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Revista Brasileira de Psicanálise

Print version ISSN 0486-641X

Rev. bras. psicanál vol.49 no.3 São Paulo July/Sept. 2015

 

EM PAUTA

 

Dividir o indiviso, ou dialogar com Kant, Dostoiévski e Pontalis

 

Dividing the undivided, or dialoguing with Kant, Dostoyevsky and Pontalis

 

Dividir el indiviso, o dialogar con Kant, Dostoievski y Pontalis

 

 

Miguel Calmon du Pin e Almeida

Analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ)

Correspondência

 

 


RESUMO

Partindo da intensa reação provocada pela afirmação de Kant de que o sofrimento do melhor amigo não nos seria de todo desagradável, o autor se envereda pelos modos de constituição dos sujeitos, buscando considerar o lugar da fraternidade no mal-estar dos homens.

Palavras-chave: pai da horda primitiva; subjetividade; fraternidade.


ABSTRACT

Starting from the intense reaction caused by Kant's statement that the best friend's suffering is not totally unpleasant for us, the author orientates his analysis towards the ways of constituting the subjects, in order to consider the place of brotherhood in human malaise.

Keywords: father of the primal horde; subjectivity; brotherhood.


RESUMEN

Partiendo de la intensa reacción provocada por la afirmación de Kant de que el sufrimiento del mejor amigo no nos es del todo desagradable, el autor transita por los modos de constitución de los sujetos, buscando considerar el lugar de la fraternidad en el malestar de los hombres.

Palabras clave: padre de la horda primitiva; subjetividad; fraternidad.


 

 

Como é tenaz o desejo de ser o preferido, o eleito. Como ele ressurge no momento da divisão! Quantas desavenças familiares ele provoca. Acontece que elas se repetem de geração em geração. Na origem do conflito: uma mãe não se divide.

(J.-B. Pontalis)

 

1. Como irmãos

Durante boa parte dos anos 80, mantive um grupo de estudos com dois amigos. Todas as sextas-feiras pela manhã nos reuníamos para ler a Fundamentação da metafísica dos costumes, de Immanuel Kant. Partilhávamos intensamente nossas angústias, guiados pelo desejo de saber e saber-nos. Para mim, a filosofia sempre foi a melhor interlocução que encontrei para dialogar com a psicanálise.

Um dia, como parte dos desdobramentos das leituras, chegamos a A religião dentro dos limites da pura razão, do mesmo filósofo. Não abordarei o texto aqui, não apenas por falta de propósito, mas também por exceder às minhas capacidades pessoais. Tratarei somente de recortar a questão que me interessa para chegar ao tema dos irmãos. E a questão que desejo recortar está na impossibilidade de o homem se manter fiel ao imperativo universal do dever: "age como se a máxima da tua ação se devesse tornar, pela tua vontade, em lei universal da natureza" (Kant, 1974a, p. 224).

Por que, conhecendo o mandamento moral, a natureza humana do homem é incapaz de observá-lo estritamente? Mais ainda: por que a razão não é suficiente para dar conta da vontade de se manter fiel ao mandamento moral? Para uma tal vontade, aquela capaz de se manter fiel ao mandamento moral, Kant reserva o conceito de vontade santa, isto é, reservada apenas para "santos".

Ao contrário dos santos, nossa propensão, ou seja, nossa predisposição para o desejo de um prazer, deve consistir no fundamento subjetivo da possibilidade de desviar-nos das máximas da lei moral, e se esta propensão deve ser admitida como universal para o homem, será denominada propensão natural para o mal.

Kant descreve três graus de propensão: em primeiro lugar, a fraqueza humana para seguir as máximas adotadas em geral, ou "a fragilitas do coração humano" - isto é, reconheço a lei moral, mas sou fraco para obedecê-la; em segundo lugar, a propensão para a mistura de motivos morais e imorais, ou seja, "a impuritas do coração humano" - significa dizer, reconheço o mandamento moral, mas ainda assim retiro vantagens adicionais em seu cumprimento; em terceiro lugar, "a propensão para aceitação de máximas más, isto é, a maldade da natureza humana, ou perversitas do coração humano" (1974b, p. 374) - reconheço a lei moral e desejo desobedecê-la.

