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Construção psicopedagógica

versión impresa ISSN 1415-6954versión On-line ISSN 2175-3474

Constr. psicopedag. vol.32 no.33 São Paulo  2022

http://dx.doi.org/10.37388/CP2022/v32n33a04 

ARTIGO DE REVISÃO

 

Tecnologia e adolescência: influência nas relações interpessoais e na construção de identidade

 

Technology and adolescence: influence on interpersonal relationships and identity construction

 

 

Danila Gomes Freire da Silva1; Liberalina Santos de Souza Gondim2

Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco

 

 


RESUMO

A disseminação da tecnologia digital na última década propiciou mudanças significativas na sociedade contemporânea. Este estudo apresenta uma análise sobre o que a literatura brasileira dos últimos dez anos disserta sobre a interferência da tecnologia na construção de identidade e no desenvolvimento das relações interpessoais dos adolescentes. A pesquisa é baseada em uma revisão integrativa da literatura brasileira, de caráter qualitativo descritivo, com amostragem de vinte e um artigos, realizada nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo), Periódicos Eletrônicos em Psicologia (Pepsic) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Verificou-se que apesar de existir contraposições acerca dos benefícios e malefícios ofertados pelo uso das tecnologias, pode-se constatar uma contribuição significativa por meio das plataformas digitais para elaboração das relações interpessoais dos adolescentes, tendo em vista que as redes sociais são os principais meios de comunicação na contemporaneidade. No entanto, destaca-se também os riscos acometidos pelo uso abusivo dessas plataformas digitais, que podem ocasionar violências virtuais.

Palavras-chave: Tecnologia; Redes Sociais; Identidade; Relações Interpessoais; Adolescência.


ABSTRACT

The dissemination of digital technology in the last decade has provided significant changes in contemporary society. This study presents an analysis of what the Brazilian literature of the last ten years says about the interference of technology in the construction of identity and the development of interpersonal relationships among adolescents. With a sample article of the last ten years, carried out in the Scientific Electronic Library Online (Scielo), Electronic Journals in Psychology (Pepsic), and Virtual Health Library (BVS) databases. It was found that though there are contradiction sabot the benefit sand harm Soffe red using technologies, a significant on tribunician be seen through digital platforms for the liberation of interpersonal relationships of adolescents, given that social networks are the main means of communication. communication in contemporary times. However, the risks affected by the abusive use of these digital platforms, which can cause virtual violence, are also highlighted.

Keywords: Technology; Social network; Identity; Interpersonal relations; Adolescence.


 

 

Introdução

A adolescência trata-se de uma fase intermediária do desenvolvimento humano, de transição da infância para vida adulta, que consiste em uma construção biopsicossocial, constituída por mudanças não só em termos físicos, mas também competências cognitivas e construção da identidade pessoal. Durante essa etapa, acontece a ruptura da relação intrafamiliar, vista como primeiro e mais importante agente socializador, e sobrevém a necessidade de se relacionar e ser aceito por os seus pares (PAPALIA, 2013).

A disseminação da tecnologia nas últimas décadas, especificamente o surgimento das plataformas de redes sociais, sucedeu na modificação do estabelecimento de relações interpessoais. O uso desses novos meios de comunicação gerou impactos no cotidiano dos indivíduos, dando origem a um universo diferente de experiências, mediadas pelos processos tecnológicos (CARDOSO et al. 2019). Pierre Lévy (1997) em sua obra Cibercultura, denomina essas multimídias como Ciberespaço: prática de comunicação interativa, recíproca, comunitária e intercomunitária, que proporcionam interconexões, inteligência coletiva e criações de comunidades virtuais, essas, por sua vez, desenvolvidas através de afinidade de interesse em comum entre seus participantes, independente de proximidade geográfica ou filiação institucional.

Para crianças e adolescentes, essas plataformas representam muito mais que simples instrumentos de comunicação e informação, elas proporcionam um espaço de afirmação subjetiva, que ofertam possibilidades de estar em constante interação com seus semelhantes. A moderna modalidade de inserção social, proporcionadas pelas tecnologias, proporcionam novas formas de pertencimento e definição do que somos. Desse modo, os meios digitais auxiliam nesse processo de interação, podendo assim, influenciar nas relações interpessoais e construção de identidade (DIAS et al. 2019). Contudo, assim como a tecnologia facilita a comunicação, ela pode também trazer consigo malefícios que prejudicam o desenvolvimento pessoal, principalmente de adolescentes.

