SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.12 número3Estresse Acadêmico: Adaptação e evidências psicométricas de uma medidaRelação entre Fatores Acadêmicos e a Saúde Mental de Estudantes Universitários índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

artigo

Indicadores

Compartilhar


Psicologia em Pesquisa

versão On-line ISSN 1982-1247

Psicol. pesq. vol.12 no.3 Juiz de Fora set./dez. 2018

https://doi.org/10.24879/2018001200300500 

Artigo Original

10.24879/2018001200300500

 

Programa de Orientação de Pais em Grupo: Um estudo exploratório na abordagem Cognitivo-Comportamental

 

Group Parent Orientation Program: An Exploratory Study on the Cognitive-Behavioral Approach

 

Carmem Beatriz Neufeld I; Katherine Godoi II; Isabela Pizzarro Rebessi II; Nívea Passos Maehara II; Ana Irene Fonseca Mendes III

I Livre-Docente em Psicologia pela USP. Pós-Doutora em Psicologia pela UFRJ. Doutora e Mestre em Psicologia pela PUCRS. Coordenadora do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental – LaPICC-USP. Docente do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Vice-presidente da Associação Latino Americana de Psicoterapias Cognitivas e Comportamentais – ALAPCCO. Bolsista Produtividade do CNPq

II Psicóloga pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - FFCLRP-USP

III Mestre e doutora em psicobiologia pela FFCLRP-USP. Terapeuta cognitivo-comportamental certificada pela FBTC. Supervisora de estágio do LaPICC-USP.

 

 


Resumo

As atuais dificuldades enfrentadas pelos pais na educação dos filhos os levam cada vez mais a buscar ajuda especializada. O Programa de Orientação de Pais da USP-RP (PROPAIS), fundamentado na Terapia Cognitivo Comportamental, objetiva promover a melhoria no convívio familiar. Os pais participantes do programa têm seus filhos atendidos por estagiários da Terapia Cognitivo Comportamental, e a orientação de pais é complementar ao tratamento da criança. O objetivo do estudo é avaliar de forma preliminar os efeitos destas intervenções, com um delineamento quantitativo de pré e pós-teste, baseando-se nos escores do Inventário de Estilos Parentais (IEP) de uma amostra de 17 pais, identificando se houve diferenças entre pré e pós-teste no que tange ao estilo parental. As análises indicaram diferença significativa entre os testes, sendo que os pais, no geral, conseguiram melhorar seu estilo parental e apresentar diminuição nas práticas parentais negativas e, embora sejam necessários estudos com amostras ampliadas, os resultados sugerem que o programa tem atingido o seu propósito.

Palavras-chave: Treinamento de pais; Psicoterapia de grupo; Terapia cognitivo-comportamental


Abstract

The current difficulties faced by parents in raising their children lead them to seek more specialized help. The USP-RP Parent Guidance Program (PROPAIS), based on Cognitive-Behavioral Therapy, aims to promote the improvement of family life. Parents participating in the program have their children attended by trainees of Behavioral Cognitive Therapy I, and parental guidance is complementary to the child’s treatment. The objective of the study is to preliminarily evaluate the effects of these interventions, with a quantitative pre and post test design, based on the scores of the Parenting Styles Inventory (IEP) of 17 participants, identifying if there were differences between pre and post test regarding parental style. The analyzes indicated a significant difference between the tests, being that parents, in general, were able to improve their parental style and present a decrease in negative parental practices and, although studies with enlarged samples are required, the results suggest that the program has achieved its purpose.

Keywords: Parental orientation; Group psychotherapy; Cognitive behavior therapy

 

 

A educação dos filhos tem sido uma crescente preocupação por parte dos pais, considerando que a família é o primeiro espaço social de desenvolvimento humano, embora ainda haja poucos estudos na literatura sobre transtornos relacionais entre pais e filhos (Pinquart, 2016), tornando esta, uma preocupação válida e pertinente (Patias, Siqueira & Dias, 2012). De acordo com Martins (2009), a base de socialização da criança é de responsabilidade dos pais, sendo dever dos mesmos fornecer um ambiente seguro e encorajador para o desenvolvimento de seus filhos. Além disso, tal relação deve ser fonte de apoio, segurança, afeto, bem-estar e proteção, ingredientes essenciais para um desenvolvimento e formação saudável. Os pais são os primeiros mediadores das crianças com o mundo, eles lhes ensinam linguagem e a comunicação e se tornam os agentes de socialização das mesmas. A qualidade dessas interações e a relação familiar influenciam diretamente na saúde mental de toda a família, principalmente das crianças. As práticas educativas utilizadas pelos cuidadores podem se tornar fatores de risco ou de proteção para os filhos (Sousa & Cruz, 2016; World Health Organization, 2014; Bolsoni-Silva & Loureiro, 2011). Portanto, pensar na qualidade dessas relações, é pensar nas suas consequências desenvolvimentais, bem como nos futuros problemas comportamentais e emocionais (Salvo, Silvares & Toni, 2005).

