Serviços Personalizados
Journal
artigo
Indicadores
Compartilhar
Revista Brasileira de Terapias Cognitivas
versão impressa ISSN 1808-5687
Rev. bras.ter. cogn. vol.9 no.2 Rio de Janeiro dez. 2013
https://doi.org/10.5935/1808-5687.20130013
ARTIGOS DE REVISÃO REVIEW ARTICLES
Intervenção clínica para o transtorno de adaptação: uma revisão sistemática
Clinical intervention for adjustment disorder: a systematic review
Thiene Salazar LivioI; Joelma do Nascimento LameuII; Wanderson Fernandes de SouzaIII
IMestre em Psicologia - (Departamento de Psicologia, Instituto de Educação, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, Brasil.) - Rio de Janeiro - RJ - Brasil
IIMestre em Psicologia - (Departamento de Psicologia, Instituto de Educação, Divisão de Saúde, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, Brasil.)
IIIDoutor em Saúde Pública - (Departamento de Psicologia, Instituto de Educação, Professor do curso de Mestrado em Psicologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, Brasil.)
RESUMO
CONTEXTO: O transtorno de adaptação tem recebido pouca atenção no Brasil e na literatura internacional. É importante identificar as opções disponíveis de tratamento, tanto farmacológicos como psicoterápicos.
OBJETIVOS: Realizar uma revisão sistemática sobre os artigos já publicados que investigaram ou mencionaram algum método de intervenção clínica voltado para o transtorno de adaptação.
MÉTODOS: Análise sistemática dos estudos indexados em dois acervos bibliográficos: PsycINFO e PubMed/Medline.
RESULTADOS: Da década de 1980 até hoje poucos estudos sobre o assunto foram encontrados. Entre os trabalhos que apresentaram alguma modalidade de tratamento, 9 referem-se à psicoterapia, 4 à farmacoterapia e 2 à fitoterapia. Diferentes abordagens psicoterapêuticas foram mencionadas, porém, a terapia cognitivo-comportamental aparece com maior frequência. Na farmacoterapia, os mais citados foram os benzodiazepínicos, os antidepressivos atípicos e os ansiolíticos não benzodiazepínicos. Entre os fitoterápicos foi citado o uso de Ginkgo Biloba e Euphytose®.
CONCLUSÕES: O tratamento para o transtorno de adaptação ainda requer mais atenção do campo acadêmico e maior número de pesquisas empíricas. Estudos adicionais são necessários, principalmente no que se refere à farmacoterapia.
Palavras-chave: transtorno de adaptação, tratamento, revisão sistemática.
ABSTRACT
BACKGROUND: Adjustment Disorder has received little attention, both in Brazil and in the international literature. It is important to identify the available options for pharmacotherapy and psychotherapy.
OBJECTIVES: A systematic review of the published articles which study or mention any method of clinical intervention for Adjustment Disorder.
METHODS: Systematic review of studies indexed in two databases: PsycINFO and PubMed/Medline.
RESULTS: From the 80's to the current decade, few studies were found. Among the studies that reported any kind of treatment, nine refer to psychotherapy, four to pharmacotherapy and two refer to phytotherapy. Different psychotherapeutic approaches have been mentioned; however, cognitive-behavioral therapy appeared more frequently. Among pharmacotherapeutic approaches, the most cited were benzodiazepines, atypical antidepressants and nonbenzodiazepine anti-anxiety medications. About phytotherapy, the use of Ginkgo Biloba and Euphytose® was cited.
DISCUSSION: the treatment of adjustment disorder still requires more attention from the academic field as well as a larger number of empirical research. Additional studies are needed, especially regarding pharmacotherapy.
Keywords: adjustment disorder, systematic review, treatment.
INTRODUÇÃO
O diagnóstico de transtorno de adaptação (TA) foi incluído na Classificação internacional de doenças (CID) somente a partir de sua 9ª edição (Organização Mundial de Saúde [OMS], 1978; Casey, Dowrick, & Wilkinson, 2001). Antes de sua aparição nos manuais diagnósticos, a manifestação de sintomas após um estressor psicossocial era nomeada como distúrbio transitório situacional (Casey & Baley, 2011). Atualmente na CID-10, sob o código F43.2, o transtorno de adaptação está descrito como:
Estado de sofrimento e de perturbação emocional subjetivos, que entravam usualmente o funcionamento e o desempenho sociais, ocorrendo no curso de um período de adaptação a uma mudança existencial importante ou a um acontecimento estressante. O fator estresse pode afetar a integridade do ambiente social do sujeito (luto, experiências de separação) ou seu sistema global de suporte social e de valor social (imigração, estado de refugiado), ou ser, ainda, representado por uma etapa da vida ou uma crise do desenvolvimento (escolarização, nascimento de um filho, derrota em atingir um objetivo pessoal importante, aposentadoria) .... (OMS, 2000, p. 337).