Foi no contexto desta discussão que um dia nos deparamos, nós, os amigos do grupo de estudos, com a seguinte afirmação: "Há na infelicidade de nosso melhor amigo algo que não nos desagradada de todo" (1974b, p. 377).

Mesmo que contextualizada, a afirmação é escandalosa! Ou no mínimo nos põe em contato com algo escandaloso presente em cada um de nós, amigos, tão empenhados em compartilhar fraternalmente nossa experiência. Lembro bem a agitação e o incômodo dos nossos olhares, nos perguntando: "Será verdade? Seria eu capaz de sentir isso por você, meu melhor amigo?"

A afirmação está na terceira parte do texto, "O homem é mau por natureza", e tem por epígrafe uma citação de Horácio: Vitiis nemo sine nascitur [Sem vícios ninguém nasce].

 

2. Homens ou teclas de piano

Se nós, os homens, nos satisfizéssemos apenas com a primeira exigência, a de sermos criados à imagem e semelhança de Deus ou à parte do amor dos pais, e não aspirássemos a mais do que isso, seríamos apenas... Permitam-me a digressão para deixar falar Dostoiévski através de uma anedota encontrada nas Memórias do subsolo (2009), em que ele nos confronta com a seguinte situação:

E, com efeito, se realmente se encontrar um dia a fórmula de todas as nossas vontades e caprichos, isto é, do que eles dependem, por que leis precisamente acontecem, como se difundem, para onde anseiam dirigir-se neste ou naquele caso etc. etc., uma verdadeira fórmula matemática, então o homem será capaz de deixar de desejar, ou melhor, deixará de fazê-lo, com certeza [itálicos meus]. Ora, que prazer se pode ter em se desejar segundo uma tabela? Mais ainda: no mesmo instante, o homem se transformará num pedal de órgão ou algo semelhante; pois, que é um homem sem desejos, sem vontades nem caprichos, senão pedal de órgão? [...] Pergunto-vos agora: o que se pode esperar do homem, como criatura provida de tão estranhas qualidades? Podeis cobri-lo de todos os bens terrestres, afogá-lo em felicidade, de tal modo que apenas umas bolhazinhas apareçam na superfície desta, como se fosse a superfície da água; dar-lhe tal fartura, do ponto de vista econômico, que ele não tenha mais nada a fazer a não ser dormir, comer pão de ló e cuidar da continuação da história universal - pois mesmo neste caso o homem, unicamente por ingratidão e pasquinada [itálicos meus], há de cometer alguma ignomínia. Vai arriscar até o pão de ló e desejar, intencionalmente, o absurdo mais destrutivo, o mais antieconômico, apenas para acrescentar a toda esta sensatez positiva o seu elemento fantástico e destrutivo. (pp. 39-40, 43-44)

Para Dostoiévski, a melhor definição de homem é "um bípede ingrato", apesar de não ser este seu maior defeito, e sim sua "permanente imoralidade". Ingratidão e imoralidade serão as ferramentas que utilizará para conservar e confirmar, a todo custo, a si mesmo como homem e não como "tecla de piano". Vai mais longe:

Mais ainda: mesmo que ele realmente mostrasse ser uma tecla de piano, mesmo que isto lhe fosse demonstrado, por meio das ciências naturais e da matemática, ainda assim ele não se tornaria razoável e cometería intencionalmente alguma inconveniência, apenas por ingratidão e justamente para insistir na sua posição. (p. 44)

 

3. A traição original e a fraternidade possível

No décimo volume do Grande dicionário universal de Pierre Larousse [...] aparece na letra L meu bisavô paterno, Antonin. A nota que lhe é dedicada, e que eu suponho ter sido escrita por ele mesmo, comporta uma centena de linhas. Ela é seguida por uma outra, mais breve: "Amédée, irmão do precedente". No Larousse do século XX, figura o nome de meu avô Germain. Ele está seguido por Eugène com a mesma menção: "irmão do precedente". (Pontalis, 2006, p. 11)