Mesmo com a importância destas relações, os pais e responsáveis, de forma geral, não são preparados para a função educativa de seu papel. Nesse sentido, os mesmos acabam recorrendo aos conselhos de conhecidos e familiares, utilizando muitas vezes estratégias e técnicas baseadas em experimentos de ensaio e erro (Marin et al., 2013; Olivares, Mendez & Ros, 2005). Carências e excessos nos repertórios básicos educativos dos pais aumentam os riscos de que os filhos tenham grandes prejuízos, tanto de educação quanto de desenvolvimento (Olivares, Mendez & Ros, 2005). Quando os pais apresentam um repertório adequado de estilos parentais e habilidades sociais educativas, seus filhos têm mais chances de desenvolver autonomia, competência social, auto eficácia, desempenho acadêmico, entre outros (Fonsêca, Andrade, Santos, Cunha & Albuquerque, 2014; Toni & Hecaveí, 2014). O estilo parental é concebido por Gomide (2006) como o conjunto das práticas educativas parentais, ou atitudes parentais que são utilizadas pelos cuidadores a fim de educar, socializar e manejar os comportamentos de seus filhos.

A identificação não apenas do despreparo dos pais, mas também de dificuldades em conciliar problemas cotidianos, a transformação dos papéis parentais (Bagner, 2013; Rinhel-Silva, Constantino & Rondini, 2012; Wagner, Predebon, Mosmann & Verza, 2005) e a presença de dificuldades comportamentais dos filhos, têm motivado a promoção de intervenções voltadas a pais. A World Health Organization (2014) evidencia que os fatores de risco ao desenvolvimento saudável da criança, podem ser prevenidos através de programas de suporte aos pais e cuidadores, entre estes, os programas de treinamentos em grupo. Podem-se citar como exemplos os programas de Marinho (2005) e Weber, Brandenburg e Salvador (2006). Estas intervenções têm finalidade de promover um preparo mais adaptado para os pais, especialmente quando se trata de casos de crianças com problemas de comportamento.

Os programas de intervenção em grupos para pais são uma modalidade eficiente visto que assumem um caráter psicoeducacional e de treinamento de habilidades, apostando na aprendizagem de competências parentais e de técnicas comportamentais de gestão e manejo de conflitos (World Health Organization, 2014). A partir dos ensinamentos do grupo os pais podem prevenir a ocorrência de problemas comportamentais, detectando-os precocemente. A eficácia deste tipo de intervenção está relacionada ao fato de que, ao ser orientado, o cuidador desenvolve a capacidade de identificar o comportamento-problema, e, portanto, intervir no momento em que ele ocorra (Olivares, Mendez & Ros, 2005).

Tipicamente, os grupos de orientação de pais têm sido direcionados para atender demandas específicas, tais como, para cuidadores de crianças com transtornos psiquiátricos e/ou com focos de manejo específicos (Pavão, Silva & Rocha, 2011), para pais de crianças diagnosticadas com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (Östberg & Rydell, 2012; Darvishizadeh, Baba, Mokhtar, Jaafar & Momtaz, 2011), para pais e familiares de pessoas diagnosticadas com transtornos alimentares (Souza & Santos, 2012), para pais de crianças diagnosticadas com algum transtorno de espectro autista (Bearss et al, 2015; Childres, Shaffer-Hudkins & Armstrong, 2012) e para pais de crianças com problemas de comportamento (Homem, Gaspar, Santos, Azevedo & Canavarro, 2014; Fosco, Stormshak, Dishion & Winter, 2012; Pinheiro, Haasea, Del Prette, Amarantea & Del Prette, 2006). São escassos os estudos que indicam orientações gerais preventivas para pais e cuidadores (Minetto, Crepaldi, Bigras & Moreira, 2012; Weber, Brandenburg & Salvador, 2006).

Friedberg e McClure (2004) assinalam que é de extrema importância a combinação da psicoterapia infantil com a orientação de pais, pois os comportamentos-problemas das crianças ocorrem com maior frequência fora do ambiente terapêutico. A partir do reconhecimento de que os pais são agentes efetivos nas mudanças comportamentais de seus filhos é possível promover e avaliar programas de orientação para pais, os quais, de um modo geral, focalizam o ensino de novas habilidades e trabalham na melhoria do relacionamento entre pais e filhos, além de fornecer um modelo adequado de interação (Stern, 2003).

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pressupõe a interação entre pensamento, emoção e comportamento, e neste sentido, a cognição é um ponto chave da mudança de padrões e comportamentos, uma vez que a inter-relação entre estas três instâncias está na base de como interagimos com o mundo. Logo é possível dizer, a partir da teoria da TCC, que os comportamentos pressupõem uma cognição que os subjazem. A TCC fundamenta a intervenção grupal do Programa de Orientação de Pais, sendo um dos principais diferenciais em relação aos programas existentes na literatura, cuja base teórica é primordialmente comportamental (Neufeld & Maehara, 2011). Além disso, os estudos de Santini e Williams (2016) corroboram que esta abordagem tem sido mais eficaz para a modalidade de orientação de pais. Neste sentido, os pais e cuidadores aprendem, além de habilidades emocionais e comportamentais, a monitorar os conteúdos de seus pensamentos e a identificar possíveis distorções cognitivas. As distorções cognitivas são concebidas como erros nas percepções e no processamento de informação, sendo sua identificação um passo de extrema importância no processo interventivo, pois estão diretamente associados aos comportamentos e práticas que os pais utilizam na educação de seus filhos, retomando mais uma vez a ideia de que os comportamentos, as emoções e os pensamentos, segundo a TCC, estão interligados (Beck & Alford, 2000; Jobe-Shields, Moreland, Hanson & Dumas, 2014).