Quanto ao Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM), a classificação do TA foi considerada a partir da 3ª edição e entendida como um diagnóstico transitório, não excedendo o período de seis meses (American Psychiatric Association [APA], 1987). Apenas na edição seguinte foi concebida a possibilidade da cronicidade do quadro nosológico (Strain & Frideman, 2011). Os critérios diagnósticos para a identificação do TA, segundo o DSM-IV (APA, 2002), estão apresentados na Figura 1.
Com a recente publicação do DSM-5 (APA, 2013a), foram feitas algumas alterações. O TA passou a ser um dos transtornos que compõem um conjunto heterogêneo de síndromes de resposta ao estresse, desencadeadas após a ocorrência de um acontecimento estressante, podendo ser traumático ou não. Quanto aos subtipos considerados no DSM-IV, permaneceram inalterados na nova edição (APA, 2013b).
Algumas modificações apresentadas no DSM-5 haviam sido propostas por Marcker, Einsle e Kollner (2007), com base no conceito de Stress Response Syndromes, o qual era voltado para a descrição do transtorno do estresse agudo e do transtorno do estresse pós-traumático (Horowitz, 1997). O ajustamento do TA a essa teoria de síndromes de resposta ao estresse resultou em critérios diagnósticos mais específicos.
Na nova organização diagnóstica proposta, as respostas sintomatológicas a um estressor identificável devem ocorrer dentro de um mês após o evento estressante. Os sintomas são classificados como intrusivos (lembranças angustiantes involuntárias e pensamentos repetitivos constantes sobre o evento), evitativos (evitar situações, pensamentos, sentimentos e comentários associados ao evento) e mal-adaptativos (perda de interesse por atividades diárias, dificuldade de concentração, prejuízos no sono e redução da autoconfiança) (Maercker ., 2007).
Estima-se que entre os pacientes ambulatoriais, cerca de 5 a 20% são diagnosticados com TA (APA, 2002). Entretanto, essas estimativas parecem enviesadas pela dificuldade do diagnóstico diferencial com outros quadros clínicos. Nota-se que, nos últimos anos, ao mesmo tempo em que a frequência do diagnóstico de depressão maior aumentou nos hospitais gerais, a do diagnóstico de TA diminuiu. Uma hipótese levantada para a relativa baixa frequência desse diagnóstico é a de que os profissionais de saúde estejam subestimando o TA por falta de dados científicos (Casey & Baley, 2011).
O transtorno de adaptação não foi contemplado pelos principais estudos epidemiológicos realizados pela OMS, porém, em um estudo realizado na Espanha, em 2012, os pesquisadores estimaram a prevalência de TA em 2,94% entre 3.815 pacientes dos centros de saúde de atenção básica (Fernández, et al., 2012).
No que tange ao tratamento para o TA, a literatura científica se apresenta escassa e pouco precisa. Praticamente todos os estudos são internacionais, tornando possível a observação da quase ausência desse tema entre as pesquisas no Brasil. Até o presente momento, apenas um artigo nacional (Lipp, 2007) referindo-se ao conceito de TA foi encontrado.
Por apresentar elevado sofrimento, o que interfere em suas atividades cotidianas, a pessoa acometida pelo TA carece de reabilitação. A possibilidade de ser um quadro transitório não significa que o TA não precise ser tratado. No entanto, a falta de pesquisas empíricas sobre o assunto dificulta a identificação de uma terapia adequada para tais casos, além de reforçar a vertente que defende a não medicalização do sofrimento. Esses fatores podem fazer o sujeito que está apresentando sintomas de TA deixar de receber a atenção clínica necessária (Casey & Baley, 2011).
Assim como ocorre em outras psicopatologias, o sofrimento decorrente do TA envolve emoções como desesperança, estresse e desespero, o que pode levar à ideação suicida e, em casos mais severos, ao suicídio. A relação entre TA e suicídio foi demonstrada em um estudo em que foram revisados os prontuários de 82 pacientes que apresentavam tal transtorno e estavam internados em um hospital universitário. A pesquisa mostrou que a internação ocorreu por tentativa de suicídio em 27% dos casos (Bolu et al., 2012).
Um estudo de caso, realizado na zona rural da Índia, teve a participação das famílias de todas as pessoas que foram a óbito por suicídio entre 2006 e 2008. Entre as 122 pessoas que se suicidaram ao longo do período de estudo, 37% haviam recebido algum tipo de diagnóstico psiquiátrico. Os quadros mais comuns foram dependência alcoólica, com 16%, e TA, com 15%. Os autores concluíram que o estresse psicossocial teve forte influência nos suicídios naquela região (Manoranjitham, Rajkumar, & Thangadurai, 2010).
Observando-se a necessidade de ter conhecimento a respeito de pesquisas sobre esse transtorno, notoriamente pouco estudado e que pode ser diagnosticado pelos profissionais de saúde, este trabalho tem por objetivo realizar uma revisão sistemática dos artigos científicos que fazem referência a algum tipo de tratamento para o TA.