Foi tomado pelo impacto destes verbetes que Jean-Bertrand Pontalis se lançou na aventura de seu livro Frère du précédent. Ele prossegue na abertura do texto:

Os dois irmãos, Antonin e Amédée, tinham três anos de diferença, Germain e Eugène, dois. Meu irmão mais velho, Jean-François, e eu, Jean-Bertrand, um pouco menos do que quatro. Nossa mãe nos chamava de J.-F. e J.-B. Era para ganhar tempo ou para que uma só letra nos diferenciasse? (p. 11)

Passado o efeito de entendimento imediato quase anedótico da pergunta, resta-me nela algo de desconcertante.

Apenas por economia de tempo, afinal para as mães todos os filhos são iguais e logo em nada deveriam diferenciar-se, ou pela exigência de que "uma só letra nos diferencie", nós, irmãos, os filhos de uma mesma mãe, necessariamente iguais? A rigor, a pergunta é a mesma, apenas formulada com ênfases diferentes. É a mãe, ao dar os apelidos aos irmãos, quem introduz, ao mesmo tempo e paradoxalmente, a exigência de igualdade e a pequena diferença? Mas de quem parte esta exigência que se contradiz logo em seguida por uma letra que nos diferencia? Da "mesma" mãe? Ou serão várias, a mãe dos mesmos filhos?

A pergunta que o filho endereça à mãe ao lhes dar os apelidos já traz em seu cerne a ambiguidade da hostilidade/familiaridade característica da relação entre irmãos, ao mesmo tempo que interroga se a mãe de cada um deles, sendo a mesma, não terá, ela própria, uma pequena letra que a diferencie para cada um deles. Embora sendo a mesma não é a Mesma! Esta talvez seja a dimensão escandalosa da pergunta: nossas mães coincidem em tudo menos no essencial.

Confrontar que o mesmo e o idêntico não coincidem em seus significados, isto é, dois irmãos, ainda que com uma pequena diferença de tempo entre eles, não têm a mesma mãe. Logo, não somente não nascem da mesma mãe como ainda são marcados por diferenças que os antecedem.

Assim, a pergunta se dirige tanto aos filhos quanto à mãe: de um lado, a exigência de ser o mesmo; do outro lado, e simultaneamente, reconhecer as marcas da diferença. Como considerar as pequenas diferenças que nos separam e nos constituem sem nos sentimos culpados, traidores da pretensão de sermos iguais, todos nascidos de uma origem única e comum, uma mesma mãe?1 Esta é a ambiguidade presente na pergunta de J.-B., pois, ao mesmo tempo que nós, os irmãos, devemos ser fiéis ao desejo da mãe (única) de que sejamos iguais - logo, confirmando-a também como única -, temos que nos relacionar com uma mãe (única) que nos diferencia, sendo assim, ela mesma, não única. Idêntica mas não a mesma, senão que única para cada um.

Neste sentido, a percepção das diferenças entre os irmãos só tem como advir atravessada pelo sentimento de culpa. Onde há diferença, há traição, nem que seja a um princípio. Culpados por não sermos o mesmo, culpados por expormos uma mãe não única.

Assim, a pergunta proposta por J.-B. traz em seu cerne um engano que a experiência desfaz: a mãe não é a mesma. É idêntica, mas não é a mesma. Ainda que apenas por uma letra, ela não é a mesma. Devemos atribuir a isso toda a diferença entre os dois irmãos?

Exigência paradoxal, uma vez que convoca movimentos em direções contrárias e simultâneas.

Claudio Ulpiano (comunicação pessoal), filósofo falecido há pouco e de cujos seminários há muito esperamos os livros, nos ensinava que

o paradoxo é um acontecimento no qual não se pode estabelecer que as coisas tenham um caminho só; as coisas têm um caminho duplo, simultâneo. No paradoxo não há uma solução. Ele traz dentro de si a necessidade da dinâmica do movimento para dois lados. Todo paradoxo conduz a esse duplo movimento. Ele não permite o repouso.