A orientação de pais em grupo é empregada como uma estratégia que visa intervir no contexto familiar. A partir da identificação dos fatores que mantém o comportamento-problema da criança, é possível incentivar a modificação dos estilos parentais que interferem nas habilidades sociais da criança o que contribui para um tratamento eficiente. O grupo tem caráter totalmente colaborativo, não somente com as informações que são trazidas pelos terapeutas, mas como o compartilhamento de experiências de outros pais (Neufeld, 2011).

Assim, a utilização desta modalidade de intervenção propicia alguns fatores que influenciam na eficácia da mesma e que não seriam vivenciadas através de uma orientação individual (Neufeld, 2011). Um desses fatores estudados por Yalom (2008) pode ser citado como coesão grupal, ou seja, o resultado de todos os fatores que agem sobre os membros, de forma com que eles permaneçam no grupo e se sintam conectados, acolhidos, compreendidos e que seria a pré-condição para que os outros fatores terapêuticos funcionassem também. Outros fatores que podem ser citados são: o compartilhamento de informações entre os membros dos grupos; o reconhecimento de que outras pessoas passam pelas mesmas situações, ou parecidas; a possibilidade de ajudar outra pessoa e se sentir útil, e também de receber ajuda; ligação entre os membros e com o terapeuta; ambiente de aceitação apoio e confiança.

A partir destas considerações, este estudo tem por objetivo avaliar de forma preliminar os efeitos do Programa de Orientação de Pais em Grupo baseando-se nos escores do Inventário de Estilos Parentais (IEP), identificando se houve diferenças entre pré e pós-teste no que tange ao estilo parental. O estilo parental é uma medida de comportamento e, por isso, a intenção da utilização do IEP é observar quanto os pais conseguiram, na percepção deles, mudar a forma como se relacionam com seus filhos.

 

MÉTODO

Participantes

O Programa de Orientação de Pais (PROPAIS) é um programa de intervenção em grupo oferecido pelo Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental na Universidade de São Paulo (LaPICC-USP), campus de Ribeirão Preto. O PROPAIS é vinculado ao estágio de atendimento individual de abordagem cognitivo-comportamental do serviço-escola do Centro de Psicologia e Pesquisa Aplicada (CPA) do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, de forma a complementar o tratamento da criança. Os participantes dos grupos foram pais que procuraram atendimento psicoterapêutico para seus filhos no serviço-escola por demandas diversas, como problemas de comportamento, ansiedade e transtornos de humor. A participação de um dos pais ou cuidador no grupo de orientação era mantida como tratamento adicional atrelado ao atendimento individual das crianças e os resultados das intervenções dos grupos foram armazenados em um banco de dados com a devida anuência dos participantes. O fluxograma a seguir aponta como foi definida a amostra deste estudo.

 

 

Do total de vinte participantes, 80% eram do sexo feminino e 20% do sexo masculino com idade média de 38 anos (DP = 8). Além disso,95% dos participantes tinham vínculo parental com a criança que estava em atendimento e apenas uma participante (5%) era avó da criança.

Do total de participantes, 15% se enquadravam na faixa escolar de ensino fundamental incompleto, 5% se enquadrava na faixa de ensino fundamental completo, 5% na faixa de ensino médio incompleto, 35% na faixa de ensino médio completo, 5% na faixa de ensino superior incompleto e 35% se enquadravam na faixa escolar de ensino superior completo.

Cabe ressaltar que durante a intervenção três participantes deixaram de comparecer ao longo das sessões dos grupos e, portanto, não participaram do pós-teste. O critério para inclusão dos participantes neste estudo é que eles não tivessem apresentado mais de 3 faltas no grupo. Aqueles que faltaram mais vezes foram excluídos da amostra. Deste modo, a amostra final foi composta de 17 cuidadores.

 

Intervenção

O programa (Neufeld & Maehara, 2011), além de contemplar as orientações gerais aos cuidadores, ensina estratégias de resolução de problemas, promove interações positivas e a comunicação entre pais-filhos, além de intervenções cognitivas e flexibilização de pensamentos dos pais, combinando tais instruções junto com atendimento psicoterapêutico para as crianças. A Tabela 1 mostra o cronograma sessão a sessão dos assuntos abordados em cada encontro.

 

 

 

Instrumentos

O estudo analisou os protocolos do banco de dados referentes aos dados sociodemográficos e ao Inventário de Estilo Parental (Gomide, 2006). O instrumento avalia em 42 afirmativas o estilo parental geral e também as categorias de práticas parentais, sendo estas: monitoria positiva (A), comportamento moral (B), punição inconsistente (C), negligência (D), disciplina relaxada (E), monitoria negativa (F) e abuso físico (G). Cada categoria é abrangida por 6 afirmações ordenadas aleatoriamente. A avaliação do estilo parental do IEP se dá pela soma dos escores nas categorias da seguinte forma: A+B – (C+D+E+F+G). Sendo que a máxima pontuação de cada categoria é de 12 pontos e a mínima de 0 pontos. Assim, o valor total máximo do teste seria de +24, considerando a presença total de práticas negativas e ausência de práticas negativas, enquanto que a mínima é de -60, representando a ausência total de práticas positivas.

Sampaio e Gomide (2006) conduziram vários estudos para elaboração do IEP e sua validação psicométrica. Para validar sua consistência interna, o instrumento foi aplicado em 769 jovens pertencentes a dois grupos: 136 em situação de risco e 633 estudantes de escolas públicas e particulares. Os coeficientes de consistência interna deste primeiro estudo variaram entre 0,46 e 0,87. Esses estudos conduzidos para a validação do instrumento também concluíram que o IEP pode ser usado como teste psicológico, servindo como medida de pré e pós teste, podendo também ser utilizado em conjunto com outros instrumentos (Sampaio & Gomide, 2006; Sampaio, 2007).