MÉTODOS
Para o levantamento de estudos sobre o tratamento do transtorno de adaptação, realizado em 2013, foi iniciada uma busca em duas bases de dados virtuais: PsycINFO e PubMed/MedLine. Primeiro, usou-se a palavra-chave "transtorno de adaptação" em ambos os bancos, mas nenhum resultado foi obtido. Usando o mesmo termo na língua inglesa (Adjustment Disorder), foram encontrados 823 resultados no PsycINFO e 622 no Medline, totalizando 1445 referências.
De acordo com o critério adotado, a seleção e a eliminação dos estudos obedeceram a cinco etapas, representadas na Figura 2. Na primeira, as referências classificadas como livros, capítulos ou teses foram descartadas, permanecendo 1310 artigos científicos.
Na segunda etapa, com o auxílio do programa Microsoft Office Excel®, os artigos foram organizados em ordem alfabética a fim de obter melhor precisão na eliminação de duplicatas. Após esse processo, 362 duplicatas foram eliminadas e 948 artigos foram mantidos para serem avaliados.
A terceira etapa teve como objetivo selecionar os estudos que mencionassem em seu resumo (abstract) os termos "transtorno de adaptação" e "tratamento". Nessa etapa, os títulos e resumos das 948 referências foram avaliados por dois dos presentes autores (JLN & TSL), e, após isso, 50 artigos foram mantidos para serem lidos integralmente.
A quarta etapa foi realizada com a leitura dos 50 artigos, na íntegra, com o propósito de averiguar se em seu conteúdo havia informação sobre tratamento indicado para os indivíduos diagnosticados com TA. Constatou-se que três dos artigos não estavam na língua inglesa, estando um na língua francesa e dois na língua sérvia. Entre os 50 artigos lidos, 20 apresentavam medidas de intervenção para o TA, mas 6 foram eliminados por serem revisões da literatura. Ao fim dessa etapa, permaneceram 14 artigos originais.
Na quinta etapa, foi realizada a releitura dos 14 artigos selecionados, visando extrair deles informações acerca do tipo de estudo feito para que fossem classificados quanto ao tipo de tratamento: psicoterápico, farmacoterápico ou medida alternativa. Além disso, esses artigos tiveram suas referências bibliográficas avaliadas, em busca de outros artigos que abordassem o tratamento do TA, mas que não tivessem sido contemplados pela busca inicial. Essa avaliação resultou na adição de 2 artigos. Ressalta-se que antes da avaliação dos resultados, concluída em fevereiro de 2014, uma nova busca foi realizada para verificar o surgimento de publicações recentes. No entanto, nenhum artigo foi encontrado.
RESULTADOS
Os 16 estudos encontrados foram desenvolvidos fora do Brasil, com predominância de estudos na Europa. Foi identificada uma variedade de medidas de intervenção, sendo possível distribuí-las em três categorias principais: psicoterapia, farmacoterapia e fitoterapia. Tais estudos estão representados na Tabela 1.
Psicoterapia
Entre os artigos publicados, o tipo de tratamento mais investigado para o transtorno de adaptação é o psicoterapêutico, havendo múltiplas abordagens psicoterápicas sob avaliação.
Em 1981, a eficácia de terapias distintas nos casos de TA com ansiedade e/ou humor depressivo foi avaliada. Para tal investigação, 44 sujeitos atendidos por uma organização de saúde foram separados aleatoriamente em três grupos de tratamento: terapia cognitivo-comportamental (TCC) em grupo, terapia cognitivo-comportamental individual e terapia interpessoal de grupo. Todos foram submetidos a 10 sessões, sendo uma sessão por semana, com duração de 50 minutos, para terapia de grupo, e de 1 hora para terapia individual. Após as sessões, os autores constataram que a TCC em grupo e a TCC individual apresentaram-se igualmente eficazes na redução de sintomas e no aumento da assertividade. A hipótese de que a TCC em grupo resultaria em mudanças mais significativas do que a terapia interpessoal de grupo não foi corroborada (Shaffer, Shapiro, Sank, & Coghlan, 1981).
Um estudo prospectivo randomizado e controlado foi realizado em uma empresa privada na Holanda com 192 funcionários afastados com diagnóstico de TA. O grupo de intervenção foi submetido ao treino de inoculação do estresse e à TCC, e o grupo de controle, a uma intervenção informativa sobre estresse, estilo de vida e problemas ocupacionais. Os resultados das intervenções foram comparados em dois períodos, após 3 e 12 meses, e foram avaliados em três categorias: intensidade dos sintomas, duração da doença e retorno ao trabalho. Constatou-se que, aos 3 meses, um número maior de pacientes do grupo de intervenção havia retornado ao trabalho e que, aos 12 meses, todos os pacientes retornaram ao trabalho. Quanto à intensidade de sintomas, não houve diferença entre os grupos (Van der Klink, Blonk, Schene, & Van Djik, 2003).
