Gerais : Revista Interinstitucional de Psicologia
ISSN 1983-8220
Gerais, Rev. Interinst. Psicol. vol.13 no.3 Belo Horizonte set./dez. 2020
https://doi.org/10.36298/gerais202013e15215
ARTIGOS
Prazer e Sofrimento no Trabalho Docente em uma Instituição de Ensino Superior
Pleasure and Suffering in the Teaching Work at a Higher Education Institution
Melissa Cordeiro Torres GalindoI; Regina Heloísa Mattei de Oliveira MacielII; Tereza Glaucia Rocha MatosIII; Marcizo Veimar Cordeiro Viana FilhoIV; Sílvia Fernandes do ValeV; Roberta da SilvaVI
IInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Recife, Brasil. E-mail: melissa.galindo@reitoria.ifpe.edu.br. (orcid.org/0000-0002-7148-8459)
IIUniversidade de Fortaleza, Fortaleza, Brasil. E-mail: reginaheloisamaciel@gmail.com. (orcid.org/0000-0003-2933-7021)
IIIUniversidade de Fortaleza, Fortaleza, Brasil. E-mail: terezamatos@unifor.br. (orcid.org/0000-0003-0557-5340)
IVUniversidade de Fortaleza, Fortaleza, Brasil. E-mail: marcizoveimar@yahoo.com.br. (orcid.org/0000-0001-5971-7952)
VUniversidade de Fortaleza, Fortaleza, Brasil. E-mail: sfvale@hotmail.com. (orcid.org/0000-0001-7276-8762)
VIUniversidade de Fortaleza, Fortaleza, Brasil. E-mail: robertaacopiara@yahoo.com.br. (orcid.org/0000-0001-5620-975X)
RESUMO
Este estudo objetivou analisar a compreensão dos docentes sobre suas vivências de prazer e sofrimento no trabalho. Trata-se de um estudo de caso, de natureza quantitativa e qualitativa realizado numa Instituição de Ensino Superior privada de Recife/PE. Foi aplicada a Escala de Prazer e Sofrimento no Trabalho em 100 docentes e realizadas entrevistas com cinco professores. Os dados quantitativos foram analisados com o auxílio do IBM-SPSS e as entrevistas submetidas à análise de conteúdo. Os resultados mostram vivências moderadas de sofrimento no trabalho, predominando as vivências de prazer, as quais são consequência da satisfação em desenvolver a atividade, orgulho pelo trabalho e liberdade para usar a criatividade; enquanto o sofrimento advém do esgotamento emocional e da falta de reconhecimento pelo esforço dispendido. O conteúdo das entrevistas revelou que o espaço de trabalho gera tanto sentimentos de prazer (criatividade, realização, identificação com a docência) como de sofrimento (insegurança, sobrecarga, insatisfação, frustração e injustiça).
Palavras-chave: Trabalho. Docente. Prazer-sofrimento. Ensino superior.
ABSTRACT
This study aimed to analyze the teachers' understanding about their experiences of pleasure and suffering at work. This is a case study, of a quantitative and qualitative nature, carried out in a private higher education institution of Recife/PE. The Scale of Pleasure and Suffering at Work was applied to one hundred teachers and interviews were conducted with five teachers. The quantitative data were analyzed with the aid of the IBM-SPSS and the interviews were submitted to content analysis. The results show moderate experiences of suffering at work, predominating the experiences of pleasure, which are a consequence of satisfaction in developing their activity, pride in work and freedom to use creativity; while suffering comes from emotional exhaustion and lack of recognition of the effort spent. The content of the interview revealed that the work space generates both feelings of pleasure (creativity, achievement, identification with teaching) and of suffering (insecurity, overload, dissatisfaction, frustration and injustice).
Keywords: Work. Teacher. Pleasure-suffering. Higher education.
Introdução
As características do atual mercado de trabalho influenciam o comportamento nos mais diversos segmentos da sociedade, modificando, em especial, os tipos de vivências de prazer e sofrimento no trabalho (Coelho, Sampaio & Mancini, 2014). Os processos de trabalho do professor, por exemplo, vêm sofrendo mudanças que têm repercutido na intensificação das atividades desses profissionais, gerando uma sobrecarga, uma vez que as instituições de ensino têm assumido os mesmos pressupostos ditados pela economia de mercado. Este estudo teve como objetivo analisar a compreensão dos docentes sobre suas vivências de prazer e sofrimento no trabalho. O estudo contribui para uma melhor visão das vivências de prazer e sofrimento presente no contexto pesquisado, reafirmando a importância do fortalecimento de ações, a fim de evitar prejuízos à saúde do professor.