Esta ambiguidade essencial põe em evidência a necessidade de construir uma ligação e, se possível, um encontro. Um encontro com um outro semelhante, e semelhante quer dizer ao mesmo tempo idêntico e diferente. Um "duplo", um outro percebido em seu movimento de espelho de si mesmo. Cito Roussillon: "Um duplo deve ser suficientemente o 'mesmo' para ser um duplo de si, mas deve ser também suficientemente 'outro' para não ser o si mesmo" (2004, p. 430). A relação com um outro semelhante, a percepção de que o outro é ao menos em parte um "mesmo" do "si mesmo", o prazer de perceber no outro esta similitude, esta identificação primordial (com um outro que em parte é um mesmo e em parte não o é), está no fundamento do sentido social e das relações sociais (Almeida, 2015).

Desde o mito do pai da horda primitiva proposto por Freud em Totem e tabu, sabemos que no coração de todos nós habita o mesmo conflito: ser acima de tudo filho de meu pai e ao mesmo tempo sentir a urgência de me diferenciar dele. Logo, será este conflito que definirá o mais próprio das relações entre irmãos e que estará presente em todas as relações. Ao nos debruçarmos sobre as relações fraternas, nos damos conta de que em nenhuma outra relação este paradoxo se mostra com mais dramaticidade, pois nelas o que se põe em evidência é a ausência de diferenças previamente sabidas e estabelecidas. O irmão, nosso semelhante mais semelhante, et pour cause, é aquele em que as diferenças, por não serem tão evidentes quanto o são na relação com os pais, são mais difíceis de serem reconhecidas e por este motivo se mostram com mais violência e dissimulação.

Afinal, o conflito que opõe filhos e pais se estabelece em torno do gap de gerações, em torno de diferenças claramente identificáveis, como tamanho e força, que ajudam a justificá-lo e sustentá-lo.

Em nenhuma outra relação a exigência de dividir o indivisível se mostra com tanta evidência, pois, como Pontalis conclui em seu livro, "na origem do conflito: uma mãe não se divide" (2006, p. 99).

Dividir o indiviso, dividir o que não se divide, eis o desafio dos irmãos.

Quem é o predileto? Mais do que isso, quem é o único, lugar e centro de todas as atenções? Mais do que único, quem tem o poder de tornar-se o único, mesmo que para tal tenha que anular os irmãos e, ao fazê-lo, retornar sob mil faces, sempre estrangeiras, para nos assombrar com um peso e vigor que nem "o pai mais severo não pesa tanto" (Pontalis, 2006, p. 64)?

Sob que marcas e artimanhas se diferenciam os irmãos? Apenas por uma letra, pelas preferências da mãe, pergunta o descrente J.-B. E se apenas por uma letra, como suportar o verbete que descreve o frère du précédent?

É interessante notar que J.-B. Pontalis, em todos os casos citados em seu livro, aborda a relação entre dois irmãos em que as semelhanças são mais semelhantes. Apenas uns poucos anos os separam, um "quase nada", apenas uma letra.

Mais do que ser idêntico e diferente ao mesmo tempo, trágico destino dos homens na relação com o pai, ser irmão significa, por um lado, a força de uma união fundamental para fazer frente ao pacto pelo assassinato do pai da horda primitiva e assim suportar as consequências do sentimento de culpa; por outro, o desejar ser mais irmão do que todos os irmãos, em um esforço de esvaziamento das capacidades do semelhante mais semelhante de modo a realizar o tornar-se único. De um lado, experienciar os sentimentos e a necessária cumplicidade da fraternidade; de outro, anular o irmão como tal. Tornar-se único. Ser um e outro ao mesmo tempo. Ser todos em um só, o herói, esforço de distraidamente escapar do pacto selado pelos irmãos para assumir coletivamente a culpa pelo assassinato do pai da horda. Ao se descobrir, de maneira fascinante, no lugar do interdito, isto é, no lugar do pai da horda, a ele unicamente, o herói, caberá, por um lado, todas as glórias; ao mesmo tempo, ao escapar do pacto com os irmãos, a ele também caberá, por outro lado, carregar sozinho o peso da culpa pelo parricídio.

