distribuição homogênea das variáveis investigadas (proporção 85/15), chegou-se a um tamanho amostral de no mínimo 138 idosos. Efetivamente, participaram do estudo 156 pessoas idosas não institucionalizadas, residentes do município de Uberaba, no interior de Minas Gerais, escolhidas por conveniência.
A idade média dos participantes foi de 69,72 anos (DP=6,77), variando de 60 a 88 anos. A maioria era do sexo feminino (83,3%), casados (38,5%) ou viúvos (34%) e 85,3% da amostra tinha algum nível de escolaridade, sendo capaz de, pelo menos, ler e escrever. Todos os participantes atingiram pelo menos a pontuação mínima no Miniexame do Estado Mental (MEEM) de acordo com sua escolaridade (Brucki et al., 2003), indicando que contavam com capacidade cognitiva para responder aos instrumentos.
Instrumentos
Foram utilizados um questionário e escalas para avaliar as variáveis psicológicas de solidão, depressão e satisfação com a vida e as vivências de atividades prazerosas.
O questionário sociodemográfico acessou as variáveis idade e sexo, além de uma pergunta sobre autoavaliação de saúde. A pergunta foi “Em geral, você diria que a sua saúde é?”, com as opções de resposta em escala tipo Likert de 5 pontos, variando entre 1- excelente a 5 - ruim.
Escala de Atividades Instrumentais da Vida Diária de Pfeffer (Pfeffer et al., 1982). Esse instrumento é composto por 10 itens, que avaliam a habilidade do idoso para executar atividades instrumentais da vida diária, tais como, preparar refeições e fazer compras. Os escores podem variar de 0 a 30, sendo que escores mais altos significam maior dependência da ajuda de outras pessoas para a realização de atividades cotidianas.
Escala Brasileira de Solidão (UCLA-BR), desenvolvida nos Estados Unidos e adaptada e validada para o Brasil por (Barroso et al., 2016a; Barroso et al., 2016b). A UCLA-BR é composta por 20 afirmações, que retratam os estados afetivos e cognitivos da solidão. As respostas do instrumento são do tipo Likert, variando entre 1 – nunca a 4 – frequentemente. O instrumento apresenta pontos de corte para a população brasileira (Barroso et al., 2016b) sendo: 0 a 22 pontos, indicativo de solidão mínima; 23 a 35 pontos, solidão leve; 36 a 47 pontos, solidão moderada; 48 a 60 pontos, solidão intensa. Na presente pesquisa a consistência interna do instrumento mostrou-se adequada, com α=0,92.
Escala de Depressão Geriátrica – versão 15 itens (EDG-15). Instrumento desenvolvido por Yesavage e Sheikh (1986) e validada para o Brasil (Almeida & Almeida, 1999; Paradela et al., 2005). Seis ou mais pontos na GDS-15 são indicativos para a presença de depressão. A consistência interna do instrumento no presente estudo foi de α=0,82.
Escala de Satisfação com a Vida (ESV), desenvolvida por Diener e Emmons (1984) e adaptada para uso com idosos brasileiros por Albuquerque et al. (2010). A ESV permite uma avaliação mais global da satisfação pessoal do indivíduo com relação à sua vida, sendo composta por 4 afrmações que o entrevistado deve responder numa escala de 1 (discordo totalmente) a 10 (concordo plenamente), com relação a sua satisfação com a vida. Apresenta boa consistência interna (α=0,78).
California Older Person Pleasant Events Schedule (OPPES-BR), desenvolvido por Rider et al. (2016) e validado para o Brasil (Ferreira & Barham, 2017; Ferreira & Barham, 2018). O OPPES-BR é composto por 67 itens, que descrevem atividades que idosos tendem a achar agradáveis em quatro domínios de atividades: 1. Atividades Sociais e de Competência; 2. Atividades Contemplativas; 3. Atividades Práticas; e 4. Atividades Intelectuais. Com relação à frequência de atividades, o respondente deve indicar, considerando o último mês, segundo uma escala tipo Likert que varia entre 0 – nunca, 1 – uma a 6 vezes, e 2 - mais de 7 vezes. Na presente amostra o instrumento mostrou consistência interna adequada, com α =0,93.