A abordagem teórica utilizada nesta pesquisa foi a psicodinâmica do trabalho, que tem como principal objetivo analisar as estratégias de mediação individuais e coletivas utilizadas pelos trabalhadores para enfrentar os contextos de trabalho inadequados e manter sua saúde mental. Como categoria central de análise, é enfocada a relação entre o sofrimento e as estratégias de mediação (Ferreira & Mendes, 2003).
É objeto da psicodinâmica do trabalho o estudo das relações dinâmicas entre organização do trabalho e processos de subjetivação, que se manifestam nas vivências de prazer - sofrimento, nas estratégias de ação para mediar contradições da organização do trabalho, nas patologias sociais, na saúde e no adoecimento. (Mendes, 2007, p. 30)
A organização do trabalho contempla aspectos estruturais específicos de cada contexto de trabalho, constituídos pela combinação de elementos que caracterizam sua infraestrutura (ambiente físico, instrumentos, equipamentos e matéria-prima); apoio institucional (suporte organizacional) e práticas administrativas (políticas de remuneração, desenvolvimento de pessoal e benefícios). A organização do trabalho abrange, ainda, as relações que se estabelecem no contexto de trabalho, tais como relações dos trabalhadores com as suas chefias (imediatas ou superiores); dos trabalhadores com os membros da sua equipe de trabalho ou com os membros de outros grupos de trabalho e relações dos trabalhadores com pessoas externas à organização, mas que interagem de diferentes formas com os membros dessa organização - usuários, clientes, fornecedores, fiscais, auditores externos, etc. (Ferreira & Mendes, 2003).
A organização do trabalho compõe-se do trabalho prescrito, aquele que consta em manuais ou outros tipos de documentos elaborados, formalizados e aprovados pela gestão, contendo as regras a serem seguidas, quando da execução do trabalho, e do trabalho real, que é a execução propriamente dita do trabalho. No que se refere à relação do trabalho prescrito com o trabalho real, observa-se que, teoricamente, os dois deveriam ser correspondentes, ou seja, as atividades realizadas pelo trabalhador deveriam ser as que estão previstas nos manuais de procedimentos. No entanto, o trabalho real jamais conseguirá ser prescrito com exata precisão, em função do seu elevado nível de complexidade; ademais, não há como prever todas as ocorrências que podem surgir no decorrer da execução do trabalho (Dejours, 1998; Mendes & Facas, 2011). A prescrição do trabalho não consegue atingir a totalidade da realidade de trabalho encontrada pelo trabalhador, na medida em que grande parte do trabalho real é composta por elementos invisíveis e, portanto, não passíveis de prescrição. É da lacuna que separa o trabalho prescrito do trabalho real, entre outros fatores, que decorre o sofrimento no trabalho (Dejours, 1998). A psicodinâmica atua no sentido de estudar o hiato existente entre a organização prescrita e a organização real (Dejours et al., 1994), uma vez que a distância entre o trabalho prescrito e o real pode causar sofrimento no trabalho, representando riscos para a saúde do trabalhador. O sofrimento no trabalho é decorrente de divergências entre as aspirações e necessidades de cada sujeito e do coletivo de trabalhadores e a realidade do contexto de trabalho (Ferreira & Mendes, 2003). Quanto mais inadequado o contexto de trabalho que, é claro, independe dos trabalhadores, maior será a distância entre o prescrito e o real e, consequentemente, a possibilidade de adoecimento.
As vivências de prazer e sofrimento no trabalho surgem, portanto, da relação entre o ser humano e o seu contexto de trabalho, pois o sujeito, na condição de trabalhador, tem reações em relação às situações de trabalho, atribuindo-lhes sentidos de naturezas distintas. A relação entre o sujeito e o contexto de trabalho pode resultar em vivências de prazer ou sofrimento no trabalho. O que vai determinar se o contexto de trabalho ou situações específicas, nesse contexto, consiste em fonte de prazer ou sofrimento, bem como as intensidades das vivências desses sentimentos é, primeiramente, a inadequação ou não das condições de trabalho e, posteriormente, o nível de congruência entre as aspirações individuais e coletivas dos trabalhadores e as características do contexto de trabalho como um todo ou com situações de trabalho advindas desse contexto.
O tipo de contexto de trabalho presente em uma instituição pode permitir, simultaneamente, vivências de prazer e sofrimento no trabalho. Isso significa que os sentimentos positivos e negativos em relação ao tipo de organização do trabalho adotada por uma instituição não são excludentes (Gomes & Oliveira, 2013).
O trabalho pode ser fonte de prazer quando há reconhecimento pelo trabalho realizado e liberdade para as pessoas que trabalham na organização, bem como relações hierárquicas descentralizadas (Gonçalves, Vilela, Terra & Nogueira, 2016). Por outro lado, o alto nível de exigência de determinadas funções, ausência de suporte psicológico adequado (por parte da instituição) e inadequadas condições de trabalho são fatores que geram sofrimento. Vale ressaltar que inadequadas condições de trabalho se destacam entre os fatores geradores de sofrimento para os trabalhadores, sobressaindo-se a elementos significativos na geração de sentimentos de prazer no trabalho, como bons salários e estabilidade (Tschiedel & Monteiro, 2013).