A partir de um estudo prospectivo com coorte de 190 sujeitos embasado nos conceitos da TCC, foram investigadas as crenças irracionais em grupos com diferentes diagnósticos e analisado se a diminuição delas estava relacionada à recuperação dos sintomas. Os sintomas foram medidos em quatro momentos: no início do estudo, após 3, 6 e 12 meses. Os resultados mostraram que as crenças irracionais diferem de acordo com o diagnóstico, sendo os níveis mais elevados de irracionalidade observados no grupo de diagnóstico duplo de ansiedade e de depressão. Os participantes com TA apresentaram menor presença de crenças irracionais, comparável à amostra da comunidade. A pesquisa concluiu que os grupos com diferentes diagnósticos diferiram mais em relação à presença do que quanto ao tipo de crença irracional. O resultado foi o mesmo no início e ao longo de um ano. Além disso, ao longo do período, todos os grupos demonstraram diminuição nas crenças irracionais junto com a diminuição dos sintomas. Com esse resultado, os autores sugerem que a TCC pode abranger intervenções cognitivas semelhantes para todos os transtornos mentais comuns (Nieuwenhuijsen, Verbeek, de Boer, Blonk, & van Dijk, 2010).
Os efeitos da psicoterapia dinâmica sobre o processo adaptativo foram analisados em 32 pacientes com diagnóstico principal de transtorno de adaptação. O estudo, realizado na França, destacou como parte do processo adaptativo dois comportamentos: a defesa e o enfrentamento, e foi observada também a influência da aliança terapêutica sobre esses comportamentos. A amostra foi submetida a 40 sessões de psicoterapia dinâmica de curto prazo. Após o tratamento, verificou-se que a aliança terapêutica pode ser mediadora para que mudanças nos mecanismos de defesa do paciente ocorram. Os pesquisadores observaram mudança no comportamento defensivo dos pacientes, mas não houve mudança significativa no coping, ou seja, na capacidade de os pacientes enfrentarem o estresse (Kramer, De Roten, Michel, & Despland, 2009).
Outro estudo semelhante submeteu 32 universitários com diagnóstico principal de TA, atendidos pelo centro de saúde universitária, a 40 sessões de psicoterapia dinâmica. Para acompanhar as mudanças ocorridas durante o tratamento, dois instrumentos foram aplicados: Escala de Avaliação de Mecanismos de Defesa (Defense Mechanism Rating Scales) e Padrões de Ação de Coping (Coping Action Patterns). Os resultados mostraram que a psicoterapia dinâmica de curto prazo pode gerar mudanças na reação defensiva do paciente. Em contrapartida, o modo como o paciente enfrenta o estresse permaneceu estável durante todo o tratamento, apontando que tal abordagem psicoterapêutica não interferiu no funcionamento global de enfrentamento (Kramer, Despland, Michel, Drapeau, & de Roten, 2010).
O treinamento autógeno, método de relaxamento psíquico e corporal, foi apontado como uma possibilidade de psicoterapia para adolescentes com TA. Em 2005, foi realizada uma avaliação da influência do treinamento autógeno em uma amostra de 31 indivíduos com idade média de 17 anos. O objetivo da pesquisa foi avaliar a eficácia desse método terapêutico no TA por meio de indicadores biofísicos e bioquímicos. Segundo os autores, as hipóteses preliminares foram confirmadas. Por meio da mensuração da pressão arterial, do colesterol e das concentrações de cortisol dos adolescentes, antes e após o treinamento autógeno, foi detectado que os valores posteriores mostraram-se significativamente inferiores aos valores iniciais (Jojić & Leposavić, 2005a). Ainda em 2005, a mesma metodologia de pesquisa foi aplicada a uma amostra de 35 adultos com TA e obteve-se resultado semelhante, concluindo-se que o treinamento autógeno é uma intervenção facilitadora para a recuperação dos sintomas advindos do TA, tanto fisiológicos quanto psicológicos e sociais (Jojić & Leposavić, 2005b).
Uma nova técnica terapêutica (terapia do espelho) também foi proposta para ser comparada a outras terapias. O objetivo foi selecionar três tipos diferentes de tratamentos psicoterápicos e observar seus efeitos em pacientes cardíacos com TA. A pesquisa, de desenho quase-experimental, foi elaborada no México com 144 pacientes de três hospitais diferentes. Os sujeitos foram separados em três grupos, e cada um recebeu medidas de intervenção distintas: terapia do espelho, acompanhamento médico e gestalt terapia. Os resultados mostraram melhora significativa entre os pacientes do grupo da terapia do espelho em relação aos demais grupos (Gonzales-Jaimes & Turnbull-Plaza, 2003).
Entre 60 crianças e adolescentes encaminhados para uma unidade neuropsiquiátrica da Universidade de Bari, na Itália, 27 receberam o diagnóstico de TA e fizeram psicoterapia, cuja abordagem terapêutica não foi especificada pelos autores. O resultado do tratamento sugere que os sujeitos submetidos à psicoterapia apresentaram melhora significativa (Presicci et al., 2010).