Charaudeau (2009) salienta em sua obra que a identidade é o que permite o sujeito tomar consciência da sua existência, mas para que esse processo de conscientização ocorra, é necessário que haja a diferença em relação a um outro. É somente ao perceber o outro como diferente que pode nascer, no sujeito, sua consciência identitária. Desse modo, os avanços das tecnologias digitais assumem um importante papel nas interações das relações interpessoais, o que pode vir a facilitar a elaboração dessa identidade.

Mediante a ampliação das mídias digitais na última década, pode-se observar uma mudança considerável na maneira em que os indivíduos estabelecem comunicação. Tendo em vista que a adolescência consiste em uma etapa importante do desenvolvimento da vida humana, na qual suas relações interpessoais influenciam diretamente na construção da identidade pessoal, e levando-se em consideração as interferências que as plataformas digitais promovem na forma em que seus usuários se relacionam, o que a literatura dos últimos dez anos tem apontado sobre a influência das tecnologias na construção de identidade e no desenvolvimento das relações interpessoais dos adolescentes?

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o que a literatura brasileira dos últimos dez anos disserta sobre a interferência da tecnologia na construção de identidade e no desenvolvimento das relações interpessoais dos adolescentes. Além disso, tem como objetivos específicos identificar possíveis fatores do uso das tecnologias que contribuam na formação da autoimagem e da identidade; explorar o que a literatura reflete sobre as vantagens e desvantagens ofertadas pelo uso das mídias digitais e descrever como os jovens têm utilizado as tecnologias para o desenvolvimento de relações interpessoais.

Nesse sentido, pensando na tecnologia como importante fonte de informação para sociedade contemporânea, será enfatizado os possíveis fatores causados pelo uso das mídias digitais, bem como os benefícios ofertados por eles. Desse modo, o presente artigo pode contribuir para um conhecimento científico acerca de como a tecnologia digital tem expandido nos últimos anos dez no Brasil e como a propagação da internet tem influenciado de forma considerável as relações interpessoais. Assim, pode vir a servir como norte para possíveis orientações de profissionais que trabalham com adolescentes e para a elaboração de intervenções.

 

Metodologia

No presente trabalho utilizou-se o método de pesquisa descritiva de caráter qualitativo, com a finalidade de obter respostas e resultados acerca da problematização apresentada, através de uma revisão integrativa de literatura. Os critérios de inclusão do estudo foram: artigos publicados do ano de 2010 a 2020, nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo), Periódicos Eletrônicos em Psicologia(Pepsic) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com os descritores: tecnologia, redes sociais, identidade, relações interpessoais e adolescência. E teve como critério de exclusão: qualquer artigo de língua diferente do português e cujos dados tenham sido coletados fora do Brasil, tendo em vista que este estudo será divulgado em território brasileiro, priorizou-se propiciar uma indicação de leitura mais acessível, atentando para o idioma predominante do país, também foram excluídas pesquisas pagas ou indisponíveis, revisões literárias e estudos teóricos. A pesquisa cientifica realizou-se entre os meses de fevereiro a maio de 2021.

Esta pesquisa desenvolveu-se baseada em ideias e pressupostos de pesquisadores que abordem e tragam uma significativa contribuição para a construção de conceitos que serão discutidos. Para a coleta de dados, foi utilizado o seguinte agrupamento dos descritores: "tecnologia" AND "identidade", "tecnologia" AND "adolescência", "tecnologia" AND "relações interpessoais, "identidade" AND "adolescência", "relações interpessoais" AND "adolescência", "redes sociais" AND "adolescência", "rede sociais" AND "identidade", "rede sociais" AND "relações interpessoais". Os dados obtidos foram organizados na forma de fichamentos em uma tabela do Microsoft Word 2010, para síntese do conhecimento e apresentação dos resultados. Desenvolveu-se uma análise detalhada dos artigos, de modo a aprender as principais temáticas abordadas.