Quando a relação entre o sujeito e seu contexto de trabalho resulta em sofrimento, os trabalhadores passam a utilizar as chamadas estratégias de mediação (estratégias utilizadas com a finalidade de ressignificar o sofrimento e transformá-lo em prazer). Por outro lado, quando o trabalhador não consegue ressignificar esse sofrimento, isso pode levá-lo ao adoecimento.
Vivências de Prazer e Sofrimento no "Novo Mundo" do Trabalho do Docente Universitário
De acordo com a psicodinâmica do trabalho, o sofrimento decorre da relação entre o trabalhador e seu trabalho, como consequência dos conflitos entre a necessidade de produção posta, as condições de trabalho oferecidas e as expectativas do trabalhador. As vivências de sofrimento vivenciadas nos contextos de trabalho podem ser intensificadas à proporção que a organização do trabalho não apresenta flexibilidade suficiente para que o trabalhador use sua inteligência prática, sua criatividade e subjetividade na execução das tarefas (Mendes, 2007). "O sofrimento é ao mesmo tempo impressão subjetiva do mundo e origem de conquista do mundo" (Dejours, 2008, p. 28), podendo, desse modo, ser reconfigurado e transformado em prazer ou conduzir ao adoecimento.
O sofrimento pode ser gerado pela ausência de uma margem de liberdade, muitas vezes relacionada à inadequação das condições de trabalho, que permita ao trabalhador mobilizar-se diante da execução da tarefa, o que seria, segundo Mendes (2007), o caminho para a ressignificação desse sofrimento, transformando-o em prazer, pela oportunidade de enfrentamento das pressões que causam instabilidade psicológica, assim sendo, as falhas nesse enfrentamento diante da organização do trabalho podem levar ao adoecimento.
A transformação do sofrimento em prazer no trabalho somente pode encontrar espaço quando as condições e a organização do trabalho não se constituem em obstáculos à engenhosidade e à criatividade do trabalhador. Transformar o sofrimento em prazer exige do trabalhador uma nova interpretação da tarefa (Gernet, 2011). O prazer representa um dos importantes sentidos do trabalho, ao possibilitar ao trabalhador a interação com os outros, a criação e a inovação na execução das tarefas. As vivências de prazer no trabalho se manifestam na construção da identidade do sujeito, na sua realização no trabalho, no reconhecimento pelo outros e na liberdade diante da organização do trabalho, destarte, dependem tanto da natureza da tarefa como das condições para realizá-la, desde que a organização do trabalho permita ao trabalhador mobilizar sua inteligência prática, usufruir do espaço público da fala e da cooperação nos coletivos de trabalho (Mendes, 2007).
Conforme Mendes (2007) e Freitas e Facas (2013), diante da impossibilidade de ressignificação do sofrimento e de transformação deste em prazer, o trabalhador lança mão de estratégias defensivas, que podem exercer função positiva ou negativa: positiva quando colabora para o equilíbrio psíquico, minimizando o sofrimento, dando suporte ao sujeito como uma espécie de proteção; negativa quando mascara o sofrimento, provocando estabilidade psíquica artificial, adquirindo feição patológica e levando a adoecimentos.
Nos últimos anos, vem crescendo significativamente o número de pesquisas, cujo objetivo é identificar os sentimentos dos professores em relação ao seu trabalho, a partir de aspectos que caracterizam seu novo contexto de trabalho. Entre outras, podem ser citadas as pesquisas de Borsoi (2012), Mendes, Chaves, Santos e Mello (2006), Vilela, Garcia e Vieira (2013), Silva (2013), Mendes et al. (2006), Léda (2013) e Lima e Lima (2009). No caso dos professores, em relação às questões que envolvem a saúde física e psíquica relacionadas ao contexto de trabalho, pesquisas como as de Lima e Lima (2009) mostram o alto índice e diversidade de queixas de sintomas psicossomáticos, envolvendo a saúde mental, cansaço mental, estresse, ansiedade, esquecimento, frustração, nervosismo, angústia, insônia e depressão. Já as queixas relacionadas à saúde física são, principalmente, dor nas costas, pernas e braços (queixas musculoesqueléticas).
As queixas relacionadas à saúde física e psíquica dos professores de nível superior podem estar associadas às características do novo mundo de trabalho do docente, tais como más condições de trabalho, somados à sobrecarga de trabalho, às exigências de produtividade e ao clima de competição, que fazem com que, muitas vezes, os sentimentos negativos se sobressaiam em relação aos sentimentos positivos, no que se refere à atividade docente e, também, à universidade (Borsoi, 2012). Os sentimentos negativos (como angústia, estresse, sofrimento, etc.) são associados ao desprazer no trabalho, enquanto os sentimentos positivos (como felicidade, significado, alegria, etc.) são relacionados ao prazer na profissão (Mendes et al., 2006).
