Quando escrevemos este editorial, em novembro de 2022, vimos que a covid-19 seguia produzindo seus efeitos nos diferentes âmbitos sociais de nossas vidas. Recentemente, houve um aumento de notificações de casos identificados no Brasil: em outubro de 2022, chegamos a ter zero novos casos notificados e, em 17 de novembro, registramos 32.970 casos¹. Isso totaliza uma média de 11.638 casos nos últimos sete dias. Isso tem implicado, dentre outros, no retorno acentuado de várias medidas de higiene e uso de máscaras por diferentes cidades do país. Concomitantemente, assistimos aos impactos da pandemia de covid-19 no próprio ambiente acadêmico. Isso implicou não apenas em novas linhas de pesquisa, mas também na observação de que a doença afetou a vida de estudantes (e.g., ^{Gewalt et al., 2022}) e professores universitários (e.g., ^{Junges et al., 2021}; ^{Peña et al., 2022}). A Revista Psicologia e Saúde também sentiu tais impactos, conforme sinalizamos em editoriais anteriores, i.e., número crescentes de submissões, aumento da demanda de trabalho da Equipe Editorial, redução no número de revisores e revisoras disponíveis, etc. Seguimos procurando amenizar tais consequências no nosso fluxo editorial e, consequentemente, na periodicidade de nossa publicação. Assim, celebramos a publicação do presente número, representando o terceiro do volume 14, de 2022.

Nesta edição, composta por 15 artigos, veremos temáticas das mais variadas, ilustrando o caráter inter, trans e multidisciplinar do campo da Saúde e, ainda, a missão de nosso periódico em veicular conhecimento das mais distintas áreas do saber que se debruçam sobre o fenômeno da Saúde na interlocução com a Psicologia. Entretanto, uma grande parcela dos referidos artigos tem um eixo em comum: o olhar sobre populações historicamente fragilizadas do ponto de vista social (e.g., mulheres, crianças, idosos etc.). Acerca das mulheres, teremos pesquisas sobre imagem corporal, maternidade e adoecimento por câncer. Este adoecimento também aparece em investigações sobre a infância, concomitantemente a outros estudos sobre tal fase do desenvolvimento humano. O envelhecimento, por sua vez, aparece em manuscritos sobre os impactos da pandemia de covid-19 em sua saúde física e mental. Particularmente em relação à covid, outro claro eixo condutor do presente número, poderemos nos informar sobre suas consequências na escuta clínica, na saúde mental, no geral e de trabalhadores da saúde, especificamente. Os demais artigos não se furtam de problematizar e analisar outros aspectos centrais dos determinantes sociais da saúde e, ainda, dos dispositivos do Estado responsáveis por sua assistência e cuidado. No primeiro grupo, vemos temáticas especialmente relevantes, tais como a violência autoprovocada e o adoecimento e a promoção da saúde em contexto laboral. No segundo, há estudos sobre a Atenção Primária, Políticas Públicas de Saúde etc.

Por último, mas não menos importante, gostaríamos de registrar um agradecimento especial à nossa colega Sonia Grubits! Ela não faz mais parte da Equipe Editorial da Revista Psicologia e Saúde, mas, sem sua influência, nem o Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e, consequentemente, nem esta revista existiriam. Obrigado por tudo, Sonia!

De mais a mais, agradecemos a todos e todas que contribuem para a ciência brasileira e, particularmente, para aqueles e aquelas que usaram suas energias para a publicação do v. 14, n. 3, da Revista Psicologia e Saúde! Almejamos que os leitores e as leitoras desta edição desfrutem da leitura dos manuscritos e, consequentemente, sejam afetados e afetadas pelas reflexões que as relevantes pesquisas ora apresentadas nos produzem.

Boa leitura!