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Mental

versão impressa ISSN 1679-4427versão On-line ISSN 1984-980X

Mental vol.16 no.30 Barbacena jul./dez. 2024  Epub 16-Dez-2024

https://doi.org/10.5935/1679-4427.v16n30.0011 

Artigo

SAÚDE MENTAL DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO DE CASO DAS POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ (2014-2024)

MENTAL HEALTH OF UNIVERSITY STUDENTS: A CASE STUDY OF STUDENT ASSISTANCE POLICIES AT THE UNIVERSITY OF TAUBATÉ (2014-2024)

SALUD MENTAL DE ESTUDIANTES UNIVERSITARIOS: UN ESTUDIO DE CASO DE POLÍTICAS DE ATENCIÓN ESTUDIANTIL EN LA UNIVERSIDAD DE TAUBATÉ (2014-2024)

Ricardo Mendes Mattos1 

Alexandra Magna Rodrigues2 

1Doutor em Psicologia (Instituto de Psicologia/ USP); pós-doutoramento (USP). Docente em Psicologia e coordenador Núcleo de Bem-Estar & Saúde Mental da Universidade de Taubaté. ricardo.mmattos@unitau.br

2Doutora em Ciências – Universidade de Taubaté


RESUMO

Estudantes universitários são considerados público vulnerável em termos de saúde mental, tornando necessárias políticas de assistência estudantil. Contudo, à exemplo do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), tais políticas são mais frequentes no âmbito das instituições públicas, principalmente federais. O presente artigo pesquisou a política de assistência estudantil de saúde mental em uma universidade municipal e híbrida (pública, mas com cobrança de mensalidades), a Universidade de Taubaté (UNITAU). Para tanto, realizou-se um estudo de caso, utilizando a pesquisa documental como principal fonte de coleta de dados. Conclui-se que a referida política se inicia com o atendimento emergencial de crises emocionais, em 2014, posteriormente ampliada para a prevenção e promoção de saúde mental a partir da educação em saúde.

Palavras-chave: Saúde mental; estudantes universitários; política de assistência estudantil; interdisciplinaridade; Universidade de Taubaté

ABSTRACT

University students are considered vulnerable in terms of mental health, making student assistance policies necessary. However, like the National Student Assistance Plan (PNAES), in Brazil such policies are more frequent within the scope of public institutions, mainly federal ones. This article researched the mental health student assistance policy at a municipal and hybrid university (public, but with monthly fees), the University of Taubaté (UNITAU). To this end, a case study was carried out, using documentary research as the main source of data collection. It is concluded that the aforementioned policy began with emergency care for emotional crises, in 2014, and was later expanded to the prevention and promotion of mental health through health education.

Keywords Mental health; university students; student assistance policy; interdisciplinarity; University of Taubaté

RESUMEN

Los estudiantes universitarios son considerados vulnerables en términos de salud mental, lo que hace necesarias políticas de asistencia al estudiante. Sin embargo, al igual que el Plan Nacional de Atención al Estudiante (PNAES), em Brasil tales políticas son más frecuentes en el ámbito de las instituciones públicas, principalmente federales. Este artículo investigó la política de atención a estudiantes de salud mental en una universidad municipal e híbrida (pública, pero con cuotas mensuales), la Universidad de Taubaté (UNITAU). Para ello se realizó un estudio de caso, utilizando la investigación documental como principal fuente de recolección de datos. Se concluye que la política antes mencionada inició con la atención de emergencia a crisis emocionales, en el año 2014, y luego se amplió a la prevención y promoción de la salud mental a través de la educación para la salud.

Palavras-chave: Salud mental; estudiantes universitarios; política de asistencia al estudiante; interdisciplinariedad; Universidad de Taubaté

INTRODUÇÃO

O ingresso na universidade é um momento decisivo na vida dos/as jovens. Sob a pressão de construção da identidade profissional e do próprio futuro, o/a jovem sofre uma mudança profunda em seu cotidiano. A exigência de adaptação às atividades acadêmicas, a integração ao ambiente universitário e inserção em novas redes de sociabilidade são algumas das situações que desafiam esses/as jovens nesse novo momento da vida.

Frequentemente a matrícula universitária coincide com a juventude enquanto momento crucial de transição para a vida adulta (Assis & Oliveira, 2011; Garcia, Capellini & Reis, 2020), no qual se constitui a identidade de gênero, profissional e ideológica (Cerchiari, Caetano & Faccenda, 2005, p. 262).

Por esses motivos a saúde mental de jovens universitários/a é um tema fundamental para pesquisas no âmbito da saúde. Diversas pesquisas destacam o quanto estudantes universitários formam grupo de risco ou de vulnerabilidade em termos de saúde mental (Bleicher & Oliveira, 2016; Penha, Oliveira & Mendes, 2020; Araújo, Morais & Pires, 2023; Farinha & Braga, 2023) .

Tal vulnerabilidade se traduz em diversos estudos de cunho epidemiológico. Em pesquisa pioneira no Brasil, Cerchiari, Caetano e Faccenda (2005) fizeram uma análise do público universitário usuário do Centro de Atendimento Psicológico, na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Observaram que as “queixas mais frequentes” eram “cansaço, dificuldades de aprendizagem e de concentração, esquecimento, perturbação do sono, sentimentos de fracasso, irritabilidade, inquietação, inibição, timidez, baixa autoestima, insegurança, desânimo e dificuldades nos relacionamentos interpessoais” (Cerchiari, Caetano & Faccenda, 2005, p. 259-60).

Do ponto de vista psicológico, portanto, prevalecem dificuldades “não psiquiátricas” consideradas menos severas (Cerchiari, Caetano & Faccenda, 2005, p. 260).

De forma similar, Souza (2017) realizou pesquisa com 384 estudantes da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, que apresentaram queixas psicológicas como solidão (47%), sintomas depressivos (59,2%), ansiedade (70,4%), estresse (78,1%). Já na Universidade Federal do Pará, Souza et al. (2020) elencaram diversas demandas frequentes: “dificuldades interpessoais familiares; dificuldades interpessoais acadêmicas; dificuldades relacionadas a vulnerabilidade econômica dos discentes e dificuldades laborais” (Souza et al., 2020, 06). Além de muitos problemas de adaptação à vida universitária, houve apresentação de transtornos como a ansiedade e a depressão.

Abreu e Macedo (2021) verificaram alta prevalência de Transtornos Mentais Comuns (em 60,2% dos estudantes de um Instituto Federal nordestino), transtornos estes relacionados a “insônia, fadiga, nervosismo, irritabilidade, dificuldade de concentração e tomada de decisões, sintomas depressivos e ansiosos, bem como queixas somáticas (cefaleia, falta de apetite, má digestão, entre outros)” (Abreu & Macedo, 2021, p. 93).

De forma similar, na Universidade do Estado de Minas Gerais, Farinha e Braga (2023) encontraram a prevalência de Transtornos Mentais Comuns em 60% da população universitária. Ressalta-se a presença de “humor depressivo” em 99,4% dos estudantes (que se sentiram nervosos, tensos, preocupados e tristes); “sintomas somáticos”, com ênfase na insônia (73,9%) e dores de cabeça (67,1%); “decréscimo de energia vital”, pois 91,9% relata que se cansa com facilidade; e, por fim, “pensamentos depressivos”, pois 70,2% relata ter perdido o interesse pelas coisas, 62,7% consideram-se incapazes de desempenhar papel útil em suas vidas e 38,5% tiveram pensamentos suicidas (Farinha & Braga, 2023, p. 113).

Tais dados epidemiológicos, considerados alarmantes, tornam urgentes políticas de assistência estudantil à saúde mental. Conforme esclarece Delôgo (2023), tais políticas se originaram na década de 1930, mas apenas a partir da instituição do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), no ano de 2007, fortaleceram-se no âmbito das instituições públicas de ensino superior.

Dessa maneira, a maioria das publicações científicas sobre o tema se restringem à realidade das universidades públicas brasileiras. Certamente tais produções científicas se influenciam pela PNAES e a necessidade de uma análise crítica da política pública de assistência estudantil em saúde mental. Porém, qual a realidade da saúde mental de estudantes universitários em instituições particulares ou híbridas?

Assim, por exemplo, a mudança domiciliar ligada ao ingresso universitário é destacada como um fator de risco em saúde mental dos estudantes de instituições públicas, situação que não encontra paralelo nas vivências universitárias em instituições particulares.

Por outro lado, o acúmulo das atividades universitárias com o trabalho é realidade mais comum em estudantes de instituições privadas se comparados com aqueles de instituições públicas. Tais exemplos revelam o quanto as pesquisas em saúde mental de estudantes universitários podem variar demasiadamente suas conclusões a depender da característica pública ou privada da instituição de ensino superior.

Uma vez que predominam pesquisas em instituições federais e estaduais de ensino superior, por influência da PNAES, a realidade de uma universidade municipal traria alterações nas questões de saúde mental de estudantes universitários?

Com a proposta de preencher essas lacunas na produção científica sobre o tema, a presente pesquisa possui como objetivo analisar o histórico das políticas de assistência estudantil em saúde mental na Universidade de Taubaté.

Ao abordar uma instituição híbrida (pública, mas com cobrança de mensalidades a seus estudantes), pretendemos contribuir com produção de conhecimentos científicos que complementem a maioria de pesquisas voltadas para instituições públicas. Por outro lado, ao focarmos na maior universidade municipal do Brasil, procuramos abordar um contexto regional específico, distinto das instituições federais e estaduais que predominam nos estudos sobre saúde mental de estudantes universitários.

1. MÉTODO

A partir do objetivo de compreender o histórico das políticas de assistência estudantil em saúde mental na Universidade de Taubaté, utilizou-se a estratégia metodológica do estudo de caso. De acordo com Gil (1991), no âmbito das ciências humanas e sociais, o estudo de caso permite a análise profunda de uma situação específica, cujas particularidades podem contribuir para a reflexão crítica do tema estudado.

Deve-se ressaltar que o estudo de caso é uma estratégia metodológica bem-sucedida em diversas pesquisas sobre as políticas de assistência estudantil em saúde mental – à exemplo da pesquisa de Sales (2020), sobre a Universidade Federal de Pernambuco, e de Gomes, Leitão, Santos e Zanotti (2023) sobre a Universidade Federal de Alagoas.

Para coletar dados, lançou-se mão da análise documental em fontes primárias (Marconi & Lakatos, 2002), ou seja, fez-se uma análise dos documentos institucionais que mencionavam diretamente as políticas estudantis em saúde mental na Universidade de Taubaté. A tabela a seguir sintetiza as fontes primárias utilizadas na pesquisa:

Tabela 1 Fontes primárias utilizadas na pesquisa documental 

Documento Período
Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2013-2017, 2018-2022, 2022-2026
Projeto de Apoio Psicossocial (PAPS) 2015
Relatório Anual do Projeto de Apoio Psicossocial 2015, 2016, 2017, 2020, 2021, 2022, 2023

Fonte: os próprios autores.

Igualmente, deve-se salientar que a análise documental é uma técnica de coleta de dados corrente nas pesquisas sobre o tema, como atestam as publicações de Assis e Oliveira (2011) sobre a Universidade Federal de Mato Grosso, Machado et al. (2020) sobre uma Universidade Federal no estado de Minas Gerais ou Souza et al. (2020) sobre a Universidade Federal do Pará.

Quanto aos aspectos éticos, deve-se salientar que o estudo documental dispensa a apresentação da pesquisa no Sistema CEP (Comitês de Ética em Pesquisa), que regulamenta as pesquisas científicas com seres humanos.

Considerando que a Universidade de Taubaté comemora seus 50 anos de existência em 2024, estabeleceu o arco temporal de análise a última década (2014-2024). Isto porque foi exatamente a partir desse momento que foram criadas ações institucionais permanentes ligadas à saúde mental dos estudantes universitários.

Dessa forma, a seguir é realizada a apresentação dos resultados, divididos nas seguintes etapas: criação do Projeto de Apoio Psicossocial/PAPS (2012-1014); consolidação do PAPS (2015-2019); desafios da Pandemia da COVID-19 (2020-2022); criação do Núcleo de BemEstar & Saúde Mental (2024).

2. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

2.1. CRIAÇÃO DO PROJETO DE APOIO PSICOSSOCIAL – PAPS (2012-2014)

A primeira iniciativa de atendimento às demandas de saúde mental das/os estudantes da Universidade de Taubaté surgiu no “Programa deAtendimento Pedagógico e Psicopedagógico do corpo Discente”, integrante das políticas de assistência estudantil referidas no interior de um “Programa de Apoio ao Estudante (PAE)”. Tal iniciativa é descrita no ano de 2012, em que se menciona o “acompanhamento psicopedagógico” a estudantes com “dificuldades no processo educativo” (Plano de Desenvolvimento Institucional / 2013-2017, p. 76).

Observa-se que tal intervenção foi protagonizada pela área da Pedagogia, a partir do enfrentamento de demandas relacionadas à adaptação das/os estudantes ao contexto acadêmico, em termos de rotina de estudos. Estas demandas de ensino-aprendizagem são atendidas a partir da interdisciplinaridade entre Pedagogia e Psicologia, explícita na expressão “psicopedagogia”, uma vez que recebem contribuições de diversas áreas da Psicologia – como a Psicologia da Aprendizagem, A Psicologia do Desenvolvimento e a Psicologia da Educação ou Escolar.

Tais atendimentos psicopedagógicos foram implementados de maneira sistemática no ano de 2013. Contudo, no ano de 2014, um relatório institucional da Pró-reitoria Estudantil revela uma mudança na política de assistência, quando constata que as/os estudantes procuravam por apoio psicopedagógico, mas com queixas eminentemente psicológicas ou de saúde mental, tais como “depressão, ansiedade e histórico de problemas psiquiátricos graves, que dificultam a sua vida acadêmica” (Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS, n.p.).

Surgia, então a necessidade de criação de um atendimento psicossocial ao estudante. O documento intitulado Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS relata detalhadamente o processo institucional de criação desse novo programa. No final do ano letivo de 2014 foram realizadas reuniões com docentes, coordenadores e diretores dos mais diversos cursos da Universidade de Taubaté.

Tais reuniões tiveram como objetivo “realizar um levantamento prévio das diversidades das demandas [e] das ações que já são realizadas no atendimento aos alunos...” (Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS, n.p.). Em outras palavras, instituía-se um processo de construção coletiva e participativa sobre as demandas de saúde mental, além de perfazer um mapeamento das ações isoladas efetuadas para enfrentar essas demandas.

Fruto dessas primeiras reuniões, surgem inúmeros desafios, tais como: “dificuldade do diagnóstico e identificação precoce dos alunos que apresentam algum distúrbio de comportamento e a falta de preparo dos professores para lidar com demandas dessa natureza”; importância de ações consistentes no momento do ingresso do calouro na vida universitária; atenção ao “perfil dos novos alunos” que chegam à universidade e requerem a “formação pedagógica” diferenciada do corpo docente; “necessidade de profissionais capacitados para diagnosticar e acompanhar os alunos, bem como para dar suporte aos professores no acompanhamento dos alunos”; enfim, a importância primordial de um espaço institucional específico para o apoio estudantil em termos de saúde mental, que seja “sólido, consistente e permanente” (Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS, n.p.).

Nota-se que a menção a “profissionais capacitados para diagnosticar e acompanhar os alunos” sugere a entrada de profissionais da área da Psicologia, em parceria com o pioneirismo da Pedagogia nas demandas psicopedagógicas. De igual maneira, deve-se salientar a ênfase em um programa “sólido, consistente e permanente”, em detrimento de uma iniciativa emergencial ou descontínua.

É dessa maneira que profissionais da Psicologia e Pedagogia formulam o “Projeto de Apoio Psicossocial” (PAPS), com o seguinte objetivo: “Oferecer apoio, orientação e acompanhamento psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté que questões e necessidades relacionadas à adaptação ao universo acadêmico e universitário” (Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS, n.p.).

Além do objetivo geral, o documento enumera objetivos específicos que detalham atividades diversas, não circunscritas ao “atendimento psicológico individualizado”, quais sejam: atendimento psicossocial a grupos; orientação aos professores sobre os procedimentos a serem adotados na identificação de problemas de saúde mental nas/os estudantes; e espaços de formação continuada do corpo docente, na forma de palestras e seminários (Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS, n.p.). Tal documento é assinado por uma equipe interdisciplinar, composta por profissionais das seguintes áreas: Psicologia (4), Pedagogia (1) e Letras (1).

Em suma, no final do ano letivo de 2014, aumentam as demandas de saúde mental no interior do atendimento psicopedagógico às/aos estudantes com dificuldade de aprendizagem e/ou adaptação à vida acadêmica. Inicia-se, assim, amplo diálogo com o corpo docente que redunda na criação do Projeto de Apoio Psicossocial (PAPS), como atendimento interdisciplinar sólido, consistente e permanente das questões de saúde mental das/os estudantes da Universidade de Taubaté.

2.2. CONSOLIDAÇÃO DO PAPS (2015-2019)

Observamos anteriormente como a criação do Projeto de Apoio Psicossocial foi fruto de ampla discussão da Pró-Reitoria Estudantil com o corpo docente dos diversos cursos da Universidade de Taubaté. Tal construção coletiva ainda precisava escutar o corpo discente.

2015 foi o primeiro ano de funcionamento regular do Projeto de Apoio Psicossocial PAPS). O marco inaugural dessas ações foi a realização de uma ampla pesquisa sobre o perfil das/os estudantes ingressantes: o levantamento dos dados sociodemográficos, dificuldades e expectativas dos calouros (Relatório Final do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté, 2015).

O referido relatório menciona um total de 30 encontros, nos mais diversos cursos da universidade, em ambos os períodos (matutino e noturno) – (Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS, n.p.).

Dessa forma, foram sistematizadas as “características sociodemográficas” das/os estudantes ingressantes, em termos de: idade (com 44,5% do público entre os 17 e 18 anos, seguidos por 33,7% entre os 19 e 22 anos); gênero (66,6% de mulheres); estado civil (82,3% de pessoas solteiras); vida familiar (90% não possui filhos); vida profissional (79% não trabalha); financiamento dos estudos – 50% conta com recursos dos pais ou familiares (Relatório Final do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté, 2015).

Os encontros com as/os estudantes ingressantes tiveram como objetivo o levantamento de suas dificuldades e expectativas. As principais dificuldades relatadas foram: “adaptação à vida universitária”, “relacionamento com a família”, “dificuldades de aprendizagem”, “preocupação com as avaliações”; financeiras; “relacionamento social”; “dificuldades emocionais, motivação, medo, insegurança, ansiedade”; “escolha da profissão” e “preocupação com o futuro” (Relatório Final do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté, 2015).

O levantamento dessas informações, somadas aos diálogos com professoras e professores, ofereceram subsídios para a consolidação do Projeto de Apoio Psicossocial (PAPS) como uma construção coletiva de toda a comunidade acadêmica.

Contudo, do ponto de vista das ações concretas, o Projeto de Apoio Psicossocial foi mais reconhecido pela oferta de “atendimento psicológico individualizado”. Tal ênfase pode ser observada nos relatórios do Projeto quando ressaltam os números de agendamentos e atendimentos realizados, bem como a preocupação com reuniões semanais para a “discussão de casos” – expediente típico de serviços de atendimento à saúde mental.

No Plano de Desenvolvimento Institucional (2018-2022), por exemplo, o PAPS é apresentado sumariamente como atendimento individual: “Os alunos passam, então, a receber atendimento personalizado com uma equipe composta por professores de pedagogia e psicologia” (Plano de Desenvolvimento Institucional, 2018-2022, p. 214). Igualmente, são salientados os números de atendimentos: 221 (2017) e 211 (2018).

O reconhecimento e a evidência do atendimento psicológico individualizado parecem refletir uma demanda do corpo docente e uma prioridade institucional. Entretanto, deve-se salientar a diversidade de ações presentes nos relatórios do Projeto de Apoio Psicossocial (PAPS).

Dentre as ações coletivas nos diversos departamentos, o relatório de 2016 descreve a intervenção no curso de Fisioterapia, a partir de uma demanda específica deste departamento. Foram realizadas 02 reuniões de orientações com coordenação e professoras/es, além de “6 rodas de conversa com um total aproximado de 70 alunos” (Relatório Final do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté, 2016).

Igualmente, no ano de 2017, foi realizada importante participação do Projeto de Apoio Psicossocial no Programa de Formação Continuada (PROFOCO) da instituição (Relatório Final do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté, 2017).

Por fim, no ano de 2018, a comum acolhida das/os estudantes ingressantes contou com material audiovisual produzido em parceria com a TV UNITAU (PAPS/PAENE, 2018). Tal material revela a ênfase do Projeto de Apoio Psicossocial na acolhida das/os calouros, passo fundamental para a boa adaptação acadêmica e o bem-estar do corpo discente.

Em síntese, a partir do ano de 2015, o Projeto de Apoio Psicossocial é consolidado como política de assistência estudantil à saúde mental, como fruto de uma construção coletiva de toda a comunidade acadêmica – à exemplo das reuniões com o corpo docente dos mais diversos departamentos e do levantamento das demandas entre as/os estudantes ingressantes. Embora seja enfatizado o atendimento psicológico individualizado, realizado por equipe interdisciplinar, o Projeto de Apoio Psicossocial desenvolve ações coletivas (como rodas de conversas), promove acolhida semestral de todas/os estudantes ingressantes e fortalece espaços de formação continuada do corpo docente.

2.3. DESAFIOS DA PANDEMIA DA COVID-19: 2020-2022

O advento da pandemia da COVID-19 modificou radicalmente a vida humana em todas as suas esferas, em especial na dimensão da saúde – incluindo a saúde mental. Como as demais instituições sociais, as universidades se viram desafiadas a criar formas adaptativas de desenvolver as atividades acadêmicas, principalmente a partir da adoção de formas remotas e/ou híbridas de ensino, mediadas por tecnologias digitais de comunicação.

Duas reportagens no site oficial da Universidade de Taubaté simbolizam as primeiras iniciativas institucionais em resposta à conflagração da pandemia. No dia 27 de março de 2020, publica-se a reportagem “PAPS oferece apoio psicológico para alunos”, que se inicia da seguinte forma: “Sabemos que este momento de pandemia tem sido delicado para todos e pode contribuir para o desenvolvimento de questões psicológicas, como ansiedade, estresse, e outros”. Por fim, apresenta-se o PAPS com a seguinte indicação, “agora com orientações e aconselhamentos à distância, por e-mail” (PAPS oferece apoio..., 2020)

Igualmente, no dia 07 de abril de 2020, a instituição reitera sua disponibilidade para o apoio psicossocial na matéria “Alunos e professores: a UNITAU está do seu lado”, em que se detalha o contexto pandêmico e as necessidades de adaptação ao estudo remoto. Novamente, o PAPS é apresentado em novo formato à distância.

Verifica-se, assim, a preocupação da instituição com a saúde mental das/os estudantes em contexto de pandemia e a necessidade de realização de atendimentos remotos para fortalecer o suporte psicossocial nesse momento especial.

O Relatório do Projeto de Apoio Psicossocial (PAPS), referente ao ano de 2020, detalha a oferta de apoio psicológico por meio de WhatsApp™, telefone e e-mail (Relatório Final do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté, 2020, n.p.). Seja pela emergência de problemas de saúde mental em virtude dos protocolos de isolamento social, seja pela maior facilidade no acesso, verifica-se um aumento significativo no número de atendimentos.

Além dos atendimentos individuais às/aos estudantes, houve também a realização de “orientação em grupo remoto aos alunos com questões emocionais” (Relatório Final do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté, 2020, n.p.). Tais “rodas de conversa” foram realizadas na plataforma Zoom™ e contaram com ampla adesão da comunidade discente.

Por fim, houve continuidade no processo de assessoria e orientação ao corpo docente, “sobre situações particulares de alunos, esclarecimentos sobre dúvidas de como conduzir e atendimentos em conjunto do aluno com o coordenador” (Relatório Final do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté, 2020).

Considerou-se, portanto, que o Projeto de Apoio Psicossocial (PAPS) respondeu prontamente ao contexto pandêmico, atento ao novo contexto de vida, caracterizado pela vulnerabilidade na saúde mental e necessidade de atendimentos remotos. O êxito dessa resposta pode ser observado na seguinte tabela, que detalha o aumento significativo no número de atendimentos psicossociais durante o período pandêmico:

Quadro 1 Atendimentos de alunos PAPS/PAENEE 2018-2022 

Atendimentos* 2018 2019 2020 2021 2022**
Paenee 30 331 524 540 295
Paps 188 210 186 235 278

*Alunos foram atendidos mais de uma vez

**janeiro-junho de 2022

Fonte: UNITAU, PRE, 2022.

(Plano de Desenvolvimento Institucional, 2022-2026, p. 122)

O ano de 2022 marcou o retorno das atividades presenciais, após dois anos de atividades híbridas e/ou remotas que caracterizaram o ensino durante as medidas de isolamento social propostas pelos órgãos de saúde. Contudo, como em quase todos os aspectos da vida, a assistência estudantil à saúde mental jamais foi a mesma após a pandemia.

2.4. COMEMORAÇÃO DOS 10 ANOS DE PAPS: CRIAÇÃO DO NÚCLEO DE BEM-ESTAR & SAÚDE MENTAL

Dentre as reflexões advindas da pandemia da COVID-19 está a grande vulnerabilidade de saúde mental, especialmente entre o público jovem. No âmbito da Universidade de Taubaté esta preocupação esteve atrelada a um projeto de “reorganização” da Pró-reitoria Estudantil, com a criação dos seguintes núcleos: Núcleo de Atendimento e Relacionamento com o Aluno; Núcleo de Acessibilidade e Inclusão; Núcleo de Ações Afirmativas; Núcleo de Lideranças; Núcleo de Oportunidades e Benefícios; e Núcleo de Bem-estar e Saúde Mental (Nova PRE, 2023).

Neste último, além do apoio psicossocial existente desde o ano de 2014, propõem-se a ampliação do apoio à saúde mental das/os estudantes com os conceitos de “promoção do BemEstar Físico” e “Conscientização e Educação em Saúde Mental” (Nova PRE, 2023, p. 13).

Na prática, fortalece-se os espaços de formação do corpo docente, atividades de promoção e de educação em saúde.

Um dos exemplos dessa ampliação pode ser observado na criação do projeto de “Alongamento e Relaxamento” (cujo propósito é a diminuição das tensões musculares e promoção do relaxamento físico e mental, a partir de exercícios físicos e respiratórios) e o “Toque AntiEstresse – Calatonia, uma Prática Integrativa e Complementar em Saúde (PICS), que têm como objetivo prevenir agravos a saúde e estimular a promoção e a recuperação da saúde nos aspectos físicos, emocionais, sociais, mentais e espirituais.

Se, tradicionalmente, as questões de saúde mental estabeleceram atendimentos das áreas da Pedagogia e Psicologia, nessa nova configuração a equipe interdisciplinar passa a ser comporta por: Psicologia (2), Educação Física (1) e Enfermagem (1).

Assim, no ano de comemoração dos 10 anos do Projeto de Apoio Psicossocial (PAPS), uma reestruturação da política de assistência estudantil ampliou o apoio à saúde mental do corpo discente, realizando ações de educação, prevenção e promoção de saúde, além do convencional apoio emocional individualizado.

3. ANÁLISE CRÍTICA DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL À SAÚDE MENTAL DA UNITAU

A construção da política estudantil de assistência à saúde mental é impulsionada por crises emocionais vivenciadas pelas/os estudantes. Esta demanda urgente exige iniciativas institucionais emergenciais, especialmente focadas no atendimento individualizado (tendo em vista a recuperação da saúde mental). Esta foi a realidade vivenciada na Universidade de Taubaté, no interior do atendimento psicopedagógico focado nas dificuldades de aprendizagem, que desencadeou a formulação de um programa de apoio à saúde mental para o corpo discente.

Tal situação encontra-se presente desde os primeiros estudos em língua portuguesa sobre a saúde mental de estudantes universitários. Gonçalves e Cruz (1988) já chamavam atenção às necessidades institucionais de “responder rápida e eficazmente às situações de crise vividas pelo estudante universitário” (Gonçalves & Cruz, 1988, p. 131). Nesse sentido, Menda, Seibt, Silva e Kristensen (2022) analisam o atendimento da saúde mental dos estudantes em 65 universidades federais brasileiras, ressaltando a predominância da preocupação com o manejo de situações de crises emocionais – por vezes denominadas como “urgência subjetiva” (Azevedo, Dias, Magalhães, Souza & Darriba, 2021, p. 41).

Nos documentos da Universidade de Taubaté, dá-se ênfase na adaptação à vida acadêmica como fator prioritário na estruturação da assistência à saúde mental do público estudantil. A importância de tal adaptação é mencionada em diversas publicações científicas (Assis & Oliveira, 2011; Garcia, Capellini & Reis, 2020; Abreu & Macedo, 2021; Farinha & Braga, 2023). Há, inclusive, o termo “crises adaptativas” para vincular as crises emocionais com as dificuldades de adaptação à vida universitária (Duarte, Moreno & Bleicher, 2019, p. 158).

Foram exatamente as crises emocionais e a ênfase nos processos de adaptação universitária que tornaram necessárias ações institucionais de assistência à saúde mental estudantil. No estudo específico da Universidade de Taubaté, o processo de criação da política estudantil de atenção à saúde mental foi caracterizado por três processos: construção coletiva, com a participação do corpo docente; mapeamento das ações isoladas que atendiam às demandas de saúde mental; e pesquisa sobre o perfil das/os estudantes ingressantes.

Trata-se de uma metodologia referenciada na literatura científica sobre o tema, uma vez que se considera fundamental a participação ativa de toda comunidade acadêmica na construção coletiva das políticas estudantis (Medeiros, 2022). Obviamente, a pesquisa sobre o perfil da/o estudante ingressante, realizada na Universidade de Taubaté, simbolizou um importante momento de escuta das demandas e expectativas da comunidade estudantil. Trata-se de uma metodologia ativa destaca como muito eficaz na construção das políticas estudantis, frequentemente denominada como “protagonismo juvenil” (Oliveira, Holanda, Nascimento, Santos, Silva & Alencar, 2021; Martins, Barros & Domingues, 2022).

Observamos como a política estudantil de saúde mental da Universidade de Taubaté priorizou o “atendimento psicológico individualizado”, tal como surge nos documentos institucionais consultados. Como vimos, a ênfase no atendimento emergencial em situações de “crise” emocional é uma marca das políticas estudantis brasileiras. Delôgo (2023), por exemplo, realizou pesquisa com 14 gestoras/es de assistência estudantil de universidades públicas do Nordeste, concluindo: “predomina-se o serviço de aconselhamento/plantão/ acolhimento psicológico ou em saúde/saúde mental (Delôgo, 2023, p. 88).

Igualmente, Oliveira e Silva (2018) pesquisaram os serviços de atendimento à saúde mental nas universidades federais mineiras, observando: “As modalidades de atendimento individual ao estudante foram predominantes” (Oliveira & Silva, 2018, p. 368).

A despeito de serem sempre atividades individuais de cunho terapêutico, ligadas a uma intervenção de emergência em saúde mental, tais ações recebem denominações distintas: atendimento psicológico (Oliveira Pinto, Freire & Fernandes, 2019; Sales, 2020; Silva, 2020; Gomes et al., 2023); acolhimento (Bleicher, 2018; Malajovich, Vilanova, Cavalcanti & Velasco, 2017); plantão psicológico (Oliveira & Silva, 2018; Souza et al., 2020; Azevedo et al, 2021); psicoterapia individual (Oliveira & Silva, 2018; Bleicher, 2018); aconselhamento psicológico (Delôgo, 2023); atendimento psicossocial (Garcia, Capellini & Reis, 2020); orientação psicológica (Oliveira & Silva, 2018).

Embora seja predominante, muitas críticas têm sido feitas aos atendimentos emergenciais individuais, especialmente quando constituem a única resposta institucional à saúde mental do contingente de estudantes. A partir dessa perspectiva, o atendimento individualizado pode ser considerado um reducionismo na abordagem da saúde mental, pois se propõe apenas a remediar de forma emergencial um complexo problema social. Em outras palavras, age nas consequências individuais de questões coletivas, sem atuar na prevenção das causas dos problemas de saúde mental e, principalmente, promover condições de desenvolvimento do bem-estar e qualidade de vida.

Outra crítica reincidente se refere a tendência de tais atendimentos em individualizarem problemas sociais. Embora sejam vistas como necessárias, tais estratégias são criticadas pela “medicalização e individualização das contradições e impasses geradores do sofrimento”, tendendo a abordar como responsabilidade individual um conjunto de questões da saúde coletiva: “São contradições essencialmente sociais e políticas que, ao serem medicalizadas, são psicologizadas, individualizadas e descoladas de seu contexto social e político, e das possibilidades de serem coletivamente articulados (Leão, Ianni & Goto, 2019, p. 137).

Apesar da ênfase no atendimento psicológico individualizado, a Universidade de Taubaté desenvolve ações coletivas importantes, como as “rodas de conversa”. Diferente da perspectiva individualizada característica dos atendimentos psicológicos, tais ações desenvolvem aquilo que Oliveira e Silva (2018, p. 368) classificam como “enfoque grupal e/ou coletivo”.

Mantém-se, na maioria das vezes, um acento terapêutico, porém agora prioriza-se a partilha de experiências e as formas coletivas de enfrentamento das situações desencadeadoras de sofrimento psíquico. As rodas de conversa são estratégia bastante recorrentes na assistência à saúde mental de estudantes (Oliveira et al., 2021).

Leão, Ianni e Goto (2019), ao criticarem as limitações das ações terapêuticas no cuidado da saúde mental de estudantes universitários, mencionam a importância da “educação em saúde”. Tais ações acompanham a história da política de assistência à saúde mental na Universidade de Taubaté em diversas estratégias, tais como: formação continuada do corpo docente; assessoria aos departamentos, professoras e professores sobre o manejo de situações que envolvem a saúde mental de estudantes; produção de reportagens e materiais educativos em parceria com a TV UNITAU.

Um exemplo emblemático dessa perspectiva de educação em saúde é a política de acolhimento de estudantes ingressantes presente no vídeo “Paps: boas-vindas” (2018), na qual a Pró-Reitora Estudantil recepciona os calouros e apresenta o programa de apoio psicossocial.Aênfase neste acolhimento é tônica da Universidade de Taubaté, cuja importância surge em diversas publicações científicas (Araújo, 2020; Garcia, Capellini & Reis, 2020). Conforme esclarecem Araújo, Moraes e Pires (2023, p. 373): “Se o processo de transição e adaptação no ensino superior é bem-sucedido, de maneira especial no primeiro ano do curso, a permanência e o sucesso dos alunos são visíveis” (Araújo, Morais & Pires, 2023, p. 373).

Discutiu-se o quanto esta adaptação à vida acadêmica sofreu grande transformação com a conflagração da pandemia da COVID-19, seguida de pronta resposta da instituição no oferecimento de atendimentos individuais e rodas de conversa em grupos. Tanto o aumento de demandas de saúde mental em contexto pandêmico, quanto a importância das atividades mediadas por tecnologias digitais de comunicação são questões relatadas na literatura científica sobre o tema (Coelho et al. 2020; Martins, Barros & Domingues, 2022; Delôgo, 2023).

O contexto de pandemia agravou demandas de saúde mental, seja pelos protocolos de saúde que impunham o isolamento social, seja pela crise sanitária que predominou em todo o mundo. Dessa forma, a Universidade de Taubaté se viu desafiada a renovar suas intervenções em saúde mental estudantil. Trata-se da criação do Núcleo de Bem-estar e Saúde Mental que enfatiza a prevenção de doenças e a promoção de saúde (presente na noção de bem-estar), a partir de práticas interdisciplinares de educação em saúde.

Deve-se ressaltar a importância da interdisciplinaridade na atenção à saúde mental estudantil. Ao estudarem as ações em saúde mental nas universidades públicas federais mineiras, Oliveira e Silva (2018) notaram que as equipes interdisciplinares eram formadas por profissionais das seguintes áreas do conhecimento científico: Psicologia, Serviço Social, Pedagogia, Enfermagem e Nutrição. Já o Departamento de Acolhida, Saúde psicossocial e bem-estar (DASPB) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), possui equipe formada por psicóloga, assistente social e pedagoga (Azevedo et al., 2021, p. 39).

Um último exemplo é oferecido pelo Ambulatório Multiprofissional Estudantil (AME) da Faculdade de Medicina (FAMED) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), composto por profissionais da psiquiatria, psicologia, enfermagem e serviço social (Silva, 2020, p. 11).

Na Universidade de Taubaté, como vimos, houve o pioneirismo da Pedagogia no atendimento às dificuldades de aprendizagem. A equipe inicial composta por profissionais das áreas de Psicologia, Pedagogia e Letras, atualmente é composta por psicólogos, enfermeira e educadora física.

Por fim, podemos indagar sobre quais os caminhos para o aperfeiçoamento das políticas de assistência estudantil na instituição estudada. A adesão às campanhas com temas ligados à saúde mental é uma possibilidade muito observada na prevenção em saúde mental, especialmente o janeiro branco e o setembro amarelo (Leão, Ianni & Goto, 2019; Sales, 2020; Carvalló, 2021; Gomes et al., 2023).

Podemos citar ainda a importância da formação de redes. O Mapa da Saúde Mental na USP é um exemplo de intervenção em formação de redes (Leão, Ianni & Goto, 2019, p. 132-3). Igualmente, na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), campus Baixada Santista, Paula, Dias e Moreira (2023) ressaltaram a importância do mapeamento de ações ligadas à saúde mental e a constituição de redes de apoio.

Dessa forma, além dos atendimentos individuais de cunho terapêutico, as atividades em grupos (como as rodas de conversa), a formação continuada de professores, as atividades de promoção de saúde (como Alongamento e Calatonia) e a atenção especial à acolhida de estudantes ingressantes têm sido práticas importantes no atendimento à saúde mental na Universidade de Taubaté. A adesão às campanhas de saúde mental e a formação de redes são exemplos de intervenções que podem fortalecer esta política exemplar de assistência estudantil em saúde mental.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise de fontes documentais, realizou-se o estudo de caso das políticas de assistência estudantil à saúde mental na Universidade de Taubaté. Tais políticas foram organizadas em diversos períodos: Criação do Projeto de Apoio Psicossocial (PAPS), no ano de 2014, a partir do pioneirismo da Pedagogia no atendimento à dificuldade de aprendizagem; a consolidação do projeto, entre os anos de 2015 a 2019, com a construção coletiva da política de assistência estudantil, o mapeamento das atividades realizadas, a pesquisa sobre o perfil dos estudantes ingressantes e intervenções individuais e coletivas; com a conflagração da pandemia da COVID-19, observou-se o aumento das demandas de saúde mental e a resposta imediata da instituição no oferecimento de apoio psicossocial, individual e grupal, mediado por tecnologias digitais de comunicação; por fim, na comemoração dos dez anos de PAPS, há um fortalecimento da política de assistência estudantil à saúde mental com a criação do Núcleo de Bem-Estar & Saúde Mental, que enfatiza as ações de prevenção de doenças e a promoção em saúde.

Enquanto universidade municipal e híbrida (pública, mas com cobrança de mensalidade), considera-se que a UNITAU é pioneira na atenção à saúde mental de estudantes universitários, com uma trajetória que pode incentivar outras instituições de ensino superior.

DOCUMENTOS CONSULTADOS EM FONTES PRIMÁRIAS

Universidade de Taubaté (UNITAU). Plano de Desenvolvimento Institucional – período 2013-2017.

Universidade de Taubaté (UNITAU). Plano de Desenvolvimento Institucional – período 2018-2022.

Universidade de Taubaté (UNITAU). Plano de Desenvolvimento Institucional – período 2022-2026.

Universidade de Taubaté (UNITAU). Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté - PAPS. 2015.

Universidade de Taubaté (UNITAU). Relatório Anual do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS. 2015.

Universidade de Taubaté (UNITAU). Relatório Anual do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS. 2016.

Universidade de Taubaté (UNITAU). Relatório Anual do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS. 2017.

Universidade de Taubaté (UNITAU). Relatório Anual do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS. 2020.

Universidade de Taubaté (UNITAU). Relatório Anual do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS. 2021.

Universidade de Taubaté (UNITAU). Relatório Anual do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS. 2022.

Universidade de Taubaté (UNITAU). Relatório Anual do Projeto de Apoio Psicossocial aos alunos da Universidade de Taubaté – PAPS. 2023.

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