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Revista Brasileira de Psicanálise

versão impressa ISSN 0486-641X

Rev. bras. psicanál vol.49 no.4 São Paulo out./dez. 2015

 

TRABALHOS PREMIADOS

 

"Mãos ao alto: perdeu, playboy!": considerações sobre o luto e os analistas1

 

"Hands up: you've lost, playboy!": considerations on mourning and the analysts

 

"Arriba las manos: ¡ríndete!: ¡lo has perdido, playboy!": consideraciones respecto del duelo y los analistas

 

 

Sylvia T. P. Pupo Netto

Psicóloga, psicanalista pelo Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae de São Paulo, membro filiado ao Instituto de Psicanálise Durval Marcondes da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP)

Correspondência

 

 


RESUMO

A autora reflete acerca do constante trabalho de luto imposto aos analistas pelas incessantes demandas de ligação e desligamento que envolvem a clínica. Tece um paralelo com o poema de Elizabeth Bishop "One art", no qual o impacto das perdas é sempre minimizado, e questiona-se se há possibilidade de abrandamento desse impacto via o desinvestimento, como sugere a poesia. Enfatiza a inevitabilidade da dor despertada pela ausência do objeto, a não anestesia, e sinaliza a importância de um outro como presença ulterior que possa ser evocada na dor - uma vez que se tenha constituído como marca. Um fragmento clínico é relatado para indicar como o trabalho de luto na analista no decorrer de uma sessão abriu a possibilidade de enlaçamento do traumático pela via representacional e permitiu a retomada de sua escuta. Conclui, então, que dispor-se a traumatizar-se é o ofício de um analista.

Palavras-chave: transitoriedade; perdas; luto; representação.


ABSTRACT

The author reflects upon the constant work of mourning required by analysts due to the never ceasing impositions of connection and separation implicated in the psychoanalytical clinic. She weaves a parallel with the poem of Elizabeth Bishop "One art", in which she tries to reduce the impact of losses to a minimum. She then wonders if there is any possibility of softening this impact, through the proposed "disinvestment", or, conversely, when underlining the inevitability of the pain aroused by the absence of the object, the non-anesthesia, she points out the role of one "other" as a founding presence that can be evoked - for it had become a trace. A clinical fragment illustrates how the work of mourning in the analyst during a session lead to the resuming of her clinical listening by allowing the capture of the traumatic by the representational. She concludes, then, that being an analyst demands a disposition to be constantly traumatized.

Keywords: transience; losses; mourning; representation.


RESUMEN

La autora reflexiona acerca del constante trabajo de duelo requerido por los analistas debido a las imposiciones incesantes de conexión y separación implicadas en el ejercicio de la clínica psicoanalítica. Teje un paralelo al poema de Elizabeth Bishop "Un arte", en el cual el impacto de las pérdidas se reduce siempre a un mínimo. Se pregunta entonces si hay cualquier posibilidad de ablandamiento de ese impacto, con la desinvestidura, o, inversamente, al subrayar la inevitabilidad del dolor causado por la ausencia del objeto, la no anestesia, ella precisa el papel de un "otro" como presencia fundante que se pueda evocar en el dolor - una vez que se haya convertido en una huella. Un fragmento clínico ilustra cómo el trabajo de duelo en la analista misma, durante la sesión, llevó a la reanudación de su escucha clínica, permitiendo la captura del traumático por la vía representacional. Concluye que ser analista demanda una permanente disposición a traumatizarse.

Palabras clave: transitoriedad; pérdidas; luto; representación.


 

 

Perder é começar.
Por isso a tênue sombra
desenha no sigilo os abismais instantes
onde existiu, uma vez,
qualquer destino exacto.

(António F Salvado)

Deveria haver algum manual para lidarmos com as perdas. Uma imunização que assegurasse não sermos tão afetados por elas. Mas a verdade é que, por mais que procuremos nos antecipar, nossas teorias, fantasias e desejos são insuficientes para prever como efetivamente atravessaremos essas situações, em geral difíceis e dolorosas, cada uma singular e irreplicável.

"Perca alguma coisa todo dia", sugere Elizabeth Bishop em seu comovente poema "One art" (1978, p. 32), traduzido como "Uma arte": "A arte da perda não é difícil de aprender, há coisas que carregam em si a intenção de serem perdidas". Comece pelas coisas menores e vá num crescente até se acostumar a elas, sugere a autora, como manobra contra uma perda maior:

one art

The art of losing isn't hard to master;

so many things seem filled with the intent to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster of lost door keys, the hour badly spent.