Farmacoterapia
Na década de 1990 foi realizado um estudo para avaliar os tratamentos mais indicados por profissionais da saúde. Nele, 73 especialistas em farmacoterapia dos transtornos de ansiedade e depressão foram questionados sobre o tratamento adequado para algumas psicopatologias, entre elas o transtorno de adaptação com ansiedade. Entre os profissionais, 66 responderam ao questionário, correspondendo a 90% dos participantes. Quanto ao tratamento para o transtorno de adaptação, 64% recomendaram medicamento junto ao tratamento psicológico, 14% psicoterapia individual, 11% farmacoterapia e 13% outras modalidades terapêuticas. Entre aqueles que indicaram a farmacoterapia, 63% citaram o uso de benzodiazepínicos, 14% de antidepressivos (sendo 10% para antidepressivos tricíclicos), 8% de azapironas e 8% para a combinação de dois ou mais agentes (Uhlenhuth, Balter, Ban, & Yang, 1995).
Uma comparação entre os efeitos de três psicofármacos sobre os sintomas do TA misto de depressão e ansiedade foi desenvolvida por meio de um estudo duplo cego realizado com 152 sujeitos submetidos por seis semanas aos medicamentos Tianeptina (37,5 mg/dia), Mianserina (60 mg/dia) e Alprazolam (1-5 mg/dia). Os resultados mostraram melhora muito semelhante nos três grupos de tratamento. Do mesmo modo, o número de pacientes que exibiram efeitos colaterais não diferiu entre os três grupos (Ansseau et al., 1996).
A utilidade da Trazodona e do Clorazepato foi testada para os casos de TA com sintomas depressivos e ansiosos em 21 pacientes portadores de HIV a partir de um desenho duplo cego e randomizado. Após 28 dias da terapia medicamentosa, os pesquisadores observaram que a melhora foi maior naqueles que utilizaram Trazodona, mas não consideraram a diferença significativa devido ao pequeno número de participantes. No entanto, concluíram que a Trazodona pode vir a ser uma opção de tratamento para os pacientes com HIV que desenvolvem TA (De Wit et al., 1999).
Outro medicamento psicoativo foi sugerido para o TA: o antidepressivo não serotonérgico Bupropiona. Os autores verificaram sua eficácia a partir de um estudo de caso envolvendo um paciente com TA do subtipo misto depressão e ansiedade. Antes do tratamento, o paciente respondeu a alguns questionários e, no decorrer de três semanas, foi medicado com 150 mg de Bupropiona por dia. Ao término desse período, os mesmos instrumentos foram aplicados, apontando que tanto os sintomas depressivos quanto os sintomas ansiosos diminuíram consideravelmente (Sarkar & Krüger, 2008).
Em 2006, foi testada a eficácia de dois medicamentos ansiolíticos no tratamento de TA com ansiedade: a Etifoxina (ansiolítico não benzodiazepínico) e o Lorazepam (benzodiazepínico). Médicos de clínica geral da França foram treinados para diagnosticar TA em seus pacientes. Após esse procedimento, 191 indivíduos foram convidados a participar de um estudo duplo cego, randomizado e controlado, onde foram direcionados aleatoriamente para serem medicados durante 28 dias com 150 mg de Etifoxina ou 2 mg de Lorazepam. Como critério de avaliação, foi utilizada a Escala de Hamilton para ansiedade. Ambas as drogas agiram sobre a ansiedade, e os resultados foram equivalentes. Entretanto, entre os pacientes que receberam Etifoxina, foi notável um efeito terapêutico sem reações colaterais (Nguyen et al., 2006).
Fitoterapia
Em 1997, pacientes diagnosticados com TA com ansiedade em um ambulatório participaram de um estudo controlado com o objetivo de testar a eficácia, no tratamento do TA, de uma combinação de seis ervas com efeito ansiolítico, denominada Euphytose®. Durante 28 dias o grupo composto por 91 pacientes ingeriu a Euphytose® três vezes ao dia, enquanto o grupo de controle, também composto por 91 sujeitos, recebeu placebo. Para aferir o resultado, foi aplicada a Escala de Hamilton para ansiedade, constatando-se uma diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos, onde o grupo que utilizou o extrato de ervas apresentou maior redução dos sintomas do que aqueles do grupo-placebo (Bourin, Bougerol, Guitton, & Broutin, 1997).
Uma década depois investigou-se o uso do extrato de Ginkgo Biloba (EGb 761) nos transtornos de ansiedade. Em uma amostra de 107 sujeitos, 82 com transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e 25 com transtorno de adaptação com ansiedade foram randomizados em doses diárias de 240 mg para EGB 761 e de 480 mg para EGB 761 ou de placebo durante 28 dias. Os autores identificaram que as duas doses de EGB 761 apresentaram mudança significativa em comparação ao placebo, sugerindo, inclusive, a tendência de um efeito doseresposta (Woelk, Arnoldt, Kieser, & Hoerr, 2007).
DISCUSSÃO
Quando comparado a outros transtornos associados ao estresse (p. ex., transtorno do estresse pós-traumático e o transtorno do estresse agudo), o tratamento para o transtorno de adaptação ainda pode ser considerado pouco investigado no meio acadêmico. Isso se evidencia na quantidade de estudos disponíveis na literatura que enfocam essa temática.
