SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.19 número1Significado del consumo de psicotrópicos por familiares de personas com trastorno bipolarActividades grupales desde la perspectiva de las enfermeras de Atención Psicosocial índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Indicadores

Compartir


Vínculo

versión impresa ISSN 1806-2490

Vínculo vol.19 no.1 São Paulo ene./jun. 2022

https://doi.org/issn.19982-1492v19n1a8 

ARTIGOS

https://doi.org/10.32467/issn.19982-1492v19n1a8

 

Psicanálise e instituições: preâmbulos para a práxis do psicanalista

 

Psychoanalysis and institutions: preambles to the psychoanalyst's praxis

 

Psicoanálisis e instituciones: preámbulos para la praxis del psicoanalista

 

 

Fuad Kyrillos Neto1; Camila Rubia Araújo Silva2

Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), São João del-Rei, Minas Gerais, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A demanda de trabalho para um psicanalista se manifesta em diferentes contextos institucionais. Diante das diversas possibilidades de atuação desse profissional, buscamos elementos teóricos que nos auxiliem na reflexão acerca das possibilidades de trabalho do psicanalista em contextos institucionais. Para responder a essas questões, utilizamos o método de pesquisa teórico-bibliográfico em psicanálise a partir das perspectivas de Freud e Lacan. Chegamos à conclusão de que a práxis psicanalítica nas instituições deve ser sustentada pela ética da psicanálise, tendo em sua base o discurso do analista, o qual promove atos analíticos que vão de encontro à perspectiva do sujeito na instituição.

Palavras-chave: Instituições, Psicanálise, Ética, Discurso.


ABSTRACT

The demand for work by a psychoanalyst manifests in different institutional contexts. Given the various possibilities of performance of this professional, we seek theoretical elements that help us in our reflection on the psychoanalyst's job possibilities in institutional contexts. To answer that questions, we utilized of theoretical and bibliographical research method in psychoanalysis from the perspectives of Freud and Lacan. We came to the conclusion that psychoanalytic praxis in institutions must be supported by the ethics of psychoanalysis based on the analyst discourse, that promotes analytics acts that consider the institution subject perspective.

Keywords: Institution, Psychoanalysis, Ethical, Discourse.


RESUMEN

La demanda de trabajo para un psicoanalista se manifiesta en diferentes contextos institucionales. Delante de las diversas posibilidades de actuación de ese profesional, buscamos elementos teóricos que nos ayuden en la reflexión sobre las posibilidades de trabajo del psicoanalista en contextos institucionales. Para contestar a esas preguntas, utilizamos el método de pesquisa teórico bibliográfica en psicoanálisis a partir de las perspectivas de Freud y Lacan. Llegamos a la conclusión de que la praxis psicoanalítica en las instituciones debe ser sostenidas por la ética de la psicoanálisis, teniendo en su base el discurso del analista, lo cual propicia actos analíticos que van de encuentro a la perspectiva del sujeto en la institución.

Palabras clave: Instituciones, Psicoanálisis, Ética, Discurso.


 

 

Introdução

A demanda de trabalho para um psicanalista se manifesta em diferentes áreas, que vão além da prática clínica em que foi fundada. Ela se apresenta, também, em diversas instituições, como, por exemplo, nos serviços de proteção e assistência social: Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializada da Assistência Social (CREAS) e Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS); espaços que promovem a formação educacional, como escolas; serviços de atendimento à saúde, como os hospitais (públicos e privados); contextos empresariais, sejam públicos ou privados; e serviços voltados à segurança pública entre outras formas de instituições. Diante das inúmeras possibilidades de atuação desse profissional, levantamos a questão e buscaremos elementos teóricos que nos auxiliem na seguinte reflexão: "Quais as possibilidades de trabalho do psicanalista nos contextos institucionais?"

Freud (1918-1919/1976) demonstrava preocupação com a expansão futura da técnica psicanalítica, a fim de atender à massa da população. Segundo ele, essa expansão movimentaria a necessidade de adaptação da técnica psicanalítica para as novas condições em que ela fosse empregada. Ao apontar essa necessidade, o autor demonstra que há espaços para o uso da teoria psicanalítica para serem estudados de modo a promover a expansão da prática para além do contexto da clínica terapêutica dentro de consultórios.

Diante do cenário de expansão da prática psicanalítica, Katz (1984) aponta que a possibilidade de ampliação do mercado de trabalho terapêutico é um tema que deve ser abordado já na formação dos estudantes de Psicologia. Para ele, outras formas de atuação na prática psicanalítica são desconhecidas pelos estudantes em sua trajetória acadêmica, até mesmo para aqueles que irão atuar com essa abordagem. Essa afirmação demonstra a importância de se conhecer a extensão da Psicanálise, promovendo, assim, a abrangência do conhecimento sobre as possibilidades de atuação para os futuros psicanalistas.

