Retomando a teoria desse mesmo autor sobre a necessidade do reconhecimento mútuo para manutenção da autoestima e a construção de uma identidade, o que observamos nas mulheres acometidas por doenças de pele é uma perda dessa identidade e da autoestima, estando tal fato ligado ao julgamento advindo, mesmo que no campo imaginário, do meio social. A vergonha e o incômodo gerados pelas perguntas, piadas e reações de "nojo", "medo de contágio" fazem com que essas mulheres sintam-se coagidas a saírem em público e a terem uma vida social ativa, isolando-se em casa e evitando, até mesmo, o próprio olhar para si, podendo ser causa ou manutenção dos transtornos de humor correlacionados a essas patologias. Temos, assim, que a função ego-lógica da pele encontra-se alterada com esses sentimentos recorrentes de vergonha e medo, comprometendo tanto a relação com a autoimagem como com a experiência do outro.