SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.19 número1Grupo comunitario de salud mental: la visión de los discentes de PsicologíaEl trabajo de duelo por suicidio: una lectura kleiniana índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Vínculo

versión impresa ISSN 1806-2490

Vínculo vol.19 no.1 São Paulo ene./jun. 2022

http://dx.doi.org/issn.19982-1492v19n1a12 

ARTIGOS

https://doi.org/10.32467/issn.19982-1492v19n1a12

 

Atendimento psicológico grupal: experiências de usuários de serviços do Sistema Único de Saúde

 

Group psychological care: experiences of users of the Sistema Único de Saúde services

 

Atención psicológica grupal: experiencias de los usuarios de los servicios del Sistema Único de Saúde

 

 

Beatriz Lacerda Caetano1; Tales Vilela Santeiro2

Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, Minas Gerais, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O emprego de práticas grupais tem sido descrito como um recurso útil para a atuação profissional de psicólogos e uma alternativa qualificada nos serviços em saúde. Nesse estudo, objetivou-se compreender como usuários atendidos por psicólogos, em modalidades terapêuticas grupais em serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), experienciam e significam o uso dessa ferramenta. Vinte usuários participaram da investigação e entrevistas individuais foram estratégias utilizadas para acessar suas experiências. A participação em grupos terapêuticos, em equipamentos de Atenção Primária ou Secundária, há mais de um mês, foram critérios para inclusão dos entrevistados. Os entrevistados relataram aprendizagens quando em grupos, legitimando atendimentos grupais como facilitadores da construção de vínculos com seus pares e promotores de saúde. Eles recuperaram o modelo de atendimento individual como parâmetro de atenção psicológica e apresentaram a questão do sigilo como um desafio a ser trabalhado nas realidades grupais. Novas pesquisas sobre experiências de usuários de atendimento grupal psicológico nos equipamentos de saúde do SUS permitirão ampliação dos achados.

Palavras-chave: psicoterapia de grupo; serviços de saúde pública; técnicas psicoterapêuticas.


ABSTRACT

The use of group practices has been described as a useful resource for the professional work of psychologists and a qualified alternative in health services. In this study, the objective was to understand how users cared for by psychologists, in group psychotherapeutic interventions, offered in services of the Sistema Único de Saúde (SUS) in Brazil, experience and signify the use of these devices. Twenty users participated in the investigation and individual interviews were strategies used to access their experiences. Participation in therapeutic groups, in Primary or Secondary Care equipment, for more than a month, were criteria for inclusion of respondents. Respondents reported learning when in groups, legitimizing group care as facilitators of building bonds with their peers and as health promoters. They recovered the individual care model as a parameter of psychological care and presented the issue of secrecy as a challenge to be worked on in group realities. New research on the experiences of users of psychological group care in SUS health equipment will allow an expansion of the findings.

Keywords: group psychotherapy; public health services; psychotherapeutic techniques.


RESUMEN

El uso de prácticas grupales se ha descrito como un recurso útil para la práctica profesional de los psicólogos y una alternativa calificada en los servicios de salud. En este estudio, el objetivo fue comprender cómo los usuarios atendidos por psicólogos, en intervenciones psicoterapéuticas grupales, ofrecidas en los servicios del Sistema Único de Saúde (SUS) en Brasil, experimentan y significan el uso de estos dispositivos. Veinte usuarios participaron de la investigación y las entrevistas individuales fueron estrategias utilizadas para acceder a sus experiencias. La participación en grupos terapéuticos, en equipos de Atención Primaria o Secundaria, durante más de un mes, fueron criterios de inclusión de los encuestados. Los encuestados informaron que aprendieron cuando estaban en grupos, legitimando el cuidado grupal como facilitadores de la construcción de vínculos con sus pares y promotores de salud. Recuperaron el modelo de atención individual como parámetro de la atención psicológica y presentaron el tema del secreto como un desafío a trabajar en las realidades grupales. Una nueva investigación sobre las experiencias de los usuarios de la atención psicológica grupal en los establecimientos de salud del SUS permitirá ampliar los hallazgos.

Palabras clave: psicoterapia de grupo; servicios de salud pública; técnicas psicoterapéuticas.


 

 

Introdução

O estudo científico dos processos grupais representa uma poderosa ferramenta metodológica, cada vez mais necessária no cotidiano dos profissionais que atuam nos campos da saúde e instituições (Pereira & Sawaia, 2020; Santeiro, Fernandes; & Fernandes, 2021). E o emprego de intervenções psicoterapêuticas grupais tem sido descrito como um recurso útil para a atuação de psicólogos, além de uma alternativa qualificada nos serviços de saúde pública (Aquino & Sei, 2020; Birck & Viana, 2018; Cruz, 2018; Sangioni, Patias, & Pfitscher, 2020; Vitorino & Tardivo, 2019).

Ainda assim, a dicotomia entre o trabalho individual e em grupos se apresenta quando pensamos a maneira como as intervenções psicológicas podem acontecer no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) (Melo, Miranda, Silva, & Limeira, 2018). Críticas às práticas da Psicologia no SUS costumam se referir à pouca variedade de estratégias de tratamento, com atuação clínica individual e privatista, alinhada ao modelo biomédico. Dificuldades de os profissionais transporem o modelo clássico da Psicologia Clínica (psicodiagnóstico e psicoterapia individual) e a necessidade de processos de formação profissional voltados para o trabalho no SUS e para o trabalho com grupos têm sido debatidos (Cintra & Bernardo, 2017; Conselho Federal de Psicologia, 2019; Melo et al., 2018).

A observação de aspectos concretos e cotidianos de usuários do SUS ajuda a compreender a indissociabilidade entre política pública, produção de saúde e produção de subjetividades (Ferreira Neto & Kind, 2017). Nesse sentido, acreditamos na importância de ouvirmos usuários do SUS e lhes darmos voz, para expressarem como os recursos utilizados para atendê-los podem impactá-los.

Sendo o SUS o campo de observação dos fenômenos deste estudo, cabe a apresentação de alguns aspectos a ele pertinentes. A Portaria n. 3088 (Brasil, 2011) instituiu a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no SUS, concebendo uma cadeia integrada e interativa, constituída por serviços distribuídos entre os três níveis de complexidade do SUS (primário, secundário e terciário). Nesta investigação, foram considerados os componentes de Atenção Primária da RAPS que têm atuação de psicólogos e o componente de Atenção Secundária correspondente às Unidades Ambulatoriais de Atenção Especializada – acrescido à RAPS, pela Portaria n. 3.588 (Brasil, 2017), que inclui o psicólogo como profissional da equipe multidisciplinar. Escolhemos esses pontos de atenção tendo em vista a especificidade do trabalho grupal neles desenvolvido no município pesquisado.

A ideia do trabalho grupal está em consonância com um modelo de atenção baseado na clínica ampliada, que não nega a importância da técnica e dos conhecimentos especializados, mas busca superar a visão fragmentada do sujeito (Brasil, 2015). Além disso, as práticas grupais no cotidiano da SUS integram a lista de orientação dos serviços proposta pelo Ministério da Saúde, por serem consideradas ferramentas que favorecem a promoção de saúde dos usuários e contribuem para democratização do acesso à saúde no país, para a diminuição das consultas individuais e da demanda por atendimentos. Porém, isso não significa que grupos devam ser entendidos como recurso de menor qualidade ou serem empregados com o simples objetivo de aumentar índices estatísticos (Brasil, 2013).

A proposta de atendimento grupal no contexto do SUS é ancorada na noção de grupo como rede efetiva de suporte, que possibilita o fortalecimento de vínculos interpessoais e uma rede significativa de cuidado e apoio. Essa forma de assistência tem, assim, como foco a valorização dos recursos dos próprios usuários (Aquino & Sei, 2020; Cintra & Bernardo, 2017; Pereira & Sawaia, 2020).

A literatura aponta que o trabalho grupal tem sido utilizado por psicólogos, com objetivos de aprendizagem e enfrentamento de situações desafiadoras que os participantes vivenciam, como, por exemplo, no caso da redução da dor crônica (Vitorino & Tardivo, 2019) e no pós-operatório de cirurgia bariátrica (Birck & Viana, 2018). Também é expressa a contribuição dos grupos terapêuticos para saúde dos participantes em diversas esferas de atuação psicológica: na clínica privada (Bolorini, 2016; Correia & Moreira, 2016) e na saúde pública (Aquino & Sei, 2020; Cruz, 2018; Nogueira, Munari, Fortuna, & Santos, 2016; Sangioni, Patias, & Pfitscher, 2020).

Estudos que se propõem ao trabalho de escuta dos participantes de grupos destacam a aprendizagem adquirida no encontro grupal e a possibilidade de trocas transversais, a partir do entrelaçamento de suas histórias, proporcionando benefícios terapêuticos (Aquino & Sei, 2020; Bolorini 2016; Correia & Moreira 2016). Aquino e Sei (2020) relatam experiência de grupo aberto, que a despeito de não possuir finalidade psicoterapêutica a priori, apresentou fatores terapêuticos em operação entre os participantes, sinalizando a importância do desenvolvimento de intervenções psicológicas dessa natureza. Ao final do período de realização de um grupo psicoterapêutico, Correia e Moreira (2016) perceberam um funcionamento mais congruente dos membros do grupo, maior profundidade na fala dos mesmos e leveza em suas expressões.

O setting grupal propicia interações que se mostram disparadoras de mudança e ampliadoras do olhar do participante sobre si mesmo, possuindo um grande potencial para ressignificação (Cruz, 2018). Além disso, o grupo pode criar um ambiente intermediário onde se podem ensaiar certos comportamentos, até que se desenvolvam a confiança e o suporte mútuo necessários para o mundo extragrupo (Bolorini, 2016).

É notável que os relatos sobre a assistência na modalidade grupal expressam sua importância para a produção de cuidados. Todavia, há também indicativos de dificuldades existentes na realização dos grupos nos cenários de saúde (Cruz, 2018; Nogueira et al., 2016). Nogueira et al. (2016) tratam de aspectos que podem comprometer trabalhos grupais, como, por exemplo: falta de planejamento adequado no que diz respeito às necessidades dos usuários, aspectos logísticos e obrigatoriedade imposta aos profissionais, que são designados a assumir a coordenação de grupos, sem que tenham habilidade ou desejo para executá-los. Nesse sentido, é salientado que a formação do profissional para coordenar grupos é primordial, para que ações improvisadas não prejudiquem o desenvolvimento do trabalho a ser desenvolvido (Santeiro et al., 2021).

Também há relatos na literatura de reações opositoras de usuários que, inicialmente, costumam compreender o trabalho com grupos como inferior, apresentado crenças e receios quanto à participação nas atividades grupais propostas (Cruz, 2018). Profissionais também apresentam preocupações com algumas questões, tais como: preservação do sigilo, manter o grupo assíduo, estimular a adesão ao tratamento, valorização e êxito do trabalho (Bolorini, 2016). Sejam quais forem as raízes das preocupações em relação aos grupos, essas podem ser ampliadas pela falta de um contato mais direto com essa forma de atendimento terapêutico (Bolorini, 2016; Cruz, 2018), mas também pela falta de clareza sobre o fazer psicológico nos contextos de saúde (Cintra & Bernardo, 2017; Conselho Federal de Psicologia, 2019; Melo et al, 2018).

Diante desse enquadramento, este estudo desenvolve o tema da intervenção psicológica grupal a partir do olhar de participantes de grupos terapêuticos. Nosso objetivo foi o de compreender como usuários atendidos por psicólogos, em modalidades terapêuticas grupais em serviços do SUS, experienciam e significam o uso dessas ferramentas.

 

Método

O estudo realizado foi descritivo, de corte transversal e de enfoque qualitativo. A pesquisa qualitativa procura valorizar a subjetividade dos sujeitos envolvidos e é aplicada, principalmente, ao estudo das relações, representações e percepções humanas, buscando interpretações dos significados atribuídos à determinada realidade (Minayo, 2008).

No cenário do município pesquisado (de médio porte, localizado no interior do estado de Minas Gerais), os psicólogos atuantes no âmbito da Atenção Primária realizam, dentre outras ações, grupos de promoção de saúde, de prevenção e de reflexão, em demandas inerentes à competência da Atenção Básica. Também promovem grupos terapêuticos/psicoterapêuticos, abertos ou fechados, sem delimitação ou classificação dos participantes. Na Atenção Secundária, por sua vez, os atendimentos enfocam demandas de média complexidade, intermediárias à Atenção Básica e aos Centros de Atenção Psicossociais.

Os critérios para inclusão dos participantes do estudo foram a participação dos mesmos em grupos terapêuticos ou psicoterapêuticos realizados por psicólogos, seja na Atenção Primária ou Secundária, há mais de um mês. Não foram incluídos os integrantes de grupos educativos e os frequentes nos grupos em tempo inferior a um mês, além de pessoas menores de 18 anos.

Vinte usuários participaram do estudo. Eles foram contatados pessoalmente pela primeira Autora, quando compareciam aos respectivos equipamentos para seus atendimentos de rotina, e foram convidados nesse contexto. Os encontros foram realizados, com autorização prévia dos responsáveis pelos respectivos equipamentos de saúde, no local onde os participantes eram atendidos, em espaços institucionais que garantiam privacidade e sigilo.

Os participantes eram homens (20%) e mulheres (80%), com média de idade de 47,5 anos (variabilidade entre 19 e 78 anos). Em relação ao tempo de participação em atendimentos grupais, média de 1 ano e 5 meses (variabilidade de 1 mês a 10 anos) foi observada.

Para acessar as experiências dos usuários, utilizamos entrevistas. Por meio delas, observamos parte da vida do entrevistado e, ao fazê-lo, um campo específico, relacional, que engloba a própria entrevistadora, é desenvolvido. Dessa maneira, as entrevistas, também as que têm finalidade de pesquisa, somente podem ser compreendidas por meio do encontro construído entre entrevistado e entrevistador (Bleger, 1979/2003).

A escolha de participantes foi intencional e ocorreu por saturação, o que significou que fechamos o número de entrevistados após as informações coletadas terem apresentado padrões repetidos de conteúdo. Os dados foram coletados em 2020, em momento prévio ao pandêmico.

Metade das entrevistas foi realizada com participantes usuários de serviço de Atenção Primária e a outra metade, de Secundária. Elas foram audiogravadas e posteriormente transcritas e tiveram duração média de quarenta minutos cada. A participação no estudo foi voluntária e os entrevistados a formalizaram por meio do aceite do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa esteve em conformidade com a legislação vigente, tendo sido submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro e obtido parecer favorável (Número CAAE: 07094819.0.0000.5154).

Para organização e realização das análises dos dados obtidos utilizamos o procedimento de Análise Temática Reflexiva. Esse método procura identificar, analisar e relatar padrões (temas) dentro do conjunto de dados, sendo o julgamento do pesquisador fundamental para determiná-los (Braun & Clarke, 2019).

Os referenciais teóricos que orientaram na compreensão e discussão dos achados foram as contribuições da literatura sobre grupos, em interface com a saúde pública brasileira. Nesse percurso, a filosofia dos grupos operativos também serviu de apoio, na medida em que permitiu compreender as experiências grupais narradas pelos usuários, como emergentes de eventos psicossociais concretos, situados no contexto sócio-histórico e cultural latino-americano (Bleger, 1979/2003; Pichon-Rivière, 1983/2000).

 

Resultados e discussão

Organizamos o item conforme os três principais eixos temáticos surgidos a partir das experiências das entrevistas: Descobrir-se parte de um grupo; Limites e alcances da expressão em grupo; Saúde propiciada pelo grupo. Esses eixos serão apresentados, debatidos e entremeados com ilustrações de narrativas dos participantes, que serão discriminados por nomes fictícios.

Eixo temático 1: Descobrir-se parte de um grupo

Neste eixo tratamos de momentos nos quais os relatos dos participantes tangenciaram o grupo como possibilitador da compreensão de que havia algo em comum entre as pessoas, que as unia entre si. Na contramão de um pretenso isolamento e da afirmação da individualidade tão valorizados em nossos dias, o olhar dos entrevistados indicava que o grupo propiciava o estabelecimento de vínculos e o despertar do sentimento de pertencimento, uma vez que diminuía o distanciamento entre o eu e o outro e (re)aproximava os participantes de diferentes situações que eram transformadas e integradas às suas próprias histórias (Pichon-Rivière, 1983/2000; Zimerman, 2000). Como expressou Violeta, a compreensão de "não ser o único" representava grande alívio e, ao que parecia, uma reconciliação consigo mesma: "A gente sabe que tem pessoas iguais a gente, só que essas pessoas se impõem num isolamento também. Aqui a gente vê que não somos os únicos. Ter pessoas iguais a mim é um alívio".

O alcance do grupo, dentre outros aspectos, parecia estar no potencial de identificação entre seus membros. Os entrevistados relatavam ser possível conhecerem-se, compartilharem desejos comuns e reconhecerem sentimentos semelhantes, apesar e a partir das diferenças. Sabemos que o mecanismo de identificação é recorrente em outras formas de atendimento psicológico. Mas, ao que percebemos, e conforme a literatura indica, o grupo pode promover um encontro entre histórias pessoais, que as elevam a um novo patamar (tanto para quem as contava, quanto para quem as ouvia), pois essas histórias são ressignificadas no conjunto (Aquino & Sei, 2020;; Bolorini, 2016; Correia & Moreira, 2016).

Nas contribuições dos participantes, foi possível perceber o quanto as pessoas sofriam por se acharem diferentes, por fantasiarem como o outro podia ser feliz, ou por experiências não superadas em seus primeiros grupos de convivência (escola, família). Descobrir que outras pessoas também sentiam medo, saudade, angústia, dúvida ou tinham problemas familiares poderia ser um trampolim para transformações. Esta "simples" constatação de que não se estaria sozinho em seus sofrimentos parecia ajudar os entrevistados a desenvolverem funções de suporte mútuo e de autoaceitação e, consequentemente, a melhorar sua qualidade de vida (Bolorini, 2016). Angélica traz esse entendimento em sua narrativa: "[...]Se eu estivesse no atendimento individual, eu ia continuar me achando diferente. Você vê que tem muita gente igual a você e você não sabia disso... O grupo me ajuda a ver isso."

A unidade grupo, apresentada pelos discursos dos participantes, parecia ganhar forma a partir das trocas entre membros dos grupos que integravam. O grupo de cada um era referido como uma entidade viva, por meio de artigo definido – "o grupo", sinalizando que não se tratava de "qualquer grupo", mas o grupo com propriedades específicas, do qual faziam parte.

Uma fala que chamou-nos à atenção foi a de Cravo, referindo-se a um colega do grupo: "Ele não conseguia largar a bebida. Aí, eu pensei: porque não foi para os Alcóolatras Anônimos, tá aqui por quê? E depois eu mesmo entendi, não era só a bebida. Era pra ele estar aqui, sim, no nosso grupo". A experiência dele tocou em aspecto fundamental no trabalho com grupos: o próprio movimento grupal se encarrega de favorecer vínculos entre os seus membros (Aquino & Sei, 2020; Brasil, 2013; Santeiro et al., 2021).

Os entrevistados estariam dando mostras do quanto o grupo que eles traziam dentro de si poderia estar vivo? Sentimentos básicos de pertença, cooperação e pertinência, bem como os processos de comunicação, internalizados, pareciam dar ao grupo "dos participantes" um caráter temporal duradouro, denotando andamento de processos de aprendizagens. Por outro lado, notamos que "os grupos narrados" também podiam revelar diferenças entre seus membros e enfatizar atitudes individualistas de alguns, que expressavam o desejo de manterem-se em exclusividade, em um possível tratamento individual. Sobre isso, Rosa diz: "Não é que você não 'tá' a fim de ouvir os outros, todo mundo tem problemas. A verdade é que eu não quero saber dos problemas dos outros. Não é que eu sou egoísta, eu queria saber dos meus problemas".

Entendemos que expectativas pessoais poderiam ser frustradas quando apresentadas em grupo (Cruz, 2018). As dificuldades apresentadas por Rosa poderiam sinalizar algo presente, também no grupo em que desenvolvia seu processo terapêutico, uma vez que a fala de um integrante comunica também a realidade do conjunto ao qual pertence (Pichon-Rivière, 1983/2000).

O olhar dialético presente na visão do processo grupal de Pichon-Rivière lembra que a realidade é contraditória em si e a partir desta implicação nos deparamos com a ambivalência dos fenômenos vividos, que são ao mesmo tempo de natureza atrativa e repulsiva, contendo em si mesmos sua própria negação (Pichon-Rivière 1983/2000). Assim, os relatos dos entrevistados poderiam sinalizar, concomitantemente, a satisfação por "descobrirem-se parte de um grupo" e também as dificuldades presentes na lida de se manter a singularidade diante do grupo.

Ainda assim notamos que grande parcela dos participantes deste estudo, especialmente os com maior tempo de frequência nos grupos, tinham o entendimento de que as experiências e situações individuais não eram diluídas ou menosprezadas no espaço grupal, mas sim transformadas, sendo marcadas pelo constante incremento das diferenças. Eles pareciam reconhecer o valor terapêutico do processo grupal que viviam e conseguiam expressar a aprendizagem adquirida no encontro com o outro. Além do papel do profissional, pareciam notar o valor terapêutico que os demais integrantes do grupo exerciam (Aquino & Sei, 2020; Bolorini, 2016; Correia & Moreira, 2016). A fala de Lírio parece muito ilustrativa dessa questão: "Então, eu 'tô' achando que grupo é o melhor caminho, porque sozinho, tem muita coisa que eu não teria desconfiado ou descoberto em mim mesmo". Dessa forma, as vivências grupais relatadas pareciam caminhar na direção de instigar o reconhecimento da importância de os usuários poderem exercer sua autonomia no cuidado de si mesmos e do outro (Brasil, 2011, 2015; Cintra & Bernardo, 2017; Conselho Federal de Psicologia, 2019; Ferreira Neto & Kind, 2017; Sangioni, Patias; & Pfitscher, 2020).

Eixo Temático 2 – Limites e alcances da expressão em grupo

Um dos aspectos elucidados a partir dos relatos colhidos foi a forma como os participantes se expressavam, quando demarcavam formar parte de um grupo. Foi possível percebermos que as particularidades das expressões informavam como cada um deles compreendia o estar em grupo.

Os entrevistados relataram facilidade de expressão. Alguns pela própria personalidade mais expansiva, outros, pela confiança adquirida progressivamente no grupo. A segurança para se expor parecia se dar à medida que o outro também se expressava, o que diminuía as diferenças entre os integrantes do mesmo grupo. A esse respeito, Violeta diz: "A pessoa primeiro espera todo mundo falar. Ela começa a falar a partir do momento que vê que a gente 'tá' se expondo e falando o que ela também passa. Isso é um passo a passo".

Outro aspecto importante considerado pelos participantes era que o interesse do outro em ouvir o que se tinha a dizer era fator preponderante para o estabelecimento de seu vínculo e permanência no grupo. Percebemos que a escuta sem julgamentos estimulava o processo de troca entre eles e fazia com que pudessem se sentir acolhidos, fator esse notado em outros estudos (Birck & Viana, 2018; Cruz, 2018; Vitorino & Tardivo, 2019).

Houve participantes que expressaram dúvida inicial quanto a participar ou não do grupo, sendo comum o questionamento sobre a organização ofertada para que os diálogos pudessem acontecer. Inicialmente, alguns deles consideravam que no atendimento individual poderiam ter mais tempo e mais liberdade para se expressar. Porém, após participarem dos atendimentos grupais, passaram a perceber vantagens, tais como, a troca estabelecida entre os pares e os feedbacks recebidos deles, que propiciavam maior reflexão sobre si mesmos. Aspectos esses também demarcados por Aquino e Sei (2020), Bolorini (2016), Correia e Moreira (2016). Na narrativa de Deise esse tipo de questão emerge:

Eu tinha muito preconceito com grupo, porque eu achava que num atendimento individual eu teria mais tempo de expressar. Só que eu já tive atendimentos individuais e eu não fiquei. Eu não gostava porque achava desconfortável ficar assim, frente a frente. Eu me adaptei mesmo ao grupo, não fica uma coisa fechada, que só fala os problemas, não é uma coisa parada, tá em andamento.

Poucos participantes consideraram mais tranquilo falar de si em atendimento individual, mantendo uma possível representação de privatismo clínico psicológico – ainda que, não necessariamente, fosse da alçada deles ter consciência sobre esse tipo de questão. Esses avaliaram que no grupo havia assuntos diversos e que nem sempre se contemplava o que gostariam de dizer. Como exemplo disso, Rosa expressa:

Eu prefiro sozinha, porque são vários assuntos e às vezes eu me encaixo e às vezes não. Então, eu prefiro individualmente mesmo. É bem melhor. Ali, vai ajuntando aquela bola de neve e no final, você sai com alguma coisa definida e muitas coisas indefinidas na sua vida.

Vale destacar que, durante os momentos de entrevista com alguns participantes, dentre eles Rosa, observamos que os mesmos se apropriavam da relação, estabelecendo quase um monólogo consigo mesmos, aparentando pouca atenção ao fator dialógico em pauta. É sabido que o entrevistador deve oferecer o espaço para que o entrevistado se expresse livremente. Mas, levando em consideração que a entrevista funciona como uma situação em que se observa parte da vida de uma pessoa, que se desenvolve em relação e diante do entrevistador, em um campo grupal específico (Bleger, 1979/2003), o campo relacional vivido na entrevista com finalidades de pesquisa sinaliza para uma possível dificuldade de abertura de tais participantes à fala do outro e à troca que podia ser favorecida nessa relação.

Podemos estabelecer relações para essa espécie de inadaptabilidade com o tempo de inserção no grupo, com o momento pessoal de vida do indivíduo ou com as próprias características de personalidade de cada um, mais retraídas ou expansivas. Nesta última hipótese, o grupo se mostraria benéfico justamente porque o participante poderia aprender a relacionar suas opiniões com as alheias e a exercitar pensamentos e ideologias diferentes das suas, integrando-se ao trabalho em equipe (Correia & Moreira, 2016; Pichon-Rivière 1983/2000; Santeiro et al., 2021).

Também era comum os participantes relatarem momentos em que se abstinham de falar, o que se dava por motivos distintos. Havia os que iniciavam sua inserção no grupo e ainda buscavam sua adaptação, os que davam espaço para que o outro falasse, porque consideravam que no momento a fala dele seria mais importante ou mais necessária. Conforme Pichon-Rivière (1983/2000), muitas vezes os silenciosos poderiam se esconder entre os demais e assumir as dificuldades do grupo para estabelecer a comunicação, fazendo com que os outros membros se sentissem obrigados a falar. Tal dificuldade pôde ser identificada na fala de Lírio, ao se referir a como percebia outro usuário: "Se ele falasse mais, a gente poderia entender o que ele tá passando para tentar uma solução".

Por outro lado, havia um grau de entendimento de alguns participantes, que reconheciam que a fala do outro também dizia respeito "ao nós", daí o espaço para uma escuta consciente fazer sentido para eles. Com sua narrativa, Camélia aponta o alcance da horizontalidade que lhe perpassou em seu grupo, algo que diz respeito à expressão individualizada que "fala" do grupo (Pichon-Rivière, 1983/2000): "Eu estou aqui há dez anos. E eu acho que os outros que chegam precisam de espaço. Eu consigo, com o que os outros falam, levar alguma coisa, entendeu?"

Por vezes, o relato dos participantes sobre o movimento do grupo vivido, parecia revelar integrantes que tomavam para si o papel de porta-vozes das ansiedades do grupo (Pichon-Rivière, 1983/2000). E esses, por sua vez, solicitavam a voz dos silenciosos e assumiam uma característica interessante, de cuidado com o outro, que se revelava tanto na cautela com as palavras quanto na maneira incisiva de se dirigir ao colega. Alguns pareciam se divertir, por poderem dizer algo que só eles enquanto colegas de grupo poderiam dizer e ser compreendidos, como nos revela Cravo: "Às vezes a gente se mete. [...] Eu chego e abro o bico mesmo".

Ainda no que se refere ao cuidado estabelecido no grupo, o sigilo e a confiança em relação aos pares foram contemplados pelos participantes, aspectos esses já observados no estudo de Cruz (2018), porém em relação aos profissionais. Embora pouco frequente, a preocupação por haver conhecidos no grupo foi mencionada por dois entrevistados. Como confiar no sigilo proporcionado pelo campo grupal? Talvez essa seja uma questão para ser respondida e pensada no interior do próprio grupo, pois torná-lo um lugar seguro e confiável para si e para o outro seria aspecto que representaria o próprio aprendizado/movimento grupal, aspecto prezado quando debatemos o enquadre desse trabalho (Bleger, 1979/2003).

Eixo Temático 3 – Saúde proporcionada pelo grupo

Neste eixo reconhecemos nas expressões dos participantes aspectos de saúde proporcionados pelo grupo. A ideia de saúde, aqui descrita, está em sintonia com os preceitos de integralidade da pessoa e bem-estar psicossocial buscados pela RAPS (Brasil, 2011). E também se harmoniza com o pensamento de Pichon-Rivière (1983/2000), de que a adaptação ativa à realidade, indissoluvelmente ligada à aprendizagem, é critério intrínseco de saúde. Os alcances notados por nós estiveram relacionados ao cuidado da pessoa consigo mesma, a um novo olhar para si, ao convívio social, e a uma melhor e mais satisfatória forma de expressão.

No geral, as transformações que o grupo mobilizava em cada participante, conforme eles as reportavam, nem sempre conseguiam nomeação ou definição clara. Eram mudanças que superavam a ajuda psicológica inicialmente pretendida, que perpassavam a compreensão do que seria estar em grupo e implicavam a própria ação no percurso grupal, como expressa Verbena: "[...] Me perguntam como é aqui. Não tem jeito de explicar o que a pessoa não vive. Tem que participar pra saber. Um dia que você não vem, parece que 'é' meses, você perde o vínculo com você mesma."

A confiança adquirida no processo parecia convidar os entrevistados a assumirem novos papéis, abrindo mão daqueles que já não serviam mais às novas situações pretendidas (Aquino & Sei, 2020; Bolorini, 2016; Cruz, 2018). Sentimentos como ansiedade e agressividade, por exemplo, eram contemplados como passíveis de estarem integrados ao trabalho e mutáveis, com uma expressão mais vitalizada. Um melhor posicionamento diante de situações prejudiciais e anteriormente negadas também era relatado, assim como nos apresenta Melissa: "Mudou a forma de ver o mundo, sabe? Antes eu não queria mais viver, não queria mais saber de nada... O grupo me mostra outra forma".

Os feedbacks recebidos dos pares e dos profissionais traziam novas perspectivas aos entrevistados, estimulando novas formas de lidar com suas questões e dando-lhes fluidez, aspectos esses já relatados na literatura (Aquino & Sei, 2020; Birck & Viana, 2018; Cruz, 2018; Vitorino & Tardivo, 2019). Além disso, o reconhecimento, em si, de um potencial de influenciar positivamente o outro e de ser útil era algo que também se mostrava como uma vivência de teor terapêutico. Nesse sentido, Deise afirma: "Eu acho que posso ajudar outras pessoas, e eu sinto prazer nisso. [...] como uma pessoa pequena que tem sua experiência de vida".

Não poderíamos negar, porém, que a aproximação do viver grupal também aparentava envolver emoções e ansiedades, como revela Margarida: "Então hoje eu vim, na verdade por vir. Só pra não perder a vaga do psiquiatra, porque eu preciso, já tentei suicídio duas vezes. E também pra mim não ficar em casa". Teores assim, que sinalizavam vivências de sentimentos de natureza mais regressiva, podiam aparecer como obstáculo à leitura da realidade, imputando resistência ao trabalho grupal. Entretanto, observamos que é nesse âmbito que a elaboração das ansiedades e a ruptura de situações que gerariam estancamentos de aprendizagens sobre o viver e sobre a comunicação intrapares poderiam ocorrer (Bleger, 1979/2003; Pichon-Rivière, 1983/2000).

Perguntamo-nos: todos os que aceitaram participar do estudo se encontravam aptos a lidar com esse tipo de movimentação interna, compreendendo-a como potente no processo de vincular-se consigo e com o outro? Para além de uma resposta definitiva, notávamos que enquanto havia pessoas que estavam na elaboração de suas ansiedades iniciais e se perguntavam se participar do grupo realmente era válido, havia aquelas que se apropriavam de saltos qualitativos e adentravam em tarefa terapêutica. Os entrevistados demonstravam perceber diferenças entre os pares que estavam há mais tempo no grupo e os novatos ou faltantes, considerando que era necessário um comprometimento com o grupo e consigo mesmos para o alcance das mudanças desejadas. A compreensão tida por Camélia demonstra esse alcance do processo grupal:

As pessoas não valorizam o que é um grupo de terapia, essa conversa da gente, que é muito importante. Hoje eu não tô legal, mas eu venho, eu escuto. Tem gente que tem um probleminha, aí de repente volta. Mas vem com o mesmo problema, a mesma história, entende? Não modificou nada. A mesma história e aquela indecisão. Quer vir aqui e quer que a gente resolva o problema, quer uma mágica.... (Camélia).

Os depoimentos dos entrevistados assinalaram a autoconfiança adquirida e o aprendizado no uso de ferramentas próprias ao intervir e situar-se como sujeito no mundo. Para além de uma dependência do terapeuta ou do próprio grupo, alguns deles relataram desenvolver estratégias, aprendidas no encontro com o outro, para lidar com as novas situações que lhes eram apresentadas (Aquino & Sei, 2020; Bolorini, 2016; Correia & Moreira. 2016). Neste sentido, Pichon-Rivière (1983/2000) dizia que é objetivo de um processo de grupo seus membros conseguirem pensar por si mesmos, tal como nos evidenciou Gerânio: "Eu vou me ajudando no dia a dia, usando as ferramentas que a gente tá aprendendo. Certos companheiros lá também falam dessa complexidade."

Observamos que a intenção de qualquer processo psicoterapêutico é desencadear mudanças que promovam a dinamicidade da vida, a partir de um reconhecimento de si e de sua ação no mundo. Assim, a condição de ser saudável é manter-se em relação e constante movimento, sendo essa a cura possível. Nesta acepção, para os entrevistados o grupo seria, sim, local para se atingir com êxito as transformações e a saúde buscadas, já que a aprendizagem proporcionada pelo encontro é em si mesma a aprendizagem que se deseja desenvolver em outros setores da vida (Pichon-Rivière, 1983/2000).

 

Considerações finais

Os temas identificados neste estudo, extraídos das vivências de entrevistar usuários de equipamentos de saúde do SUS, permitiram legitimar o grupo como prática promotora de mudanças positivas em seus membros. Constatamos diálogo entre o vivido e o apresentado na literatura sobre suas potencialidades terapêuticas, de promoção de saúde e de criação de vínculos.

Foi propriedade reconhecida pelos participantes que o grupo podia reconduzi-los à sensação de pertencimento a um todo e à redescoberta de si, a partir da identificação e das trocas estabelecidas no campo grupal. Eles trouxeram ainda vivências grupais internalizadas como fomentadoras de autocuidado e cuidado para com seus pares, além de novos repertórios para expressão de si e comunicação com o outro, que poderiam ser preditoras da saúde possível de ser alcançada no grupo.

Por outro lado, a oferta (ou a falta) de atendimento individual transpareceu nas falas de alguns participantes. Em alguns momentos, a ideia do grupo foi relativizada em favor de uma suposta forma de atenção especializada, própria do atendimento privativo, a qual o grupo não poderia prover. Esse atravessamento também poderia representar um desconhecimento, por parte da população em geral, não somente sobre o trabalho que seria possível de ser desenvolvido em grupo, mas, também, sobre o trabalho do psicólogo. Outra questão levantada foi o sigilo a ser mantido no grupo e os melindres a ele subjacentes, que foi tratada com desconfiança e apresentou-se como um desafio ético a ser dialogado por profissionais.

Conforme observamos nesse estudo, a maior parcela dos entrevistados reconheceu o valor do dispositivo grupal como recurso para busca de superação de suas demandas psicossociais. Assim, os dados aqui reportados podem ser incentivadores para que psicólogos lancem mão dessa ferramenta e equipes gestoras possam promover condições para os grupos se realizarem, ponderando-se sobre as questões de ética profissional e as relativas à formação profissional.

O estudo buscou compreender a visão de parcela dos usuários atendidos na modalidade grupal. Aqueles que não deram continuidade aos tratamentos grupais não foram ouvidos, o que permitiria ampliar o entendimento dos fatores envolvidos na dinâmica da desistência e expandir os resultados apresentados.

 

Referências

Aquino, N. C. G., & Sei, M. B. (2020). Fatores terapêuticos em grupos abertos: Um estudo qualitativo. Vínculo, 17(1), 97-118. https://dx.doi.org/10.32467/issn.19982-1492v17n1p97-118.         [ Links ]

Birck, M. D., & Viana, T. de C. (2018). Post-Surgery support group for bariatric patients. Revista Psicologia e Saúde, 10(1), 105-114. https://dx.doi.org/10.20435/pssa.v9i1.375.         [ Links ]

Bleger, J. (2003). Temas de Psicologia: Entrevista e grupos (2a ed.). São Paulo: Martins Fontes. (Original publicado em 1979).         [ Links ]

Bolorini, P. A. S. (2016). Receios e expectativas de clientes e psicólogos acerca da psicoterapia de grupo. Revista IGT na Rede, 13(24), 134-172. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1807-5262016000100009&lng=en&nrm=iso.         [ Links ]

Brasil (2011). Portaria n. 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas SUS. Recuperado de: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html         [ Links ]

Brasil (2013). Cadernos de Atenção Básica: Saúde Mental (vol. 34). Brasília: Autor. Recuperado de: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_saude_mental.pdf         [ Links ]

Brasil (2015). Cadernos Humaniza SUS: saúde mental (vol. 5). Brasília: Autor. Recuperado de: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_mental_volume_5.pdf         [ Links ]

Brasil (2017). Portaria n. 3.588, de 21 de dezembro de 2017. Altera as Portarias de Consolidação n º 3 e nº 6, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre a Rede de Atenção Psicossocial. Recuperado de: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/3588_22_12_2017.html        [ Links ]

Braun, V., & Clarke, V. (2019) Reflecting on reflexive thematic analysis. Qualitative Research in Sport, Exercise and Health, 11(4), 589-597. https://doi.org/10.1080/2159676X.2019.1628806        [ Links ]

Cintra, M. S., & Bernardo, M. H. (2017). Atuação do psicólogo na atenção básica do SUS e a Psicologia Social. Psicologia: Ciência e Profissão, 37(4), 883-896. https://doi.org/10.1590/1982-3703000832017.         [ Links ]

Conselho Federal de Psicologia (2019). Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) na Atenção Básica à Saúde. (2a ed). Brasília: Autor. Recuperado de: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/11/CFP_atencaoBasica-2.pdf.         [ Links ]

Correia, K. C. R., & Moreira, V. (2016). A experiência vivida por psicoterapeutas e clientes em psicoterapia de grupo na clínica humanista-fenomenológica: Uma pesquisa fenomenológica. Psicol. USP; 27(3), 531-541. https://doi.org/10.1590/0103-656420140052        [ Links ]

Cruz, M. J. R. (2018). Desatando "nós": A delicadeza e nuances na construção do vínculo com grupos em um serviço público de saúde. Vínculo, 15(1), 74-81. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/vinculo/v15n1/v15n1a08.pdf.         [ Links ]

Ferreira Neto, J. L., & Kind, L. (2017). Produção da saúde e de subjetividades em narrativas de usuários do SUS. Psicologia Política, 17(38), 166-180. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpp/v17n38/v17n38a11.pdf.         [ Links ]

Melo, E. A., Miranda, L, Silva A. M., & Limeira, R. M. N. (2018). Dez anos dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf): Problematizando alguns desafios. Saúde em Debate, 42(1), 328-340. Recuperado de: https://www.scielo.br/pdf/sdeb/v42nspe1/0103-1104-sdeb-42-spe01-0328.pdf.         [ Links ]

Minayo, M. C. S. (2008). O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde (11ª ed.). Rio de Janeiro: Hucitec.         [ Links ]

Nogueira, A. L. G., Munari, D. B., Fortuna, C. M., & Santos, L. F. (2016). Pistas para potencializar grupos na atenção primária à saúde. Revista Brasileira de Enfermagem, 69(5), 964-971. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2015-0102.         [ Links ]

Pereira, E. R., & Sawaia, B. B. (2020). Práticas grupais: Espaço de diálogo e potência. São Carlos: Pedro & João.         [ Links ]

Pichon-Rivière, E. (2000). O processo grupal (6ª ed.). São Paulo: Martins Fontes. (Original publicado em 1983).         [ Links ]

Sangioni, L. A., Patias, N. D., & Pfitscher, M. A. (2020). Psicologia e o grupo operativo na Atenção Básica em Saúde. Revista da SPAGESP, 21(2), 23-40. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702020000200003&lng=pt&tlng=pt.         [ Links ]

Santeiro, T. V., Fernandes, B. S., & Fernandes, W. J. (2021). Clínica de grupos de inspiração psicanalítica: Teoria, prática e pesquisa. Londrina: Clínica Psicológica da Universidade Estadual de Londrina.         [ Links ]

Vitorino, S. S., & Tardivo, L. S. P. C. (2019). Intervenção psicológica grupal em dor crônica publicadas na PsycInfo em 2018. Vínculo, 16(2), 160-185. https://dx.doi.org/10.32467/issn.19982-1492v16n2p1160-185.         [ Links ]

Zimerman, D. E. (2000). Fundamentos básicos das grupoterapias (2a ed.). Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

 

Observações


1. Não houve financiamento de pesquisa por agências de fomento.
2. Instituição responsável pelo Comitê de Ética em Pesquisa no qual o estudo foi apreciado: Universidade Federal do Triângulo Mineiro.
3. Número Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE): 07094819.0.0000.5154.
4. Agradecimento dos autores: Os Autores agradecem ao Professor Lazlo Antonio Ávila, pelas contribuições prestadas quando da leitura da versão inicial.

 

 

Endereço para correspondência
Beatriz Lacerda Caetano
E-mail: beatriz.caetano1988@gmail.com

Tales Vilela Santeiro
E-mail: talesanteiro@hotmail.com

Submissão em: 17/07/2021
Aceite em: 05/04/2022

 

 

1 Mestre em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (PPGP-UFTM). Psicóloga atuante na Secretaria Municipal de Saúde do Município de Uberaba. Nome da autora para citação: CAETANO, B. L.
2 Professor Associado do Departamento de Psicologia Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Líder do Grupo de Pesquisa Clínica Psicanalítica (Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil - CNPq/Lattes). Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, Minas Gerais, Brasil Nome do autor para citação: SANTEIRO, T. V.

Creative Commons License