A demanda endereçada para o psicanalista chega como incômodo que causa um mal-estar na instituição, e o que é formulado como pedido de tratamento são reclamações de indivíduos ditos "desorganizadores"; ou seja, aqueles que não se adequam ao modelo instituído (Rosa, 2016). As reclamações referentes a esses sujeitos que não se adequam às normas institucionais são apontadas para o analista como ponto central de seu trabalho. Não se questiona o que ocasiona o mal-estar na instituição, mas quem o provoca. É sobre esses sujeitos que a demanda de intervenção do psicanalista se volta a fim de que ele tampone o mal-estar, que é próprio da instituição.

O mal-estar os sujeitos apresentam na instituição é exposto na forma de discurso direcionado a um Outro. É por intermédio dele que o sujeito constrói seus laços na sociedade. Por se tratar de um discurso, segundo Birman (1994), pode-se constituir o método analítico como um instrumento de trabalho para o psicanalista. Pelo discurso, temos a possibilidade de exercer a práxis psicanalítica em intensão e extensão , pois ele contém aquilo que escapa da ordem representacional, apontando para algo que se repete; isto é, revelando o seu singular, que foi deixado de lado, na formação do laço.

A instituição aponta para o sujeito como causa do mal-estar, porém a sua estrutura deixa de lado o sujeito para atender às necessidades universais. Seu objetivo é realizar as funções que lhe são impostas, seja na transmissão de saber em escolas, seja nas práticas de saúde sociais, como nos hospitais entre outras instituições. Ela visa a atender à sociedade, e não aos sujeitos que a compõem. Diante de tal fato, indagamos sobre as possiblidades do psicanalista na instituição. Partindo desse questionamento, tangenciaremos a questão da ética da Psicanálise como indissociável à prática do analista, no intuito de, dessa maneira, verificar as possíveis condições de possibilidade da inserção da práxis psicanalítica em instituições.

 

Norteadores metodológicos

Para responder às nossas questões, utilizaremos o método de pesquisa teórico-bibliográfico em Psicanálise. Segundo Couto (2010), esse método de pesquisa é o mais aceito e usual em monografias, dissertações e teses; ou seja, o mais utilizado para desenvolver pesquisas no âmbito acadêmico, pois ele submete a teoria psicanalítica a uma análise crítica. Por intermédio desse método, conforme Tavares e Hashimoto (2013), pode-se promover o avanço da Psicanálise, na medida em que ela se apresenta como uma estrutura teórica aberta, o que possibilita sua interpretação e seu aprimoramento de modo a compreender tanto sua estrutura histórica ao longo do tempo quanto seu contexto atual nas relações sociais. Assim, a Psicanálise, por meio das pesquisas teóricas, pode ser reinventada dentro de si mesma. Esse tipo de pesquisa não busca quantificar ou encontrar uma causa e um efeito do fenômeno a ser investigado, mas uma tentativa de compreender e interpretar as questões que se apresentam (Grigorieff et al., 2017).

Iribarry (2003) pontua que, quando um pesquisador psicanalítico se dispõe à leitura de dados já coletados, os quais estão em forma de texto, ele não realiza uma leitura simples como qualquer outra, todavia pautado mediante técnicas psicanalíticas de interpretação de dados. A leitura é dirigida pela escuta e a transferência é do pesquisador ao texto, enquanto o material sonoro é dado por forma de palavras no texto escrito. Na visão de Coelho e Santos (2012), a atenção flutuante do analista deve ser aplicada quando se pretende realizar uma pesquisa bibliográfica, não detendo a atenção em todos os aspectos, mas naqueles que se apresentam relevantes. O processo de transferência ocorre por meio do texto e dados analisados na pesquisa. A partir de então, por intermédio da associação livre do conteúdo apresentado, o pesquisador pode construir seu estudo.

Inicialmente, demonstraremos como se apresenta a demanda para um psicanalista no ambiente clínico no contexto da psicanálise em extensão. Posteriormente, explanaremos como se dão os discursos mediados pela linguagem; isto é, as formas de enlaçamento social e como, por meio dos discursos, emerge o sujeito. Assim, iremos tencionar o discurso apresentado nas instituições (mestria) e o discurso do analista, para, dessa forma, tangenciar a questão da ética da Psicanálise como relativa ao discurso do analista e verificar as condições de possibilidade da inserção da práxis psicanalítica em instituições.

Para iniciar nossa discussão, relacionaremos a demanda de felicidade com o mal-estar presente na instituição. Abordaremos como a demanda de felicidade é endereçada ao psicanalista no contexto institucional, buscando compreender como ambos os conceitos se apresentam na práxis psicanalítica.