O estudo mais antigo encontrado na presente revisão data do início da década de 1980, constatando-se ainda que, no decorrer das últimas três décadas, poucos pesquisadores comprometeram-se a investigar as opções de tratamento para o TA. Uma possível justificativa para esse desinteresse deve-se à possibilidade de seus sintomas serem amenizados e até mesmo de desaparecerem espontaneamente na fase aguda, na qual, de acordo com o DSM-IV, o transtorno não perdura por mais que seis meses. Outra justificativa poderia ser atribuída à pouca especificidade da descrição diagnóstica do TA (Strain & Frideman, 2011; Maercker et al., 2007).
Na revisão sistemática, foi possível separar as medidas de intervenção em três categorias: psicoterapia, farmacoterapia e fitoterapia. Ressalta-se que os estudos relativos à farmacoterapia e à fitoterapia se ativeram em investigar apenas os subtipos do transtorno de adaptação relacionados à depressão e à ansiedade (Uhlenhuth et al., 1995; Ansseau et al., 1996; De Wit et al., 1999; Sarkar & Krüger, 2008; Nguyen et al., 2006; Bourin et al., 1997; Woelk et al., 2006), enquanto os outros subtipos (com perturbação da conduta; com perturbação mista das emoções e da conduta; e não especificado) não foram abordados nas pesquisas.
Ao focalizar a psicoterapia como forma de tratamento para o TA, é possível verificar que diferentes abordagens foram testadas pelos pesquisadores que têm se dedicado a esse tema. Observa-se que a terapia cognitivo-comportamental, em alguns estudos, é considerada adequada para um bom prognóstico do transtorno de adaptação (Shaffer et al., 1981; Van der Klink et al., 2003; Nieuwenhuijsen et al., 2010). Uma de suas contribuições consiste no retorno do indivíduo às atividades cotidianas, interrompidas devido à presença do transtorno.
A psicoterapia dinâmica, apesar dos respectivos autores mencionarem ser um método eficaz para os casos de TA, mostrou interferir positivamente em apenas um dos pontos relevantes do tratamento para esse diagnóstico no que tange à capacidade de defesa do paciente. Todavia, entre os sujeitos do estudo, não houve mudança na capacidade de enfrentamento ao estresse, indicando que tal terapia não teve influência sobre esse aspecto (Kramer et al., 2009; Kramer et al., 2010). Outros dois métodos psicoterápicos, o treinamento autógeno e a terapia do espelho, apresentaram resultados favoráveis no tratamento dos sintomas do TA (Jojić & Leposavić, 2005a; Jojić & Leposavić, 2005b; Gonzales-Jaimes & Turnbull-Plaza, 2003).
Quanto ao tratamento medicamentoso, foi testada a eficácia de benzodiazepínicos, antidepressivos atípicos e ansiolíticos não benzodiazepínicos sobre os sintomas ansiosos e depressivos, oriundos do TA. Alguns antidepressivos atípicos mostraram-se bons agentes redutores de sintomas. Também foram testados a Bupropiona, com base no estudo de caso (Sarkar & Krüger, 2008), a Tianeptina e a Mianserina (Ansseau et al., 1996). Nota-se que o benzodiazepínico Alprazolam produziu o mesmo efeito que os antidepressivos atípicos.
O Lorazepam, que também é benzodiazepínico, parece ser capaz de reduzir os sintomas de ansiedade, mas seu uso causou efeitos colaterais significativos, enquanto o uso do ansiolítico não benzodiazepínico Etifoxina foi eficiente e não provocou reações adversas. Quanto ao Trazodona, seu efeito foi favorável, porém, não é possível afirmar que seja um medicamento indicado para os casos de TA (De Wit et al., 1999). Um artigo mais recente, publicado após o processo sistemático de revisão, reforça a indicação de Etifoxina para o tratamento de TA, indicando melhores efeitos que o Alprazolam em longo prazo (Stein, 2015).
Entre as terapias fitoterápicas, os únicos estudos encontrados na literatura apresentaram resultados semelhantes. Tanto o extrato de Ginkgo Biloba como a Euphytose® mostraramse eficazes em reduzir os sintomas de ansiedade (Bourin et al., 1997; Woelk et al., 2006).
CONCLUSÃO
O quadro clínico abordado neste estudo acarreta sofrimento psíquico e prejuízos no desempenho social, afetando a qualidade de vida do indivíduo de tal forma que a compreensão de seus mecanismos de tratamento torna-se fundamental à saúde humana. No entanto, os resultados aqui obtidos revelam que, apesar de desencadear efeitos tão prejudiciais às pessoas afetadas, esse transtorno tem recebido atenção acadêmica insuficiente, o que, por sua vez, pode ter implicações na assertividade da conduta terapêutica.
