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Revista Brasileira de Terapias Cognitivas
Print version ISSN 1808-5687On-line version ISSN 1982-3746
Rev. bras.ter. cogn. vol.16 no.1 Rio de Janeiro Jan./June 2020
https://doi.org/10.5935/1808-5687.20200003
ARTIGOS DE REVISÃO REVIEW ARTICLES
Características e impacto dos programas de prevenção da depressão pós-parto em Terapia Cognitivo-Comportamental: revisão sistemática
Characteristics and impact of postpartum depression prevention programs in Cognitive-Behavioral Therapy: systematic review
Neuraci Gonçalves de Araújo; Elder Cerqueira-Santos
Universidade Federal de Sergipe, Programa de Pós-graduação em Psicologia - Aracaju - Sergipe-Brasil
RESUMO
A depressão pós-parto atinge cerca de 17,7% das mães e traz sérias consequências para a díade mãe-bebê, indicando a necessidade de prevenção. Esta revisão sistemática avaliou 13 ensaios clínicos randomizados de intervenções preventivas baseados na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), iniciadas na gestação. Objetivou- se apresentar os conteúdos dos programas e analisá-los em relação aos fatores de risco e impacto das intervenções. Buscou-se artigos nas bases de dados Bvsalud, Pubmed, Scielo e PsycInfo, utilizando-se os termos "postpartum depression" and "prevention" e variantes destes nos idiomas inglês e português. Análises qualitativas e quantitativas mostram que a maioria das intervenções reduz sintomas depressivos e incluiu no conteúdo: psicoeducação sobre depressão pós-parto, estratégias de resolução de problemas, relaxamento, habilidades de comunicação com o parceiro, rede de apoio e parentalidade. A ausência de descrição detalhada dos conteúdos das sessões limitou as análises. As intervenções preventivas baseadas na TCC podem reduzir sintomas de depressão e incidência deste transtorno.
Palavras-chave: Depressão Pós-Parto; Terapia Cognitivo-Comportamental; Prevenção de Doenças.
ABSTRACT
Postpartum depression affects 17,7% of mothers and has major consequences to them and their babies, wich indicate the need for prevention. This systematic review evaluated 13 randomized clinical treatments using that approach, initiated during pregnancy. The objective was to present the programs and analyze the results of the interventions and its content related to risk factors. The data was extracted from the Bvsalud, Pubmed, Scielo and PsyInfo databases, using the words (postpartum depression, perinatal depression, prenatal depression, postpartum depression) and (prevention or preventive or prevent or preventing.) and in portuguese ("depressão pósparto", "depressão perinatal") and (prevenção, intervenção preventiva). Qualitative and quantitative analysis showed that the majority of the interventions decreased depressive symptoms, and included: postpartum depression psychoeducation, problem solving training, relaxation, communication skills, parenthood, support network and partner communication. Analysis was limited due to lack of session description in some of the papers. Cognitive- behavioral interventions can decrease depression and its symptoms.
Keywords: Depression; Postpartum; Cognitive Behavioral Therapy; Disease Prevention.
A fase que vai dos seis a oito meses do pós-parto é um momento importante na vida da mulher, marcada por mudanças biológicas e de ordem subjetiva, sendo considerada um período de vulnerabilidade em sua saúde mental (Biaggi, Conroy, Pawlby, & Pariant, 2016). Entre os transtornos que afetam a saúde materna está a depressão pós-parto (DPP). Um estudo de metanálise envolvendo 291 pesquisas oriundas de 56 países apontou que a incidência da DPP global é de 17,7% (Hahn- Holbrook, Cornwell-Hinrichs, & Anaya, 2018). No Brasil, um estudo nacional realizado com 23.984 puérperas apontou prevalência 26,3% prováveis casos de DPP (Theme Filha, Ayers, Da Gama, & Leal, 2016). A literatura considera a etiologia desse transtorno multicausal e destaca a importância de tratamentos precoces e estratégias de prevenção (Falah-Hassani, Shiri, & Dennis, 2017; Sockol, 2015), uma vez que trazem diversas consequências para a díade mãe-bebê (Morais, Fonseca, David, Viegas, & Otta, 2015). No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-5(American Psychiatry Association, 2013), a DPP não apresenta diferenciação nosológica do transtorno depressivo, apenas é especificada como depressão com início no periparto ou até quatro semanas após o parto. .