Diante do tema proposto, optou-se por realizar um estudo que usa fontes secundárias, não sendo, portanto, necessário submeter ao comitê de ética e não envolve riscos a seres humanos. O material selecionado para análise foi categorizado em um quadro como mostra a figura 1, que descreve os resultados numéricos obtidos desde a busca inicial, nos bancos de dados SCIELO, PEPISIC E BVS, que resultou na localização inicial de 57.729, seguida pela aplicação de seis filtros: Publicações de 2010 a 2020 (27.377); idioma português (2.287); realizadas apenas no Brasil (1.115); pesquisas de campo (987); disponibilidade do texto completo (957) e relevância com o tema (21).

O método escolhido para avaliação dos resultados foi a análise de conteúdo, que serve para averiguar os textos de maneira organizada, por meio de um sistema de categorias, desenvolvido a partir de material e guiado por teorias (BARDIN, 1977/2011). Os resultados obtidos podem se mover para variadas vertentes do conhecimento, com isso, dando a possibilidade de assumir diversos posicionamentos, não obrigatoriamente atribuir um resultado único e universal a respeito do objeto de pesquisa.

 

Desenvolvimento

Foram incluídos na revisão final 21 artigos, todos encontrados nas bases de dados SCIELO, PEPISIC e BVS, publicados entre os anos 2010 a 2020, escritos em português, com filiação Brasileira, que abordam nos seus estudos temas como a influência da tecnologia digital na adolescência, desenvolvimento das relações pessoais e construção da identidade.

Dos artigos classificados, 14 são de caráter qualitativo, exploratório, dos quais sete estudos são pesquisas documentais, todos utilizados como técnica de investigação a observação de publicações em plataformas digitais, com a metodologia de análise de conteúdo; quatro são pesquisas de levantamento, executados proporcionalmente por instrumentos de conversação e entrevista, sendo duas análises de conteúdo e duas análises do discurso; três estudos de campo, realizados por entrevistas, com a metodologia de análise de conteúdo. Por outro lado, 7 estudos tiveram caráter quantitativo, dos quais quatro estudos foram experimentais e três pesquisas de campo, todos aplicados através de um questionário e avaliados por análise estatística. Todos os artigos têm os adolescentes como principal objeto de estudo, com faixa etária entre dez anos, pesquisa realizada por Pereira et al. (2018) no qual discutem a ocorrência de cyberbullying nas escolas há 23 anos, estudo publicado por Bordignon; Bonamigo et al. (2017), que aborda em sua pesquisa as implicações das redes sociais virtuais na configuração de relacionamentos.

Em relação à descrição dos artigos quanto ao ano de publicação, dois foram publicados em 2011, dois em 2012, quatro em 2014, apenas um em 2015, dois em 2016, três em 2017, cinco em 2018 e dois em 2019. Percebe-se que no ano de 2018 houve uma maior pluralidade no interesse pelo tema, em contrapartida, pôde-se analisar uma lacuna nos anos de 2010, 2013 e 2020, observou-se também que no último ano deu-se mais ênfase a estudos relacionados à tecnologia em tempos de isolamento social, decorrente da pandemia do COVID-19, o que pode ter alavancado a interrupção de estudos correlacionados com o tema proposto.

Com relação aos periódicos, todas as revistas selecionadas são de saúde, com Qualis entre: uma revista A1, cinco A2, que contemplam periódicos de excelência internacional, cinco B1, cinco B2 e três B3, que abrangem periódicos de excelência nacional. Além disso, uma única revista publicou três artigos. Constatou-se que as publicações estão bem distribuídas em diversos periódicos, não havendo uma prevalência do tema em uma revista especifica. No que diz respeito aos autores dos artigos, certificou-se uma maior relevância no número de pesquisadores formados em psicologia, nos quais em dezesseis dos vinte e um artigos o primeiro escritor é psicólogo, houve-se também uma repetição da autora Nádia Laguárdia Lima, formada em psicologia e doutorada em educação, que contribuiu para realização de quatro artigos, todos com abordagem psicanalista, sendo publicados nos anos 2011, 2012, 2015 e 2016, como ilustrado no quadro 1:

Perante os dados obtidos realizou-se uma categorização dos conteúdos apresentados nas pesquisas selecionadas, a fim de responder os objetivos e hipótese do presente estudo. Diante disso, subdividiu-se em quatro eixos: uso da tecnologia digital no Brasil, disposto em cinco artigos, publicados entre os anos de 2014 a 2018; as contribuições dos meios digitais no desenvolvimento das relações interpessoais dos adolescentes, presente em onze estudos, dissertado entre os anos 2011 e 2019; Influência da tecnologia na construção de identidade e autoimagem, que aparecem em dez artigos, publicados entre os anos 2011 a 2019; e Impacto da tecnologia na saúde mental, presente em nove artigos, publicado entre os anos 2014 a 2018, como delineado no quadro 2:

Após sinterização dos artigos selecionados para essa revisão de literatura, dividiram-se os conteúdos em quatro eixos para melhor exemplificar os resultados obtidos, com a finalidade de proporcionar análise mais ampla da discussão sobre o tema proposto.

 

Uso da tecnologia digital no Brasil

A disseminação da tecnologia na última década trouxe mudanças específicas para esfera social, transformando-se em uma nova era de comunicação, ocasionando inovações, novas maneiras de se comunicar e de receber informações. Analisando o material encontrado, foi observado que o sujeito encontra nas plataformas digitais uma nova maneira de construir seu ciclo social. Para Bordignon e Bonamigo(2017) há inúmeros motivos que levam os adolescentes a aderirem as redes sociais virtuais, entre elas: o fluxo de informação; manter contato com amigos e familiares; a possibilidade de participar de grupos, como "fóruns", formados por conhecidos; para manter contato com amigos, conhecer gente nova, entre outros. As possibilidades advindas das tecnologias digitais, de poder estar conectado simultaneamente com diversas pessoas ao mesmo tempo, independente de distância geográfica, concede ao adolescente o prazer de se incluir em um meio social, de forma fácil, rápida e abrangente.

Contudo, Lima et al. (2015) salienta que apesar dos inúmeros benefícios proporcionados, a rede também tem sido utilizada para a prática de violência e segregação social. Sua pesquisa constata que a expansão dos aparelhos digitais, que concentram cada vez mais funções e atrativos, coincide com o crescimento das adições virtuais, que se refere a vícios compulsórios ou dependência psicológica. Essa hipótese pode ser sustentada pelas pesquisas de Pereira et al. (2018) e Oliveira et al. (2017) que evidenciam os perigos associados a exposições como pedofilia, agressão, bullying como vítima ou autor, e vírus, que são programas desenvolvidos com o objetivo de causar algum dano ao computador do usuário. De modo que seus resultados apontam que, da sua amostra, 33,3 % relataram ter um amigo que já sofreu bullying via internet, 12,3% relataram já ter sofrido e 15,8% admitiram já ter praticado. Os danos acometidos pelo cyberbullying podem desencadear nas vítimas crises de ansiedade, depressão, sentimento de solidão, sintomas psicossomáticos e até mesmo comportamento suicida.

Oliveira et al. (2017) destaca em seus dados de pesquisa que 14% dos seus entrevistados admitem fingir ser outra pessoa e 3% assumem sempre serem outras pessoas na web, utilizando perfis falsos. Mediante o exposto, pode-se analisar a contraposição relacionada ao uso da tecnologia digital, visto que as redes sociais têm se constituído num desafio para a sociedade contemporânea, coexistente com a expansão da socialização por meio das mídias digitais, a violência oportunizada pelo anonimato e a difícil identificação do agressor(es). Intermediado por perfis fakes, usando identificação de uma terceira pessoa, sem consentimento da dela, é possível reproduzir nas páginas de redes sociais pequenas e grandes perversões como ataques cibernéticos, que tem como objetivo expor, alterar, desativar, destruir, roubar ou obter acesso não autorizado de uma determinada plataforma de informação, stalkers e propagação de fake news.

 

As contribuições dos meios digitais no desenvolvimento das relações interpessoais dos adolescentes

Anteriormente ao surgimento das novas tecnologias de informação e comunicação, as relações sociais eram estabelecidas com encontros casuais face a face, desse modo, a internet e os dispositivos que permitem a conexão a ela conferem uma importância particular às atuais relações estabelecidas (CARDOSO et al. 2019). Assunsão e Matos (2014) enfatizam em sua obra que as redes sociais on-line mudaram a natureza das relações entre as pessoas, e desde o seu aparecimento atraíram milhões de utilizadores, que as integraram nas suas vidas diárias. Essas plataformas, através dos seus artefatos, configuram estratégias para facilitar e ofertar de forma rápida e eficaz a interação dos seus usuários, possibilitando o acesso a diversos tipos de conteúdo, assim como, o compartilhamento de fotos, vídeos, mensagens de textos e áudios com amigos virtuais.