Ao longo de três décadas, poucos artigos abordaram o tratamento para o TA. Embora os estudos encontrados indiquem algumas diretrizes terapêuticas, percebe-se que os resultados mais consistentes concentram-se na psicoterapia. Entre as intervenções psicoterápicas, a abordagem cognitivo-comportamental aparece com maior frequência e com resultados promissores. Além disso, métodos como psicoterapia dinâmica, treinamento autógeno e terapia do espelho, embora apresentados em número reduzido de estudos, produziram efeitos terapêuticos em pelo menos algum aspecto da sintomatologia do transtorno. Esses resultados levam à compreensão de que abordagens breves com técnicas focais demonstram ser um método colaborativo para um bom prognóstico do transtorno de adaptação.
A revisão sistemática da literatura nos leva a concluir que ainda são necessários mais estudos sobre intervenções terapêuticas para o transtorno de adaptação, principalmente em relação às opções de farmacoterapia. Os estudos farmacoterápicos são escassos, com raras replicações de resultados, levando apenas a sugestões terapêuticas sem possibilitar a indicação de uma medicação principal para o tratamento.
Outro ponto a ser destacado é a dificuldade de comparar os resultados entre as poucas pesquisas realizadas. O que se observa são medidas interventivas distintas sendo ministradas em populações diferentes, dificultando avaliações comparativas dos efeitos terapêuticos alcançados. Essas comparações, se realizadas, poderiam gerar a obtenção de evidências mais robustas. Do mesmo modo, a carência de pesquisas empíricas reforça a imprecisão e a diversidade de informações sobre o tratamento para o transtorno.
REFERÊNCIAS
American Psychiatric Association (APA) (1987). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-III-R. (3. ed. rev.). Porto Alegre. Artmed. [ Links ]
American Psychiatric Association (APA) (2002). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-IV-TR. (4. ed. rev.). Porto Alegre. Artmed. [ Links ]
American Psychiatric Association (APA) (2013a). Diagnostic and statistical manual of mental disorders: DSM-5 (5th ed). Arlington: APA. [ Links ]
American Psychiatric Association (APA) (2013b). Highlights of changes from DSM-IV-TR to DSM 5. Recuperado de: http://www.dsm5.org/Documents/changes%20from%20dsm-iv-tr%20to%20dsm-5.pdf [ Links ]
Ansseau, M., Bataille, M., Briole, G., de Nayer, A., Fauchère, P. A., Ferrero, F., Mertens, C. ... van Moffaert, M. (1996). Controlled comparison of tianeptine, alprazolam and mianserin in the treatment of adjustment disorders with anxiety and depression. Human Psychopharmacology: Clinical & Experimental, 11(4),293-298. DOI: http://dx.doi.org/10.1002/(SICI)1099-1077(199607)11:4<293::AID-HUP771>3.0.CO;2-Z
Bolu, A., Doruk, A., Ak, M., Özdemir, B., & Özgen, F. (2012). Suicidal behavior in adjustment disorder patients. Dusunen Adam, 25(1),58-62. [ Links ]
Bourin, M., Bougerol, T., Guitton, B., & Broutin, E. (1997). A combination of plant extracts in the treatment of outpatients with adjustment disorder with anxious mood: Controlled study versus placebo. Fundamental & Clinical Pharmacology, 11,127-32. DOI: http://dx.doi.org/10.1111/j.1472-8206.1997.tb00179.x [ Links ]
Casey, P., & Baley, S. (2011). Adjustment disorders: the state of the art. World Psychiatry, 10,11-18. [ Links ]
Casey, P., Dowrick, C., & Wilkinson, G. (2001). Adjustment disorders. Fault line in the psychiatric glossary. British Journal of Psychiatry, 179,479-81. [ Links ]
De Wit, S., Cremers, L., Hirsch, D., Zulian, C., Clumeck, N., & Kormoss, N. (1999). Efficacy and safety of trazodone versus clorazepate in the treatment of HIV-positive subjects with adjustment disorders: A pilot study. Journal of Internal Medical Research, 27,223-32. [ Links ]
Fernández, A., Mendive, J. M., Salvador-Carulla, L., Rubio-Valera, M., Luciano, J. V., Pinto-Meza A., Haro, J. M. ... DASMAP investigators. (2012). Adjustment disorders in primary care: Prevalence, recognition and use of services. The British Journal of Psychiatry, 201,137-142. DOI: http://dx.doi.org/10.1192/bjp.bp.111.096305 [ Links ]
Gonzales-Jaimes E. I., & Turnbull-Plaza, B. (2003). Selection of psychotherapeutic treatment for adjustment disorder with depressive mood due to acute myocardial infarction. Archives of Medical Research, 34,298-304. [ Links ]
Horowitz, M. J. (1997). Stress response syndromes (3th ed). Northvale: Aronson. [ Links ]
Jojić, B. R., & Leposavić, L. M. (2005a). Autogenic training as a therapy for adjustment disorder in adolescents. Srp Arh Celok Lek, 133,424-428. [ Links ]
Jojić, B. R., & Léposavić, L. M. (2005b). Autogenic training as a therapy for adjustment disorder in adults. Srp Arh Celok Lek, 133,505-509. [ Links ]