 

O mal-estar e a demanda de felicidade nas instituições

O mal-estar impulsiona o sujeito a buscar pelo seu oposto, o qual ele nomeia como felicidade. Desse modo, quando busca um psicanalista, ele dirige sua demanda como a busca para atingir tal felicidade. Para alcançar sua suposta felicidade, o sujeito vislumbra uma possível demanda, que deve ser saciada para se conseguir a felicidade suprema. Porém, Lacan (1959-1960/1997, p. 345) afirma que, "em toda satisfação da necessidade, ela exige outra coisa (...) a demanda para além do que ela formula". Ou seja, o desejo que se apresenta ao psicanalista como demanda de felicidade é remetido a outra coisa que não somente àquela que diz ser. Lacan (1959-1960/1997, p. 351), sobre a demanda de felicidade, diz:

Eis o que convém relembrar no momento em que o analista se encontra em posição de responder a quem lhe demanda felicidade. A questão do Bem Supremo se coloca ancestralmente para o homem, mas ele, o analista, sabe que essa questão é uma questão fechada. Não somente o que lhe demanda, o Bem Supremo, é claro que ele não o tem, como sabe que não existe.

A demanda do analisando é carregada de conteúdo que vai além do seu relato. A busca pelo "Bem Supremo" na instituição é endereçada ao psicanalista através da transferência estabelecida. Assim, o manejo da transferência é essencial, pois é nesse contexto que aquilo que está encoberto nas relações se emerge. Para compreender como se dá esse processo, Freud (1910/2017) relata que a Psicanálise não pode prescindir da comunicação. Por isso, alguns dos pré-requisitos são que o analisado se apegue de tal maneira ao psicanalista (transferência) e que os sentimentos em relação ao analista tornem uma nova fuga possível.

Como a transferência é um laço de amor, o paciente atua frente ao analista e busca repetir com ele suas relações, tais como ele estabelece em seu contexto vivencial. Na transferência, ao mesmo tempo em que o analisado remete ao analista suas questões amorosas e que o constitui, ele, também, apresenta resistências inconscientes. As resistências na transferência remetem àquilo que foi recalcado do paciente e atuam para mantê-lo na posição em que ele se encontra. Dessa maneira, o manejo transferencial deve considerar as resistências. Freud (1912/2017, p. 55) descreve que "a análise tem de lutar contra as resistências", para, dessa forma, conseguir atingir seus objetivos.

O analisado relata suas questões ao psicanalista por meio da associação livre. Entretanto, ressaltamos que, quando a transferência já está estabelecida, o analista realiza intervenções no discurso de seu paciente. Sobre a técnica de associação livre utilizada na prática psicanalítica, Freud (1913/2017, p. 68) relata, nesse momento, "um segmento aconchegante, em que podem realmente falar livremente e em que comunicam muitas coisas que eles próprios não consideram parte do tratamento".

A comunicação direcionada para o analista é feita através da linguagem. Segundo Lacan (1957-58/1999), ela carrega demanda e é constituída por significantes, que são apresentados ao analista para serem traduzidos, fazendo com que, em toda fala, exista uma demanda. A fim de diferenciar a demanda de necessidade, Quinet (2000) ao comentar a conceituação lacaniana acentua que a necessidade tem um objeto que a satisfaz. Por exemplo, a sede tem como objeto a água, diferente da demanda, que não se direciona a algo específico, por exemplo, a busca de amor, uma falta, e em um discurso, se utiliza da linguagem para se relacionar com seu possível Outro, que não tenha essa falta e, por sua vez, irá suprir sua demanda no caso de amor.

É pela mediação do discurso que podemos estabelecer uma ligação entre o campo de um determinado sujeito e o campo do Outro; ou seja, é o sujeito que tem sua fundação no nosso imaginário, ao estar intrinsecamente relacionando ao campo do Outro. Isso acontece na relação transferencial: a busca por um ser que o entenda e que possa ajudá-lo a, também, atingir a completude. Além do contexto clínico, nas relações pessoais, ainda ocorrem esses processos de identificação e idealizações de modo que as pessoas se alienam à linguagem e formam seus laços sociais. No entanto, o que ocorre na formação dos laços dentro das instituições se difere dos outros contextos. De acordo com Katz (1984, p. 71), nela se "visa [a] definir um modo de regulação e tem por finalidade manter um estado de fazer durar"; isto é, visa à manutenção da instituição acima de tudo. Dessa maneira, para garantir sua duração, a instituição regula as relações entre as pessoas e centraliza o discurso para perpetuar tal saber institucional, deixando de lado o singular do sujeito que a compõe. Já os ideais institucionais são colocados no centro das relações, fazendo com que o discurso do universal seja o princípio da instituição para manter sua organização. Isso faz com que a instituição que adota o discurso universal se vire para o todo e deixe de lado o singular de cada um, não havendo espaço para o discurso do singular próprio de cada sujeito.