Fatores biopsicossociais (vulnerabilidade genética, história pessoal e de saúde mental) são associados a DPP. Entre eles encontram-se: grau de escolaridade baixo, estratégias de coping limitadas, depressão e transtorno de ansiedade anteriores, gravidez de risco, rede de apoio social e familiar frágeis, baixa qualidade da relação conjugal, gravidez não planejada e eventos estressores (Kliemann, Boing, & Crepaldi, 2017), a exemplo a prematuridade (Schardosim & Heldt, 2011) e as experiências negativas em relação ao parto (Aliane, Mamede, & Furtado, 2011). Além disso, uma revisão integrativa identificou como fator de maior risco o histórico de depressão e transtorno de ansiedade, seguidos pela baixa renda econômica, baixa escolaridade e relação conjugal prejudicada (Santos & Guedes, 2018).
Um estudo realizado com 919 mulheres na fase puerperal identificou prevalência de 11,5% para risco de suicídio em mulheres com baixo nível educacional e quando associado ao transtorno depressivo ou ansioso, esta taxa foi ainda mais elevada, 17,04% (Tavares et al., 2012).
Há evidências de que a depressão está associada à amamentação prejudicada e a prejuízos no desenvolvimento da criança (Silva et al., 2017). Estudos sobre exercícios de modelagem indicam que 20% dos bebês apresentam déficit no desenvolvimento poderiam ter essa condição evitada se a depressão materna fosse tratada, por isso a importância de se prevenir e tratar a DPP (Prince et al., 2007).
Intervir para a prevenção da DPP tem uma função protetora à saúde da díade mãe-bebê, uma vez que diminui a sua incidência e as potenciais consequências negativas que a presença da depressão poderia gerar para a mãe e o bebê. Entende-se por prevenção as ações direcionadas a evitar o início do transtorno (Czeresnia, 2009), o que ocorre por meio de estratégias que minimizam os fatores de riscos, dotando o indivíduo de recursos para lidar com situações difíceis, atuais e/ou futuras, que possam torná-lo mais suscetível ao adoecimento.
Entre as intervenções psicoterápicas adotadas para prevenção e tratamento da DPP está a Terapia Cognitivo-Comportamental. Revisões e metanálises anteriores indicam resultados mistos quanto aos impacto das intervenções: alguns apresentam impactos significativos, ao passo que outros não apresentam diferenças significativas entre os grupos intervenção e controle (Nardi, Laurenzi, Di Nicolò, & Bellantuono, 2012; Sockol et al., 2013; Sockol, 2015).
Levantam-se as hipóteses de que essas variações de impacto podem ser resultantes da qualidade metodológica dos estudos (Nardi et al., 2012; Sockol, 2015), de vieses de publicação (Sockol et al., 2013), ou mesmo das diferenças entre os programas. Para Wenzel e Kleiman (2015) as oscilações entre os resultados poderiam ser decorrentes da estrutura e execução dos programas de intervenção que devem ser compostos por elementos importantes da TCC (plano de intervenção adaptado ao cliente e da postura colaborativa) e profissional habilitado. Para saber se as intervenções incluem os principais componentes da TCC e avaliar se diferenças entre elas estariam relacionadas a seu impacto, é preciso conhecer a composição de cada uma.
Foram localizadas duas revisões de literatura anteriores, uma crítica e uma sistemática, referentes à eficácia da TCC na prevenção da DPP. A primeira estudou a eficácia das intervenções em mulheres com risco para DPP (Nardi et al., 2012) e a segunda realizou uma metanálise para avaliar potenciais moderadores de efeitos da TCC na prevenção e tratamento (Sockol, 2015). No entanto, nenhuma delas priorizou o estudo de intervenções iniciadas na gestação, nem apresentou descrição dos conteúdos de cada estudo de maneira que viabilizasse a análise de sua relação com os fatores de risco/proteção e entre impacto e conteúdo. Além disso, desde a publicação da revisão de Sockol (2015), novos ensaios clínicos para prevenção da DPP foram publicados.
Esta revisão sistemática teve como objetivo geral descrever os conteúdos dos programas de prevenção para DPP baseadas na TCC e iniciados na gestação, sua relação com fatores de risco/proteção e seus impactos. Especificamente, visou caracterizar os estudos, identificar os possíveis moderadores de impacto (tipo da população alvo, conteúdo e estratégias das intervenções, formato da intervenção, número de sessões), descrever as características do programa com o tipo de impacto (significativo/não significativo)
MÉTODO
Uma busca sistemática da literatura, de acordo com o PRISMA (Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Metanálise - Galvão, Pansani, & Harrad, 2015), foi realizada nas bases de dados Bvsalud (Medline e Lilacs), Pubmed, Scielo e PsycInfo, nos dias 26 e 27 de setembro de 2018, visando identificar relatos de intervenção pré- natal, baseada na TCC, para prevenção de sintomas ou episódios depressivos no pós- parto. As buscas foram feitas com o uso de operadores booleanos (and), adotando-se os termos em inglês (a) (postpartum depression or perinatal depression or antenatal depression or postnatal depression) e (b) (prevention or preventive or prevent or preventing), e em português (a) (depressão pós-parto ou depressão perinatal) e (b) (prevenção ou intervenção preventiva), sem restrição de tempo de publicação ou idioma. Objetivando encontrar o maior número de estudos de prevenção, além da busca nas referidas bases de dados, buscou-se identificar trabalhos em outras revisões sistemáticas (Nardi et al., 2012; Sockol, 2015) que também tenham abordado intervenções preventivas baseadas na TCC para a DPP.