Kramer, U., De Roten,Y., Michel, L., & Despland, J. N. (2009). Early change in defense mechanisms and coping in short-term dynamic psychotherapy: Relations with symptoms and alliance. Clinical Psychology & Psychotherapy, 16(5),408-417. DOI: http://dx.doi.org/10.1002/cpp.616 [ Links ]
Kramer, U., Despland, J. N., Michel, L., Drapeau, M., & de Roten, Y.(2010). Change in defense mechanisms and coping over the course of short-term dynamic psychotherapy for adjustment disorder. Journal of Clinical Psychology, 66(12),1232-41. DOI: http://dx.doi.org/10.1002/jclp.20719 [ Links ]
Lipp, M. E. N. (2007). Transtorno de adaptação. Academia Paulista de Psicologia, 1(1),72-82. [ Links ]
Maercker, A., Einsle, F., & Kollner, V. (2007). Adjustment disorder as Stress response syndromes: a new diagnostic concept and it's exploration in a medical sample. Psychopathology, 40,135-146. DOI: http://dx.doi.org/10.1159/000099290 [ Links ]
Manoranjitham,, S. D., Rajkumar, A. P., & Thangadurai, P. (2010). Risk factors for suicide in rural south India. The British Journal of Psychiatry, 196,26-30. DOI: http://dx.doi.org/10.1192/bjp.bp.108.063347 [ Links ]
Nguyen, N., Fakra, E., Pradel, V., Jouve, E., Alquier, C., Le Guern, M. E., Micallef, J., & Blin, O. (2006). Efficacy of etifoxine compared to lorazepam monotherapy in the treatment of patients with adjustment disorders with anxiety: a double-blind controlled study in general practice. Human Psychopharmacology: Clinical and Experimental, 21,139-149. DOI: http://dx.doi.org/10.1002/hup.757 [ Links ]
Nieuwenhuijsen, K., Verbeek, J. H., de Boer, A. G., Blonk, R. W., & van Dijk, F. J. (2010). Irrational beliefs in employees with an adjustment, a depressive, or an anxiety disorder: A prospective cohort study. Journal of Rational-Emotive and Cognitive-Behavior Therapy, 28(2),57-72. PMID: 20445759 DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s10942-007-0075-0 [ Links ]
Organização Mundial de Saúde (OMS) (1978). Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde: CID-9. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. [ Links ]
Organização Mundial de Saúde (OMS) (2000). Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde: CID-10. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. [ Links ]
Presicci, A., Lecce, P., Ventura, P., Margari, F., Tafuri, S., & Margari, L. (2010). Depressive and adjustment disorders - some questions about the differential diagnosis: case studies. Neuropsychiatric Disease and Treatment, 6,473-481. [ Links ]
Sarkar, R., & Krüger, S. (2008). Bupropion in the treatment of adjustment disorder. Acta Neuropsychiatrica, 20(5),282-283. [ Links ]
Shaffer, C. S., Shapiro, J., Sank, L. I., & Coghlan, D. J. (1981). Positive changes in depression, anxiety and assertion following individual and group cognitive behavior therapy intervention. Cognitive Therapy and Research, 5(2),149-157. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/BF01172523 [ Links ]
Stein, D. J. (2015). Etifoxine versus alprazolam for the treatment of adjustment disorder with anxiety: a randomized controlled trial. Advances in Therapy, 32(1),57-68. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s12325-015-0176-6 [ Links ]
Strain, J. J., & Frideman, F. J. (2011). Considering adjustment disorder as stress response syndrome for DSM-5. Depression and Anxiety, 28,818-823. DOI: http://dx.doi.org/10.1002/da.20782 [ Links ]
Uhlenhuth, E. H., Balter, M. B., Ban, T. A., & Yang, K. (1995). International study of expert judgement on therapeutic use of benzodiazepines and other psychotherapeutic medications: II. Pharmacotherapy of anxiety disorders. Journal of Affective Disorders, 35(4),153-162. [ Links ]
Van der Klink, J. J., Blonk, R.W., Schene, A. H., & Van Dijk, F. J. (2003). Reducing long term sickness absence by an activating intervention in adjustment disorders: a cluster randomized controlled design. Occupational and Environmental Medicine, 60,429-437. [ Links ]
Woelk, H., Arnoldt, K. H., Kieser, M., & Hoerr, R. (2007). Ginkgo biloba special extract EGb 761((R)) in generalized anxiety disorder and adjustment disorder with anxious mood: A randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Journal of Psychiatric Research, 41(6),472-480. [ Links ]
Correspondência:
Thiene Salazar Livio
Avenida das Américas, 16355, Sala 212, Recreio dos Bandeirantes
Rio de Janeiro, RJ, Brasil. CEP: 22790-703
E-mail: thienesalazar@gmail.com
Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBTC em 07 de julho de 2014. cod. 274.
Artigo aceito em 05 de março de 2015.
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Departamento de Psicologia. Instituto de Educação. Programa de Pós-graduação em Psicologia.