De acordo com Vilela et al. (2013), as vivências de prazer no trabalho são oriundas da realização profissional, resultantes, entre outros, do orgulho e da identificação em relação à profissão, da liberdade e autonomia em relação à execução do trabalho, da possibilidade de usar criatividade e da aprendizagem advinda do exercício da profissão.
Os sentimentos positivos em relação ao trabalho estão associados ao sentido mais intrínseco e subjetivo do trabalho. Isso ocorre nas situações em que o professor detém alto grau de controle sobre o trabalho e as atribuições associadas diretamente aos objetivos da docência. Um exemplo a ser considerado é a relação com os estudantes, que se constitui em fonte de gratificação e prazer no trabalho do docente de nível superior, pelo fato de que, nessa relação, o docente pode exercer sua criatividade e autonomia e, também, acompanhar o amadurecimento intelectual dos alunos, o que é considerado, para muitos desses profissionais, o elemento de maior compensação na carreira docente (Borsoi, 2012).
Mendes et al. (2006) também consideram que o prazer no trabalho do docente de nível superior está relacionado ao caráter intrínseco da profissão. Os autores colocam que o prazer na profissão advém principalmente do fato de o professor ser um agente que contribui significativamente para o desenvolvimento da sociedade, condição que dá sentido ao trabalho do docente. O maior prazer do docente está relacionado à satisfação, em longo prazo, de assistir ao amadurecimento e sucesso daqueles que foram seus alunos anos depois e ter certeza de que fez parte desse processo de construção.
Já em relação às vivências de sofrimento no trabalho docente, Borsoi (2012) enfatiza que os sentimentos negativos que os docentes do nível superior, atualmente, têm em relação ao seu trabalho são ocasionados, entre outros, por aspectos associados à carga de trabalho e às consequências do seu excesso (cansaço, esgotamento) e, também, no geral, a situações sobre as quais os docentes têm pouco ou nenhum controle. Como exemplos dos sentimentos negativos dos docentes universitários em relação ao seu trabalho, podem ser mencionados a sobrecarga de trabalho, com várias turmas e grande quantidade de alunos em cada uma delas; a exigência de produzir (realizar e publicar pesquisas); a falta do devido reconhecimento por seu esforço; não se sentir produtivo, apesar de trabalhar muito. Esses fatores podem levar a sentimentos de cansaço ao se levantar pela manhã para encarar outro dia de trabalho, de falta de motivação para trabalhar com os colegas, insatisfação com o salário e de desvalorização social.
Além disso, uma das principais fontes de desprazer no trabalho docente é a burocracia institucional, que acarreta falta de recursos, lentidão no processo burocrático, obrigações impostas pela instituição, cobranças sem oferecer as condições mínimas para a realização destas. É importante salientar que, apesar das inúmeras fontes de desprazer no trabalho do docente, quando questionados se recomeçariam a carreira na mesma profissão, são unânimes em afirmar que sim (Mendes et al., 2006).
Diante desse quadro, esta pesquisa buscou analisar a compreensão dos docentes sobre suas vivências de prazer e sofrimento no trabalho, valendo-se dos testemunhos de professores de uma Instituição de Ensino Superior (IES) privada localizada em Recife, Pernambuco.
Método e Procedimentos
O estudo caracteriza-se como uma investigação descritiva de natureza quantitativa e qualitativa. O delineamento é o de estudo de caso, tendo em vista que a proposta foi desenvolver uma investigação em profundidade relacionada à compreensão dos docentes sobre as vivências de prazer e sofrimento em uma IES privada localizada na cidade de Recife. O contato inicial com a instituição ocorreu por meio de solicitação de autorização à IES, por requerimento e posterior reunião com integrantes do corpo gestor, que autorizou a realização da pesquisa, desde que a IES não fosse identificada.
Participaram do estudo 100 docentes que lecionam em diferentes cursos de graduação. A idade média dos participantes foi de 41,3 anos (DP= 10,4), variando entre 27 e 73 anos. A faixa etária predominante concentrou-se entre 27 e 39 anos (54%). Do total de docentes, a maioria é do sexo masculino (56%), casado (53%), com pós-graduação stricto sensu em nível de mestrado (70%). Os professores têm em média 11,1 (DP=9,5) anos de docência, com carga horária semanal média, em sala de aula, de 25,7 horas (DP= 12,5); 55% dos participantes da pesquisa exercem outras atividades além da sala de aula; 79% lecionam em uma ou duas instituições de ensino e recebe mais de seis salários mínimos (63%). Sendo uma instituição privada, os docentes são contratados por hora/atividade.