O lugar de mestria no discurso institucional é garantido pela relação com os sujeitos ao ter como significante mestre, no lugar de agente, o significante que representa a missão institucional. Tais lugares serão apresentados detidamente no próximo tópico. O oposto da felicidade é tido como aquilo que causa mal-estar, do qual o sujeito não consegue dizer sobre. Ele julga ser o que lhe causa sofrimento. Porém, para nós, psicanalistas, sabemos que esse sofrimento não é o seu sofrimento real, mas sim algo que emerge de seu mal-estar, o qual se apresenta dentro das instituições, tanto para os trabalhadores, quanto para a população assistida pela instituição. Assim, demandas são formuladas na concretização de pedidos para solucionar problemas institucionais. Todavia, nesse contexto institucional, as demandas se voltam para que o psicanalista atue sobre aquilo que causa mal-estar dentro daquele ambiente. Geralmente, o mal-estar ganha personificação e se volta para os funcionários e usuários ditos como "desviantes" das normas da instituição. Então, imagina-se que, quando o psicanalista suprime o sujeito que causa o mal-estar na instituição, esta poderá alcançar o seu "Bem Supremo". Isto é, a instituição será um ambiente que promoverá felicidade a todos.

Mas, no próprio discurso da instituição, há uma predominância do saber sobre o ser. Ou seja, a percepção que ele apresenta é de que tudo pode ser explicado, todas as questões podem ser respondidas pelo saber que a instituição detém e somente quando o sujeito está implicado nela é que ele pode acessar esse saber (Katz, 1984; Lacan, 1969-1970/1992; Oliveira, 2000). Há, com isso, uma troca para atingir o saber da instituição. Isso implica que o sujeito deixe seu singular de lado e se enlace no universal, no discurso em que as coisas são dadas e ganham o caráter de uma verdade concreta.

O mal-estar se presentifica na linguagem do sujeito que está imerso nessas instituições, o analisando repete e atua para com o analista suas questões, e esse processo somente é possível por ser intermediado pela transferência. Referente à atuação do analisando diante do analista, Freud (1914/2017, p. 75) retrata que "[...] o analisando não se lembra de mais nada do que foi esquecido e recalcado, mas ele atua com aquilo. Ele não reproduz como lembrança, mas como ato. Ele repete sem, obviamente, saber que repete".

Ao atuar frente ao analista, o paciente busca um Outro que solucione seus embates, acreditando que ele detém um saber sobre si. Lacan (1967/2003) assevera que o analisando acredita que esse Outro obtém um suposto saber sobre si, e isso faz com que o analisado busque respostas sobre si, vindas desse Outro. Porém, o analista não pode tomar este lugar de suposto saber, visto que ele não detém conhecimento sobre o outro e que deve ser o outro que construirá as respostas e soluções para suas próprias questões. Dessa forma, o analista não irá responder diretamente ao desejo do analisando. Pelo contrário, ele não lhe dará as respostas sobre suas questões. Segundo Corrêa (2019), o analista irá se negar a dar as respostas prontas de suas questões e levantará questionamentos, por meio da transferência já estabelecida, com a finalidade de que o analisando saia da repetição e comece a elaborá-la, construindo seu próprio saber sobre si. Assim, o analista não responde da posição de suposto saber, a qual é colocada pelo analisado.

O discurso do analista é pautado pela ética da Psicanálise. Para compreender esse discurso e a questão da ética da Psicanálise, abordaremos, a seguir, as relações desses temas e os discursos – mestria e do analista –, integrando-os ao contexto institucional.

 

Os discursos e a ética da Psicanálise: interfaces com as instituições

O analista não deve responder da posição de suposto saber sobre o analisando, mas sim posicionar-se de forma a contribuir para que o analisado construa seu próprio discurso. Anunciamos, então, a posição conhecida por discurso do analista. Lacan (1969-1970/1992) apresenta os matemas dos quatro discursos da Psicanálise, quais sejam: do mestre, da histérica, do analista e do universitário. Os discursos são posicionados da seguinte maneira:

 

 

De acordo com Rinaldi e Jorge (2002), o agente organiza a produção discursiva. Essa articulação é entre o sujeito e o Outro, e é essa posição que domina cada discurso. No lugar do outro, está aquele a quem o discurso se dirige, por isso uma seta que dirige diretamente do agente ao outro. A produção é o efeito dos discursos; ou seja, aquilo que resta do discurso. Já a verdade sustenta o discurso. O que é produzido é resultado da interação do agente com o trabalho da segunda posição, mas a verdade não pode ser dita, por isso a existência barrada (//) entre a produção e a verdade. Partindo da forma fixa dos lugares da estrutura dos discursos, Lacan (1969-1970/1992) realiza a movimentação dos significantes dentro da estrutura formando os discursos. Ele apresenta o discurso do analista da seguinte maneira:

 

 