The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster: places and names and where it was you meant to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or next-to-last, of three loved houses went.

The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster, some realms I owned, two rivers, a continent I miss them, but it wasn't a disaster.

- Even losing you (the joking voice, a gesture I love) I shan't have lied. It's evident the art of losing's not too hard to master though it may look like (Write it!) like disaster.

Na tradução de Paulo Henriques Britto (Bishop, 2012, p. 363):

uma arte

A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.

Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subsequente
Da viagem não feita. Nada disso é sério.

Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Perdi duas cidades lindas. E um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.

- Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo
que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério
por muito que pareça (Escreve!) muito sério.

No encontro com esse poema me senti "representada" nas reflexões clínicas que aqui compartilho. Pensava acerca das constantes demandas de separação, encontro, desencontro e reencontro vividas pelos analistas com cada paciente, diariamente. Cada término de sessão, cada separação temporária, cada retorno são experiências contínuas e inéditas de ligação e desligamento. A repetição parece permitir uma maior naturalização desses eventos, mas não consegue, efetivamente, nos prevenir do imprevisto da dor causada, por mais esperados e necessários que sejam. Há, dessa maneira, uma demanda incessante de um trabalho de luto (Freud, 1915/1988a) contínuo por parte dos analistas, processado diariamente, às vezes dentro de uma mesma sessão. O atravessamento deste processo é importante para a preservação de uma escuta analítica, uma vez que o analista-melancólico pode ficar obturado pela sombra do próprio ideal, ocupado, internamente absorvido e indisponível.

Green (1988) aponta para a qualidade traumática do encontro com o outro, destacando seu movimento próprio e caráter imprevisível. O outro deseja diferente. A situação analítica assenta-se, segundo essa compreensão, num terreno iminentemente traumático, na medida em que demanda um contato estreito e constante com outro; imprevisível por se constituir alteridade. Somos também o outro do outro.

Ser analista é, então, expor-se, dispor-se a esse imprevisível, ao impreparável do encontro. É oferecer-se a um corpo a corpo com as palavras dos pacientes, deixando-se tocar por elas; é oferecer-se a ser traumatizado na transferência, pela compulsão à repetição.

Cada comunicação do paciente é, de certa forma, também traumática para o analista. Sempre nova e surpreendente, vai agir sobre ele e afetá-lo, deslocando-o de seu estado original, fazendo-o trabalhar internamente. É dessa disposição a traumatizar-se, a deformar-se pelo discurso de um outro, que surge a possibilidade de abertura para a escuta associativa dos variados níveis de comunicação em andamento na situação analítica. Isso demanda do analista plasticidade e resiliência, para que se "deforme" e retorne a certo estado anterior, embora jamais idêntico ao inicial.

Freud se mostrava aberto ao novo quando dizia: "Os casos mais bem-sucedidos são aqueles em que se avança sem qualquer intuito em vista, em que [o psicanalista] se permite ser tomado de surpresa por qualquer nova reviravolta e sempre as enfrenta com liberalidade, sem quaisquer pressuposições" (1912/1988b p. 128).

Somando-se ao traumático inerente ao encontro com este outro e à predisposição a ser traumatizado, a escuta-surpresa teve em mim efeito de furo, impacto, desordem e ruptura. O momentaneamente esquecido, decantado, voltava agora em suspensão. A descontinuidade passava ao primeiro plano: "Vou parar a análise", diz a paciente.

Levei um susto. A transferência já apontava, penso agora, aprés-coup, dava sinais que não puderam ser significados na ocasião. Algumas faltas, é verdade, coisa rara para ela. Eu me cobrava por não ter percebido, como se eu pudesse ter evitado esse fim, o que penso em seguida ser inantecipável. Não houve tempo para formular. Nem time nem timing. Não me parecia o melhor momento de parada - pelo menos, não dessa forma.

Instalou-se em mim um estado de suspensão. Nosso encontro ficou impregnado daquele traumático-inassimilável, da qualidade de hiato entre apresentação e possível representação. A neurose traumática nasce por surpresa, penso agora, "não tendo o sinal de angústia podido ser disparado, pelo despreparo do Eu" (Freud, citado por Green, 1988, p. 175).