A pesquisa se desenvolveu em duas etapas. Da fase quantitativa participaram 100 docentes que responderam à Escala de Prazer e Sofrimento no Trabalho (EPST), uma das quatro escalas componentes do Inventário de Trabalho e Riscos de Adoecimento (Itra), desenvolvido e validado por Mendes e Ferreira (2007), e ao questionário sociodemográfico. Como critério de inclusão, o docente deveria estar atuando há mais de um ano na IES. A EPST foi adaptada para escalas de respostas tipo Likert de cinco pontos, substituindo as quantidades que constavam no inventário original de Mendes (2007), que demandavam do respondente determinar a quantidade de vezes que um evento (item) ocorreu em um dado período de tempo. Essa adaptação já havia sido realizada na pesquisa de Martins (2009) com resultados favoráveis.
Os questionários foram aplicados de acordo com a disponibilidade do professor: alguns preencheram o instrumento diretamente com o pesquisador, outros receberam o instrumento e, posteriormente, este foi coletado pelo pesquisador. Em todos os casos, os participantes indicaram concordância em participar da pesquisa, seguindo os critérios éticos.
Na fase qualitativa da pesquisa, com o intuito de aprofundar os resultados quantitativos sobre as vivências de prazer e sofrimento no trabalho, foram entrevistados cinco docentes da IES, escolhidos de acordo com a conveniência do pesquisador e vontade de participar. Nas entrevistas, esses profissionais foram questionados sobre as vivências positivas e negativas em relação ao trabalho. As entrevistas foram realizadas na própria IES e foram gravadas e transcritas na íntegra.
Os dados quantitativos foram analisados com o auxílio do programa Statistical Package for the Social Sciences (IBM-SPSS). Foram realizadas análises descritivas dos dados sociodemográficos e laborais; análise fatorial da escala aplicada e testes para verificar a associação dos resultados da escala e dados sociodemográficos e laborais. Foram consideradas associações estatisticamente significativas aquelas com nível de significância p ≤ 0,05. As entrevistas transcritas foram submetidas a uma análise de conteúdo categorial (Bardin, 2011), usando, como eixos, o conteúdo referente a cada fator da EVPST.
O estudo obedeceu às diretrizes éticas para pesquisas com seres humanos estabelecidas na Resolução n. 466/12, do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado sob o Parecer de n. 1.356.279. Todos os participantes receberam e assinaram o Termo de Consentimento Live e Esclarecido.
Resultados e Discussões
Pesquisa Quantitativa
A tabela 1 mostra os resultados gerais da escala utilizada. Verifica-se que todos os fatores apresentam boa consistência interna. O fator Liberdade de Expressão, que está relacionado ao prazer no trabalho, se refere à vivência da liberdade de pensar, organizar e falar sobre o trabalho. Composto por oito itens apresentou bom índice de confiabilidade (α= 0,898).
Todos os itens desse fator tendem para uma média alta, mostrando uma boa avaliação pelos professores. Os itens que apresentaram maiores médias na avaliação dos docentes foram liberdade para usar criatividade (M= 4,26; DP= 0,996) e liberdade para falar sobre o trabalho com os colegas (M= 4,19; DP= 0,911).
Com relação às variáveis laborais, identificou-se que o tempo de docência é um indicador que favorece mais liberdade para se expressar no local de trabalho, visto que os professores que atuavam há mais tempo (acima de 12 anos) na docência têm uma avaliação mais satisfatória em relação à liberdade de expressão (ANOVA, F=3,366; p=0,002). Assim, os professores que têm mais tempo de docência percebem-se mais livres para expressar suas ideias e opiniões nas instituições de ensino.
O fator Realização Profissional relaciona-se com as experiências de gratificação profissional, orgulho e identificação com o trabalho que os docentes desenvolvem. Composto por nove itens, o fator apresentou um excelente índice de confiabilidade (α= 0,920). A maioria dos itens contribuiu positivamente para a compreensão de uma vivência de prazer quanto à realização profissional: sete itens apresentam média acima de 4,0. Entre os itens que apresentaram maiores percentuais, destacam-se: orgulho pelo que faço (M= 4,56; DP= 0,756) e identificação com as minhas tarefas (M= 4,27; DP= 0,879). Salienta-se que os dois itens se referem à relação entre o ser o fazer.
Entre as variáveis laborais, verificou-se associação significativa (ANOVA, F=3,893; p=0,002) entre a remuneração e o fator realização profissional. Nesse sentido, pode-se inferir que os professores com salários mais elevados (mais de seis salários mínimos) apresentam-se mais realizados profissionalmente. As demais variáveis sociodemográficas e laborais não se associaram significativamente aos resultados da escala.