Todos os estudos identificados nas buscas foram dispostos em uma tabela (título, autor, ano de publicação) e classificados em ordem alfabética para identificar as duplicidades, considerando esses três elementos. Após a exclusão dos textos repetidos, buscou-se os resumos dos remanescentes para identificar se eram elegíveis, sendo incluídos aqueles que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: (1) Ser um estudo randomizado, relatado no formato de artigo; (2) trazer explícito no resumo ou método que a intervenção foi baseada na TCC (quando no resumo não estava clara a abordagem, o método era lido para identificar se foi adotada a TCC); (3) ter como objetivo a prevenção de sintomas e/ou episódios depressivos; (4) a intervenção preventiva ter sido iniciada durante a gestação; (5) apresentar o conteúdo (componentes) da intervenção; (6) apresentar texto completo disponível na internet em acesso aberto ou via portal da CAPES. Os artigos não eram elegíveis se não fosse o relato do estudo original (revisões, metanálise, artigos de discussão) e se não houvesse pelo menos uma avaliação de efeito realizada posterior ao parto.
Para a extração dos dados foi desenvolvida uma planilha para registra os dados dos estudos elegíveis. As informações rastreadas correspondiam a: autor, ano, país, desenho (randomizado), tipo de controle (atendimento padrão ou grupo ativo - quando adotou outro tipo de intervenção), público-alvo (universal - todas as gestantes de um grupo; selecionado - gestante incluída no fator de risco para DPP, mas sem sintomas depressivos; indicado - participantes com sintomas depressivos; se o critério de inclusão fosse sintomas e fator de risco, foi classificado como selecionado/indicado), critério de exclusão, tamanho da amostra, taxa de abandono e medida de avaliação.
Buscaram-se, ainda, informações sobre a intervenção - forma de administração (individual, grupo), facilitador (especialista em saúde mental; não especialista), número de sessões e conteúdo do programa.
Em relação ao conteúdo, foi investigado se o estudo incluiu os componentes importantes e característicos de intervenções baseadas na TCC, a saber: 1) psicoeducação sobre a TCC e DPP, informações psicofisiológicas acerca da amamentação e sobre os cuidados com o bebê; 2) reestruturação cognitiva e promoção de estratégias para modificações emocionais e comportamentais; 3) desenvolvimento de estratégias de resolução de problemas e de habilidades de comunicação que favoreçam a ampliação da rede de apoio e relação saudável com o parceiro; 4) ensino e prática de técnica de relaxamento e da importância do engajamento na ativação comportamental.
Foram realizadas análises qualitativas e quantitativas (descritivas e inferenciais) dos estudos a partir dos parâmetros: caracterização da amostra, componentes da intervenção, características da avaliação e resultados, visando calcular frequências, comparar a frequência de transtorno depressivo entre o grupo intervenção e o de controle, e comparar a taxa de percentual de abandono com o impacto.
RESULTADOS
O processo de busca dos estudos incluídos na revisão está ilustrado na Figura 1. Foram recuperadas 375 referências nas bases de dados e 26 citadas em revisões acerca do tema, 401 ao todo. Depois da retirada de 198 estudos duplicados, restaram 203.
Destes, 16 foram excluídos por não serem artigos, restando 187 cujos resumos foram rastreados. Destes, 162 foram excluídos pelos seguintes motivos: (57) eram revisões, (4) não eram estudos randomizados, (11) o desfecho primário não foi a DPP, (11) não realizaram intervenção e (68) não eram explicitamente baseados na TCC, (9) o público- alvo não era composto por gestantes e (2) o texto completo não foi localizado.
Foram avaliados na integra 25 textos completos. Desses, 11 foram excluídos pelos seguintes critérios: (6) as intervenções não foram iniciadas no pré-natal, (1) não descrevia os componentes da intervenção, (1) a avaliação foi feita apenas no pré-natal, não relatava estudo primário e (2) eram compostos pela mesma amostra de outros artigos já incluídos, embora com título diferente.