 

Procedimento de Coleta de Dados

Cada grupo realizou 12 encontros totais de frequência semanal, sendo que para cada encontro um tema principal era discutido em sessão. Na tabela 1 se encontra em linhas gerais o programa geral aplicado. É possível perceber que a primeira parte do programa tem um enfoque de intervenção mais comportamental, enquanto a segunda parte trata mais especificamente das emoções e das cognições, sem deixar de lado o comportamento. Para mais informações sobre o programa e os temas do mesmo ver Neufeld e Maehara (2011) e Neufeld e Godoi (2014).

Cada intervenção contou com uma equipe formada por um terapeuta, um co-terapeuta e um observador, todos alunos de psicologia em diferentes fases do processo de formação, que receberam treinamento e supervisão semanal. Todos os pais responderam ao teste IEP em dois momentos, um antes de participarem do PROPAIS e outro, ao final do programa. Os dados foram armazenados no banco de dados do LaPICC-USP, cujo registro no comitê de ética se encontra sob o número (Of.CEtP/FFCLRP-USP108/2009-27/11/2009).

 

Análise de Dados

Para a análise dos dados armazenados, foi utilizada estatística descritiva e inferencial utilizando o programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 1.6. O primeiro teste realizado foi o Mann-Whitney com o objetivo de comparar as médias dos índices de estilos parentais (IEP) entre os grupos realizados. Este teste permitiu determinar se posteriormente as respostas dos participantes seriam agrupadas e analisadas em conjunto ou se continuariam sendo subdividas entre os grupos. O teste escolhido para comparar as médias de categoria foi o Wilcoxon e, posteriormente, foi feita análise de tamanho de efeito da intervenção.

 

Considerações Éticas

O presente estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética local sob o número 451/2009 - 0008.0.222.000-09 e foi realizado de acordo com os padrões éticos estabelecidos em 1964 pela Declaração de Helsinque. Para a participação no grupo, os pais assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido autorizando o armazenamento das suas informações no banco de dados e posteriormente a utilização destes em pesquisa, além de concordar com os termos para a participação no grupo de orientação. Todas as identidades foram preservadas.

 

RESULTADOS

Para a comparação entre dos escores no pré-teste, cuja média foi de 2,85, desvio padrão de 6,42 e mediana 5, foi encontrado o valor p<0,05; e para os do pós teste, cuja média foi de 5,74 com desvio padrão de 7,25, foi encontrado o valor p=0,968. Uma vez que foi considerado como significativo valor de p<0,05, o resultado encontrado indicou a não diferença estatisticamente significativa entre as médias dos grupos. Após o resultado deste teste, os dados de todos os participantes foram agrupados e analisados conjuntamente.

A classificação geral do índice de estilo parental dos participantes no pré-teste foi de Estilo Parental Regular Abaixo da Média. Em relação à classificação dos percentis, pode-se observar que 25% dos pais (5) apresentaram Estilo Parental de Risco, 25% dos pais (5) apresentaram Estilo Parental Regular Abaixo da Média, 40% dos pais (8) apresentaram Estilo Parental Regular Acima da Média e apenas 10% dos pais (2) alcançaram a classificação máxima do teste, se enquadrando como Estilo Parental Ótimo.

Ainda no pré-teste é possível notar que os participantes do grupo apresentavam demanda em relação ao conjunto de práticas parentais educativas, uma vez que a classificação alcançada foi baixa (50% dos participantes foram classificados com estilo parental de risco, e regular abaixo da média).

O total obtido em média no pós-teste foi de 5,74, com desvio padrão de 7,25 e mediana 7 dentro de um valor máximo de 24 pontos e mínima de -60 pontos, recebendo a classificação em média de Estilo Parental Regular Acima da Média. Cabe ressaltar que P11, P19 e P20 deixaram de comparecer ao longo das sessões dos grupos e, portanto, não participaram do pós-teste. O teste Wilcoxon foi realizado para comparar as médias dos escores obtidos no pré-teste e no pós teste e foi obtido o valor de p<0,05 indicando que as diferenças entre as aplicações são estatisticamente significativas.

Sobre a classificação dos percentis do pós-teste, foi encontrado que 17,6% dos pais (3) foram classificados como Estilo Parental de Risco, 17,6% (3) foram classificados como Estilo Parental Regular Abaixo da Média, 29,4% (5) foram classificados como Estilo Parental Regular Acima da Média e 35,4% (6) dos participantes foram classificados como Estilo Parental Ótimo.

Também foram analisados os escores nas categorias do instrumento, a fim de verificar qual estilo parental havia sofrido mudança com a intervenção. O teste escolhido para comparar as médias de categoria foi o Wilcoxon, através do qual foi encontrado valor significativo na categoria monitoria negativa (p=0,025) e na categoria abuso físico (p=?,???), sendo observada a diminuição dos escores de ambas as categorias no pós-teste, conforme mostra a tabela 2. Esse resultado reforça os estudos de Sandrini e Williams (2016) demonstrando que o programa de abordagem cognitivo-comportamental se mostra eficaz na diminuição dos índices de agressão parental e punição corporal. Estas duas categorias são classificadas como categorias de estilo parental nocivo, enquanto que monitoria positiva e comportamento moral, que tiveram seus escores mantidos após a intervenção, são consideradas categorias positivas. Estas diferenças nos escores das categorias do IEP justificam o fato da classificação geral dos participantes ter subido de Estilo Parental Regular Abaixo da Média para Acima da Média. Apesar de não apresentar demais diferenças significativas, as análises de categoria demonstram uma pequena diminuição geral em todas as categorias do teste, até mesmo nas positivas.