As vivências de sofrimento na EPST são mensuradas basicamente por meio de dois fatores: o esgotamento profissional e a falta de reconhecimento. De acordo com Dejours (2009), o sofrimento é concebido como a vivência subjetiva intermediária entre doença mental descompensada e o conforto (ou bem-estar) psíquico. Assim, a discussão não se encerra no sofrimento por si mesmo, mas no entendimento de que este pode emergir como patológico. Nas palavras do autor, o sofrimento patológico emerge quando todas as possibilidades de adaptação ou de ajustamento à organização do trabalho pelo sujeito foram utilizadas e a relação subjetiva com a organização do trabalho está bloqueada (Dejours, 2009). Quando se chega ao nível de não ser mais possível o rearranjo da organização do trabalho, quando a relação trabalhador/organização torna-se muito distante, ou seja, se as exigências organizacionais ou as condições de trabalho forem muito precárias, o trabalhador não consegue estabelecer um processo saudável de ajustamento por qualquer tipo de mediação, levando ao sofrimento patológico e adoecimento (Dejours et al., 1994).
O fator Esgotamento Profissional se relaciona às situações de frustação, insegurança, inutilidade, desgaste e estresse no trabalho, refletindo o sofrimento no trabalho. O fator apresenta um bom índice de confiabilidade (α= 894) e é formado por sete itens. Os participantes parecem não apresentar esgotamento profissional, pois a avaliação do fator foi satisfatória. No entanto, três itens apresentaram índices acima da média da subescala, a saber: esgotamento emocional (M= 2,96; DP= 1,316), estresse (M= 2,90; DP= 1,266) e sobrecarga (M= 2,72; DP= 1,204).
O trabalho docente além da dimensão cognitiva tem uma dimensão emocional, uma vez que a atividade de ensino é perpassada pela relação com o outro. Muitas vezes, essa relação nem sempre é harmoniosa, exigindo do docente, além do trabalho cognitivo, o dispêndio emocional. O estresse pode estar relacionado com o esgotamento profissional e com a sobrecarga, assim, o trabalho do professor na Educação Superior, além de assumir uma complexidade e sofisticação, tem características que lhe são peculiares, por exemplo, a preparação de aulas fora do horário de trabalho, correção de provas, elaboração de projetos de pesquisa e extensão, entre outros. Nesse sentido, Servilha e Arbach (2012) afirmam que as mudanças ocorridas nos últimos 20 anos na organização do trabalho do ensino superior trouxeram como consequência maior carga psicológica para os docentes devido ao aumento das exigências do trabalho. Na instituição pesquisada, encontraram-se indícios de uma organização do trabalho que pode vir a ser perniciosa à saúde do trabalhador: há uma rígida divisão entre quem planeja e executa tarefas, sendo que os professores têm pouca autonomia para determinar o conteúdo das disciplinas e a forma de atuar em sala de aula; normas formais e rígidas a serem cumpridas pelos docentes, constando de formulários a serem preenchidos, provas predeterminadas, entre outros; forte cobrança por resultados; pressão por cumprimento dos prazos; funcionários excluídos das decisões.
Por fim, o fator Falta de Reconhecimento se traduz pelas vivências de injustiça, indignação e desvalorização pelo não reconhecimento do trabalho realizado. Composto por oito itens, apresentou um excelente índice de confiabilidade (α= 0,942). A média do fator foi de 1,87, tendo os seguintes itens acima da média: falta de reconhecimento do meu esforço (M= 2,32; DP= 1,354); falta de reconhecimento de meu desempenho (M= 2,31; DP= 1,354) e desvalorização (M= 2,06; DP= 1,368). Dejours (2009) ressalta que o reconhecimento traz um benefício no registro da identidade, logo, a falta de reconhecimento ou a percepção da falta de identidade, além de fonte de sofrimento, é perniciosa na constituição da atividade profissional, gerando efeitos sobre a subjetividade. Pode-se inferir que o esforço ou o dispêndio da energia empregada pelo docente parece não ser reconhecido pela instituição pesquisada, fazendo com que o professor se sinta desvalorizado. Os três itens se revelam como fonte de sofrimento no trabalho. Apesar de terem apresentado médias moderadas, o resultado nesses itens apontam para a necessidade de uma melhor análise da organização do trabalho na IES.
Pesquisa Qualitativa
Na análise das entrevistas, procurou-se verificar especialmente as categorias pesquisadas na fase quantitativa da pesquisa: as vivências de prazer e sofrimento no trabalho. Na categoria vivências de prazer no trabalho, emergiram cinco subcategorias: possibilidade de usar a criatividade; realização profissional; satisfação; identificação com a docência; e valorização. Na categoria sofrimento no trabalho, emergeriam as seguintes subcategorias: sentimentos e vivências de insegurança, provocados pelas mudanças na quantidade de turmas; medo de demissão; sobrecarga; insatisfação; frustração; indignação; injustiça e desqualificação. Confrontando-se os resultados quantitativos com os qualitativos, verifica-se que, até certo ponto, estes se complementam.