Além desses, embora atendesse aos critérios de inclusão, um artigo foi excluído (Ramezani, Khosravi, Motaghi, Hamidzadeh, & Mousavi, 2016) em função de sua qualidade metodológica, pois a avaliação final dele ocorreu no período do baby blues - oscilação de humor transitória que acomete mais de 50% das mulheres, (entre o terceiro e o quinto dia após o parto) e desaparece naturalmente (Fonseca & Canavarro, 2018). A avaliação da DPP nesse período pode levar a falso diagnósticos desse transtorno, apresentando taxas muitos superiores a dos estudos que avaliam o desfecho final após quatro semanas do pós-parto. Sendo assim, a amostra final foi composta por 13 estudos de prevenção baseados na TCC e iniciados durante a gestação.
Características dos estudos incluídos|
A Tabela 1 apresenta as características dos 13 ensaios clínicos randomizados (ECR) de prevenção da DPP e/ou redução de sintomas depressivos. Sete desses estudos foram realizados nos Estados Unidos da América (EUA) e os demais em seis países diferentes.
No geral, o atendimento padrão (pré-natal usualmente oferecido) foi o serviço ofertado à maioria dos grupos controle (n = 11), tendo dois deles melhorados com o acréscimo de educação acerca da depressão e estratégias de controle dos sintomas (McKee et al., 2006; Tandon et al., 2013) e um sobre educação infantil (Mao et al., 2012). O grupo controle ativo foi adotado em dois estudos cujas intervenções envolveram livreto psicoeducativo (Austin et al., 2008) e sessões com temas relacionados à saúde geral (Ginsburg et al., 2012; Le et al., 2011).
A amostra em sua maioria (n = 11) foi composta exclusivamente por gestantes, primíparas e/ou multíparas, exceto em dois estudos (Tandon et al., 2013; Tandon et al., 2011) que também incluíram mulheres com bebês de até 6 meses de vida. O tipo de amostra mais frequente (n = 11) foi a selecionada/indicada, tendo os demais (n = 2) utilizado amostra universal. O tamanho médio da amostra foi de 246 participantes (DP = 442,93; <img src="imagebank/images/v16n01a03-car01.jpg"> = 120) variando de 27(Cho et al., 2008) a 1762 participantes (Kozinszky et al., 2012). A média de idade variou entre 18,00 (DP = 1,90) e 31,90 (DP = 5,58) anos. A taxa média de abandono (percentual de perda amostral) foi de 24,55(DP = 18,40), com mínimo de 2% e máximo de 52,3% (Tabela 1). Os critérios de exclusão mais frequentes eram abuso de substâncias, doença mental grave (esquizofrenia, transtorno bipolar etc.) e complicações médicas.
No que se refere aos instrumentos de avaliação, seja na triagem ou nas avaliações, todos os estudos utilizaram medidas de autorrelato para avaliação de desfechos, sintomas e/ou diagnóstico de transtorno depressivo. Dentre estes, sete incluíram entrevista clínica estruturada, quatro aplicaram a Structured Clinical Interview (SCID) (Cho et al., 2008; Mao et al., 2012; Tandon et al., 2013; Tandon et al., 2018), ao passo que Austin et al. (2008), Bittner et al. (2014) e Ginsburg et al. (2012) adotaram, respectivamente, a Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI), a Munich-Composite International Diagnostic Interview e a Diagnostic Interview Schedule for Children-Computer Version (DISC).
Dentre os instrumentos de autorrelato, oito estudos adotaram o BDI (Inventário de Depressão de Beck -versões I, II e V) e seis utilizaram a EPDS (Escala de Depressão de Pós-Parto de Edinburgh), dois dos ensaios usaram ambos os instrumentos (Bittner et al., 2014; Milgrom et al., 2011) e apenas um ensaio não utilizou nenhum dos dois, o de Kozinszky et al. ( 2012) que optou pelo Leverton Questionnaire (LQ). Outras escalas citadas em cinco estudos dos EUA (Ginsburg et al., 2012; Le et al., 2011; Muñoz et al., 2007; Tandon et al., 2013; Tandon et al., 2011) foram a Maternal Mood Screener, par investigar história passada de depressão maior e a Center for Epidemiologic Studies Depression scale (CES-D), adotada para rastrear sintomatologia depressiva.
A frequência com que as avaliações dos sintomas ocorreram variou de duas a seis vezes, todos realizaram a medição de base (antes da intervenção), oito deles avaliaram após a intervenção (antes do parto) e todos avaliaram no pós-parto em um ou mais momentos. O tempo médio em que foram realizadas as avaliações de desfecho no pós-natal foi de 17,62 semanas (DP = 11,95), variando entre quatro e 48 semanas.