 

 

Além dos dados apresentados anteriormente, foi feito o cálculo de efeito da intervenção a partir do teste de Wilcoxon por meio do teste sugerido por Rosenthal (1991) que permite o cálculo do tamanho do efeito em testes não-paramétricos. Nesta amostra, foi constatado um valor de r= -0,388, considerado, segundo a Tabela 3, um efeito médio (Field, 2009).

 

 

 

DISCUSSÃO

A comparação entre as classificações dos escores no pré e pós-teste mostra que houve aumento deste índice classificativo no pós-teste. Este fato permite hipotetizar que os pais conseguiram ampliar seus repertórios de técnicas e estratégias educativas parentais. Toni e Hecaveí (2014) consideraram em seus estudos que os pais de crianças e adolescentes que apresentam um bom rendimento escolar apresentam mais práticas positivas quando comparadas com as crianças de baixo rendimento. Este exemplo permite considerar que a ampliação de tais repertórios pode auxiliar também no desenvolvimento saudável da criança, embora estudos que utilizem instrumentos para medição de sintomatologia dos filhos sejam necessários para comprovar a hipótese. Esse fato é corroborado pelo índice médio de tamanho de efeito da intervenção, o que indica que ela realmente surtiu efeito para os pais participantes.

É possível hipotetizar que a diminuição das categorias em geral no pós-teste esteja relacionada ao autoconhecimento adquirido ao longo das sessões, principalmente através das orientações sobre o modelo cognitivo, através do qual os pais conseguem reconhecer melhor seus limites e dificuldades em seus repertórios. Este resultado é considerado particularmente positivo, pois de acordo com Bolsoni-Silva & Marturano (2002) torna-se necessário reconhecer déficits ou excessos nos próprios repertórios para que haja um ajuste nos mesmos, e assim, desenvolver formas adequadas e assertivas de interagir socialmente e principalmente no ambiente familiar.

É também de grande importância salientar que além das orientações e treinamentos dirigidos pelas terapeutas e co-terapeutas do programa, ainda há a influência das condições ambientais nestes resultados, tais como: situações desfavoráveis socioeconômicas, problemas conjugais, configurações familiares, e outros fatores que dificultam o exercício de práticas parentais assertivas, de acordo com Marinho (2005). Os pais ou cuidadores são os que têm maior convívio com as crianças e adolescentes e, portanto, têm participação direta na manutenção de comportamentos inadequados, uma vez que a gênese dos mesmos tem fortes influências da má qualidade nas interações familiares. Assim de acordo com os estudos de Marinho (2005) é importante que o grupo oriente os cuidadores em práticas adequadas e assertivas. Ainda é importante considerar que a aplicação de tais aprendizagens dependeu fortemente do nível de dificuldades que as crianças expressavam, visto que não houve determinação prévia de quais doenças mentais ou problemas em geral os filhos dos participantes apresentavam.

As análises realizadas mostraram de forma geral que foram encontradas diferenças significativas entre os resultados de pré e pós testes, indicando que a intervenção do grupo PROPAIS I gerou impacto positivo no estilo parental dos participantes. De acordo com Gomide (2006) para cada nível classificatório de estilos parentais cabe um tipo diferente de intervenção, de forma a intensificar as diretrizes educativas necessárias. Através de seus estudos, identificou que a orientação tem maior efeito para a faixa classificatória de Estilo Parental Acima da Média; para a faixa de Estilo Parental Abaixo da Média, é mais eficaz a intervenção de treinamento parental, já para a faixa crítica de Estilo Parental de Risco, a terapia é recomendada como o método de maior eficácia. Desta forma, é pertinente considerar que embora o índice geral de estilos parentais dos participantes tenha aumentado pós intervenção, a orientação utilizada no PROPAIS I atingiu de forma mais significativa os participantes com classificações médias de estilos parentais, do que os participantes que atingiram as menores classificações. Por meio do IEP foi possível identificar uma mudança nos estilos parentais dos participantes, em sua maioria rumando para estilos parentais considerados positivos. Aqui retoma-se a importância que a qualidade do relacionamento entre os pais e filhos têm sobre o desenvolvimento individual das crianças e adolescentes, justificando-se a importância de um trabalho voltado para a orientação de pais na Terapia Cognitivo-Comportamental a fim de aumentar as práticas parentais adequadas, promovendo melhorias nas interações pai-filho, no repertório comportamental e flexibilização de possíveis crenças distorcidas que colaboram para práticas parentais negativas. Práticas parentais consideradas negativas, de acordo com os estudos de Minetto, Crepaldi, Bigras e Moreira, (2012) e de Salvo, Silvares e Toni (2005), sinalizam um possível risco no desenvolvimento da criança, demonstrando a necessidade de uma intervenção de orientação parental. Essas práticas também estão relacionadas com o surgimento de sintomas externalizantes e/ou internalizantes em crianças e adolescentes (Symeou & Georgiou, 2017), além do comprometimento nas noções de autoestima, pertencimento e percepção de bem-estar (Palovar-Lever & Victorio-Estrada, 2014).