É inequívoco o fato de que o uso de tecnologias tem impactado o cotidiano das pessoas nas mais diversas dimensões, dando origem a um universo novo de experiências, o que altera fortemente a construção das sensibilidades (CARDOSO et al. 2019). Nesse novo cenário, as relações interpessoais começam a ser estabelecidas através de intensificação, e não mais de delimitação geográfica. A internet enseja ao adolescente diversas maneiras de inserção a sociedade, tornando-se um instrumento indispensável para o desenvolvimento de vínculos na contemporaneidade.

A alta demanda de uso dessas plataformas acabou se tornando um berço para nossas experiências e comportamentos entre os jovens. Nesta perspectiva, os dispositivos tecnológicos se instituem, na modernidade, como um dos muitos artifícios nos quais a subjetividade se elabora a partir do movimento de publicação de si, e o interesse na vida do outro. Nesse processo, o usuário se sente influenciado em fazer parte das redes sociais e por meio desta expressar suas questões particulares como: sentimentos, valores, gostos musicais, preferência política e opinião sobre diversos assuntos do cotidiano. Desse modo, percebe-se que a web tem sido utilizada quase como um laboratório social, capaz de proporcionar aos adolescentes a possibilidade de utilizar a internet como uma forma de superar as suas dificuldades sociais e conflitos emocionais (SPIZIRRI et al. 2012).

Apontando para uma nova configuração social, os jovens descrevem a internet como um espaço onde sentem mais facilidade de falar e expressar suas emoções, cuja publicação ou imagens pessoais surgem para eles como uma necessidade de se expor, de compartilhar o que estão sentindo ou fazendo e de serem reconhecidos pelos demais (BORDIGNON e BONAMIGO, 2017).

Nesse processo, os conteúdos postados nos perfis pessoais, passam a servir como método de reconhecimento, interação, conexão e pertença com os outros participantes. A expansão desses grupos sociais virtuais evidencia a importância da internet para o desenvolvimento das relações interpessoais dos adolescentes, tendo em vista que os vínculos estabelecidos virtualmente podem ser estendidos para as relações presenciais.

Entretanto, Rosado, Jager e Dias (2014) evidenciam nos seus estudos que as relações virtuais seriam baseadas em uma lógica de fluxo e não de qualidade, não havendo construção de intimidade, confiança e compromisso entre as partes. Essa contraposição pode ser afirmada por Lima; Castro e Melo (2011) que expõem em suas pesquisas a visão de que apesar dos jovens descrevem a internet como um espaço onde sentem mais facilidade para falar, serem sinceros, verdadeiros, eles demonstram terem dificuldade de estabelecer relações de confiança e evitam fazer laços afetivos, uma vez que, na web os números de amigos/seguidores são mais bem vistos que as relações cordiais.

Vale enfatizar que, apesar da internet ter surgido nos anos oitenta no Brasil, devido à constante mudança dos dispositivos durante o decorrer dos anos, assim como os manejos de uso destes, ainda existe lacunas e opiniões divergentes acerca das suas contribuições para o desenvolvimento das relações interpessoais na contemporaneidade. Uma vez que auxilia na fluidez das relações dialéticas, o ciberespaço pode nos mostrar diferentes possibilidades de utilização. Elas tanto podem servir para desconstrução das diferenças individuais, padronizando discursos, imagens e significados, como também podem servir para manifestações singulares e criativas, favorecendo a reflexão crítica e o laço social (LIMA et al. 2012).

 

Influência da tecnologia na construção de identidade e autoimagem

A adolescência consiste em uma fase de transição da infância para a vida adulta, na qual a perda da identidade infantil, oriunda das modificações corporais, cognitivas e das novas demandas sociais, implica a busca de uma nova identidade (FREITAS e SILVA, 2014). Nessa etapa da vida humana o indivíduo reconstrói seu universo interno na busca da identificação com novos ideais para construção da sua subjetividade.