Características das intervenções
A Tabela 2 mostra que a maioria das intervenções foi conduzida por especialistas em saúde mental (n = 9), os outros quatro ECR tiveram intervenções realizadas por outros profissionais atuantes na saúde (obstetra, parteiro, assistente social clínico e agente de saúde). Sobre o formato da intervenção, oito estudos realizaram-na em grupo, baseado na TCC, e cinco, de forma individual. O número de sessões variou de quatro a 16, com em média de 9,46 (DP = 3,50) sessões. Seis estudos incluíram sessões individuais breves para reforçar as estratégias aprendidas.
Em relação ao conteúdo programático das intervenções, a Tabela 2 sinaliza os componentes descritos em cada programa. A psicoeducação sobre a TCC foi citada em um ensaio (Tandon et al., 2018). A amamentação foi mencionada em um estudo; parto, em dois, a preparação para a parentalidade, em dez. A psicoeducação sobre a DPP foi relatada na maioria dos estudos (n = 11) além da reestruturação cognitiva em 12, a única exceção foi o estudo de Milgrom et al. (2011) que não faz referência a esse termo. A comunicação com o parceiro foi diretamente abordada por quatro, enquanto que as estratégias de resolução de problemas, as habilidades para ampliar a rede de apoio e a ativação comportamental foram igualmente citadas por 11 estudos, e a técnica de relaxamento e a tarefa de casa foram mencionadas em 10.
Em relação aos fatores de risco, a maioria dos estudos incluiu participantes com o fator de risco relacionado a sintomas depressivos ou história pessoal e familiar do transtorno depressivo. Pelos relatos, a reestruturação cognitiva e a técnica de resolução de problemas foram adotadas para minimizar o impacto dos fatores de risco considerados na seleção da amostra, bem como para reduzir sintomas de ansiedade e estresse decorrentes do parto ou dos cuidados diários com o bebê. Para estes últimos, conteúdos sobre parentalidade e desenvolvimento infantil e técnica de relaxamento foram incluídos em dez estudos. A maioria dos estudos (n = 11) incluiu um dos principais fatores de proteção, a rede de apoio, abordado, seja no âmbito social geral, seja associado às estratégias de comunicação com o parceiro.
Impacto sobre sintomas e incidência da depressão pós-parto
A mudança nos níveis dos sintomas depressivos nos grupos de intervenção baseados na TCC foi analisada a partir dos escores médios e revelou que houve redução de sintomas nesse grupo, entre a avaliação de base e a avaliação final, em 11 dos 13 estudos (Tabela 3). O percentil médio de redução dos escores foi de M = 36,18(DP = 15,65). Quanto aos grupos controle, sete apresentaram redução na média dos escores com percentil médio de M = 21,41(DP = 20,11), três aumentaram em M = 9,4(DP = 6,42) e em um deles (Bittner et al., 2014), a média permaneceu igual. Os estudos de Kozinszky et al. (2012) e o de Austin et al. (2008) não entraram nessa análise, pois não apresentaram o resultado de ambas avaliações no formato de média dos escores, não sendo possível a comparação, embora os dois relatos tenham informado que houve redução, apresentando os dados em percentil e gráfico, respectivamente.
Quanto à análise das taxas de ocorrência de transtorno depressivo, dos 13 estudos, 10 relataram que a taxa de ocorrência geral variou de 0,0% a 19,9% no grupo intervenção e de 3,0% a 33,0% no grupo controle. Para o total de estudos incluídos na revisão, o percentil médio de ocorrência da DPP no grupo intervenção foi de M = 10,24; (DP = 6,73) e no controle M = 19,51(DP = 10,83).
A análise da eficácia da intervenção comparando o grupo da TCC com o controle mostra que, dos 13 ECR, sete intervenções relataram eficácia significativamente maior em comparação com a condição controle (Cho et al., 2008; Kozinszky et al., 2012; Mao et al., 2012; Milgrom et al., 2011; Tandon et al., 2013; Tandon et al., 2011; Tandon et al., 2018), enquanto que seis ECR não demonstraram diferença significativa no impacto do tratamento em comparação com a condição controle (Austin et al., 2008; Bittner et al., 2014; Ginsburg et al., 2012; Le et al., 2011; McKee et al., 2006; Muñoz et al., 2007).
