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Boletim de Psicologia

 ISSN 0006-5943

     

 

RESENHA

 

 

PMK: Psicodiagnóstico miocinético

 

Myokinetic Psychodiagnosis - PMK

 

 

Resenhado por Paulo Francisco de Castro*

Universidade de Taubaté e Universidade Guarulhos

 

 

Mira, A.M.G. (2014). PMK: Psicodiagnóstico Miocinético. (5a ed). São Paulo: Vetor, 346 p.

Em atenção às resoluções que primam pela qualidade e atualização dos testes psicológicos brasileiros, há necessidade de constantes estudos teóricos e pesquisas dos parâmetros psicométricos que possam garantir confiança para o emprego de variadas técnicas nas atividades de avaliação psicológica. Nesse sentido, foi publicada a obra aqui resenhada.

Na parte inicial do livro, em sua apresentação, tem-se a trajetória profissional e científica do Prof. Emilio Myra y Lopez, com foco em sua vasta formação, o início de seu trabalho na área de Psicologia e o percurso que levou o autor ao interesse pela área de avaliação psicológica, até a publicação do Psicodiagnóstico Miocinético - PMK. O texto inicial oferece um panorama contextualizado para que o leitor possa compreender as origens do instrumento e como o teste se desenvolveu ao longo do tempo, a partir das ações de seu idealizador.

O primeiro capítulo do manual expõe a fundamentação teórica do PMK e foi dividido em duas partes. A primeira parte, de autoria de Alice Madeleine Galland de Mira e Flávio Rodrigues Costa, dedica-se a uma reflexão sobre o conceito de personalidade e a dificuldade em encontrar uma definição clara para o referido construto. Explicam que o PMK é um teste que objetiva a avaliação de características de personalidade por meio do registro gráfico de movimentos musculares em três eixos no espaço (vertical, horizontal e sagital), configurando-se, a partir da definição apresentada, como uma técnica expressiva de avaliação da personalidade. Para tanto, pautam o PMK em três pressupostos teóricos que são definidos conceitualmente e fundamentados a partir de vários estudos: Teoria Motriz da Consciência (toda intensão ou reação é associada a uma mudança de tônus postural), Tônus Muscular (a tensão muscular sempre está sujeita a uma questão de polaridade entre contração e relaxamento) e Princípio da Dissociação Miocinética (existem diferenças estruturais entre os movimentos expressos pela mão dominada - que indica aspectos menos desenvolvidos - e pela mão dominante - que representa características mais evoluídas).

A segunda parte da fundamentação teórica, escrita por Roberto Moraes Cruz, Jamir João Sardá Júnior e Eduardo José Legal, é dedicada à atualização teórica do PMK e apresenta em seu início desde estudos históricos, a partir de 1945, até pesquisas atuais sobre Neurofisiologia para fundamentar a teoria motriz da consciência, a partir de reflexões teóricas e evidências empíricas. A seguir são expostos estudos conceituais recentes sobre as seis características que o PMK avalia, a saber: tônus vital, agressividade, reação vivencial, emotividade, dimensão tensional e predomínio tensional.

O capítulo 2, sob a responsabilidade de Luiz Pasquali e Bartholomeu Tôrres Tróccoli, dedica-se à apresentação dos parâmetros psicométricos do PMK. Inicialmente tratam da discussão sobre a validade de critério do teste, por meio de estudo de várias pesquisas recentes, desenvolvidas em vários contextos de aplicação do instrumento e que garantem sua aplicabilidade. A seguir, apresentam pesquisa sobre a dimensionalidade do teste e cada fator de interpretação do PMK, que passou por extenso estudo acerca da análise dos itens, validade e precisão para que pudesse ser evidenciada sua aplicação para avaliação psicológica no contexto brasileiro. Terminam o capítulo com a descrição de pesquisas sobre a padronização do teste e a possibilidade de utilização de uma versão informatizada para apuração.

A partir dessa parte tem-se os dados técnicos para aplicação, correção e interpretação do PMK. No capítulo 3 é apresentado o material necessário para aplicação. No capítulo 4 são expostas as normas para aplicação do PMK: questionamentos iniciais, posição, instruções verbais e conduta de aplicação para cada uma das seis folhas do teste; por fim, há uma exposição sobre dificuldades no traçado que podem ser observadas em alguns casos de aplicação e a conduta necessária em cada um deles. No capítulo 5 são encontradas as explicações sobre a mensuração dos traçados, a ponderação dos dados por meio do tetron e a interpretação para cada dimensão do teste.

Os apêndices do livro trazem critérios para interpretação dos dados quantitativos obtidos, além de um conjunto de tabelas de normatização para população geral, adultos (geral e dividida segundo o sexo), motoristas e pilotos. Em comparação às tabelas de normas do manual anterior, observa-se a ampliação da faixa etária dos participantes da pesquisa, que permite a aplicação do PMK em indivíduos entre 18 e 70 anos, além de dados específicos para motoristas e pilotos.

A obra se destina exclusivamente a psicólogos, principalmente aos que se dedicam à área de avaliação psicológica e que consideram o PMK um importante instrumento expressivo para avaliação de características de personalidade.

 

 

Recebido em 26/12/14
Aceito em 28/12/14

 

 

* Endereço para correspondência: Universidade Guarulhos - Clínica Psicológica. Rua Dr. Nilo Peçanha, 47, Centro. Guarulhos - SP. CEP: 07011-040. Telefone: (11) 99633-1983. E-mail: castro.p.f@uol.com.br

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