Procedimento de coleta de dados
Os participantes foram recrutados em serviços para o público mais velho, em especial: Unidade de Atenção ao Idoso, Universidades Abertas à Terceira Idade, Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Centro de Estudos e Pesquisa em Psicologia Aplicada e Centro de Atenção Integral à Saúde. Os objetivos do trabalho foram explicados aos participantes em potencial e todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Depois desta etapa, o participante respondeu ao MEEM. Se a pontuação obtida no MEEM indicava ausência de comprometimento cognitivo, o participante respondia aos demais instrumentos. Se indicava algum comprometimento, agradecia-se sua participação e a coleta era encerrada. As aplicações ocorreram nas instituições onde a pessoa foi contatada e foi realizada por graduandos de Psicologia, previamente treinados
Análise de dados
Foram conduzidas análises descritivas da amostra e dos construtos avaliados. Em seguida, realizou-se análise de regressão linear múltipla (método forward) para investigar se a frequência em quatro tipos de atividades potencialmente prazerosas (sociais, contemplativas, práticas e intelectuais) impactavam nos níveis de satisfação com a vida, solidão e depressão em pessoas idosas, controlando-se os efeitos de variáveis sociodemográficas (sexo e idade), de saúde (autoavaliação de saúde e funcionalidade) e psicológicas (solidão, depressão e satisfação com a vida).
Foram desenvolvidos modelos preditivos de solidão, depressão e satisfação com a vida considerando-se, como variáveis independentes, as variáveis de frequência em atividades prazerosas sociais, contemplativas, práticas e intelectuais, idade, sexo, funcionalidade e autoavaliação da saúde. Solidão, depressão e satisfação com a vida foram consideradas as variáveis desfecho, mas também foram inseridas como variáveis preditoras nos modelos em que não foram consideradas como variáveis desfecho. Os dados foram analisados utilizando-se o software de análises estatísticas JASP 0.16.3.0.
Resultados
A Tabela 1 apresenta os resultados descritivos sobre a amostra e os construtos investigados. Percebe-se predominância de pessoas pertencentes às classes socioeconômicas D/E (renda até R$ 2.900,00), já que a média de renda foi de cerca de R$ 2.300,00, o que representava 50,70% da população brasileira no momento da coleta de dados. A maioria não tinha sintomas de depressão, mostrava solidão mínima e considerava a própria saúde como boa ou razoável.
Tabela 1 Análises descritivas da amostra e construtos de interesse (n=156)
N | % | |
---|---|---|
Sexo | ||
Feminino | 130 | 83,30 |
Masculino | 26 | 16,70 |
Estado civil | ||
Solteiro | 12 | 7,70 |
Casado | 60 | 38,50 |
Separado | 31 | 19,90 |
Viúvo | 53 | 34,00 |
Escolaridade | ||
Analfabeto | 22 | 14,20 |
Sabe ler e escrever | 133 | 85,80 |
Tipo de renda | ||
Aposentadoria | 117 | 75,00 |
Pensão | 19 | 12,20 |
Aluguel de imóvel | 03 | 1,90 |
Trabalho | 10 | 6,40 |
Outra | 06 | 3,80 |
Autoavaliação de saúde | ||
Excelente | 12 | 7,70 |
Muito boa | 24 | 15,40 |
Boa | 51 | 32,70 |
Razoável | 55 | 35,30 |
Ruim | 13 | 8,30 |
Sintomas de depressão (GDS-15) | ||
Sem sintomas | 101 | 64,70 |
Com sintomas | 55 | 35,20 |
Solidão (UCLA-BR) | ||
Mínima | 114 | 73,10 |