Dessa forma, as referências desses adolescentes não são mais apenas os pais ou cuidadores familiares, mas também personalidades impessoais, provenientes da expansão tecnológica passam a ser personagens de filmes, famosos que seguem nas redes sociais, ícones da música, moda e esporte, que servirão de eixo para construção de um estilo de vida (SILVA e BOTTI, 2018). Desse modo, os sites e seus dispositivos tecnológicos se constituem, na atualidade, como mais um dos muitos artifícios por meio dos quais a subjetividade se produz (NEVES e PORTUGUAL, 2011). Nesse sentido, pode-se evidenciar que a tecnologia trouxe novos espaços para as manifestações típicas dessa idade, assim como ampliou o leque para o reconhecimento de elementos que contribuam para formação da identidade. Assim sendo, podemos constatar que o impacto causado nas redes sociais facilmente será reproduzido na vida offline, visto que adolescência se trata de uma etapa de maturação que sofre influência social e cultural.

Circunscritos em um regime de informação singular no ambiente da cultura virtual, os patrimônios digitais, atuam como um sistema condicionado e condicionante dos sujeitos contemporâneos, impondo à busca por identidade um vínculo diferente e extraordinário, onde a vida real, aquela vivida em meio analógico, mescla-se com a vida espetáculo, a qual pode ser postada, editada, apagada e repostada, gerando memórias líquidas e identidades multifacetadas, por meio da informação digital. (GRIMALDI et al, 2019, p. 54).

Com isso, o risco que eles correm nesse momento é o de serem capturados por uma nomeação estigmatizadora, procedente do discurso do mestre que os aprisionam e os congelam numa exclusão segregadora, mantidos na ilusão da identidade (LIMA; CASTRO e MELO, 2011). Em suma, o que é publicado na web facilmente é manipulado, as publicações são cuidadosamente selecionadas para mostrar apenas aquilo que deseja ser exposto, na busca da construção de uma imagem "ideal". Nesse contexto, uma vez que o que é mostrado pode fazer parte de uma personalidade fictícia, naturalmente esse adolescente estaria sendo influenciado por algo irreal.

A vista disso, para os adolescentes as plataformas digitais exercem deslumbramento, pois lhes permitem criar uma cultura própria, longe da autoridade dos seus responsáveis. Assim, as pesquisas de Ew et al. (2018) e Lima et al. (2012) expõem a visão que o pertencimento a essas mídias aparece respectivo com a produção de autoimagem relacionada ao evitamento de conflitos. Se nesse estágio existe a necessidade de se reconstruir a imagem de si mesmo, ao perguntar ao outro sobre a própria imagem, o adolescente tenta ver-se a partir da forma como é visto, buscando a aprovação do outro.

Diante desse cenário, os adolescentes movidos pela identificação e busca da construção da nova identidade, tendem a ser influenciados e reproduzir o que é vivido por seu ídolo. Todavia, essa circunstância pode trazer conflitos, principalmente para percepção da autoimagem, uma vez que esse período de transição também é composto por transformações corporais da puberdade, que se encontra em desarmonia. Dessa forma, os adolescentes, principalmente meninas, utilizam os aplicativos como photoshop para modificar o seu corpo, em busca de se encaixar no "padrão ideal". Lima et al., (2015) afirma em seu artigo que essa transformação da própria imagem corporal por meio dos dispositivos tecnológicos é uma tentativa de preencher as lacunas produzidas pela quebra do espelho na puberdade, recobrindo a imagem do corpo disforme e estranho com outra supostamente perfeita, para se colocar como desejável diante do olhar do outro.

No entanto, faz-se necessário destacar também que os novos meios de comunicação e interação social proporcionam aos adolescentes uma forma de identificar-se e ser reconhecido por seus semelhantes que também estão passando por esse processo de mudança e transformação social, corporal e cognitiva. Como defendido por Freitas e Silva et al. (2014) que aponta no seu estudo que as plataformas digitais podem ser utilizadas como utensílio de transição, em que o indivíduo pode dar sentido a suas experiências, e assim conhecer suas potencialidades, ser reconhecidos por elas e se identificar através delas.