Temos, então, que, no discurso do analista, o agente é o desejo inconsciente; isto é, aquilo que falta ao analisando. O analista, por sua vez, vai interpretando aquilo que vem do inconsciente, apresentando inconsistências no discurso do analisando e apontando para o sujeito barrado. Assim, vai conduzindo o sujeito a atravessar suas fantasias, ou seja, para encontrar seus significantes mestres, e, finalmente, produzir novos saberes. A travessia das fantasias, na visão de Oliveira (2008, p. 119), ocorre quando "permite a passagem do sujeito de sua dimensão simbólica, adquirida com a entrada da fantasia em sua vida, para a dimensão real, que sustenta toda a estrutura psíquica". Isto é, a travessia da fantasia é o momento quando o analisado abre mão de suas ilusões com as coisas impossíveis, como a completude do seu desejo, ou até mesmo de encontrar um sujeito perfeito, que o ajude a tamponar sua falta. Por ser o próprio sujeito que constrói o saber sobre si, esse saber sobre o outro não pode se apresentar no discurso do analista, visto que o outro terá que produzir esse saber. Desse modo, o desejo do analista é retirado de cena. No lugar, é o desejo do sujeito, a construção da sua significação singular, que é o ponto central no discurso do analista, fazendo com que o analista abra mão de seu próprio desejo para valorizar o discurso do outro.

O discurso do analista não é neutro. Segundo Rinaldi (1997), o desejo do analista não é um desejo puro, livre de afeto, mas um desejo que vai além do desejo narcísico, possibilitando o aparecimento das diferenças. Esse discurso é voltado para a produção de novos significantes pelo próprio analisado. E essa característica do discurso do analista se relaciona com a ética da Psicanálise. Rinaldi (1997, p. 4) aponta que a ética da psicanálise é "antes de tudo uma ética do desejo e do respeito à diferença". Nesse ponto, a ética da Psicanálise tangencia o discurso do psicanalista, visto que ambos buscam o singular de cada sujeito. Assim, o discurso do analista vai de encontro ao singular de cada sujeito.

Para assegurar sua duração, a instituição se diz transmissora do "saber". Em nome dele, regula as relações entre as pessoas, detém o poder sobre elas e centraliza o discurso para perpetuar tal saber. Com isso, o sujeito renuncia da identificação pessoal em detrimento da identificação com o saber institucional. Por esse motivo, conforme Gonçalves et al. (2008), o poder da instituição se aproxima do discurso de mestre, discurso que tapona o singular e causa mal-estar. Na instituição, a visão da totalidade se sobrepõe ao singular. Dessa forma, a ênfase é de se perpassar o saber do qual ela é detentora mesmo que para isso o singular seja deixado de lado. Então, na instituição, o mal-estar aparece revestido por uma demanda de desajuste do indivíduo, que não se adequa à instituição, e não como a instituição que causa o mal-estar. Apresentamos, a seguir, o matema do discurso do mestre:

 

 

O discurso do mestre tem em sua posição de agente o significante mestre, um significante vazio de conteúdo, que incita a produção de saber. O agente é detentor de um saber teórico, enquanto se direciona ao saber prático. A produção de ambos (S1→S2) é dividida parte para o trabalhador e parte para o detentor de saber. E uma parte dessa produção do (S2) é perdida com mais-gozar, tanto do S1 quanto do S2. O que fica escondido nessa relação é que o S1 apresenta uma castração; ou seja, que ele também é barrado e apresenta a falta. Isso porque o mestre se apresenta como detentor de saber e nada lhe falta. Para exemplificar o discurso do mestre, Lacan, em 1962, fez a analogia com a metáfora do senhor e do escravo de Hegel (1807) explicando a relação de mestria. Segundo Lacan (1962-1963/2005), o agente que ocupa a posição de mestre (senhor) faz o escravo trabalhar para si e o resultado é a produção de mais gozar (a) de ambos. Parte da produção do escravo é o lucro do capitalismo, que não é passado para o escravo. E o senhor, além de gozar com essa produção, esconde sua castração; isto é, ele também é barrado.

O discurso do mestre que tampona tudo o que é singular, próprio do sujeito, em troca do alcance do saber da instituição, eleva o discurso de mestria e coloca a transmissão de saberes no centro de tudo. Por esse motivo, a instituição acarreta um mal-estar a funcionários e usuários por deixar de lado o desejo de cada sujeito (Katz, 1984). Contribuindo com o debate dessa questão, Rosa (2004) aborda o mal-estar que se apresenta na instituição como atos que tumultuam a ordem estabelecida por ela.

O que escapa do controle da instituição é direcionado para a regulação e reordenação para o suposto bem-estar por intermédio do discurso da figura da mestria, o qual tudo sabe e que deve ser seguido para alcançar a suposta felicidade que a instituição pode proporcionar. Por isso, os ideais institucionais ocupam o centro das relações na instituição e o discurso universal predomina sobre outros discursos e, também, o singular de cada sujeito, tanto para os próprios funcionários quanto para o público que é usuário dos serviços.