Leve | 25 | 16,00 |
Moderada | 10 | 6,40 |
Severa | 07 | 4,50 |
Média | Desvio-padrão | |
Idade | 69,72 | 6,77 |
Valor da renda | 2.301,76 | 4.700,00 |
Atividades Instrumentais da Vida Diária (Pfeffer) | 1,21 | 2,67 |
Satisfação com a Vida (ESV) | 7,76 | 1,91 |
Atividades prazerosas (OPPES-BR) | ||
Frequência atividades sociais e de competência | 1,22 | 0,40 |
Frequência atividades contemplativas | 1,68 | 0,28 |
Frequência atividades práticas | 1,12 | 0,39 |
Frequência atividades intelectuais | 0,80 | 0,67 |
Prazer atividades sociais e de competência | 1,66 | 0,27 |
Prazer atividades contemplativas | 1,84 | 0,19 |
Prazer atividades práticas | 1,54 | 0,39 |
Prazer atividades intelectuais | 1,22 | 0,68 |
A Tabela 2 apresenta os coeficientes dos preditores significativos quanto as variáveis de interesse investigadas. Os resultados demonstraram haver influência de variáveis psicológicas (depressão), de saúde (autoavaliação da saúde) e da frequência em atividades práticas para explicar os níveis de satisfação com a vida das pessoas idosas [F(3, 149)=31,662, p<0,001; R2ajustado=0,377]. Com relação à depressão, nota-se influência significativa dos níveis de solidão, satisfação com a vida, funcionalidade e frequência em atividades sociais [F(4, 148)=39,991, p<0,001; R2ajustado=0,506]. Além disso, demonstraram que apenas a presença de sintomas depressivos e frequência nas atividades intelectuais impactaram os níveis de solidão da amostra [F(2, 150)=57,070, p<0,001; R2ajustado=0,425].
Tabela 2 Variáveis preditoras dos desfechos satisfação com a vida, depressão e solidão da amostra
Satisfação com a vida | Beta | t | Sig. | R2 | DR2 |
Preditores | |||||
(Constant) | - | 16.35 | <.001 | - | - |
Depressão | −0.37 | −5.19 | <.001 | 0.27 | - |
Autoavaliação saúde | −0.29 | −4.20 | <.001 | 0.35 | 0,07 |
Frequência atividades prazerosas práticas | 0.18 | 2.80 | 0.006 | 0.38 | 0,03 |
Depressão | Beta | t | Sig. | R2 | DR2 |
Preditores | |||||
(Constant) | - | 6.29 | <.001 | - | - |
Solidão | 0.44 | 6.61 | <.001 | 0.41 | - |
Satisfação com a vida | −0.26 | −4.00 | <.001 | 0.48 | 0,07 |
Funcionalidade | 0.12 | 2.11 | 0.037 | 0.49 | 0,02 |
Frequência atividades prazerosas sociais | −0.14 | −2.08 | 0.040 | 0.51 | 0,01 |
Solidão | Beta | t | Sig. | R2 | DR2 |
Preditores | |||||
(Constant) | - | 3.64 | <.001 | - | - |
Depressão | 0.62 | 9.99 | <.001 | 0.41 | - |
Frequência atividades prazerosas intelectuais | −0.15 | −2.35 | 0.020 | 0.42 | 0,02 |
Discussão
O presente trabalho avaliou se a participação em tipos distintos de atividades prazerosas predizia desfechos positivos e negativos em saúde mental. Os resultados mostraram o potencial de diferentes atividades prazerosas para aumentar a satisfação com a vida e reduzir os níveis de depressão e solidão em idosos comunitários.
Os resultados mostraram que diferentes tipos de atividades prazerosas predizem diferentes desfechos em saúde mental. As atividades prazerosas práticas contribuíram para melhorar a satisfação com a vida, juntamente com ter menores níveis de depressão e melhor autopercepção sobre a própria saúde. Esse tipo de associação já havia sido observado em idosos veteranos do Vietnã (McAndrew et al., 2017) e em adultos que praticavam atividades físicas por prazer (Kagawa et al., 2022).
