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Contextos Clínicos
Print version ISSN 1983-3482
Contextos Clínic vol.14 no.2 São Leopoldo May/Aug. 2021
https://doi.org/10.4013/ctc.2021.142.09
ARTIGOS
Relação entre vivência acadêmica e ansiedade em estudantes universitários
Relation between academic experience and anxiety in college students
Anna Clara Santos da SilvaI; Adriana Lúcia MeirelesII; Clareci Silva CardosoI; Sabrina Martins BarrosoIII; Daniela Carine Ramires de OliveiraI; Waléria de PaulaII; Mário César Rezende AndradeI; Marina de Bittencourt BandeiraI
IUniversidade Federal de São João Del-Rei
IIUniversidade Federal de Ouro Preto
IIIUniversidade Federal do Triângulo Mineiro
RESUMO
Estudos têm investigado a ansiedade e a adaptação acadêmica em estudantes universitários, mas poucas pesquisas nacionais avaliaram a relação entre estas variáveis. O objetivo deste estudo foi avaliar o grau de adaptação acadêmica dos estudantes e suas relações com ansiedade e variáveis sociodemográficas e acadêmicas. Trata-se de Pesquisa de Levantamento (Survey), de corte transversal, parte de um estudo multicêntrico. Participaram 316 alunos da Universidade Federal de São João del-Rei, Universidade Federal de Ouro Preto e Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Foram aplicados os seguintes instrumentos online: Questionário de Vivências Acadêmicas (QVA-r); Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21) e Questionário sociodemográfico/acadêmico. Os resultados mostraram grau moderado de adaptação acadêmica, com maiores escores nas dimensões Carreira, Pessoal e Interpessoal e níveis moderados de ansiedade. Na regressão múltipla, maior nível de ansiedade foi preditor de menor adaptação acadêmica, nas dimensões Carreira, Estudo e Institucional. Para a dimensão Carreira, cursar Medicina também foi um fator preditor de menor adaptação. Para ansiedade, os fatores preditores foram: sexo feminino, cursar Enfermagem e ter menor idade. Esta pesquisa pode ser considerada um avanço na área, devido à carência de estudos nesta temática. Estudos futuros deverão incluir outras universidades e regiões do país.
Palavras-chave: adaptação; ansiedade; estudantes universitários.
ABSTRACT
Researches have evaluated the anxiety and college students adaptation to academic life, but few Brazilian studies investigated the relation between these variables. This study aimed to evaluate the student's degree of academic adaptation and its relation to anxiety and sociodemographic and academic variables. This is a cross-sectional Survey research, part of a multicentric study. Participated 316 students from three institutions: Universidade Federal de São João del-Rei, Universidade Federal de Ouro Preto e Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Subjects answered online instruments: Questionário de Vivências Acadêmicas (QVA-r); Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21) and sociodemografic/academic questionnaire. Results showed moderate degree of academic adaptation, stronger for the dimensions Carrier, Personal and Interpessonal and moderate levels of anxiety. Multiple regression indicated that higher levels of anxiety were predictor of lower degree of academic adaptation, for Carrier, Study and Institucional. For Carrier, being in a medical course was predictor of lower degree of adaptation. For anxiety, the predictors were being female, being in Nursing course and low age. This research can be considered an advance in this area due to the lack of studies on this issue. Future studies should include others universities and parts of the country.
Keywords: adaptation; anxiety; college students.
Introdução
O ensino superior representa uma fase de grande relevância na vida de um estudante e abrange um período de mudanças, no âmbito pessoal, social ou familiar (Vizzotto, Jesus, & Martins, 2017). Segundo Deps et al. (2018), a entrada na universidade pode ser considerada a concretização de um sonho e uma ocasião para a realização de projetos de vida. Todavia, inserir-se neste cenário não significa estar, de fato, preparado para as transições decorrentes deste processo. Além disso, pode haver o distanciamento de casa, além de insegurança e medo, que podem afetar negativamente a trajetória do aluno (Bezerra, Siquara, & Abreu, 2018). As dificuldades encontradas nas atividades universitárias podem influenciar o sucesso acadêmico do aluno, além de impactar sua saúde (Deps et al., 2018).
A Vivência Acadêmica é um construto que se refere às experiências dos alunos nesse contexto, que demandam um potencial de adaptação. Tem sido investigada em diversos cursos, mas também em áreas específicas como os cursos da saúde (Anjos & Aguilar-da-Silva, 2017; Brum & Teixeira, 2020; Carvalho et al., 2019). Ela abrange cinco dimensões: (1) Pessoal, que inclui aspectos do bem-estar físico e psicológico do estudante; (2) Interpessoal, associada aos relacionamentos com outras pessoas; (3) Carreira, que abrange sentimentos relativos ao curso, como aprendizagem e perspectiva de carreira; (4) Estudo, que inclui as competências do aluno, hábitos de estudo e gestão de tempo; (5) Institucional, que está relacionada aos sentimentos dos alunos acerca da instituição, como desejo de permanecer nela e percepção da qualidade dos serviços e da infraestrutura (Almeida, Ferreira, & Soares, 2003).
O grau de adaptação dos estudantes no contexto universitário está associado aos fatores individuais do aluno, como variáveis sociodemográficas, acadêmicas e de desenvolvimento e aos fatores ambientais, relativos à qualidade das instituições, como infraestrutura, recursos e serviços (Soares, Almeida, Diniz, & Guisande, 2006). Dentre os fatores individuais característicos do aluno, sua capacidade de lidar com os desafios acadêmicos e sociais e seu nível de ansiedade, frente à vida acadêmica, poderá influenciar seu processo de adaptação (Jardim, Castro, & Ferreira-Rodrigues, 2020). Portanto, a investigação sobre a adaptação dos estudantes universitários pode ser potencializada se abordada em relação ao seu grau de ansiedade na vida acadêmica (Soares, Silva, Souza, & Lima, 2019).
A ansiedade é definida como um estado emocional, em que há antecipação de ameaça futura (American Psychological Association [APA], 2014). Se relaciona a situações que o sujeito considera desagradável ou difícil. Pode gerar interferências negativas na qualidade de vida dos universitários e afetar o processo de formação e execução dos afazeres acadêmicos (Lopes, Oliveira, Silva, Nóbrega, & Fermoseli, 2019).
No contexto universitário, foram identificadas altas taxas de prevalência de ansiedade (Leão, Gomes, Ferreira, & Cavalcanti, 2018; Santos & Simões, 2020; Toti, Bastos, & Rodrigues, 2018). No âmbito nacional, 58,36% dos universitários apresentaram dificuldade emocional em função de sintomas ansiosos (Fonaprace, 2016). Na área de saúde, vários estudos investigaram índices de ansiedade nessa população alvo. Azevedo, Silva, Correa e Camargos (2020) encontraram alto nível de ansiedade nos estudantes da área de saúde, equivalente a 45% do total dos alunos. O estudo de Santiago, Braga, Silva, Capelli e Costa (2021) encontrou que as médias de sintomas de ansiedade foram mais elevadas em alunos do curso de Enfermagem comparados com os alunos de Medicina. Além disso, o estudo de Lima et al. (2017) identificou que cursar Enfermagem foi um fator preditor de maior ansiedade e o estudo de Leão et al. (2018) identificou o sexo feminino como preditor de maior ansiedade.
Em geral, os estudos indicam índices de ansiedade e depressão superiores em amostra universitária, comparados à população geral (Bezerra et al., 2018; Leão et al., 2018; Toti et al., 2018). A ansiedade, no ambiente universitário, pode prejudicar o rendimento acadêmico (Lopes et al., 2019; Reis, Miranda, & Freitas, 2017) e afetar negativamente os relacionamentos interpessoais, e a saúde mental e física dos estudantes, dificultando a adaptação (Jardim et al., 2020).
Na literatura consultada, a maioria dos estudos encontrados avaliaram aspectos parciais da vivência acadêmica, relacionando-a com ansiedade (Hoque, 2015; Janke, Rudert, Marksteiner, & Dickhäuser, 2017; Stan & Oprea, 2015). Apenas dois estudos avaliaram a vivência acadêmica, contemplando todas as dimensões, e a relacionou com ansiedade (Ariño & Bardagi, 2018; Cordeiro & Freire, 2016). Porém, os participantes não foram selecionados aleatoriamente, limitando a generalização. Diante desta carência e limitações, o objetivo deste estudo foi avaliar o grau de adaptação acadêmica dos universitários, incluindo todas as suas dimensões, e investigar suas relações com a ansiedade e seus fatores associados.
Método
Delineamento
Esta pesquisa faz parte de um estudo multicêntrico, que investigou níveis de ansiedade e depressão em seis universidades de Minas Gerais: Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ); Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM); e Universidade Federal de Lavras (UFLA). A presente pesquisa foi um recorte do estudo multicêntrico, enfocando as variáveis ansiedade e vivência acadêmica, com dados de três destas universidades: UFSJ, UFOP e UFTM.
Trata-se de uma Pesquisa de Levantamento (Survey) e correlacional, que avaliou a distribuição de variáveis e relações entre elas na população-alvo. Utilizou-se, ainda, o delineamento de Comparação com Grupo Estático (Selltiz, Wrightsman, & Cook, 1987) para comparar subgrupos de estudantes, a saber: faixas etárias (18-21 anos; 22-42 anos), sexo e períodos dos cursos (iniciais e finais). O critério para definir as faixas etárias se justificou na literatura, onde estudos compararam alunos considerados mais novos com alunos mais velhos.
Participantes
A população-alvo foi constituída pelos estudantes das três universidades citadas, regularmente matriculados, voluntários, de ambos os sexos e com idade acima de 18 anos. Para seleção da amostra, utilizou-se a técnica de amostragem probabilística, do subtipo estratificada, na qual foram selecionados aleatoriamente uma subamostra de cada estrato (Contandriopoulos, Champagne, Potvin, Denis, & Boyle, 1994). A amostra probabilística possibilita a generalização dos resultados da amostra para a população-alvo. O tamanho da amostra foi determinado conforme equação estatística de Levin (1987), visando um poder de amostra de 90%. Considerou-se uma população aproximada de 15.033 estudantes, no total das 6 instituições, margem de erro de 3%, nível de significância de 5% e uma base de prevalência de 30% de transtornos de ansiedade e depressão, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde ([OMS], 2013). A amostra foi composta por 316 estudantes, distribuídos da seguinte forma: 48 (15,2%) da UFSJ no Campus São João del-Rei, 60 (19%) da UFSJ no Campus Divinópolis, 91 (28,8%) na UFOP e 117 (37%) na UFTM. Foram avaliados os estudantes de 9 cursos presenciais da área de saúde, distribuídos entre as universidades da seguinte maneira: UFSJ - Educação Física, Medicina, Psicologia, Enfermagem e Farmácia; UFOP - Educação Física, Farmácia, Medicina e Nutrição; e UFTM - Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Psicologia e Terapia Ocupacional.
Instrumentos
a) Questionário de Vivências Acadêmicas-versão reduzida (QVA-r): Este instrumento avalia o grau de adaptação acadêmica dos estudantes universitários. Foi elaborado por Almeida e Ferreira (1997), em Portugal, e adaptado e validado para o Brasil por Granado, Santos, Almeida, Soares e Guisande (2005). Possui 55 itens, distribuídos em cinco dimensões: Pessoal, Interpessoal, Carreira, Estudo e Institucional. As alternativas de resposta são distribuídas em escala Likert de 1 a 5. O escore global é calculado pela soma dos escores dos itens, sendo o mínimo 55 e o máximo 275 pontos (Mognon & Santos, 2013). O escore de cada subescala é calculado pela média das respostas aos itens que as compõem (Almeida et al., 2003). O QVA-r apresentou evidências de validade e fidedignidade satisfatórias, no estudo original. A fidedignidade foi avaliada pelo alfa de Cronbach (α = 0,88) e, no presente estudo, o valor de alfa foi de α = 0,81. Foi avaliada a validade de conteúdo (Granado et al., 2005), validade convergente com a escala de Experiência Acadêmica (ESEA) (Santos & Suehiro, 2007) e Validade de Construto, pela Análise Fatorial Exploratória (Granado et al., 2005). O questionário foi testado em estudo piloto, realizado pelos autores, confirmando a equivalência dos formatos impresso e online.
b) Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21): Avalia os níveis de ansiedade, depressão e estresse. Foi desenvolvida por Lovibond e Lovibond (1995) e adaptada e validada para o Brasil por Vignola e Tucci (2014). É composta por 21 itens, divididos em três subescalas de sete itens cada, que avaliam os três construtos. As alternativas de respostas do tipo Likert variam de 0 a 3. Nesta pesquisa, utilizou-se apenas a subescala que avalia sintomas de ansiedade. Optou-se por utilizar essa escala por ser autoaplicada, possuir evidências de validade para o contexto brasileiro, por ser gratuita e, principalmente, por ter sido validada para o formato online. Os resultados de cada subescala são obtidos, somando-se os escores de seus itens e multiplicando o total por dois. Foram estabelecidos níveis de gravidade de cada subescala (Lovibond & Lovibond, 2004). Para a subescala de ansiedade, foram estabelecidas cinco categorias: Normal/leve (0-7); Mínimo (8-9); Moderado (10-14); Grave (15-19); e Muito grave (igual ou superior a 20) (Vignola, 2013). A DASS-21 apresentou evidências de validade e fidedignidade satisfatórias, no estudo original. A fidedignidade da subescala de ansiedade foi adequada (α = 0,86), sendo que, no presente estudo, o valor de alfa foi de α = 0,89. Na análise da validade concomitante (Pasquali, 2003), obteve-se correlações significativas entre as subescalas e instrumentos de medida de construtos correspondentes (Vignola, 2013). Um estudo piloto confirmou a equivalência dos formatos impresso e online.
c) Questionário sociodemográfico e acadêmico: Foi criado pela equipe do projeto multicêntrico para avaliar as características sociodemográficas (ex.: sexo e faixa etária) e acadêmicas (ex.: curso e fase do curso) dos estudantes. Foram analisadas as relações destas variáveis com o grau de adaptação acadêmica e com os níveis de ansiedade dos participantes.
Procedimentos
Os participantes foram contatados por meio de e-mails, disponibilizados pelos coordenadores dos cursos e pela pesquisadora principal. Os instrumentos foram disponibilizados individualmente, sob forma de questionários online, em plataforma da Web (Google Forms), que podia ser acessada via computador, tablet ou smartphone. As respostas dos participantes eram inseridas automaticamente em um banco de dados, que foi exportado para o software IBM Statistical Package for Social Sciences (SPSS) para Windows para a realização das análises estatísticas.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFOP, sede do projeto (CAAE no85839418.8.1001.5150) e, também, pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSJ (CAAE no 85839418.8.2007.5151), onde a pesquisadora principal estava vinculada. Os objetivos e procedimentos foram explicados aos participantes e o sigilo das informações e anonimato foram garantidos. A participação foi voluntária e os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram seguidos os parâmetros éticos do Conselho Nacional de Saúde (2016), Resolução n. 510/16.
Análise de Dados
Os dados foram analisados no SPSS, versão 20.0, adotando-se o nível de significância p < 0,05. Foi feita a análise estatística descritiva para caracterizar a amostra e para o cálculo dos escores da DASS-21 e do QVA-r. Para avaliar a relação entre níveis de ansiedade e grau de adaptação acadêmica, foi utilizada a análise de Correlação de Pearson e o teste Qui-quadrado. Foi utilizado o Teste t de Student para Amostras Independentes para comparar os subgrupos citados anteriormente. O Teste ANOVA para medidas repetidas e post hoc Bonferroni foi utilizado para comparar as cinco dimensões da escala de adaptação acadêmica. O Teste ANOVA foi usado para comparar os tipos de curso, quanto ao nível de ansiedade e de adaptação acadêmica. Para identificar os fatores preditores da adaptação acadêmica e da ansiedade, foi utilizada Análise de Regressão Linear Múltipla, pelo método Stepwise, e nível de significância p < 0,05. As variáveis incluídas nas regressões foram selecionadas por meio de análises bivariadas das variáveis incluídas no questionário sociodemográfico e acadêmico.
Resultados
Descrição da Amostra
A amostra foi composta por 316 estudantes, 70,9% do sexo feminino e 29,1% do sexo masculino, com idade média de 22,94 anos (DP = 4,05), variando entre 18 e 42 anos. Quanto ao estado civil, a grande maioria (92,7%) era de solteiros. A maioria (87,7%) não trabalhava, a maior parte (73,1%) não recebia auxílio financeiro da Universidade e 26,9 % recebiam algum tipo de permanência/auxílio. Quanto às matrículas nos cursos, as três maiores porcentagens foram em Medicina (27,5%), Farmácia (15,5%) e Psicologia (13,3%). Quanto aos períodos, o 4º e o 5º apresentaram maior número de respondentes, 13,6% e 14,9%, respectivamente.
Análises dos níveis de ansiedade e Adaptação Acadêmica
Os escores globais dos níveis de ansiedade (DASS-21) e do grau de adaptação acadêmica (QVA-r) apresentaram distribuição normal, pois os coeficientes de assimetria (adaptação acadêmica = -0,487 e ansiedade = 0,961) e curtose (adaptação acadêmica = 1,182 e ansiedade = 0,013) estavam entre -2 e 2 (George & Mallery, 2008; Medrano, Liporace, & Pérez, 2014). Por este motivo, foram utilizadas estatísticas paramétricas.
A média dos escores globais de ansiedade foi 11,21 (DP = 11,18), indicando um nível moderado de sintomas ansiosos (faixa entre 10 a 14). Quanto à adaptação acadêmica, a média global foi 181,17 (DP = 19,66), (faixa entre 55 a 275), indicando também um grau moderado de adaptação, dentro do percentil 50, que significa uma percepção positiva da integração no ensino superior. Nas subescalas do QVA-r, as médias obtidas foram, em ordem decrescente: Carreira, 44,46 (DP = 9,16); Pessoal, 41,02 (DP = 11,08); Interpessoal, 39,51 (DP = 6,81); Estudo, 28,75 (DP = 6,79); e Institucional, 27,44 (DP = 4,67).
A comparação entre as subescalas do QVA-r pela ANOVA indicou uma diferença significativa entre elas (F = 304,20; p < 0,001). No teste Bonferroni, com exceção da comparação entre as subescalas 1 (Pessoal) e 2 (Interpessoal), todas as outras apresentaram diferenças significativas. Estes resultados indicam que houve semelhança na adaptação acadêmica nas dimensões Pessoal e Interpessoal e que as três dimensões com maior grau de adaptação acadêmica foram, em ordem decrescente: Carreira, Pessoal e Interpessoal.
Relação entre Adaptação Acadêmica e Ansiedade
Foi feito o teste Qui-quadrado entre o nível de ansiedade categorizado (de 1 a 5) e o escore global de adaptação acadêmica, categorizado através dos percentis 20%, 40%, 60% e 80% da amostra coletada, isto é, "1" de 102 a 167, "2" de 168 a 177, "3" de 178 a 187, "4" de 188 a 197 e "5" de 198 a 238. O resultado mostrou que não houve relação significativa entre o os escores globais das duas variáveis (X2 = 20,424; p = 0,202).
Por outro lado, a análise dos escores das subescalas do QVA-r mostrou correlações significativas de três dentre elas com o grau de ansiedade (Tabela 1), no sentido inverso, tal como previsto: Carreira, Estudo e Institucional. Portanto, níveis mais elevados de ansiedade estavam relacionados a menor adaptação acadêmica, nestas três dimensões. Por outro lado, a dimensão Interpessoal não apresentou correlação estatisticamente significativa com o grau de ansiedade (p = 0,222). A dimensão Pessoal apresentou correlação significativa positiva com a ansiedade (p < 0,001). Portanto, a relação esperada inversa entre a ansiedade e a adaptação acadêmica ocorreu nas dimensões diretamente relacionadas com a atividade acadêmica.
Análises Bivariadas
Com relação ao sexo, na análise das subescalas do QVA-r, houve diferença significativa apenas na dimensão Pessoal (t = 3,84, p < 0,001), onde as mulheres tiveram médias mais elevadas de adaptação (42,52, DP = 10,81). Para ansiedade, houve diferença significativa entre os dois grupos (p < 0,001), as mulheres com mais sintomas de ansiedade.
Com relação às faixas etárias (18-21 e 22-42), houve diferença significativa apenas na dimensão Pessoal (t = 2,30 p = 0,022), na qual os alunos mais novos apresentaram maior grau de adaptação acadêmica (42,85, DP = 10,37). Para ansiedade, houve diferença significativa entre as duas faixas etárias (p = 0,007), os alunos mais novos apresentando maiores níveis de sintomas ansiosos. Ressalta-se que para a faixa etária, 13 pessoas não informaram a idade.
Para a variável períodos dos cursos, não houve diferenças significativas entre alunos do início (1o ao 5o período) e do final (6o ao 10o), considerando as subescalas do QVA. Para a variável ansiedade, também não foi encontrada diferença significativa entre os dois grupos (p = 0,064). Ressalta-se que acerca das fases, 10 pessoas não informaram os períodos.
Com relação aos tipos de cursos, a análise de variância não mostrou diferença significativa entre eles para o grau de adaptação acadêmica (F = 1,15, p = 0,33), indicando que esta adaptação é vivenciada de maneira semelhante nestes cursos. Quanto ao nível de ansiedade, foram encontradas diferenças significativas entre os cursos (F = 3,14, p = 0,002). Os níveis mais elevados de ansiedade ocorreram para os cursos de Enfermagem, Nutrição e Medicina. O teste post Hoc Tukey mostrou que o grau de ansiedade dos alunos do curso de Enfermagem (média = 16,91) era mais elevado do que o dos alunos de Educação Física (média = 6,67) e de Medicina (média = 8,87). Os dados descritos acima estão na Tabela 2.
Análises Multivariadas
Os pressupostos para as análises de Regressão Linear foram confirmados, isto é, os coeficientes de assimetria e curtose estavam entre -2 e +2, garantindo a normalidade dos resíduos e o valor para a estatística de Durbin-Watson estava acima de 1,7, garantindo a independência dos resíduos. Na análise dos fatores preditores da adaptação acadêmica, a regressão linear múltipla foi realizada separadamente para cada uma das três dimensões citadas acima, que apresentaram relações significativas em relação ao nível de ansiedade. Para a dimensão Carreira (Tabela 3), observou-se que estar matriculado no curso de Medicina foi a principal variável preditora e, em segundo lugar, o nível de ansiedade. O modelo de regressão (F = 9,06; p < 0,01) foi dado por: Adaptação (Carreira) = 44,348 + 3,954 x Medicina - 0,088 x Ansiedade. Estes resultados indicam que a adaptação acadêmica, na dimensão Carreira, era maior se o aluno estivesse no curso de Medicina e se tivesse um menor nível de ansiedade.
Quanto à dimensão Estudo, a análise de regressão indicou que apenas o nível de ansiedade foi estatisticamente significativo (Tabela 4), portanto foi o único fator preditor da adaptação acadêmica. O modelo de regressão (F = 8,792; p = 0,003) foi dado por: Adaptação (Estudo) = 29,871 - 0,1 x Ansiedade. Este resultado indicou que o grau de adaptação acadêmica, na dimensão Estudo, era maior quanto menor fosse o nível de ansiedade.
Com relação à dimensão Institucional, a regressão linear mostrou novamente que apenas o nível de ansiedade foi significativo (Tabela 5), portanto foi o único fator preditor da adaptação acadêmica. O modelo de regressão (F = 6,469; p = 0,011) foi dado por: Adaptação (Institucional) = 28,11 - 0,06 x Ansiedade. Este resultado indica que o grau de adaptação acadêmica, na dimensão Institucional, era maior quanto menor fosse o nível de ansiedade.
Para a ansiedade, a regressão indicou três variáveis, sendo o sexo o preditor mais importante. Em segundo lugar, destacou-se estar no curso de Enfermagem e, em seguida, as faixas etárias (Tabela 6). O modelo de regressão (F = 9,3; p < 0,001) é dado por: Ansiedade = 13,830 - 4,753 x Sexo + 5,508 x Enfermagem - 2,908 x Faixas etárias. Estes resultados indicam que o nível de ansiedade era maior, se o aluno era do sexo feminino, se pertencia ao curso de Enfermagem e se estivesse na menor faixa etária de 18 a 21 anos.
Discussão
Os resultados obtidos, em geral, foram compatíveis com dados da literatura. Os níveis moderados encontrados nos sintomas de ansiedade confirmam outros estudos (Costa et al., 2019; Santos & Simões, 2020). Cordeiro e Freire (2016), avaliando ansiedade em termos de traço e estado, obtiveram resultados semelhantes, pois 54,6% dos participantes não apresentavam Estado de ansiedade e 53,5% não apresentavam traço de ansiedade.
O grau de adaptação acadêmica moderado, no escore global, se aproxima de estudos prévios (Soares, Lima, Santos, & Silva 2019; Zazula & Appenzeller, 2019), onde o grau de adaptação foi um pouco acima da média. Segundo os autores, os resultados indicam que os alunos apresentam uma percepção positiva do processo de integração ao Ensino Superior.
No que se refere às dimensões do QVA-r, a dimensão Carreira foi a que obteve maior média, corroborando com estudos prévios (Brum & Teixeira, 2020; Cordeiro & Freire, 2016; Soares et al., 2018). Outra dimensão com média elevada foi a Interpessoal, se assemelhando também a outros estudos (Brum & Teixeira, 2020; Zazula & Appenzeller, 2019). Entretanto, no presente estudo, a média da dimensão Pessoal foi a segunda maior, contrariando estudos anteriores, que obtiveram médias baixas para essa dimensão (Carleto, Moura, Santos, & Pedrosa, 2018; Zazula & Appenzeller, 2019).
A hipótese principal de que maiores níveis de ansiedade estariam associados a menor adaptação acadêmica, foi confirmada em relação à maioria das dimensões avaliadas pelo QVA-r, mas não ao escore global, talvez porque o escore global inclui algumas dimensões que são mais diretamente relacionadas à vida acadêmica (ex. Carreira) e outras dimensões cuja relação é menos direta (ex. dimensão Pessoal), afetando o escore global. Apenas o estudo de Ariño e Bardagi (2018), confirmou esta hipótese para o escore global.
Os resultados significativos encontrados para as dimensões Carreira, Estudo e Institucional do QVA-r, em suas relações com a ansiedade, confirmam outros estudos. Cordeiro e Freire (2016) também encontraram correlações negativas significativas entre as dimensões Interpessoal e Carreira e o nível de ansiedade traço e estado, e entre a dimensão Institucional e o nível de ansiedade traço. A dimensão Pessoal, contrariamente ao previsto, se correlacionou positivamente com ansiedade, traço e estado, tal como na presente pesquisa. Este resultado, embora inesperado, talvez se explique pelo fato de a ansiedade, em nível moderado ou baixo, pode facilitar a adaptação em diversas situações na vida (Brum & Teixeira, 2020). Ariño e Bardagi (2018) também encontraram relações significativas de todas as dimensões da adaptação com os sintomas de ansiedade, avaliados pela DASS-21.
Nas análises bivariadas da adaptação acadêmica, especificamente acerca das dimensões, o resultado de que as mulheres estavam mais adaptadas na dimensão Pessoal, confirma outros estudos (Anjos & Aguilar-da-Silva, 2017; Mognon & Santos, 2013). No que se refere à ansiedade, o resultado de que as mulheres apresentavam maiores níveis de ansiedade corrobora, também, dados de outros estudos (Andrade & Pires, 2020; Cordeiro & Freire, 2016; Leão et al., 2018; Reis et al., 2017). Reis et al. (2017) apontaram, ainda, algumas razões para explicar este resultado: a cultura ser mais permissiva com os homens; as mulheres enfrentarem situações, na entrada no mercado de trabalho, que podem desencadear ansiedade; e o fato de as mulheres assumirem tarefas duplas, dentro e fora de casa.
Para a variável idade, no caso das dimensões do QVA-r, no presente estudo, a dimensão Pessoal apresentou diferença significativa entre as faixas etárias, corroborando a hipótese de Cunha, Marques e Biavatti (2017), de que a maturidade melhora o entendimento de si mesmo e promove melhorias nesta dimensão. Com relação à ansiedade, o resultado de que os alunos mais novos (18 a 21 anos) apresentaram mais sintomas de ansiedade corrobora estudos anteriores (Cordeiro & Freire, 2016; Reis et al., 2017). Reis et al. (2017) apontaram que, em geral, estudantes mais jovens estão nos períodos iniciais e, por isso, estão mais propensos a possuir mais inseguranças sobre o futuro e ansiedade.
Para a variável períodos dos cursos, os resultados de ausência de diferença significativa na adaptação acadêmica (nas dimensões) e na ansiedade diferem de outros estudos. Porto e Soares (2017) encontraram, na dimensão Institucional, diferença significativa, os alunos iniciantes apresentando maior grau de adaptação acadêmica. Moutinho et al. (2017) identificaram maiores escores de ansiedade nos alunos concluintes, porém Alazzi e Al-Jarrah (2016) encontraram maior grau de ansiedade no início do curso.
Com relação aos cursos avaliados, a ausência de diferenças significativas encontrada para o grau de adaptação acadêmica contrariou estudos anteriores (Oliveira, Santos, & Inácio, 2018; Porto & Soares, 2017). Quanto à ansiedade, houve diferenças significativas entre os cursos, sendo a Enfermagem com a maior média. Esse resultado, talvez, se explique pelo fato deste curso incluir, logo nos primeiros períodos, muitas avaliações e estágios clínicos e devido ao contato com pessoas doentes (Backhaus et al., 2019; Cordeiro & Freire, 2016). Por outro lado, o curso com menor média de ansiedade foi o de Educação Física (M = 6,67; DP = 7,36), talvez devido às práticas regulares de atividades físicas, que podem contribuir para menores níveis de ansiedade (Leão et al., 2018; Toti et al., 2018).
Com relação aos resultados da análise multivariada da adaptação acadêmica, não é possível fazer a comparação direta destes dados, pois não foram encontrados estudos utilizando este tipo de análise. Entretanto, em acordo com nossos resultados da regressão, alguns estudos também encontraram que a ansiedade afeta a adaptação nos estudos. O estudo de Soler, Cunha, Vieira, Almeida e Baptista (2019) indicou que a ansiedade pode dificultar o processo de ensino-aprendizagem, acarretando em uma perspectiva negativa sobre a futura carreira profissional. Bampi et al. (2013) também apontaram que a ansiedade pode provocar prejuízo no processo de formação e na execução das atividades acadêmicas, interferindo na competência do estudante. Quanto aos resultados da ansiedade, outros estudos também encontraram que ser do sexo feminino e cursar enfermagem são fatores que contribuem para a ansiedade do estudante (Leão et al., 2018; Lima et al., 2017).
A análise de regressão linear múltipla da ansiedade evidenciou a presença de três fatores associados, dentre eles o sexo feminino e cursar Enfermagem. Este resultado confirma dados da literatura, nos quais cursar Enfermagem foi um fator preditor de maior ansiedade (Lima et al., 2017; Prado, Kurebayashi, & Silva, 2012), assim como ser do sexo feminino (Leão et al., 2018; Reis et al., 2017).
Esta pesquisa apresenta algumas limitações. Por ser do tipo correlacional, não é possível fazer afirmações de relações causais entre variáveis. Além disso, a coleta de dados ter sido realizada somente no estado de Minas Gerais e apenas nos cursos da área de saúde impede a generalização dos resultados para outras regiões. Outra limitação se refere a não utilização de instrumento de medida da ansiedade específico para estudantes universitários. Destaca-se, ainda, que a variância explicada na análise de regressão foi baixa. Sendo assim, os resultados encontrados nas comparações dos grupos devem ser analisados com cautela.
Considerações finais
Conclui-se que os estudantes apresentaram um grau moderado global de adaptação acadêmica e maior adaptação nas dimensões Carreira, Pessoal e Interpessoal. No que se refere à ansiedade, os estudantes manifestaram níveis também moderados de sintomas ansiosos. Foi confirmada a relação inversa esperada entre o grau de adaptação acadêmica e os níveis de ansiedade dos universitários, para as dimensões Carreira, Estudo e Institucional, as quais constituem as dimensões mais relacionadas às atividades acadêmicas.
Foram identificadas as variáveis preditoras da adaptação acadêmica para as dimensões Carreira, Estudo e Institucional e para os níveis de ansiedade dos estudantes universitários. Na dimensão Carreira, o grau de adaptação acadêmica foi maior quando o estudante cursava Medicina e apresentava níveis menos elevados de ansiedade. Para as dimensões Estudo e Institucional, a única variável preditora de maior adaptação foi um menor nível de ansiedade. Em relação à ansiedade, os fatores preditores foram sexo feminino, cursar Enfermagem e faixas etárias.
Sugere-se maior acompanhamento dos estudantes para que os níveis de ansiedade não se elevem e as dificuldades diminuam no processo de adaptação acadêmica, com ênfase no acompanhamento das variáveis preditoras, como tipo de curso, sexo e faixa etária. Sugere-se o estímulo à socialização dos estudantes, com o oferecimento de atividades culturais, de lazer e esportivas, além de suporte psicológico para os estudantes que apresentarem níveis elevados de ansiedade e dificuldades de adaptação. Estratégias que ajudem os estudantes ao enfrentamento destes problemas poderão melhorar sua qualidade de vida e contribuir para que eles se preparem melhor para as demandas atuais e futuras, seja no convívio/relações interpessoais ou no ambiente de trabalho.
Esta pesquisa constitui um avanço na área, tendo em vista a carência de estudos publicados que tenham avaliado a relação entre adaptação acadêmica e ansiedade em universitários. Trata-se, também, de um avanço metodológico, devido à utilização de amostragem probabilística, que permite a generalização dos resultados para a população-alvo, e devido à realização de análises estatísticas de Regressão Múltipla. Tais procedimentos não foram relatados nos estudos encontrados que avaliaram a relação entre os dois construtos. Sugere-se novas pesquisas nesta temática, utilizando amostras maiores, de diferentes regiões e incluindo estudantes de diversos cursos, além da área de saúde. Estudos de corte longitudinal também poderiam contribuir para avaliar a evolução destas variáveis ao longo dos anos, já que os alunos passam por mudanças no período acadêmico.
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Correspondência para:
Anna Clara Santos da Silva
Praça Dom Helvécio, 74, Dom Bosco
São João del-Rei
Minas Gerais, CEP: 36301-160
E-mail: annaclarapsico@hotmail.com
Submetido em: 31.05.2021
Aceito em: 30.08.2021
Financiamento: Este estudo foi parcialmente financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (Capes) - Código Financeiro 001.