Alguns pesquisadores buscam compreender como o mal-estar se apresenta nas diversas instituições. Figueiredo (1996) investiga o atendimento psicanalítico em ambulatórios e suas diferenças do contexto clínico quando comparados aos contextos em que se insere a clínica estruturada. Já Monteiro e Queiroz (2006) estudam a psicanálise nos contextos institucionais de saúde mental, contribuindo para a prática psicanalítica nessas instituições. Guirado (2006) propõe refletir sobre a prática psicanalítica dentro das instituições para jovens infratores. Outros autores, como Stevens (1996) e Rinaldi (1997), retratam a questão da psicanálise em extensão para compreender como ela pode conviver nas instituições. Porém, esses autores apresentam a prática psicanalítica dentro de contextos ou direcionada a determinados públicos. A partir deste ponto, surge a diferença desta pesquisa, uma vez que ela propõe como reflexão a prática psicanalítica em instituições.

Percebemos que, nas instituições, há uma promessa de felicidade. Segundo Oliveira (2000, p. 66), "O que a civilização cria é um escamoteamento do desejo, é a ilusão de que é possível alcançá-lo pagando-se o preço por isso: o gozo". Essa ilusão somente disfarça o desejo do sujeito. Todavia, ele ainda se mantém, já que ele é uma falta, a qual não pode ser saciada por um objeto ou Outro. Assim, o que temos é somente o gozo que, em sua faceta destrutiva, o sujeito mantém sua repetição. Para compreender o conceito de gozo relacionado à repetição, Lacan (1969-1970/1992, p. 169) aponta que "O gozo é exatamente correlativo à forma primeira da entrada em ação do que chamo a marca, o traço unitário, que é a marca para a morte, se quiserem dar-lhe seu sentido. Observem bem que nada toma sentido até que a morte entre na jogada".

A referência da primeira marca, a qual o sujeito tem de traço unitário, ou seja, que lhe é singular, pode levá-lo à repetição destrutiva. Este é um destino possível para o circuito pulsional, pois o gozo na condição de movimento da coisa perdida que falta no lugar do Outro, é causa de sofrimento, porém nunca extingue por completo a busca do gozo. O fato de não saber sobre o que lhe causa dor traz para ele uma descarga de energia voltada para algo que julga ser o motivo de seu mal-estar. A liberação dessa energia que o sujeito direciona a tal fato faz com que ele obtenha prazer mesmo que se apresente em discurso repetitivo. Por isso, o discurso do mestre, que tenta tudo explicar, encobre a falta que o sujeito não consegue simbolizar, fazendo com que o sujeito tenha a ilusão de um saber completo sem falta e renunciando de seu desejo singular. Conforme Lacan (1969-1970/1992, p. 160), "seria um erro acreditar que em algum lugar há políticos sábios que calculam exatamente tudo o que se deve fazer". Quando acreditamos que a mestria pode existir, ou se centrar em algo ou alguém, confia-se que existe a completude. Ela pode ser alcançada mesmo que para isso seu desejo seja trocado pelo discurso vazio de significação que aparentemente não apresente a falta. O próprio laço social, que se dá pelo discurso, é perpassado pelo gozo, motivo pelo qual o sujeito ainda se mantém nessa relação. Rosa (2016, p. 120) apresenta: "[...] o sujeito da psicanálise, evanescente e singular, não um sujeito abstrato, mas sim um sujeito atravessado pelo gozo e pelo desejo do Outro, regulado pelo discurso: o discurso do Outro, que posiciona no laço social".

A identificação do discurso com um possível Outro promove a aderência do sujeito às promessas de satisfação de seu desejo. Porém, o sujeito não consegue atingir a completude. Isso faz com que ele se volte para um gozo da repetição, o qual lhe causa sofrimento. Como não consegue significar e formular sua demanda em palavras, ele acaba repetindo em atos a sua forma de gozo. Visto que a demanda endereçada ao analista através da linguagem não se apresenta de forma clara e limpa, o analista tem que trabalhar sobre ela. A linguagem que carrega a demanda do sujeito é constituída por significantes, que vão sendo apresentados ao analista para sua tradução. Por não conseguir articular uma demanda sobre si, o sujeito apresenta, então, um desejo de ser amado pelo Outro. Segundo Quinet (2000, p. 90), "o enigma do desejo que o sujeito tenta em vão resolver com o retorno à demanda como demanda de amor" é endereçado a um sujeito imaginariamente perfeito.

Todavia, o desejo não tem um objeto predefinido e capaz de uma completude eterna. Por isso, seu constante retorno. Quando inserido no campo do discurso e através da transferência desenvolvida no processo psicanalítico, o sujeito fala ao Outro buscando sentido para seu sofrimento. Assim, a ética da Psicanálise e o desejo do analista nas instituições buscarão trazer à tona o desejo do sujeito, o singular que foi deixado de lado na adesão do discurso de mestria. Para a práxis do psicanalista na instituição, Rosa (2004, p. 5) indica o termo de implicação, que, segundo ela, "[...] vem caracterizar a posição do psicanalista nos discursos, incluindo nela a análise da instituição. Com o analista implicado na dimensão discursiva, consideramos a possibilidade de se exercer uma prática psicanalítica junto ao sujeito contemporâneo e às instituições que o atravessam".