Os resultados de testes qui-quadrado indicam ainda que não houve diferença significativa quanto ao impacto das intervenções quando comparadas em função do formato (individual, grupo), do tipo de escala para avaliação de sintomas (EPDS, BDI), do uso ou não de entrevista clínica e quanto a estar acima ou abaixo do número médio de sessões (p > 0,05).
Quanto ao tipo de amostra, os dois estudos que adotaram a amostra universal relataram diferença significativa para o grupo intervenção. Dos 11 estudos que incluíram a mostra selecitiva/indicada, cinco relataram impacto positivo para TCC e seis relataram não haver diferença entre os grupos. Em função do baixo número de estudos com amostra universal, não foi possível conduzir testes inferenciais do presente estudo para investigar se a amostra seletiva/indicada é menos favoráel ao impacto positivo do que a amostra universal.
Acerca da relação entre impacto do tratamento e conteúdo das intervenções, também não foram encontradas diferenças significativas. No entanto, foi observado que os quatro estudos que descreveram atividades relacionadas à melhoria da comunicação com o parceiro apresentaram impacto positivo para a intervenção em TCC em relação a sintomas depressivos, assim como os estudos que incluíram informações sobre o parto e a amamentação (Tabela 2).
Quanto aos indicadores de qualidade metodológica dos ECR foi observado que: apenas dois estudos não descreveram o processo de randomização, a maioria (n = 7) relatou a distribuição por tabela aleatória e dois realizaram estratificação para equilibrar as características sociodemográficas (Milgrom et al., 2011; Tandon et al., 2018). Todos apresentaram o processo de recrutamento, 11 deles relataram homogeneidade sociodemográfica da amostra e dois relataram diferença para o grupo de intervenção, um deles composto por um número maior de primíparas (Tandon et al., 2018) e o outro com mais multíparas (Kozinszky et al., 2012). No entanto, eles relatam que a análise de intenção de tratar mostrou que essas diferenças não foram significativas na análise de impacto do tratamento. Todos informaram a taxa de abandono sem diferenças sociodemográficas, exceto o estudo de Ginsburg et al. (2012) que revelou serem mais velhas as mulheres que abandonaram a intervenção. Não foram identificadas diferenças significativas associadas a nenhum destes elementos de qualidade metodológica quanto ao impacto da intervenção nos estudos.
DISCUSSÃO
Esta revisão sistemática objetivou descrever os conteúdos dos programas de prevenção para DPP baseados na TCC e iniciados na gestação, sua relação com os fatores de risco/proteção e impactos do tratamento. Os resultados indicam que os ensaios baseados na TCC incluem os principais componentes da abordagem sinalizados por Wenzel e Kleiman (2015): psicoeducação sobre a DPP, reestruturação cognitiva, relaxamento, estratégias para resolução de problemas, resolução de conflitos, exercício da parentalidade e melhora da rede de apoio social, além da tarefa de casa que favorece a aplicação dos conteúdos abordados nas sessões. Indicou, ainda, que as intervenções preventivas estão mais propensas a impactos significativos do que o serviço padrão.
Os resultados indicam que o público-alvo, em geral, foram mulheres de baixa renda, cuja maioria tinha indicativo de fator de risco e sintomas para a DPP (seletivo/indicado) e, em menor proporção, os ensaios com amostra universal. Esses achados são similares aos encontrados em outra revisão (Sockol, 2015).
A literatura aponta que a escala EPDS desenvolvida especificamente para avaliar a DPP (Malloy-Diniz, Schlottfeldt, Figueira, Neves, & Corrêa, 2010) é a mais utilizada em puérperas (Schardosim & Heldt, 2011), enquanto que o BDI é usado para avaliar a existência e gravidade dos sintomas depressivos (Tandon et al., 2013) para população em geral. Nessa revisão o BDI foi o mais adotado. Embora se fale da sobreposição de sintomas depressivos e sintomas típicos da gravidez quando é adotado o inventário BDI (McKee et al., 2006) e da necessidade de incluir avaliação clínica estruturada (Muñoz et al., 2007), não houve diferença quanto ao impacto da intervenção quando comparados os estudos que adotaram o BDI com aqueles que utilizaram EPDS, nem entre os que realizaram ou não a entrevista clínica diagnóstica. No entanto, Austin et al. (2008) compararam os resultados do EPDS com a avaliação por meio da MINI e encontraram indícios de falso negativo no EPDS. Nenhum dos demais estudos relatou tal ocorrência. Esses dados indicam que tais recursos podem ser adotados para avaliar sintomas e presença de transtorno depressivo em gestantes e puérperas e que o uso das escalas em conjunto com a entrevista estruturada possibilita comparações e reflexões acerca dos resultados.
