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Junguiana
versão On-line ISSN 2595-1297
Junguiana vol.40 no.2 São Paulo jul./dez. 2022
A psicologia analítica nos convida a considerar a história constantemente. Ao observar e ressaltar os aspectos coletivos da experiência humana, Jung formulou o conceito de arquétipo e, desde então, compreendemos a vivência individual profundamente entrelaçada às ações humanas ao longo do tempo. O potencial arquetípico é atualizado nos recortes histórico-culturais e, ao mesmo tempo em que abrem possibilidades criativas, engendram limitações e exclusões.
A história da Revista Junguiana está intimamente relacionada com o desenvolvimento da SBPA no processo contínuo de se recriar, ampliar suas fronteiras e atualizar seus objetivos. Para comemorar o 40º volume da Junguiana, o conselho editorial propôs revisitar artigos anteriormente publicados na perspectiva contemporânea dos membros analistas e trainees. Para isso, realizamos uma consulta a respeito de quais artigos marcaram a nossa trajetória como analistas e como instituto de formação e divulgação do campo da psicologia analítica na multiplicidade de suas perspectivas. O resultado foi um conjunto de textos instigantes que refletem os fundamentos da nossa abordagem clínica e abrem caminhos para reflexão em sua intersecção com temas contemporâneos.
Para apresentá-los aos novos leitores, optamos por manter a ordem cronológica em que eles foram publicados. Consideramos que as versões originais foram publicadas de acordo com as normas diferentes das que praticamos atualmente e, na medida do possível, a edição dos artigos foi atualizada em diálogo com os autores ou com seus representantes legais, preservando sempre a integridade das ideias.
Abrimos o fascículo 40.2 com dois artigos que compuseram a primeira edição da Revista Junguiana: A imagem arquetípica do médico ferido, de C. Jess Groesbeck, e O arquétipo do inválido e os limites da cura, de Adolf Guggenbühl-Craig. Estes dois artigos de colegas estrangeiros prescindem de apresentação, uma vez que ocupam os primeiros lugares de pedidos de xérox da Junguiana de nº 1. Neles temos descrições de configurações arquetípicas que são atualizadas no contexto analítico e consideram as limitações e possibilidades de transformação dos indivíduos envolvidos na relação transferencial. Nossas imperfeições são destacadas e nos convidam a celebrar uma atitude menos heroica, mais empática e inclusiva.
Os fundadores da SBPA estão muito bem representados nos artigos Abordagem do paciente terminal: aspectos psicodinâmicos: "a morte como símbolo de transformação", de Nairo de Souza Vargas - Junguiana nº 5; Uma avaliação das técnicas expressivas pela psicologia analítica: apresentação da técnica "marionetes do self", de Carlos Amadeu Botelho Byington - Junguiana nº 11; e Pais e filhos: uma rua de mão dupla, de Iraci Galiás - Junguiana nº 21. Esses artigos figuram em profusão nas referências de monografias, livros e artigos elaborados por membros e trainees da SBPA, sendo muito oportuna a reedição digital nas versões em português e em inglês para ampliar as oportunidades de acesso.
Completam o fascículo 40.2, os artigos Mano: um ensaio sobre o amor fraterno, de Liliana Liviano Wahba - Junguiana nº 11; Depressão: a dor da alma de quem perdeu-se a si mesmo, de Maria Zelia de Alvarenga - Junguiana nº 25; e A questão do sentido no mundo do acaso, de Ana Lia B. Aufranc - Junguiana nº 27. Estes artigos, ao investigarem as relações com o outro, com si mesmo e com outras áreas do conhecimento, nos demonstram a amplitude e a abrangência do pensar junguiano.
Esperamos que a republicação desses artigos desperte o interesse para aqueles que desconhecem essas obras e que promova uma nova visita aos que são iniciados e muito se beneficiaram por suas contribuições para a clínica, para a cultura e nos seus processos de individuação.
Boa leitura!
As Editoras