Enfim, a implicação do analista se dá no discurso de modo que a prática psicanalítica se relacione tanto com o sujeito contemporâneo, com suas faltas, seus objetos de gozo, suas necessidades, quanto com as instituições que lhes atravessam e afetam.

 

Considerações finais

A atuação do psicanalista dentro das instituições deverá ser sustentada pela ética da Psicanálise, promovendo atos analíticos, os quais são pautados pela ética que ampara seu ato, e propiciando efeitos no discurso do analisando, pois, desse modo, o interroga e o faz desejar. Esse ato possibilita reflexões e mudanças de posições dentro do discurso instituído. O ato analítico deve partir de uma posição embasada pela ética e pela política. Evidenciamos, pois, a importância da atuação do psicanalista respaldado no caráter ético com as finalidades de romper com os modos instituídos e nortear a práxis da Psicanálise nas instituições.

O caráter ético da Psicanálise perpassa, para Gonçalves et al. (2008), uma forma de barrar o gozo do discurso institucional. Para os autores, nas instituições, as pessoas são organizadas em massas, apagando as singularidades dos sujeitos que as compõem. Dessa maneira, as pessoas são petrificadas nos discursos instituídos, voltando até mesmo para uma só forma de gozo. Daí, parte a questão de barrar o gozo desse discurso, fazendo com que pare a repetição do seu discurso de modo que ela possa emergir seu desejo. Os autores apontam que a ética da psicanálise faz barrar o gozo e promove, no sujeito, seu desejar quando o psicanalista, ao ser colocado no lugar de "suposto saber", não responde desse lugar, mas promove questionamentos baseados no seu ato ético, fazendo com que ocorram o deslocamento do discurso apresentado e a construção de um fazer desejar pelo sujeito.

O ato analítico vai de encontro ao singular do sujeito e articula a figura do "sujeito suposto saber" apresentada por Lacan com a figura do psicanalista pautado na ética da psicanálise. Desse modo, quando inserido dentro do contexto institucional, o psicanalista deve se pautar pela ética e elucidar o funcionamento daquela estrutura. É a transferência que possibilita ao analista promover seu ato (por meio das intervenções) e movimenta as posições e os desejos dos sujeitos que compõem a instituição, trazendo à tona o desejo do sujeito que a instituição acaba tamponando. Firma-se, assim, o seu compromisso ético pautado no discurso do analista, que faz emergir o singular do sujeito mesmo que esse psicanalista esteja inserido em uma instituição que apresenta um discurso pautado na mestria. Com o respaldo da ética da psicanálise e norteado pelo discurso do analista em seus atos, o trabalho do psicanalista nas instituições fará com que a repetição dê lugar à elaboração e ao mal-estar substituído pelo desejo singular de cada membro da instituição, o qual estava sendo tamponado pelo discurso de mestria institucional.

 

Referências

Birman, J. (1994). Psicanálise, ciência e cultura. Rio de Janeiro: Zahar.         [ Links ]

Coelho, D. M., & Santos, M. V. O. (2012). Apontamentos sobre o método na pesquisa psicanalítica. Analytica: Revista de Psicanálise, 1(1), 90-105.         [ Links ]

Corrêa, F. (2019). Clínica, transferência e o desejo do analista. (Trabalho de Conclusão de Curso), Curso de Psicologia, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí         [ Links ].

Couto, L. F. S. (2010). Quatro modalidades de pesquisa em psicanálise. In¬¬ F. Kyrillos Neto, & J. O. Moreira. Pesquisa em psicanálise: transmissão na universidade. (Cap. 5, pp. 59-80). Barbacena: EdUEMG, 2010.         [ Links ]

Figueiredo, A. C. C. (1996). Vastas confusões e atendimentos imperfeitos: a clínica psicanalítica no ambulatório público. Rio de Janeiro: Relume-Dumará         [ Links ].

Freud, S. (2017). Sobre a Psicanálise Selvagem. In S. Freud. Obras incompletas de Sigmund Freud; Fundamentos da clínica psicanalítica (Vol. 6, pp. 40-45, C. Dornbusch, Trad.). Belo Horizonte: Autêntica. (Obra original publicada em 1910).         [ Links ]

Freud, S. (2017). Sobre a Dinâmica da Transferência. In S. Freud. Obras incompletas de Sigmund Freud; Fundamentos da clínica psicanalítica (Vol. 6, pp. 53-60, C. Dornbusch, Trad.). Belo Horizonte: Autêntica, 2017. (Obra original publicada em 1912).         [ Links ]

Freud, S. (2017). Sobre o início do tratamento. In S. Freud. Obras incompletas de Sigmund Freud; Fundamentos da clínica psicanalítica (Vol. 6, pp. 60-74, C. Dornbusch, Trad.). Belo Horizonte: Autêntica. (Obra original publicada em 1913).         [ Links ]

Freud, S. (2017). Lembrar, repetir e perlaborar. In S. Freud. Obras incompletas de Sigmund Freud; Fundamentos da clínica psicanalítica (Vol. 6, pp. 74-82, C. Dornbusch, Trad.). Belo Horizonte: Autêntica. (Obra original publicada em 1914).         [ Links ]