A verticalidade marca a ambivalência de sentimentos nas relações com o pai. E por verticalidade compreendemos as peculiaridades que definem as pendengas que se estabelecem em torno do grande e do pequeno, do forte e do fraco, do senhor e do escravo. A oposição é clara, o conflito é claro, apesar de todos os disfarces.

Nas fraternidades, as relações são horizontais. E nesta horizontalidade a regra é a dissimulacão. Elas não opõem o grande e o pequeno. Confrontam dois iguais, pequenos ou grandes. Portanto, ao mesmo tempo que necessárias, nelas tudo é mais ou menos escorregadio, seus obstáculos não se mostram com a clareza das disputas com o pai. São intrigas, pequenas humilhações cuja finalidade se manifesta em mostrar a superioridade de um sobre o outro. A dor de um é o prazer secreto do outro; o insucesso de um não é inteiramente desagradável ao outro.

Chaim Samuel Katz, em seu livro Complexo de Édipo: Freud e a multiplicidade edípica, nos lembra: "No sentimento de vergonha estão em ação as críticas dos iguais, dos irmãos" (2009, p. 146).

Vivenciamos de maneiras diferentes os conflitos com o pai e com os irmãos, muito embora eles, os conflitos, não sejam de natureza diferente nem se excluam mutuamente. Em ambas as situações, nos confrontamos com aquilo que há de mais humano nos homens.

 

4. Meu irmão

E, no entanto, ele é meu irmão. Está no coração de tudo o que sou, meu semelhante mais semelhante. Apesar das diferenças que nos separam, nada do que somos é estranho a nenhum de nós. Ligam-nos os laços da mais profunda intimidade e necessidade. Será toda a diferença entre nós resultado de maldades e desobediências e ingratidões?

Como compreender aquilo que nos diferencia, nós dois, genuinamente? Como conceber vivermos juntos?

Quem gostaria de arriscar uma resposta?

 

Nota

1 Apesar de não ser o propósito do texto, gostaria de deixar assinalado que poderíamos estabelecer a mesma consideração em relação a um Deus Único ou ao pai da horda primitiva, origem de todas as coisas, de quem todos somos filhos, logo irmãos, logo iguais.

 

Referências

Almeida, M.C. du P. e (2015). Pas de deux. Texto não publicado.         [ Links ]

Dostoiévski, F. (2009). Memórias do subsolo (6a ed., B. Schnaiderman, Trad.). São Paulo: Editora 34.         [ Links ]

Kant, I. (1974a). Fundamentação da metafísica dos costumes. In Os pensadores (M. Chauí, Trad., Vol. 25, pp. 195-256). São Paulo: Abril Cultural.         [ Links ]

Kant, I. (1974b). A religião dentro dos limites da razão. In Os pensadores (M. Chauí, Trad., Vol. 25, pp. 365-389). São Paulo: Abril Cultural.         [ Links ]

Katz, C.S. (2009). Complexo de Édipo: Freud e a multiplicidade edípica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.         [ Links ]

Pontalis, J.-B. (2006). Frère du précédent. Paris: Gallimard.         [ Links ]

Roussillon, R. (2004). La dépendance primitive et l'homosexualité primaire "en double". Revue Française de Psychanalyse, 64(2), 421-439.         [ Links ]

 

 

Correspondência:
Miguel Calmon du Pin e Almeida
Rua Carlos Góis, 375/310 e 311
22440-040 Rio de Janeiro, RJ
Tel/Fax: 21 2511-1744
mcalmon.trp@terra.com.br

Recebido em 03.08.2015
Aceito em 17.08.2015

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