A redução dos escores médios de sintomas no grupo de intervenção ocorreu em 11 ensaios e, quando comparado ao grupo controle, o efeito da intervenção foi significativamente maior em sete ECR. Poucos estudos não foram realizados com participantes com altos fatores de risco para a DPP, alguns tiveram amostras com baixos níveis de sintomas depressivos e Austin et al. (2008) pontuaram que ensaios com participantes apresentando sintomatologia baixa dificultam a percepção de mudanças dos sintomas. De fato, as variações dos escores são pequenas nos grupos de intervenção dos ensaios em que as participantes tiveram escores abaixo de dez. Estudos indicam que o impacto do tratamento é melhor observado quando a intervenção é direcionada a mulheres em risco de DPP ou com alta sintomatologia (Sockol, 2015).
O percentil médio de ocorrência da DPP foi menor nos grupos de intervenção (M= 10,24; DP = 6,73) do que a identificada em outra revisão recente que apontou 17,7% (Hahn-Holbrook et al., 2018), além de que, para os estudos revisados na presente revisão, o grupo controle apresentou taxas mais elevadas (M = 19,51; DP = 10,83).
Esses dados sugerem que as intervenções preventivas iniciadas na gestação são benéficas para prevenção da DPP nas futuras mães.
Não foram encontradas evidências de que o formato do estudo (individual ou grupo), número de sessões, ou tempo máximo de avaliação tivesse relação com o impacto do tratamento como apontados em estudos anteriores (Sockol, 2015; Sockol et al., 2013). Esta ausência de diferença de impacto entre a intervenção individual e grupo pode ser decorrente do fato de ambos formatos apresentarem benefícios e da homogeneidade dos grupos relatada nos estudos. Embora a intervenção individual seja favorecida pela personalização da mesma às demandas específicas do cliente, no grupo, a partir do compartilhar de experiências e de formas diferentes de pensar, pode-se favorecer a flexibilização das crenças, a normalização de sintomas típicos da gravidez, o acolhimento, a criação de rede de apoio entre si, o treino de habilidades de comunicação, entre outros benefícios.
Uma análise dos ECR, cujo impacto da intervenção não superou significativamente o impacto do grupo controle, mostra que nenhum dos seis ensaios descreveu conteúdo relacionado à comunicação com o parceiro e que metade desses ECR apresentou na avaliação inicial escores médios abaixo de dez para sintomas depressivos. Dois estudos (Austin et al., 2008; Ginsburg et al., 2012) adotaram controle ativo, sendo que o primeiro utilizou um livreto psicoeducativo sobre ansiedade e DPP com descrição de gatilhos, estratégias de prevenção, gerenciamento do sofrimento e lista de serviços de apoio. A psicoeducação é um recurso incluso nas intervenções baseadas na TCC. O segundo estudo ofertou curso com estrutura similar ao grupo intervenção com informações relacionadas à saúde geral (nutrição, diabetes gestacional, parto, infecções sexualmente transmissíveis). No caso do estudo de Ginsburg et al. (2012), foi adotado o mesmo intervencionista para os dois grupos e os avaliadores não eram cegos.
Ainda sobre os ECR que não apresentaram diferenças de impacto significativas entre intervenção e controle, alguns apontaram que a baixa participação nas sessões de reforço, geralmente realizada após o parto (McKee et al., 2006; Muñoz et al., 2007) e o encaminhamento de participante do grupo controle para tratamento externo quando necessário (Austin et al., 2008), podem ter dificultado a identificação de resultado positivo. A intervenção de um dos estudos era aplicada por graduandos e, em função do fim da graduação, perdia-se a continuidade do vínculo e, segundo os autores, algumas mulheres desistiam de participar (McKee et al., 2006). Vale destacar que, para os seis estudos, apesar de não haver diferença significativa entre grupos de intervenção e controle, todos apresentaram redução significativa dos sintomas entre o início e o final do ECR.
Assim como em revisões anteriores, os estudos indicaram uma alta taxa de abandono, tendendo a ser mais elevada nos ECR que não apresentaram diferença significativa entre grupos. As análises de intenção de tratar realizada na maioria dos estudos não demonstraram diferenças significativas de características entre os que completaram a pesquisa e os que a abandonaram. Ginsburg et al. (2012) levantam a hipótese de que as altas taxas de abandono podem ser indicativas de que a intervenção não correspondia às necessidades dos participantes e Austin et al. (2008) sugerem que a oferta de intervenções seja mais personalizada.