Um coloquio interno roubava minha atenção, de modo que eu não a tinha mais à disposição de maneira "uniformemente suspensa". Não acompanhava mais a sua comunicação. Escutava simultaneamente meus pensamentos e sua fala. Eu me perguntava o que não teria podido ser contido, pensado e nomeado. Tratava-se de um acting-out? Teríamos que encerrar ali, naquele átimo, seis anos de análise?!

Teria sido esse o furo? Sermos relembrados das finitudes? Para Canetti, a morte "tem uma idade monstruosa, mas se renova a cada hora que passa" (2011, p. 19). Verdade, ela sempre surpreende.

Para Freud, saber da finitude deveria fazer com que valorizássemos a experiência - a escassez seria o seu valor intrínseco. "O valor da transitoriedade é o valor da raridade do tempo. A limitação da possibilidade da fruição aumenta a sua preciosidade" (1915/1988c, p. 317). Transitoriedade esta que deve ser recalcada, esquecida, como condição de existência e de investimento na vida. Esquecer-nos da finitude até sermos relembrados dela; a consciência da fugacidade que é repentinamente (re) introduzida na realidade psíquica.

Não tínhamos mais tempo, tínhamos um limite, uma deadline.2 Um fim teria que ser uma linha morta, desvitalizada? Eu me perguntava como poderíamos aproveitar aqueles últimos momentos juntas. Fiquei ouvindo a paciente, que agora se sentava à minha frente, num estado de desatenção flutuante, até que me veio uma frase à cabeça. Usada como comando da bandidagem, a frase anuncia o inevitável da submissão, da rendição inegociável. De quando não adianta mais lutar, relutar, ante uma força maior. Só nos resta ceder.

"Perdeu, playboy!", pensei. Inútil reagir, relutar. Só me restava aceitar o inquestionável. Render-me à alteridade, substrato da própria ética psicanalítica. Apreciei com certo humor a associação que surgiu e me acalmei. Recostei-me na cadeira e suspirei. Nesse momento, cessou o debate interno e a busca por teorias que, de alguma maneira, ainda me moviam na direção de "entender" e significar sua decisão. E quem sabe modificá-la.

Esse é um momento bastante delicado para nós analistas, um embate com nosso narcisismo - analítico, ao menos -, em que é posta à prova nossa capacidade de negativação (Green, 1999),3 de sermos dispensáveis e prescindíveis. De virarmos fundo, não figura; de não sermos os donos do setting. De qualquer maneira, me parecia uma decisão prematura. Seria também um luto a fazer? Afinal, quem é o dono do tempo nas análises?

Um golpe, desde que não dilacerante ao extremo, nos obriga a pensar. Nos move e empurra a um trabalho psíquico, mas inicialmente é só dor. "Escreva!", figure uma continência para a dor, nos demanda e realiza Bishop em seu impactante poema.

Percebo que, ao me deixar tomar por esse estado de rendição e ser genuinamente afetada e conformada pelo que a paciente dizia, aos poucos se restabeleceu um terreno de escuta. Não mais tão traumático, já que de certa maneira tinha sido (re)con-figurado, figurado a dois.

Foi como se a frase da paciente: "Vou parar a análise", que me pegara "de assalto", obtivesse possibilidade de ser pensável ao se transformar na frase "do assalto"; ganhava figurabilidade contratransferencial.

A partir dessa figuração conjunta, restabeleceu-se uma assimetria. No lugar do choque, instalou-se certa depressividade e reposicionamento subjetivo, em ambas. Algum intrigante percurso me levou a poder representar submissão-aceitação-dor-perda (e sabe-se o quê mais), condensadas no vocativo: "Perdeu, playboy!" Um trabalho de luto, perder para representar? (Botella & Botella, 2003).

"Fico pensando que não vamos mais nos ver.

Vou sentir saudades."

Disse-lhe ainda que guardaria a lembrança de todo aquele tempo que passamos juntas, remetendo-me intencionalmente a sua angústia acerca do medo de esquecer-se das pessoas e, em contrapartida, de ser igualmente esquecida. Ficaríamos bem, mesmo separadas.

Parecia que ela também sepultava ali, naquele momento, um passado turbulento e se desvelava de uma teia melancólica. Da morte trágica do pai aos 3 anos, do diabetes desenvolvido aos 8, dos cortes, drogas e desadaptações escolares, das dúvidas sexuais, da mudança para outro país. Outras angústias, apesar de menores, sim, permaneciam.

Voltando à Bishop, parece que ela nos conduz ao longo do poema a um falso sentimento de segurança quando segue negando o impacto das perdas em si. Sugere, a princípio, uma equivalência de perdas e valores, uma desafetação quase a-histórica, como manobra para não ser tocada por elas. Começa pelas coisas menores - as chaves, as horas desperdiçadas - e nos convida a irmos mais longe e mais rápido4 na prática das perdas. Agora são nomes, lugares, até continentes perdidos, mas nos reassegura de que nada foi um desastre. "Nada disso é sério" funciona como um mantra de contrainvestimento que permite certo distanciamento e desvalorização do perdido.

Diz algo interessante sobre algumas coisas já carregarem em si a intenção de serem perdidas,5 parecendo assim apontar para o intrínseco da perda, da inevitável finitude já contida nos inícios. Sua condição aparentemente melancólica não lhe permite recolocar a transitoriedade como fonte de criatividade e reinvenção. "Quando renunciamos a tudo que foi perdido, nossa libido fica mais livre... para substituir os objetos perdidos por novos, igualmente ou ainda mais preciosos" (Freud, 1915/1988c, p. 319).

Na última estrofe, quando percebemos que há, sim, uma perda que a perturba, que não lhe passa incólume, a perda de uma pessoa amada, finalmente ela se afeta! Enfim perde algo de que tem saudades, algo investido, que não consegue "des-sexualizar". Mas no final parece prevalecer o desastre6

Ela queria ir. Outros lugares transferenciais não pareciam ser possíveis naquele momento. "As coisas terminam", eu lhe disse, "mas ficam as lembranças".

O desastre, voltando à Bishop, parece ser, então, quando não há nada a ser lembrado, quando não se tem do que sentir saudades. Quando nada se perdeu. Essa é a verdadeira catástrofe!

Os fins, entretanto, podem abrir novas estrofes e permitir recomeços, como diz o poeta português António F. Salvado (1960): "perder para recomeçar".

Assim, proponho um novo fim para o nosso poema:

The art of losing is hard to master

A arte da perda é impossível de aprender

Although it doesn't have to

Mas é possível que se inclua

Feel like disaster.

Na arte de viver.

 

Notas

1 Texto vencedor do Prêmio João Bosco Calábria Oliveira, conferido durante o XXV Congresso Brasileiro de Psicanálise, realizado em São Paulo/sp, de 28 a 31 de outubro de 2015.

2 Prazo, em inglês; linha morta, em tradução literal.

3 O negativo aqui é associado com a ideia do que está latente, por detrás, invisível porém ativo (Green, 1999, p. 217).

4 ". farther and faster".

5 "So many things seem filled with the intent to be lost".

6 "... like ... like disaster".

 

Referências

Bishop, E. (1978). One art. In E. Bishop, Geography III: poems (p. 32). New York: Farrar, Straus & Giroux.         [ Links ]

Bishop, E. (2012). Poemas escolhidos (P. H. Britto, Trad.). São Paulo: Companhia das Letras.         [ Links ]

Botella, C. & Botella, S. (2003). La figurabilidad psíquica (I. Agoff, Trad.). Buenos Aires: Amorrortu.         [ Links ]

Canetti, E. (2011). A consciência das palavras: ensaios (M. Suzuki & H. Caro, Trads.). São Paulo: Companhia das Letras.         [ Links ]

Freud, S. (1988a). Luto e melancolia. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol. 12, pp. 275-291). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1915)        [ Links ]

Freud, S. (1988b). Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol. 12, pp. 128-143). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1912)        [ Links ]

Freud, S. (1988c). Sobre a transitoriedade. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol. 14, pp. 317-319). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1915)        [ Links ]

Green, A. (1988). Narcisismo de vida, narcisismo de morte (C. Berliner, Trad.). São Paulo: Escuta.         [ Links ]

Green, A. (1999). The intuition of the negative in playing and reality. In G. Kohon (Ed.), The dead mother: the work of Andre Green (pp. 205-221). East Sussex: Routledge        [ Links ]

Salvado, A. F. (1960). Perder. Recuperado em 19 nov. 2015, de http://www.citador.pt/poemas/perder-antonio-forte-salvado.         [ Links ]

 

 

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Recebido em 09.11.2015
Aceito em 23.11.2015

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