No estudo quantitativo, os docentes apresentaram uma média alta no item liberdade para usar criatividade (4,27), do fator Liberdade de Expressão - esse item também foi o que se destacou nas falas dos docentes nas entrevistas. Isso pode ser exemplificado na fala da docente 3.
Faço questão de exercer meu papel de educadora. De formadora de opinião. Faço os alunos pensarem em problemas do cotidiano e como eles podem resolver esses problemas por meio do curso superior que estão fazendo (ensino os alunos a pensarem). "Professor não é aquele que descarrega o conteúdo. Tem que ajudar; orientar".
No estudo quantitativo, no que se refere ao fator Realização Profissional, os docentes apresentaram médias altas nos itens realização profissional (4,22); satisfação (4,17); identificação com a docência (4,28); e valorização (3,77). O item que apresentou maior média foi orgulho pelo que faz, seguido pelo item identificação com as tarefas. De acordo com as entrevistas, o sentimento mais representativo é o de identificação com a docência, fato explícito na fala do docente 2: "não é um trabalho. É vocação. É como um sacerdócio. Você lida com a vida das pessoas. Quem não gosta não deve ensinar". Souto et al. (2017), em seu estudo com os docentes do ensino superior, mostram que os sentimentos de prazer no trabalho começam na constituição da identidade docente, a partir da visibilidade de si perante a sociedade, a academia, os pares e perante si próprio.
No entanto, a satisfação e valorização, embora tenham recebido notas altas na pesquisa quantitativa, aparecem mais como vivências de sofrimento no trabalho, lembrando que no processo psicodinâmico do trabalho as vivências e sentimentos podem ter conotações mistas.
Relacionados ao fator Esgotamento Emocional da pesquisa quantitativa, as falas dos professores nas entrevistas indicaram a existência de insegurança e medo, em especial, medo de demissão, sobrecarga, insatisfação e frustração. No estudo quantitativo, esses itens também se destacaram: esgotamento emocional (2,98); insegurança (2,04); medo (1,77); sobrecarga (2,72); insatisfação (2,13); e frustração (2,16). Quanto ao fator falta de reconhecimento, no estudo qualitativo, as falas dos docentes expressaram indignação, injustiça e desqualificação. Esses itens, no estudo quantitativo, também, apareceram de forma significativa: indignação, 1,71; injustiça, 1,79; e desqualificação, 1,58.
Assim, as vivências de prazer vêm acompanhadas de vivências de sofrimento, como mostrado nas falas a seguir:
Choque de horários causa muito estresse. Fico em estado de pânico pelo fato de mudar todo semestre o horário nessa IES. Fico sem saber o que fazer, pois tenho outras atividades. Não dá para viver só daqui. Cada semestre eu dou disciplinas de acordo com a necessidade da IES. Entro em desespero, pois não sei como será a renda no semestre seguinte. Às vezes, tenho que mudar o horário já estabelecido em outros locais de trabalho ou com outros compromissos porque outras disciplinas-chave (consideradas mais importantes do que a minha) ou professores mais antigos precisaram mudar seus horários. Aí, eu me resigno e deixo de lado coisas de realização ou necessidade pessoal para manter o emprego (resignação) (Docente 5).
O atendimento externo aos alunos (fora da sala de aula) é raro na IES, pois professores saem da sala de aula e correm para outros compromissos. É real o fato dos professores desta IES terem vários empregos. Têm que correr de uma IES para outra. Além disso, o ingresso do "novo aluno" nas IES gerou para os professores várias funções extras, como psicólogo, pedagogo, assistente social, conselheiro, etc. (Docente 3)
Evidencia-se que os professores estão expostos a inúmeras fontes de pressão: elevada carga horária de trabalho, muitas vezes em mais de uma instituição para manter a renda; mudanças de disciplinas, horários; bem como das diversas funções que são solicitadas a desenvolver. Um contexto em que se encontram diversos estressores que podem promover o sofrimento e comprometer a sua saúde do professor.
Relacionadas ao fator Falta de Reconhecimento da EPST, os docentes relataram, nas entrevistas, sentimentos e vivências de indignação, injustiça e desqualificação. No estudo quantitativo, o fator apresentou maiores médias para os itens falta de reconhecimento do esforço; falta de reconhecimento do desempenho; e desvalorização. Assim, os resultados das entrevistas corroboram os achados da pesquisa quantitativa também em relação a esse fator.