De acordo com o que foi observado, salientou-se que as tecnologias digitais contribuem para nova forma dos sujeitos serem e pensarem na contemporaneidade, logo, esses meios tecnológicos influenciam de forma direta à construção de identidade e autoimagem dos adolescentes das últimas décadas. No entanto, legitima-se que os efeitos causados pelas redes sociais podem causar alterações na elaboração da subjetividade.

 

Impacto da tecnologia na saúde mental

Nas palavras de Silveira (2018), contrariando o que sugere o senso comum, as práticas digitais não buscam substituir a sociabilidade presencial, tradicional, mas intensificar essa sociabilidade, seja pelo compartilhamento presencial de práticas digitais, seja pela comunicação virtual, quando o encontro presencial é desejado, mas impossível. Desse modo, os campos virtuais podem ser utilizados como recurso para o estabelecimento de relações, principalmente para indivíduos que têm dificuldade de socialização, são tímidos e sentem isolados.

Diante do exposto, é possível perceber que a tecnologia tenha paralelamente fomentado o isolamento da sociedade e da própria família. Correspondente à contribuição ao avanço dos meios de comunicação, a web irrompe a conectividade presencial. É um estar junto no mesmo espaço, mas separado socialmente e efetivamente. Essa hipótese ratifica-se na pesquisa de Fonsêca et al. (2018), pois observou-se em sua dissertação que a opção de permanecer muito tempo conectado apresenta evidentes interferências negativas na rotina dos indivíduos, os quais não desfrutam da presença física de outras pessoas de modo adequado, e ainda se colocam em uma condição de vulnerabilidade frente aos problemas de saúde.

O estilo de vida mais individualista, apenas compartilhado nas redes sociais, podem gerar o sentimento de solitude. Os adolescentes se veem, então, hipnotizados pela tela do computador. Assim, jogos eletrônicos, vídeos do Youtube ou do Facebook, servem para tamponar o vazio, dando a ilusão de que são eles quem gozam, que desfrutam do prazer de se estar conectado. No entanto, efetivamente, a tela os devolve de novo à solidão, promovendo um apagamento do sujeito (LIMA et al. 2016). Quanto mais tempo se passa conectado, consequentemente pode-se estar isolado de fato dos convívios sociais presenciais, à vista que a conectividade tecnológica preenche esse espaço de necessidade de interação.

Pesquisa realizada por Méa, Biffe e Ferreira (2016) considera que apesar de ser uma condição relativamente nova, a dependência tecnológica tem grande impacto entre os adolescentes. Constatou-se em seus resultados que 61,33 % dos adolescentes pertencentes a sua amostra, apresentam risco à dependência da internet. Tendo em consideração a ansiedade e depressão, as análises realizadas pelos autores Rosa e Santos (2014), Rosado, Jager e Dias (2014) e Pereira et al. (2018) comprovam que a tecnologia, em algumas características específicas, tem influência no desenvolvimento do transtorno de ansiedade e da depressão nos adolescentes, são elas: a violência praticada nas redes sociais, a perda de sono devido ao uso excessivo da internet e a ausência ou impossibilidade de conexão. Contudo, Méa, Biffe e Ferreira (2016) e Moromizato et al. (2017) trazem como pauta em seus levantamentos de dados estatísticos que os sintomas depressivos e de ansiedade, oriundos do uso demasiado da tecnologia, não se configura na faixa clínica patológica.

Perante o exposto pode-se evidenciar que os autores enfatizam em seus artigos contrapontos com relação ao manejo de uso das tecnologias na última década, não existindo necessariamente uma cronologia de anos para essas contraposições. Ao mesmo tempo em que alguns estudos evidenciam os perigos dos impactos causados pela tecnologia na sociedade, especialmente na vida dos adolescentes, outros enfatizam a importância e o quão esses meios de comunicações ajudam de forma positiva para o desenvolvimento das relações pessoais e construção da subjetividade.

À vista disso, podemos salientar que a internet e suas plataformas de comunicação se tornaram indispensáveis na contemporaneidade, o fluxo de informações e de interação instantânea entre os usuários viabiliza as conexões interpessoais por meio de identificação com o outro, o que possibilita a abrangência dos grupos sociais que esse indivíduo pode estar inserido. Tendo em vista o processo de reconstrução da identidade, os grupos ofertados pelas redes sociais por meio de páginas no Instagram ou Facebook, fóruns, comunidades, assim como os Blogs, podem servir de suporte para o enfrentamento desse processo de transição e de reconhecimento do Eu. Desse modo, podemos sustentar a hipótese que a tecnologia digital assume um importante papel nas interações das relações interpessoais, facilitando e elaboração da identidade dos adolescentes. Contudo, vale ressaltar a importância de manter um uso equilibrado e saudável dessas multimídias.

 

Conclusão

A realização do presente estudo possibilitou uma análise acerca da disseminação da tecnologia digital na última década e suas contribuições para construção de identidade e desenvolvimento das relações interpessoais dos adolescentes. Por meio de uma revisão da literatura brasileira dos últimos dez anos, pôde-se evidenciar que os novos meios de comunicação têm sido utilizados como principal fonte de informação e integralidade. À vista disso, a nova era digital propicia aos seus usuários inovações para o estabelecimento de relações. Entretanto, salienta-se sobre os riscos também acometidos pelo uso demasiado dessas plataformas digitais, como a exposição excessiva que pode ocasionar violências virtuais, tanto como vítima, quanto como agressor.

Nessa perspectiva, este estudo explicitou alguns tópicos para melhor exemplificar os dados colhidos acerca do tema proposto, dentre eles, as contribuições dos meios digitais no desenvolvimento das relações interpessoais dos adolescentes. Pôde-se evidenciar que o uso das redes sociais se mostrou como um procedente de novas experiências para os jovens, que, através das publicações de si, é lícita a identificação com o outro, por meio de conectividade simultânea e instantânea. No entanto, os autores orientam que as possibilidades advindas das tecnologias digitais podem trazer conflitos principalmente para elaboração da autoimagem, uma vez que a construção da identidade nessa etapa da vida humana é diretamente influenciada por questões culturais e sociais.

Constatou-se também que, em oposição ao que pensa o senso comum, não existe uma correlação oriunda entre o uso das mídias digitais e o desenvolvimento clínico de transtornos ansiosos e depressivos, ainda assim, pode-se identificar um impacto da dependência tecnológica nos grupos etários de adolescentes. Em virtude dos dados mencionados e tendo em vista as contribuições provenientes das mídias digitais, percebe-se de forma efetiva a interferência que essas plataformas têm acerca da elaboração da subjetividade dos adolescentes, e como a essas tem ocasionado mudanças significativas na instituição de conexões, comunicação de integrabilidade.

Diante do exposto, as informações apresentadas podem vir a contribuir para um maior conhecimento social sobre os impactos causados pelo uso das tecnologias digitais, em virtude de servir como norte para possíveis orientações de profissionais que trabalham com esse público-alvo. Desse modo, o presente trabalho científico analisou de forma integrativa como os adolescentes têm utilizado essas plataformas virtuais, suas contribuições para ampliação das relações interpessoais e formação da identidade dos adolescentes, tal como, o impacto na saúde mental. Conclui-se que há contribuição significativa das plataformas digitais na construção de identidade e desenvolvimento das relações interpessoais, apesar de existirem diversas contraposições nas pesquisas acerca dos benefícios e desvantagens procedentes do uso dessas tecnologias.

Por se tratar de uma revisão de literatura, que se atentou a pesquisas de filiação brasileira, com artigos dissertados em português, coletados apenas em três bases de dados, ressalta-se a necessidade de novos estudos, a fim de explorar de forma mais especifica a temática, podendo utilizar uma amostragem mais ampla, expandindo a coleta de dados para literatura internacional, obtendo materiais de diversos países, em idiomas diversos, como inglês, espanhol e francês; também analisar de forma mais especifica através de estudo de campo a correlação que a tecnologia digital pode ter com os transtornos de ansiedade e depressão, assim como as contribuições das plataformas digitais acerca das mudanças sociais advindas do isolamento social provocado pelo novo Corona Vírus (COVID-19) e como isso impacto nas relações interpessoais dos adolescentes.

 

Referências

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1 Graduada em Psicologia pela Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco - FACESF
2 Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF. Professora do curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco - FACESF

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