A TCC preconiza que as intervenções sejam planejadas, estruturadas e adaptadas ao cliente Wenzel & Kleiman, 2015). Vários estudos mencionaram a adaptação do programa à comunidade estudada, a exemplo do estudo com as chinesas (Mao et al., 2012), do realizado com mulheres apaches (Ginsburg et al., 2012), e dos baseados no MB Course que foi utilizado em cinco estudos com diferentes estruturas, sem perder a fidelidade aos elementos essenciais do programa em TCC.
Os relatos dos ECR, em geral, apresentaram os temas dos programas, tendo alguns explicitados com mais detalhes os conteúdos da sessão (Austin et al., 2008; Le et al., 2011; Milgrom et al., 2011; Muñoz et al., 2007; Tandon et al., 2011). A partir deles, foi possível identificar que todos os estudos incluíram em seus programas os elementos necessários para realizar a reestruturação cognitiva (identificação e avaliação de pensamentos negativos e/ou distorcidos, substituição destes por pensamentos alternativos mais realistas), mesmo que não tenham sido citados de forma clara no texto como ocorreu no artigo de Milgrom et al. (2011). Na maioria dos estudos, as mulheres foram psicoeducadas a identificar sintomas de depressão, a adotar estratégias de regulação do humor e a praticar técnicas de relaxamento, além de serem estimuladas a se engajar em atividades prazerosas.
A crença de incapacidade para lidar com as situações e dificuldades é uma das características dos transtornos do pós-parto (Wenzel & Kleiman, 2015). A percepção de suporte social e familiar frágeis, a baixa qualidade da relação conjugal e a presença de eventos estressores são fatores de risco para a DPP (Kliemann et al., 2017). A maioria dos ECR buscou promover estratégias de coping, treinando as participantes para desenvolver habilidades de resolução de problemas e estratégias para ampliar a rede de suporte social. Embora as atividades diretamente relacionadas à comunicação com o parceiro tenham sido citadas apenas em quatro estudos, este conteúdo pode ter sido abordado nas sessões destinadas à melhora da rede de apoio. Estratégias para desenvolvimento da parentalidade, que contribuem para empoderar a mulher e aumentar sua autoconfiança para a função materna, foram administradas também na maioria dos programas, a exemplo dos estudos desta revisão (Milgrom et al., 2011; Tandon et al., 2013; Tandon et al., 2011; Tandon et al., 2018). A amamentação e o parto não foram diretamente citados na maior parte dos estudos. Dada a relevância desses temas e sua associação à DPP, supõe-se que este conteúdo foi abordado dentro do tema parentalidade, que geralmente incluía desenvolvimento infantil e cuidados com o bebê. Também é provável que esse assunto faça parte do atendimento padrão em alguns países ou de outros programas de educação pré-natal e parto como apontado por Austin et al. (2008). Não foi possível identificar diferença de conteúdo dos programas que possam ter sido moderadores de impactos, provavelmente decorrente da falta de detalhes na descrição de alguns programas, como citado em revisão anterior (Sockol et al., 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No geral, considerando-se a visão da (TCC) acerca da depressão como resultante da visão negativa de si, do mundo e do futuro, pode-se dizer que a maioria das intervenções focou nos problemas de natureza, tanto cognitiva (pensamentos, percepções, interpretações distorcidas) quanto comportamental (inatividade, isolamento social e pouca habilidade para resolução de problemas), conforme sugerem Wenzel e Kleiman (2015). O conteúdo dos programas incluiu estratégias que visavam fortalecer a construção de interpretações saudáveis e realistas e promover o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento (coping) para lidar com as situações do dia a dia.
A presente revisão avança o conhecimento científico na área, pois aborda exclusivamente as intervenções preventivas baseadas na TCC e iniciadas na gestação, apresenta os conteúdos de cada programa e analisa-os em relação aos fatores de risco/proteção, além de incluir estudos que não foram analisados em revisões anteriores (Nardi et al., 2012; Sockol, 2015; Sockol et al., 2013). Como limitação o estudo não previu nos procedimentos protocolo padrão de controle de qualidade e avaliação dos artigo, no entanto foram realizadas avalições qualitativas dos estudos pelos autores.
Nas bases de dados acessadas, não foram encontrados estudos realizados em países da América-latina, baseados na TCC. Sugere-se a realização de ensaios clínicos de intervenção preventiva com esta população que possibilite avaliar a eficácia de programas pré-natal psicológico na redução da ocorrência de sintomas e/ou transtorno de DPP.
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Correspondência:
Neuraci Gonçalves de Araújo
E-mail: neuraciaraujo@yahoo.com.br; neuracipsi@gmail.com
Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBTC em 05 de Agosto de 2019. cod. 34.
Artigo aceito em 27 de Agosto de 2020.