Os resultados, tanto dos dados quantitativos quanto qualitativos, apresentam vivências de sofrimento do professor em relação ao trabalho em função do atual contexto da Educação Superior (principalmente estresse e sobrecarga). Mas essas vivências de sofrimento parecem estar sendo minimizadas pelo prazer que sentem ao exercer a docência, prazer esse que decorre, em especial, pelo fato de a profissão docente permitir a utilização da criatividade e, também, do sentimento de afiliação que os docentes têm em relação à profissão.
Sobre essa situação, é importante destacar que, para Dejours (2009), o desafio real na prática é definir as ações suscetíveis de modificar o destino do sofrimento e favorecer sua transformação, e não sua eliminação. Quando o sofrimento pode ser transformado em criatividade, ele traz uma contribuição que beneficia a identidade. Por fim, à luz da psicodinâmica, o trabalho funciona como um mediador para a saúde (Dejours, 2009). Ainda, para o autor, é necessário enfrentar a contradição entre o domínio da psicopatologia - tradicionalmente ligada à ordem individual, pois o sofrimento e o prazer pertencem ao domínio privado, só tendo sentido para o indivíduo em particular - e o trabalho, de natureza fundamentalmente social, abrindo-se sobre o funcionamento coletivo (Dejours, 2009, p. 123). Portanto, entre as pressões do trabalho e a doença mental interpõe-se um indivíduo não somente capaz de compreender sua situação, mas capaz também de reagir e se defender.
Faz-se necessário destacar o papel da instituição empregadora, já que na relação homem-trabalho a organização e as condições de trabalho exercem um papel decisivo. Cabe à instituição fornecer um ambiente de trabalho que permita o desenvolvimento de relações saudáveis para os trabalhadores, lembrando que condições de trabalho precárias ou uma organização de trabalho inadequada, altamente formal e autoritária, podem levar a um sofrimento impossível de se lidar de forma ajustada pelo coletivo dos trabalhadores.
Considerações Finais
Os resultados analisados sugerem que o ambiente laboral é um lugar no qual, simultaneamente, o professor vivencia sentimentos de prazer e sofrimento. As vivências de prazer no trabalho estão relacionadas à possibilidade que o docente tem de expressar suas opiniões e de usar a criatividade no contexto de trabalho para a realização das tarefas, ao sentimento de orgulho da profissão e à confiança nos colegas de trabalho. Em relação às vivências de sofrimento, observa-se que estão relacionadas ao sentimento de inutilidade, ao desgaste físico e emocional diante das atividades realizadas, ao estresse, ao sentimento de frustração, de insegurança e de falta de reconhecimento.
O processo de trabalho do docente de IES proporciona desgastes e envolve fatores que constituem obstáculos para a oferta de um ensino de qualidade, portanto, é necessário pensar em espaços que proporcionem estratégias para a transformação do sofrimento em prazer no trabalho. Nesse sentido, Gernet (2011) afirma que o trabalhador somente pode encontrar espaço quando a organização do trabalho não é obstáculo à sua engenhosidade, à criatividade, considerando que a transformação do sofrimento em prazer exige do trabalhador uma nova interpretação da tarefa. Para que isso ocorra, as condições de trabalho devem ser minimamente favoráveis.
Embora se considere a relação subjetiva do trabalhador com as vivências de prazer e sofrimento no trabalho, reforça-se aqui que as instituições têm papel fundamental para a transformação do sofrimento no trabalho, ao proporcionar maior flexibilidade na organização do trabalho, de modo a possibilitar ao trabalhador maior autonomia na execução da tarefa proposta. No caso da instituição pesquisada, por exemplo, o distanciamento entre o planejamento e a execução das tarefas poderia ser reduzido, aumentando a autonomia do docente no que se refere aos conteúdos e forma de apresentá-los. Além disso, as normas poderiam ser mais flexíveis e deveria haver menos cobrança por resultados, estabelecendo prazos mais adequados à realização das tarefas. Por fim, poderia ser ampliada a participação dos funcionários nos processos decisórios da instituição.
Este estudo procurou dar visibilidade às discussões relacionadas à saúde do trabalho docente, em especial os de IES privadas, bem como subsidiar discussões referentes aos sentimentos e experiências de prazer e sofrimento no trabalho. Os resultados podem subsidiar a formulação de políticas de gestão de pessoas de instituições de ensino superior e, consequentemente, promover a saúde dos docentes.
Como toda pesquisa, algumas limitações foram encontradas que motivam a realização de estudos futuros. Recomenda-se a replicação deste estudo em uma população maior, objetivando identificar a compreensão dos professores quanto às suas vivências de prazer e sofrimento no trabalho. Além disso, sugere-se uma análise das estratégias defensivas utilizadas pelo profissional docente na equação sofrimento-prazer no trabalho que não foram abordadas aqui.
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Recebido em: 25/2/2018
Aprovado em: 1º/6/2018