O programa conseguiu e tem conseguido instrumentar os pais com técnicas e mudanças de comportamento baseadas no aprendizado social, além de fornecer guias efetivos sobre estratégias de disciplina propiciando a construção de um relacionamento positivo entre pais e filhos com a utilização de reforçadores positivos para os comportamentos da criança. Tal fato pôde ser comprovado com a inclinação ascendente nos resultados das categorias positivas obtidos pelos pais avaliados (Darvishizadeh, Baba, Mokhtar, Jaafar & Momtaz, 2011).

Além disso, avaliar o efeito do programa é imprescindível para que a sua replicação seja possível (Olivares, Mendez & Ros, 2005). O PROPAIS está sempre sendo atualizado conforme a literatura da área, e seu cronograma geral trabalha com: discussão de aspectos que influenciam no comportamento da criança e no dos pais; orientações básicas de educação da criança, tais como, regras, limites, etc; discussão do modelo cognitivo e distorções cognitivas; noções de desenvolvimento; manejo de emoções; resolução de problemas; técnicas de relaxamento; intervenção nos pensamentos disfuncionais; entre outras coisas.

As informações sobre o gênero dos participantes, que em sua maioria eram do sexo feminino, ajudam a corroborar as pesquisas de Wagner, Predebon, Mosmann e Verza (2005) as quais mostram que apesar das transformações dos papeis parentais, é ainda a mulher que assume mais funções na educação dos filhos, embora de acordo com os estudos de Bagner (2013) os efeitos da orientação podem ser potencializados com a participação do pai. Entretanto, é importante ressaltar que no geral, os pais e/ou cuidadores que participaram e que participam do programa têm mostrado resultados positivos, como se pode observar tanto nas avaliações de testagem quanto nos relatos trazidos por Neufeld e Godoi (2014), além de discorrer sobre as dificuldades de manejo e possíveis soluções para os mesmos. Os resultados encontrados no estudo demonstram a necessidade de intervenções educativas parentais no que tange às práticas utilizadas pelos pais e cuidadores. O PROPAIS tem se mostrado como um meio satisfatório de intervenção para prover novos e adequados repertórios parentais. Ao longo dos anos, o grupo tem sido aperfeiçoado para atender de melhor modo aos cuidadores, que tem demonstrado satisfação com a intervenção. Assim, espera-se que o PROPAIS continue auxiliando as famílias que buscam por atendimento e gerando melhorias no relacionamento familiar das mesmas.

Entretanto é ainda necessário um instrumento que avalie também os comportamentos da criança a fim de conhecer a extensão da intervenção com os pais, além de seus próprios relatos. Segundo Bolsoni-Silva e Loureiro (2011) uma vez que as habilidades sociais educativas parentais aumentam, por conseguinte aumentam também as habilidades sociais infantis, se reduzem as práticas negativas e os problemas de comportamento. Assim, entende-se que apesar de ainda não haver instrumentos de medida para tal, o PROPAIS tem rumado nesta direção. Cabe ainda ressaltar que este estudo foi realizado com um número amostral reduzido e que assim, as conclusões descritas acima devem ser consideradas com cuidado, pois para maiores generalizações deverão ser realizados e considerados estudos com maior número amostral para resultados ainda mais significativos.

 

REFERÊNCIAS

Bagner, D. M. (2013). Father’s Role in Parent Training for Children with Developmental Delay. Journal of Family Psychology: JFP : Journal of the Division of Family Psychology of the American Psychological Association (Division 43), 27(4). Doi: 10.1037/a0033465. http://doi.org/10.1037/a0033465.

Beck, A. T. & Alford, B. A. (2000). O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas.         [ Links ]

Bearss K, Johnson C, Smith T, Lecavalier L, Swiezy N, Aman M, McAdam DB, Butter E, Stillitano C, Minshawi N, Sukhodolsky DG, Mruzek DW, Turner K, Neal T, Hallett V, Mulick JA, Green B, Handen B, Deng Y, Dziura J & Scahill L. (2015). Effect of parent training vs parent education on behavioral problems in children with autism spectrum disorder: a aandomized clinical trial. JAMA, 313(15), 1524-1533. Doi:10.1001/jama.2015.3150.

Bolsoni-Silva, A. T., & Loureiro, S. R. (2011). Práticas educativas parentais e repertório comportamental infantil: comparando crianças diferenciadas pelo comportamento [Parenting practices and child behavioral repertoire: comparing children differentiated by behavior]. Paidéia, 21(48), 61-71. Doi:10.1590/S0103-863X2011000100008.         [ Links ]

Bolsoni-Silva, A. T., & Marturano, E. M. (2002). Práticas educativas e problemas de comportamento: uma análise à luz das habilidades sociais [Educational practices and problem behavior: an analysis from the point of view of social skills]. Estudos de Psicologia (Natal), 7(2), 227-235. Doi:10.1590/S1413-294X2002000200004.         [ Links ]

Childres, J. L., Shaffer-Hudkins, E., & Armstrong, K. (2012). Helping our Toddlers, Developing Our Children’s Skills (HOT DOCS): A problem-solving approach for parents of young children with autism spectrum disorders. Journal of Early Childhood and Infant Psychology, 8, 3-19. Doi: 10.1007/978-1-4614-7807-2.