Para promover melhores níveis de satisfação com a vida é importante estimular que pessoas idosas se envolvam em atividades relacionadas ao contexto do lar e à sua comunidade, que são eventos do domínio das atividades práticas. A capacidade de participar desse tipo de atividade, realizadas em casa e na comunidade podem indicar, ainda, maior capacidade de independência funcional, mostrando que a pessoa consegue manter-se produtiva e útil, o que é uma possível explicação para o motivo da prática de atividades prazerosas impactar a satisfação com a vida. Essa interpretação é corroborada pelos demais preditores identificados – menor sintomatologia depressiva e melhor percepção da própria saúde. Esses aspectos são associados com frequência na literatura à melhor satisfação com a vida e com a independência funcional (Fhon et al, 2022; Pillny et al, 2020; Predebon et al., 2021; Tyler et al., 2023). Além disso, as atividades práticas exprimem eventos rotineiros e cotidianos da vida da pessoa, que parecem agregar valor à saúde mental das pessoas idosas que os experenciam.
Para prevenir e tratar depressão, as atividades sociais favorecem melhores resultados para as intervenções (Newman & Zainal, 2020). No presente estudo, as atividades prazerosas sociais e de competência se associaram com a redução de sintomas depressivos, corroborando os dados da literatura (Newman & Zainal, 2020). Nummenmaa et al. (2021) indicaram que participar de atividades sociais, tais como eventos musicais, seja ouvindo ou criando música, relaciona-se com a memória autobiográfica e com os receptores cerebrais para endorfinas, o que aumenta a sensação de bem-estar e pode contribuir para redução de sintomas depressivos.
A funcionalidade também teve o papel de preditor na redução de sintomas depressivos. Esse tipo de resultado já havia sido anteriormente identificado em idosos (Kalir et al., 2023). Conseguir fazer atividades de vida diária sem necessitar da ajuda de outras pessoas contribui para a percepção de valor e sentido de vida, o que contribui para a manutenção da autoestima e da saúde mental (Pillny et al., 2020).
Embora não tenha permanecido no modelo final do presente estudo, as atividades prazerosas de natureza prática também já demonstraram potencial para redução de sintomas emocionais desagradáveis. No estudo de Kagawa et al. (2022) o maior prazer ao realizar atividades físicas associou-se à redução de sintomas depressivos, comprometimentos para escola/trabalho, comportamentos evitativos e pensamentos ruminativos.
Com relação a percepção de solidão, as atividades prazerosas intelectuais mostraram potencial para reduzi-la. Como a solidão não implica na presença de pessoas e sim na percepção de que as relações existentes são insatisfatórias ou insuficientes (Beutel et al., 2017), faz sentido que conseguir envolver-se em uma atividade prazerosa, ainda que sozinho, como é característica das atividades intelectuais, impacte tal percepção. Como sua percepção da atividade é prazerosa, estar sozinho passa a relacionar-se com o conceito de solitude, ou seja, desfrutar de sua própria companhia (Barroso et al., 2016a), trazendo impacto positivo para a sua saúde mental ao predizer menores níveis de solidão. O outro preditor identificado foi a depressão. A relação entre maior solidão e mais sintomas depressivos é conhecida para diversas faixas etárias, tendo sido observada anteriormente em adultos e idosos (Barroso et al., 2018).
O presente estudo auxilia na compreensão de como o envolvimento com atividades prazerosas pode ser um importante aspecto para manutenção da saúde mental de pessoas idosas. Contudo, cabe destacar algumas limitações da investigação. A pesquisa realizou-se em uma única cidade, não sendo possível generalizar os resultados a todos os idosos. Adotou-se instrumentos de autorresposta e a confirmação do diagnóstico de depressão dos participantes não foi realizada. Além disso, o nível de prazer com as atividades não foi incluído nas análises. Pesquisas futuras poderão avaliar um maior número de idosos e verificar como o nível de prazer percebido se relacionam com a saúde mental dessa população.
Mas, apesar das limitações indicadas, os resultados demonstram o potencial das diferentes atividades prazerosas para a melhoria da saúde mental de pessoas idosas. A inclusão das atividades prazerosas em programas de envelhecimento saudável e promoção de saúde podem minimizar a presença de sintomas emocionais na população idosa. Dada sua variedade, é possível trabalhar com atividades prazerosas de baixo custo e que possam ser desenvolvidas por pessoas com diversos níveis de independência funcional, tornando os programas de intervenção mais acessíveis e inclusivos.