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Trivium - Estudos Interdisciplinares
versión On-line ISSN 2176-4891
Trivium vol.4 no.1 Rio de Janeiro enero/jun. 2012
ARTES
Álvares De Azevedo
Carlos Augusto Viana
Professor do Curso de Letras da Universidade Estadual do Ceará, jornalista e membro da Academia Cearense de Letras
1
Senta uma puta perto da taça.*
Uma guitarra e velas acesas.
Um arfar de ossos, a tosse rouca.
Um sangue risca o chão - rio de graxa.
Mas a moça se espanta e não ousa colher a flor que se despedaça nos gestos do poeta, à meia-noute, se o galo não martela as vogais.
2
(Era virgem do mar?) Por que, fria, perlustra o chão - e não a agonia?
Mas o poeta acende um cigarro e, na fumaça, escreve o seu escárnio
A boca da moça é puro vinho; e nada diz do peito em destroços.
O poeta ergue a taça e brinda à moça, mas esta se desfaz - já sem ossos.
* o primeiro verso é de Antonio Carlos Secchin