Darvishizadeh, M., Baba, M., Mokhtar, H. H., Jaafar, W. M. & Momtaz, Y. (2011). The effects of behavioural parent training program on families of children with Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder. Life Science Journal, 8(4), 263-268. From: http://www.lifesciencesite.com/lsj/life0804/036_6832life0804_263_268.pdf        [ Links ]

Field, A. (2009). Descobrindo a estatística usando o SPSS. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Friedberg. R. D. & McClure, J. M., (2004). Trabalhando com os pais [Working with the parentes]. In: R. D. Friedberg & J. M. McClure (C. Monteiro, Trad.). A prática clínica de terapia cognitiva com crianças e adolescentes [Clinical Practice of Cognitive Therapy with Children and Adolescents]. Porto Alegre: Editora Artmed. (Trabalho original publicado em 2002).         [ Links ]

Fonsêca, P. N., Andrade, P. O., Santos, J. L. F., Cunha, J. E. M. & Albuquerque, J. H. A. (2014). Hábitos de estudo e estilos parentais: estudo correlacional. Psicologia Escolar e Educacional, 18(2), 337-345. Doi: 10.1590/2175-3539/2014/0182755.         [ Links ]

Fosco, G. M., Stormshak, E. A., Dishion, T. J. & Winter, C. (2012). Family relationships and parental monitoring during middle school as predictors of early adolescent problem behavior. J Clin Child Adolesc Psychol, 41, 202-213. Doi: 10.1080/15374416.2012.651989.         [ Links ]

Gomide, P.I.C (2006). Inventário de Estilos Parentais: modelo teórico – manual de aplicação, apuração e interpretaçao [Parental Styles Inventory: theoretical model - Application Manual, calculation and interpretation]. Petrópolis: Vozes.

Homem, T. C., Gaspar, M. F., Santos, M. J. S., Azevedo, A. F. & Canavarro, M. C. (2014). Incredible years parent training: does it improve positive relationships in portuguese 18 families of preschoolers with oppositional/defiant symptoms? Journal of Child and Family Studies, 24, 1861-1875. doi: 10.1007/s10826-014-9988-2.         [ Links ]

Jobe-Shields, L., Moreland, A. D., Hanson, R. F., & Dumas, J. (2014). Parent-Child Automaticity: links to child coping and behavior and engagement in parent training. Journal of Child and Family Studies, 24, 2060-2069. Doi: 10.1007/s10826-014-0007-4.         [ Links ]

Marin, A. H., Martins, G. D. F., Freitas, A. P. C. O., Silva, I. M., Lopes, R. C. S. & Piccinini, C. A. (2013). Transmissão intergeracional de práticas educativas parentais: evidências empíricas. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 29(2), 123-132. Doi:10.1590/S0102-37722013000200001.         [ Links ]

Marinho, M. L. (2005). Um programa estruturado para o treinamento de pais [A structured program for the training of parentes]. In V. E. Caballo & M. A. Simon (Orgs.), Manual de psicologia clínica infantil e do adolescente: transtornos específicos [Handbook of child and adolescent clinical psychology: specific disorders] (pp.417-443). São Paulo: Livraria Santos.         [ Links ]

Martins, G. D. F. (2009). Influência do apoio social sobre crenças e práticas maternas em capitais e pequenas cidades brasileiras [Influence of social support on maternal beliefs and practices in capital and small Brazilian cities]. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Retrivied from https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/106651/271469.pdf?sequence=1&isAllowed=y.

Minetto, M. F., Crepaldi, M. A., Bigras, M. & Moreira, L. C.. (2012). Práticas educativas e estresse parental de pais de crianças pequenas com desenvolvimento típico e atípico. Educar em Revista, (43), 117-132. Doi:10.1590/S0104-40602012000100009.         [ Links ]

Neufeld, C. B. & Godoi, K. (2014). Tópicos cognitivo-comportamentais de orientação para pais em contexto de atendimento clínico [Cognitive-behavioral theoretical guidance for parents in clinical care contexto]. In Neufeld, C. B., Intervenções e Pesquisas em Terapia Cognitivo-Comportamental com indivíduos e grupos [Interventions and Research in Cognitive-Behavioral Therapy with individuals and groups]. Porto Alegre: Sinopsys.         [ Links ]

Neufeld, C.B. (2011). Intervenções em grupos na abordagem cognitivo-comportamental [Interventions in groups in cognitive-behavioral approach]. In Bernard Rangé (Org.). Psicoterapias cognitivo-comportamentais: Um diálogo com a psiquiatria [Cognitive-behavioral psychotherapy: A dialogue with psychiatry]. (pp. 737-750). Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Neufeld, C. B., & Maehara, N. P. (2011). Um Programa Cognitivo-Comportamental de Orientação de Pais em Grupo. In M. G. Caminha & R. M. Caminha, Intervenções e Treinamento de Pais na Clínica Infantil [Interventions and Parent Training in Children’s Clinic]. (pp. 149-176). Porto Alegre: Sinopsys.