Freud, S. (1976). Linhas de progresso na terapia psicanalítica. In S. Freud. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. 17, pp. 201-211). Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1918-1919).         [ Links ]

Gonçalves, D. D. et al. (2008). Instituição e psicanálise: um estudo sobre operadores psicanalíticos para leitura de processos institucionais. (Monografia), Programa de Pós-graduação em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.         [ Links ]

Grigorieff, A. G. et al. (2017). Uma revisão sistemática sobre Psicanálise e pesquisa na universidade. In: Anais da VI Jornada de Pesquisa em Psicologia. Santa Cruz do Sul/RS: UNISC.         [ Links ]

Guirado, M. (2006). A psicanálise dentro dos muros de instituições para jovens em conflito com a lei. Boletim de Psicologia, 56(124), 53-66.         [ Links ]

Iribarry, I. N. (2003). O que é pesquisa psicanalítica? Agora: Estudos em teoria psicanalítica, 6(1), 115-138.         [ Links ]

Katz, C. S. (1984). Ética e psicanálise: uma introdução. Rio de Janeiro: Graal.         [ Links ]

Lacan, J. (1997). O seminário: Livro 7: Ética da Psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Obra original publicada em 1959-1960).         [ Links ]

Lacan, J. (1999). O Seminário, Livro 5: As formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.(Obra original publicada em 1957-1958)         [ Links ]

Lacan, J. (2005). Seminário 10 – A angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. (Obra original publicada em 1962-1963).         [ Links ]

Lacan, J. (2003). Proposição de 9 de outubro de 1967 sobre o psicanalista da Escola. In J. Lacan. Outros Escritos (pp. 248-264). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Obra original publicada em 1967).         [ Links ]

Lacan, J. (1992). Livro 17: O Avesso da Psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Obra original publicada em 1969-1970).         [ Links ]

Monteiro, C. P., & Queiroz, E. F. D. (2006). A clínica psicanalítica das psicoses em instituições de saúde mental. Psicologia clínica, 18(1), 109-121.         [ Links ]

Oliveira, B. S. A. D. (2000). Instituição e psicanálise: da impotência à impossibilidade. (Dissertação de Mestrado), Pós-graduação em Psicologia, Pontifica Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.         [ Links ]

Oliveira, M. P. (2008). A fantasia em Melaine Klein e Lacan. Mental, 6(11), 107-123.         [ Links ]

Quinet, A. (2000). A descoberta do inconsciente. Rio de Janeiro: Zahar.         [ Links ]

Rinaldi, D. (1997). Ética e desejo: da psicanálise em intensão à psicanálise em extensão. Papéis–Revista do Corpo Freudiano, 7.         [ Links ]

Rinaldi, D., & Jorge, M. A. C. (2002). Saber, verdade e gozo: leituras de O seminário, livro 17, de Jacques Lacan. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos.         [ Links ]

Rosa, M. D. (2004). A psicanálise e as instituições: um enlace ético-político. Colóquio do Lepsi IP/FE–USP, 5.         [ Links ]

Rosa, M. D. (2016). A clínica psicanalítica em face da dimensão sociopolítica do sofrimento. São Paulo: Editora Escuta; FAPESP.         [ Links ]

Soares, E. (2009) A psicanálise em extensão e sua intensão. aSEPHallus,4(8),96-99.         [ Links ]

Stevens, A. (1996). A clínica psicanalítica em uma instituição para crianças. Estilos da clínica, 1(1), 58-67.         [ Links ]

Tavares, L. A. T., & Hashimoto, F. (2013). A pesquisa teórica em psicanálise: das suas condições e possibilidades. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 6(2), 166-178.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Fuad Kyrillos Neto
E-mail: fuadneto@ufsj.edu.br

Camila Rubia Araújo Silva
E-mail: camilarubia98@gmail.com

Submissão em: 08/05/2020
Aceite em: 17/03/2022

 

 

1 Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Docente do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Campus D. Bosco UFSJ Praça D. Helvécio 74 – Sala 1.22 36301-160- São João del-Rei – MG (32) 3379-5177
2 Acadêmica do curso de Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Pesquisadora do Programa Institucional de Iniciação Científica da UFSJ (PIIC/PROPE/UFSJ). Rua Dr Kleber Vasques Filgueiras, 172, apto 07 36305-030 - Matozinhos, São João del Rei- MG. (32) 99909-5473
3 A distinção das noções de aplicação à terapêutica e psicanálise em extensão e em intensão permitem acurar as condições nas quais a psicanálise pode ser praticada abrangendo o real incurável do sintoma e na formação do praticante. Ressalta-se que a noção de intensão é guia para a extensão e aplicação da psicanálise (Soares, 2009).

Creative Commons License Todo el contenido de esta revista, excepto dónde está identificado, está bajo una Licencia Creative Commons