Olivares, J., Méndez, F. X. & Ros, M. C. (2005). O treinamento de pais em contexto clínicos e da saúde [The training of parents in clinical context and health]. In V. E. Caballo, & M. A. Simon (Orgs.), Manual de psicologia clínica infantil e do adolescente: transtornos específicos [Handbook of child and adolescent clinical psychology: specific disorders] (pp. 365-385). São Paulo: Santos.         [ Links ]

Östberg, M. & Rydell, A.-M. (2012). An efficacy study of a combined parent and teacher management training programme for children with ADHD. NORD J PSYCHIATRY, 66, 123-130. Doi: 10.3109/08039488.2011.641587.         [ Links ]

Palovar-Lever, J. & Victorio-Estrada, A. (2014). Determinants of Subjective Well-Being in Adolescent Children of Recipients of the Oportunidades Human Development Program in Mexico. Social Indicators Research, 118, 103-124.         [ Links ]

Patias, N. D., Siqueira, A. C. & Dias, A. C. (2012). Bater não educa ninguém! Práticas educativas parentais coercitivas e suas repercussões no contexto escolar [Hitting does not educate! Coercive parental education practices and their repercussions in the school context]. Educação e Pesquisa, 38(4), pp. 981-996. Doi:10.1590/S1517-97022012000400013.         [ Links ]

Pavão, S. L., Silva, F. P. & Rocha, N. A. (2011). Efeito da orientação domiciliar no desempenho funcional de crianças com necessidades especiais [The effect of in-home instruction on the functional performance of children with special needs]. Motricidade, 7, 21-29. Doi: 10.6063/motricidade.7(1).117.         [ Links ]

Pinheiro, M. I., Haasea, V. G., Pretteb, A. D., Amarantea, C. L., & Prette, Z. A. (2006). Treinamento de Habilidades Sociais Educativas para Pais de Crianças com Problemas de Comportamento [Training parent social skills for families of children with behavior problems]. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19(3), 407-414. Doi:10.1590/S0102-79722006000300009.         [ Links ]

Pinquart, M. (2016). Associations of Parenting Dimensions and Styles With Internalizing Symptoms in Children and Adolescentes: A Meta-Analysis. Marriage & Family Review, 57, 613-640.         [ Links ]

Rosenthal, R. (1991). Meta-analytic procedures for social research (revise). Newbury ParkCA): Sage.         [ Links ]

Salvo, C. G., Silvares, E. F. & Toni, P. M. (2005). Práticas educativas como forma de predição de problemas de comportamento e competência social [Educational practices as behavior and social competence problems predicting issues]. Estudos de Psicologia (Campinas), 22(2), 187-195. Doi:10.1590/S0103-166X2005000200008.         [ Links ]

Sampaio, I. T. A. (2007). Inventário de Estilos Parentais (IEP): um novo instrumento para avaliar as relações entre pais e filhos. Psico-USF, 12(1), 125-126.         [ Links ]

Sampaio, I. T. A. & Gomide, P. I. C. (2006). Inventário de Estilos Parentais (IEP) – Gomide (2006) Percurso de Padronização e Normatização. Psicologia Argumento, 25(48), 15-26.

Santini, P. M. & W.illiams, L. C. (2016). Parenting programs to prevent corporal punishment: a systematic review. Paidéia (Ribeirão Preto), 26(63), 121-129. Doi: 10.1590/1982-43272663201614.         [ Links ]

Sousa, M. L., & Cruz, O. (2016). A relação entre as representações acerca das figuras parentais e as competências sociais em crianças maltratadas e não maltratadas. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32(2), e32224. Doi: 10.1590/0102-3772e32224.

Souza, L. V. & Santos, M. A. (2012). Familiares de pessoas diagnosticadas com transtornos alimentares: participação em atendimento grupal. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 28(3), 325-334. Doi: https://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722012000300008.         [ Links ]

Stern, J. (2003). Treinamento de Pais [Parental Training]. In J. R. White & A. S. Freeman (Orgs.). Terapia cognitivo-comportamental em grupo para populações e problemas específicos [Cognitive-behavioral group therapy for populations and specific problems]. (pp. 381-415). São Paulo: Roca.         [ Links ]

Symeou, M. & Georgiou, S. (2017). Externalizing and internalizing behaviours in adolescence, and the importance of parental behavioural and psychological control practices. Journal of Adolescence, 60, 104-113.         [ Links ]

Toni, C. G. S. & Hecaveí, V. A. (2014). Relações entre práticas educativas parentais e rendimento acadêmico em crianças. Psico-USF, 19(3), 511-521. Doi: 10.1590/1413-82712014019003013.         [ Links ]

Yalom, I. (2008). Psicoterapia de Grupo: teoria e prática. 5. ed. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Wagner, A., Predebon, J., Mosmann, C. & Verza, F. (2006). Compartilhar tarefas? Papéis e funções de pai e mãe na família contemporânea [Sharing tasks: parent’s roles and functions in contemporary Family]. Psic.: Teor. e Pesq., 21(2), 181-186. Doi:10.1590/S0102-37722005000200008.

Weber, L. N. D., Brandenburg, O. J. & Salvador, A. P. V. (2006). Programa de Qualidade na Interação Familiar (PQIF): Orientação e treinamento para pais [Quality Program in Family Interaction (PQIF): Orientation and training for parentes]. PSICO (Porto Alegre), 37(2), 139-149.         [ Links ]

World Health Organization. (2014). Child maltreatment (Fact sheet no. 150). Retrieved from http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs150/en/.         [ Links ]

 

O projeto recebeu apoio financeiro do CNPq e da FAPESP

 

Endereço para correspondência:

Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo Comportamental - LaPICC-USP

Av. Bandeirantes, 3.900 - Ribeirão Preto/SP

Fone: +55 (16) 3315-0197| Fax: +55 (16) 3315-4835

 

Recebido em 29/05/2018

Aceito em 12/07/2018

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons